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Pov Rowan

Estar na cidade escavada, ou Corte dos Pesadelos como o círculo íntimo chamava, era intimidante e me causava arrepios.

Eu os assistia do alto; todos pareciam gostar da arquitetura antiga e sombria, preferindo roupas escuras e elegantes.

Eu não via sorrisos, músicas ou algo que me trouxesse acolhimento. Eram apenas pessoas vivendo suas vidas monótonas, o que me causava um certo desconforto. Parecia triste e deprimente.

Não tive muito tempo para estudá-los, pois logo Rhysand pousou.

Adentrei a entrada colossal do Castelo da Corte dos Pesadelos, sentindo um arrepio percorrer minha espinha.

A estrutura imponente de pedra negra elevava-se diante de mim como uma sentinela sombria, intimidante em sua grandiosidade.

Notei que todos tinham uma posição específica e me deixei ir para trás, sendo puxado por Devlon para ficar na frente dele e de Andras.

_Um herdeiro não fica atrás de um general e de um civil que nem à corte pertence - Devlon sussurrou. Eu ruborizei, olhando ao redor para ver se alguém havia notado minha gafe.

Ótimo, a entrada estava vazia. O que eu achei estranho. Eles não temiam uma invasão?

Cada pedra parecia absorver a luz ao redor, criando um contraste marcante com as sombras que se moviam como entidades vivas nas profundezas do castelo.

Sentia como se o próprio ar estivesse impregnado de terror. As passagens labirínticas se estendiam em todas as direções, suas paredes estreitas e irregulares parecendo se fechar sobre mim.

Era fácil perder-se ali, entre corredores que se contorciam como serpentes e portas que sabe lá o que escondiam.

Não conseguia afastar a sensação de estar sendo observado. Cada passo ecoava como um sussurro fantasmagórico, reverberando pelos corredores vazios.

Ao aproximar-me do que acredito ser a sala do trono, a opressão tornou-se quase palpável.

O salão era gigante e estava cheio. A primeira coisa que chamou minha atenção foi o trono de pedra negra, que se destacava.

O trono parecia esculpido das profundezas da própria terra, irradiando uma aura de poder e medo. Ao redor, as paredes eram adornadas com tapeçarias antigas e desbotadas, suas figuras grotescas e aterrorizantes capturadas em cenas de pesadelo eterno.

Notei detalhes que aumentavam a sensação de perigo iminente: gárgulas esculpidas nos cantos, seus olhos de pedra parecendo seguir cada movimento, e pilares decorados com relevos de criaturas fantásticas e horrendas.

As janelas eram poucas e altas, permitindo que apenas pequenos feixes de luz prateada da lua criassem um jogo de luz e sombra que parecia conspirar contra a sanidade de quem ousasse entrar ali.

Fiquei mais intrigado com a arte.
As tapeçarias e esculturas, por mais terríveis que fossem, demonstravam uma habilidade extraordinária, um reflexo da mente dos que habitavam aquele lugar.

Não podia deixar de admirar a grandiosidade sinistra do castelo. Era uma obra de arte sombria, uma manifestação física dos piores medos e desejos ocultos.

Todos se curvaram, mas eu via pelas expressões que muitos não estavam contentes em fazê-lo. Os ignorei, certo de que, lembrando-me de Eris e Atlas, tudo ficaria bem.

Rhysand se sentou no trono. Feyre foi ousada ao estar em seu colo. Cassian, Azriel e Amren logo ficaram em seus postos. Devlon puxou Andras para ficar com a multidão e eu...

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