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O salão dos Grãos Senhores estava envolto em uma aura de pompa e poder quando as portas se abriram lentamente, rangendo como se protestassem contra a intrusão iminente.

A expectativa no ar foi substituída por uma tensão palpável quando a figura sinistra se materializou na entrada.

Seu rosto, uma grotesca obra-prima de horror, parecia ter sido esculpido a partir de ossos secos e desgastados pelo tempo.

A pele, esquecida ou descartada, pendia em farrapos, revelando uma boca desprovida de lábios, apenas uma abertura sinistra repleta de dentes longos demais, presos por gengivas enegrecidas.

Os buracos onde deveriam estar as narinas exalavam uma aura de putrefação, enquanto seus olhos... oh, seus olhos eram redemoinhos de branco leitoso, o branco da morte, o branco da doença, o branco dos cadáveres recém-limpos.

Acima do pescoço esfarrapado de suas vestes escuras, seu corpo se erguia como uma estrutura de veias e ossos, seco e sólido, emitindo uma presença sinistra que parecia sugar a própria luz do ambiente.

Quando ele soltou o laço que segurava suas vestes, seus dedos incrivelmente longos se chocaram uns contra os outros, produzindo um som agudo que ecoou pelo salão, enquanto seus olhos, fixos nos Grãos Senhores, pareciam penetrar nas profundezas de suas almas, estudando-os com uma curiosidade macabra.

Os Grãos Senhores, antes imponentes em sua soberania, agora tremiam diante da presença ameaçadora. Suas vozes, antes firmes e autoritárias, agora falhavam em meio ao medo crescente que os consumia.

E assim, enquanto a criatura avançava lentamente em direção aos Grãos Senhores, todos se levantaram prontos para atacar mas a voz de rhysand sobressaiu o ambiente.

_Guardem as armas vocês estão diante do Suriel o guardião dos segredos.

_Não sabia que eu possuía um título Grão-senhor da noite.

sua voz ressoou, surpreendendo os Grãos-senhores, enchendo o ar com uma melodia que era ao mesmo tempo celestial e sombria.

Aqueles que ousavam caçar o Suriel e conseguiam falavam em tons de reverência sobre sua voz, uma entidade misteriosa cujos sussurros ecoavam através dos séculos.

Sua voz era uma sinfonia de contrastes, como se fosse a harmonia de múltiplas almas entrelaçadas em um único ser. Era ao mesmo tempo única e múltipla, envolvendo-os em camadas de profundidade e mistério.

A idade e a juventude dançavam em suas palavras, um eco dos tempos antigos misturado com a energia vibrante do presente.

Era como se cada sílaba fosse tecida com fios de memórias ancestrais, ecoando através das eras.

Cada nota era como uma obra de arte, uma pintura abstrata de emoções e experiências. No entanto, havia também uma qualidade grotesca, uma sombra que pairava por trás da beleza, lembrando-me da fragilidade da vida e da inevitabilidade da morte.

O Suriel era mais do que uma simples criatura; ele era um ser de poder incomensurável, cuja voz era apenas um vislumbre de sua verdadeira essência.

E naquele momento, os Grãos-senhores entendiam os que contavam histórias dizendo que jamais esqueceriam o som da voz do Suriel, uma lembrança que ecoaria em suas alma para toda a eternidade.

_Fey decidiu que você merecia um, ainda não é oficial, mas foi a melhor opção até agora - Rhysand esclareceu, mesmo não acreditando quando Suriel disse "Não sabia"; ele sempre sabia de tudo.

O Grão-senhor da noite fez um gesto com a mão, e a cadeira próxima de si foi magicamente puxada, um convite para que o mesmo se sentasse.

Os Grãos-senhores não sabiam o que fazer, como agir, afinal, Suriel não era qualquer um! Ele não é membro de nenhuma Corte. É mais velho que os Grão-Senhores, mais velho que Prythian, mais velho que os ossos deste mundo.

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