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-Está cansado? Quer trocar? -Jay perguntou em pé, escorado em um túmulo qualquer.
-Eu estou bem, pode ir tentar dormir. -Respondeu firme. Mas o sono o abraçava aos poucos.
-Eu te conheço, sabia? -O loiro riu baixo. -Eu prometo cuidar de todos.
-Ok, eu me rendo. -Looke se deitou devagar. -Cuide-se também, qualquer coisa grite. -Jay não respondeu verbalmente. Apenas segurou firme o revólver em mãos e acenou sorridente.
Assim que Looke virou-se, o sorriso de Jay se foi, trazendo a tona a verdadeira face atual do loiro. Medo, cansaço e insegurança. Olhou para todos ali deitados, descansando, e esperou de verdade que em seus sonhos, o mundo estivesse normal. Desejou que por algumas horas, eles voltassem a ser felizes. Olhou para os lados, notando a escuridão que adentrava os túmulos e lápides. Estava tudo quieto, sem ruídos, explosões ou outras coisas. O cemitério estava vazio, e aquilo pareceu como um encontro normal, como quando todos estavam livres dos pais, e podiam se reunir ali e passar o tempo. Mas naquele exato mísero dia, tudo estava um caos, era o completo contrário da tranquilidade que eles sentiam quando estavam juntos. Não sabiam onde estavam seus pais, os celulares não tinham sinal, a polícia havia sumido, os zumbis estavam rondando todos os lugares, eles não sabiam se iriam sobreviver até o final, e o principal, não sabiam quando aquilo iria acabar, e se iria acabar.
-Eu tenho que resistir...-Sussurrou para si mesmo, encorajando-se. -Preciso ser forte por todos e principalmente por Scar. -A menina era querida por todos eles, seria cuidada e protegida até o final. E Jay a tinha como uma irmã, que precisava da atenção, carinho e tudo que ela não podê receber na infância.
O loiro, depois de um tempo cansado de olhar para as mesmas coisas, decidiu averiguar a entrada do cemitério, ter a certeza de que os zumbis haviam se afastado do portão, já que pretendiam sair pela manhã, para pegar suprimentos ou mudar o local. Andou devagar entre as árvores, lápides e túmulos com sua lanterna falha. Estava atento, medroso, mas determinado a cumprir a área.
-O silêncio nunca foi tão reconfortante. -O loiro disse baixo, observando aquela cena medonha, de um cemitério abandonado, repleto de árvores e corpos soterrados.
Jay chegou perto dos grandes portões. Observando a bagunça que estava aquela rua, que sempre era cheia de crianças e bem organizada. Pensou se seria possível ter a vida normal de novo. Haviam se passado somente dois dias quase, e o eminente medo já o tomava, o medo do futuro, e a saudade da normalidade o deixavam melancólico.
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Nosso mundo apocalíptico
Ficção CientíficaUm grupo de jovens, uma explosão e muita jornada pela frente. Seria possível uma instabilidade entre tudo e todos? Uma arma na mão de pessoas tão jovens, seria a solução ou o começo de algo grande e ruim? A sobrevivência seria crucial, mas a mente s...