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Quando finalmente cheguei de imediato perdi o fôlego.

Voltei neste lugar sufocante
Frio mais tão belo de forma mórbida
Sangue vermelho de animais selvagens manchando seu jardim

Um anjo de vidro ao chão na companhia dos corvos negros
Meu coração, adoecendo
Lentamente ...

Voltei neste lugar porquê?
Sinto saudades de quem está aqui...

Gosto de imaginar, este lugar
Recuperado com uma beleza viva,
Agora ele está totalmente morrendo igual a pessoa que está dentro da casa.

A pessoa que quando estava bem trazia vida ao seu jardim mas só pela fachada morta em frente a casa azriel sabia que a visita não seria como esperava

Bati suavemente na porta, 5 batidas na madeira e respirei fundo. Afastei-me 3 passos. Vi uma figura na janela, sei que ela está me observando, mas não vou olhar diretamente para lá.

Não houve som de passos ou batidas na porta, o único barulho que ouvi foi o som horrível que a porta com dobradiças enferrujadas fazia ao abrir.

Se eu achava que o jardim estava ruim, ver a pessoa à minha frente me fez sentir mil vezes pior.

A pele branca da fêmea era mais pálida do que em seu estado natural, os círculos roxos sob seus olhos azuis fundos que denunciavam as poucas noites de sono, seus lábios sem vida e rachados pelas mordidas ansiosas que o machucavam, e suas clavículas proeminentes em uma camada pele fina demonstrando falta de nutrição adequada.

Seus cabelos negros presos em um coque bagunçado era desprovido de seu brilho e suas roupas largas que escondiam cada canto de sua pele pálida, exceto as clavículas e o pescoço, nunca a fizeram parecer tão pequena e frágil.

Ela parecia querer me tocar, mas com o rosto mostrando sua dor ela se afastou, apenas me dando espaço para entrar.

Segui com passos calmos pra dentro da moradia e senti mais frio aqui dentro do que lá fora.

Pois aquele era pra ser um lar mas de que serve uma casa pra quem não deseja viver?

Ele olhou para uma estante com um livro conhecido aberto na mesma página da última vez que o visitou. Ela havia demonstrado interesse na última vez, mas agora estava apenas decorando a estante.

Ele olhou em volta como sempre limpo e com tudo no lugar e voltou seu olhar para a fêmea que, com as mãos trêmulas, se aproximou, dando um simples toque em seu braço.

Ela tinha um olhar morto um toque frio.

Ela tem mais que um vazio na alma
Ela tem obscuridade em seu coração.

Oq posso lhe oferecer para que isso mude? - perguntei-me igual fazia sempre que estava em sua presença ou pensava nela.

Não te garanto um coração curado, mas te garanto garras e meu próprio corpo como escudo para te proteger.

Tão sutil quanto veio, o toque se foi

10 segundos. Azriel contou.

Ele se afastou cerca de 6 passos com a cabeça baixa, sempre submissa, como se ali não fosse ele, mas sim um senhor a quem ela deveria se humilhar.

Não, ela não abaixa a guarda
Pois já foi muito machucada.

Em seu peito um vazio
E seu coração em cima de um trapézio.

No passado eu repetia... tudo é possível!

Depois de séculos aceito... isso é impossível!

Talvez a Esperança seja a nossa única resposta a esse assustador paradoxo.

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