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Pov Lucien

Senti um forte impacto do meu corpo contra o chão duro, senti meus músculos queimarem e minha cabeça parecia que ia explodir.

_Por favor, levante-se e acabe com meu sofrimento - ouvi a voz entrecortada da mulher e apesar de não entender o que ela dizia, lutei para me levantar, ignorando a dor.

Ajoelhando-me no chão, congelei.

Não importa quantos séculos se passassem, eu nunca deixaria de reconhecer aquele lugar.

A corte infernal de Amarantha, onde ela governou como Grã-Rainha de Prithyan.

Se fechasse os olhos conseguiria ouvir os gritos dos que foram torturados e mortos os lamentos e humilhações o barulho dos açoites.

_O que você quer?

_Eu quero que você acabe com meu sofrimento! - implorou a fêmea e eu não entendi até ver uma espécie de fogueira improvisada no canto

A fêmea caminhou até lá com lágrimas escorrendo pelos olhos e eu só pude observar enquanto ela se aproximava da fogueira que estava localizada no meio da sala do trono.

Depois de alguns minutos, um objeto foi revelado e senti minha garganta secar enquanto ela segurava o objeto que havia pegado, um açoite.

Instrumento utilizado para humilhar, para denegrir sua imagem, para submeter, para fazer alguém sentir na pele e no espírito a dor de ser rebelde e desobediente.

Um açoite de arame farpado, vi ela morder os lábios com força tentando conter o grito que a queimadura do cabo do açoite deveria estar fazendo em suas mãos

Ela caminhou em minha direção novamente, parecia que estava sendo empurrada contra sua vontade enquanto caía de joelhos na minha frente com reverência.

_Lucien Vanserra príncipe de duas cortes imploro que me salve, seja gentil e acabe com meu sofrimento

Ela disse com a voz sufocada e eu não pude nem raciocinar sua frase pois as mãos trêmulas fizeram o primeiro movimento e eu senti meus olhos marejarem ao ouvir o seu grito enquanto o açoite atingiu sua pele bronzeada.

As primeiras feridas sempre são as mais marcantes para não esquecer os motivos de estar sendo castigado.

_PARE COM ISSO! - gritei, tentando me levantar mas não consegui sair do chão.

_Só você pode me fazer parar!

Os registros do seu passado se voltaram ao ver o líquido carmim grosso e pegajoso, que grudava no arame que a fêmea havia usado em si mesma.

Me lembrei da risada sádica de Amarantha da apatia de Tamlin do público assistindo a famosa "raposa" ser colocada no seu devido lugar

Todos ou pelo menos a grande maioria me olhando como se eu fosse um animal sendo adestrado sem abaixar a cabeça ou fechar os olhos como se pudessem ser açoitados se fizessem.

_Faça parar! - Ela implorou me arrastei em sua direção segurando sua mão mas ela parecia ter uma força sobrenatural.

Meus pais não fizeram nada meus irmãos ali a assistir seu irmão caçula ser castigado também não moveram um único dedo.

Meus ouvidos doeram com o seu grito quando sua mão se desvinculou da minha e ela desceu o açoite, e suas pontas quentes agora atingiram suas costas com um estalo, dilacerando sua pele e partindo meu coração.

Ela não estava no controle de seu corpo, isso era um fato, ela era apenas uma marionete sendo usada para me atingir.

Koschei, ela foi uma das prisioneiras do lago que rejeitou Koschei!

Corte de Dor e Renascimento Onde histórias criam vida. Descubra agora