Chapter 19

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Valentine's Day


POV MIRANDA


Não me sinto constrangida . Me sinto surpresa pela aparição. Não posso dizer o mesmo caso eu perceba que ela ouviu alguma das obscenidades que compartilhei com a filha dela dentro das quatro paredes do quarto de Andrea alguns minutos atrás.

— Eu...Onde está Andrea? — Questiono a primeira coisa que passa pela minha mente.

— Eu ia lhe fazer a mesma pergunta. Eu...

— Mãe, o que está fazendo aqui?

Me viro a tempo de ver Andrea entrando na cozinha um pouco pálida e perplexa com a presença da mãe. Noto os seus cabelos molhados, vestida com uma calça moletom, uma camiseta folgada com a figura de alguma bobagem cinematográfica ultrapassada estampada. Ao que parece ela estava tomando banho em algum outro cômodo desse espaçoso local.

— Olá, bambina!

Vejo Clarice se aproximar e abraçar a filha que exibe um nítido constrangimento.

— Mãe, eu te deixei no aeroporto. Não devia estar num voo para a Itália?

— O voo foi cancelado por causa do tempo. Miranda, você está bem? Como foi a consulta?

Clarice se justifica.

— Oh, foi ...Tudo bem! Com licença.

Inegavelmente é uma situação desconfortável. Vejo no olhar dela, que mesmo que ela não tenha nos ouvido em pura atividade pecaminosa, ela sabe que acabei de transar com a filha dela.

Por favor. Tudo tem um limite.

Dou as costas e sigo apressadamente para o quarto. Recolhi as minhas roupas pelo chão do quarto. Me visto o mais rápido que consigo. Sinto uma vertigem quando estou prestes a vestir o blazer, me fazendo sentar na cama novamente.

Deslizo a mão direita na barriga e respiro fundo.

— Calma, meus amores. Fiquem calmos. Está tudo bem.

Enquanto tento espantar a sensação ruim em meu corpo, aproveito para olhar com mais calma o quarto de Andrea. Percebo no criado mudo algumas joias caríssimas da coleção passada da Cartier. Tudo é confuso demais. Lembro de quando estávamos discutindo na minha casa, ela mencionado algo sobre meu controle financeiro. Puxo o celular do bolso do meu blazer e disco para Anna. Cai direto na caixa postal, mas eu cedo a maldita mania de deixar uma mensagem de voz.

— Anna, sou eu. Preciso de uma favor. Envia para o meu e-mail os extratos das transferências que eu pedi que você fizesse para a Andrea nos últimos meses.  E me liga assim que chegar de viagem.

Finalizo a mensagem de voz e continuo reflexiva sobre o que está acontecendo em torno da mãe dos meus bebês. Escuto duas batidas na porta e instantes depois Andrea surge.

— Miranda!

Andrea entra no quarto e fecha a porta.

— Miranda, eu lamento muito. Eu...

— Está tudo bem, Andrea. Isso não é da minha conta.

— Eu realmente imaginava que ela havia embarcado. Ela disse que mandou uma mensagem pra mim me avisando que o voo havia sido cancelado e que  estava chegando aqui, mas quando você e eu saímos da clínica eu já havia desligado o celular.

Ela se justifica e percebo o quanto ela continua constrangida.

— Tudo bem. Eu preciso ir.

— Não vai embora assim. Faz horas que você não se alimenta. Eu sei que é muito incomum, mas ela está fazendo macarronada com almôndegas.

Valentine's Day G!POnde histórias criam vida. Descubra agora