...
-Fiquem à vontade. -Jay disse para os visitantes.
-Casa bonita essa que escolheram. -Tina disse se sentando no sofá, e os outros dois acompanharam o gesto.
-Obrigada. Querem alguma coisa? -Scarlett perguntou.
-Traga água para nós pequena. -Tina pediu gentilmente para a menina que saiu para a cozinha. A mulher encarou os dois meninos. -Que merda foi aquela?
-Não sabemos, ela já estava rodeando a gente a uma semana, eles até explodiram uma bomba perto da gente quando estávamos em missão. Mas um cara de outra gangue nos ajudou. -Caleb explicou.
-Ela é assim, sempre agressiva com os vizinhos. -Tina colocou a arma em cima da mesa de centro. -Foi um tal de Seb que ajudou?
-Como sabe? E afinal, como sabe que estamos aqui? -Jay perguntou curioso.
-Vamos com calma. -Ela levantou as mãos em rendição. Scarlett voltou com os três copos de água e entregou para eles. -Eu sei porque o Seb sempre viveu por aqui com os seus, ele é o mandante da gangue, mas creio que não contou para vocês. -Tina disse logo bebendo.
-Seb? -Scarlett perguntou surpresa. -O chefe? Por que ele não disse para gente? -Ela perguntou para Jay e Caleb.
-Ele provavelmente achou que vocês não confiariam se ele dissesse. -Tina respondeu na frente. -Mas ele é boa gente.
-Faz sentido. -A menina disse pensativa.
-Tá, ele nos ajudou e disse que essa gangue já matou muitos deles. -Jay se lembrou.
-Elizabeth matou a irmã dele, e outros integrantes. Eu sei dessas coisas porque mantemos contato às vezes. -Tina disse.
-Cacete essa Elizabeth não tem compaixão? -Caleb disse indignado.
-Querem saber o que ela faz com as crianças que consegue pegar ou "resgatar"?
-Já imagino. -Scarlett respondeu revirando os olhos.
-Então deixa quieto. -Tina olhou para os meninos. -E sobre eu saber onde estão, é porque o carro tem rastreador. -Sorriu cúmplice.
-Então se qualquer um naquela casa quiser saber onde estamos, vai conseguir nos achar? -Caleb perguntou.
-Não se preocupe, os dados estão guardados e nomeados de forma aleatória. E esses caras aqui, não vão abrir a boca. -A mulher disse tocando os ombros dos colegas. -Por que acham que eles vieram e não os outros conhecidos?
-Vamos confiar então. Mas o que te trouxe aqui? -Jay perguntou, realmente curioso.
-Na verdade era para eu ter vindo antes, mas a área por lá está tendo bastante invasões. E queria ter certeza que estão bem, por isso quis vir. -Tina respondeu sabendo onde aquela conversa iria dar. -Eu vou vir mais vezes.
-Ah sim. Agradeço a preocupação. -Jay coçou a nuca.
-Posso falar com você rapidinho? -Tina se levantou, deixando claro que não aceitaria um não.
-Claro, claro, vamos por ali. -Jay apontou para a porta do quintal dos fundos. Os dois andaram até lá e quando o loiro fechou a porta Tina começou a falar.
-Quero saber o que aconteceu entre você e o Looke, antes de sair da mansão. -A mulher se sentou no banco, e encarou o loiro.
-Ah, isso. -Jay mudou rapidamente de expressão, sua mente foi tomada novamente pelo momento passado com o moreno, e detestou o fato da Tina ter ressuscitado esse pensamento em si, depois de tanto tentar esquecer. E quase se esquecera.
-Sabia que tinha algo sério, vamos desembucha. -Tina bateu no banco ao seu lado. O loiro se sentou, rendido a explicar.
-Não foi tão sério, ele só me beijou antes de eu ir embora. -Jay disse sem olhar para o rosto da mais velha.
-Quê? -Tina perguntou abismada. -É por isso que ele está evitando falar de você em casa! -Ela bateu uma palma na outra. -Ele levou um pé na bunda!
-Acha que ele se arrependeu? -Jay perguntou olhando para ela.
-Não sei, mas talvez ele esteja bravo que isso não serviu para te fazer ficar. Vocês se gostam? -Ela perguntou empolgada.
-Eu pensei a mesma coisa, e não, a gente não se gosta...eu acho...só que sempre teve uma coisa estranha na nossa amizade. -Jay revelou.
-Talvez uma paixãozinha. -Ela disse pensativa enquanto encarava a grama crescendo. -Nunca conversaram sobre isso, né?
-Nunca, eu não sabia nomear, e ele não é de falar dessas coisas, a gente conversava o básico, e quando não conversava ficava aquele clima.
-Esse clima era bem notável, qualquer um diria que tinha algo ali. -Tina piscou para ele, mas o menino não parecia tão empolgado quanto ela. -Ok, e por que isso te incomoda tanto?
-Porque ele deixou para demonstrar quando eu estava indo embora, e porque eu não sei como me sentir, foi rápido demais. E outra, eu quero esquecer, mas não sai daqui. -Ele disse apontando para a cabeça.
-Complicado, ele foi burro de fazer aquilo só agora, e você ficou mexido, é obvio, talvez você esteja confuso porque foi rápido mesmo. E sobre esquecer, sinto muito, mas vai ser quase impossível.
-Eu quero esquecer ele, não o beijo. -Jay disse baixo, e Tina se surpreendeu.
-Por quê?
...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Nosso mundo apocalíptico
Science-FictionUm grupo de jovens, uma explosão e muita jornada pela frente. Seria possível uma instabilidade entre tudo e todos? Uma arma na mão de pessoas tão jovens, seria a solução ou o começo de algo grande e ruim? A sobrevivência seria crucial, mas a mente s...