Flagra

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Bora bora bora

P.O.V Lauren

A cada disparo saia em nome do meu ódio. O indicador apertando, uma, duas, três e varias vezes o gatilho, soltando estralo a cada aperto. Quando o som sumiu, soube que já não tinha mais nada no pente. Retiro para poder recarrega-lo e continuar a descontar tudo o que venho sentindo nesses últimos dias, principalmente hoje. Vero devia ter me escutado, na verdade, essa situação não era para estar acontecendo. Tudo isso por causa de Nicholas Galitzine. Só de pensar, apressei em colocar todas munições possíveis no carregador até atingir o limite e encaixa-lo na pistola. Quando sai da boate com a boca machucada, não fui para casa, acabei ligando para meu segurança no meio do caminho e ordenei que me levasse para um lugar deserto para treinar alguns tiros. É um meio para eu relaxar e ao mesmo tempo testar a mira.

Com pente cheio, destravei a arma de fogo e mirei no pequeno alvo a frente. É uma garrafa pet cheia de água. Theo trouxe varias para eu poder estourar e estou aproveitando para imaginar que seja Nicholas ali. Disparei a bala com tais pensamentos, atingindo em cheio a tampa da garrafa. Então pensei em como Vero saiu magoada daquela sala e no próximo tiro, errei feio.

- Merda! – Seguro com força aquela arma, sentindo vontade de fazer uma grande loucura.

- Cuidado, senhorita Jauregui – Theo disse um tanto aflito por conta de a pistola estar destravada – não queremos um acidente aqui.

- O único acidente que vai acontecer vai ser quando eu colocar o cano dessa arma na cabeça dele – Murmurou, virando o objeto perigoso para mim mesma e colando bem no meio da testa – Nicholas vai pagar por tudo o que fez e o que está fazendo.

- Venha, deixa eu te ajudar – O segurança abaixou a arma antes que algum disparo saísse sem querer – Você não pode segurar muito forte, tem que se concentrar e focar um olho na mira.

- Eu já entendi, James – Respirei fundo para tentar ser mais paciente com o homem que está tentando me ajudar – Você não encontrou nada sobre Galitzine?

- Ainda não, senhorita Jauregui – Ele se afastou para poder substituir a garrafa atingida.

Ok, eu preciso concentrar. Theo ergueu a lanterna para iluminar o caminho em que devo atirar naquela madrugada conturbada. Segui seus ensinamentos, mantive a pose, não segurando firme no cabo da pistola e nem muito solto. Foquei o olho na mira, movendo um pouco o cano para poder ficar de frente a garrafa. Uma puxada de gatilho e o estralo ecoou pelo meio do nada, atingindo de raspão.

Lembrei que Camila estaria nos braços de Nicholas porque esse idiota resolveu aparecer e ir atrás dela.

- MORRA!

Apressei os passos, continuando com a mão esticada e a mira encaixada na garrafa que derramava um pouco de água. Imaginei que fosse ele. Disparei incontáveis vezes, descarregando outro pente e triturando todo o objeto que vazava mais, e mais. Poderia ser o sangue dele.

- MORRA DE UMA VEZ POR TODAS! – O ultimo tiro estraçalhou de uma vez a garrafa, esvaziando tudo – VOCÊ ME PAGA, NICHOLAS!

- Senhorita Jauregui – Theo pigarreou sem jeito – não acha que já está tarde?

Sorrio diabolicamente, acenando em concordância. Arremesso a arma de fogo que está descarregada, e ele até jogou de um lado para o outro com medo que fosse disparada acidentalmente até conseguir trava-la. No fim, Theo James me fitou em repreensão, porém não disse nada.

[...]

Acordei primeiro que o despertador, não queria chegar atrasada na empresa. Passei a noite toda tentando bolar um plano para conversar com Veronica, não podia deixar as coisas assim. Eu não trai ninguém e Lucy só me beijou para que Nicholas não desconfiasse de nada. Céus, minha vida está uma confusão e tudo isso porque resolvi frequentar a boate. Eu até tento pensar que estou arrependida de ter conhecido aquele lugar, mas ao lembrar de Camila, não consigo sentir raiva e nem arrependimento. Não posso culpa-la. Sem animo algum, coloquei uma saia preta comportada que vai até aos joelhos e tem um recorte de lado, uma camisa rosa bebê com a gola em estilo borboleta e a barra passada por dentro da peça de baixo, e finalizei com um sobretudo escuro jogado sobre os ombros. Tentei esconder o roxo da bochecha com uma maquiagem, não ficou cem por cento, mas é o que está tendo e com muito cuidado, passei o batom vermelho para que os cortes não fiquem visíveis.

Dangerous Love - CAMRENOnde histórias criam vida. Descubra agora