Corte de Dor e Renascimento

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Azriel fez o papel desaparecer, escondendo o rosto nas sombras, envergonhado

Expressar meus sentimentos ou demonstrar algum sentimento é complicado, não fui treinado para isso...

Ele havia escrito isso enquanto cuidava do caldeirão, mas sua mente continuava viajando para um certo ruivo.

Ainda era difícil escrever os sentimentos sobre Lucien no papel, não eram como os discursos espontâneos de Lucien que o faziam sentir um calor no coração.

Ele sentiu que não estava nem perto de ser tão perfeito quanto Luci quando suas cicatrizes o incomodaram.

Hoje ele procurava o “Dom das Palavras”, procurava expressar seus sentimentos para não sentir mais a dor da perda e o remorso de não ter dito nada.

Ele havia escrito e descartado vários textos e embora no início achasse “aceitável”, quis se esforçar mais até atingir a perfeição.

Eu não sabia onde estava minha cabeça quando decidi ler, mas queria livrar os olhos do ruivo daquele lampejo de tristeza.

Ele sentiu o calor do corpo do ruivo se aproximar do seu e sua mão acariciar seu rosto.

_Azzy, não se esconda de mim – Lucien pediu acariciando sua bochecha – é assim que você me vê? Oh querido, isso foi tão fofo, você poderia me permitir beijar seus lábios como agradecimento?

Azriel sentiu-se ainda mais vermelho, mas queria o carinho de Lucien, então permitiu que as sombras o abandonassem.

Lucien deu-lhe um selinho e vários beijos em seu rosto logo em seguida.

_Você faz parecer tão fácil! - disse ele, tentando ignorar sua insegurança que gritava que não bastava.

__Achei lindo, Azzy! - ele beijou a ponta do nariz de Azriel - Você se esforça! Você não sabe se expressar com palavras, mas tenta por mim, não se culpe por não ser tagarela ou por não conseguir fazer discursos longos e espontâneos sem um pedaço de papel, você se expressa com olhares e sentimentos , então, mesmo que você esteja muito quieto, olharei nos seus olhos, e neles, encontrarei a resposta para minhas perguntas e todas as palavras não ditas pelos seus lábios.

Azriel estava hipnotizado, esse era o efeito que Lucien causava nele porque ele parecia sempre saber o que dizer para fazer seu coração disparar e tirar todo o fôlego dos pulmões.

_você queria me perguntar uma coisa, não é?

Azriel até assentiu timidamente com a cabeça, confirmando

_Minha atenção é eternamente sua! - afirmou deixando um beijo em sua bochecha.

_Você desenhou estrelas nas minhas cicatrizes - ele começou e depois deu um suspiro antes de continuar - não sei desenhar mas tenho praticado desenhar patas de raposa... - ele parou, apertando os olhos com força, sentindo suas pálpebras sendo beijadas por Lucien com carinho, ele se sentiu invasivo, talvez Lucien não quisesse tanta intimidade com ele.

_Você quer desenhar patas de raposa nas minhas cicatrizes Azzy?

Ele assentiu timidamente e sentiu um beijo na testa.

_Eu quero te ajudar a se curar assim como você está me ajudando - explicou ele em voz baixa, aceitando o abraço do ruivo e colocando o rosto no pescoço dele - Não precisa se não quiser, eu sei que é um coisa íntima, talvez eu seja tolo em pedir algo assim...

_Eu adoraria ter seus desenhos na minha pele! – disse, acariciando os fios pretos, dando conforto a Azriel – mas acho que isso terá que esperar, o curandeiro arrancaria sua pele sem ver desenhos em volta dos pontos e eu não posso me mover muito para expor minhas costas.