Corte de Dor e Renascimento

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Pov Rowan

Existe uma lenda com meu nome uma lenda onde Rowan é conhecida como a Sedutora da floresta é descrita como uma figura sedutora que aparece nos campos de outono. Ela atrai homens solitários com sua beleza e charme, prometendo-lhes prazer ou riqueza. No entanto, aqueles que a seguem são levados a um local onde a magia da sorveira é mais forte.

Lá eles encontram desafios fatais, como quedas em poços ocultos ou serem atacados por criaturas da floresta, e nunca mais são vistos.

Como descobri essa lenda? Andras me contou depois de uma execução acontecer na Corte Outonal por minha causa.

Ou melhor, por causa de uma declaração exagerada de um guarda viúvo, completamente bêbado. Ele parecia fora de si, exagerando em suas palavras, me fazendo parecer tanto uma divindade quanto o rei dos demônios ao mesmo tempo.

O ocorrido chegou aos ouvidos da corte vizinha e, claro, aos dele, que passou a me infernizar com a lenda por muito tempo, até me dando apelidos ridículos.

Mas por que isso importa? Bem, após a conversa com Azriel, quando ele me expulsou de seu quarto por tentar convencê-lo a usar o dinheiro dos cofres que pertenciam a Lucien, decidi ir ao quarto designado a mim para tentar dormir.

Infelizmente, o sono não veio. Apenas pensamentos intrusivos e lembranças indesejadas. Ainda não conseguia acreditar que estava na mesma residência que Andras depois de tudo. E o fato de Thesan ter confiscado meus elixires só piorava a situação.

E daí se eu tomasse um a mais do que o recomendado? Me deixar indefeso contra ele e o círculo íntimo parecia pura crueldade.

Suspirei, me xingando mentalmente por ser tão estúpido, e me levantei para lavar o rosto ao sentir meus olhos começarem a marejar. Era patético me sentir tão vulnerável em tão pouco tempo. Tenho certeza de que Atlas zombaria de mim, antes de criticar tudo e todos para me distrair.

Thesan havia me enviado cartas com orientações, perguntando como eu estava. Menti, claro. Ele certamente não gostaria da resposta verdadeira, assim como minha família, para quem também enviei cartas falsas.

Depois de lavar o rosto, decidi que precisava de ar fresco. Talvez pudesse sair para caminhar um pouco.

Saí do quarto em que estava hospedado e desci até a sala, parando no último degrau ao ver um enorme lobo negro dormindo em frente à lareira acesa.

Vamos lá, não é tão difícil. Ele está dormindo, e não é como se ele fosse me atacar com gente em casa.

Tornei meus passos mais suaves, tomando cuidado para não acordá-lo enquanto caminhava em direção à saída. Mas não fui muito longe.

De repente, me vi no chão, com patas pesadas pressionando meu peito, uma fera rosnando perto do meu rosto, e uma dor insuportável no couro cabeludo. Meu cabelo provavelmente estava todo machucado e coberto de baba.

_Você é um bruto, sabia? Não precisava puxar o meu cabelo! - reclamei, vendo o lobo gigantesco revirar os olhos prateados antes de voltar a me encarar de forma ameaçadora.

_Eu só quero sair, não estou me sentindo bem...

Andras não se moveu, mantendo suas patas pesadas em meu peito, como se quisesse sentir cada batida frenética do meu coração. O calor da lareira iluminava suas feições lupinas, destacando os pelos negros e os olhos prateados que brilhavam com uma intensidade fria, feroz.