Quer que eu vá embora?

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Boa noiteeee

P.O.V Camila

De repente imaginei que Lauren pudesse estar interessada na assistente. É claro que tenho ciúmes e nunca escondi isso de ninguém, ela até mesmo sabe, só que dessa vez senti algo maior. Eu nunca surtei dessa forma, nunca causei escândalo dessa forma e nem criei tantas paranoias em tão pouco tempo. Ver Lauren Jauregui ignorando minha presença e focando na Madison Beer, fez o sangue esquentar e meu maior erro foi ter escutado a cabeça ao invés do coração. Pirei, enlouqueci com a probabilidade de algo estar acontecendo e senti uma fúria enorme por ser ignorada. Me senti esquecida, um nada e foi pior ainda ver tudo de camarote. Lauren não fez questão de disfarçar, olhava na cara dura e esse foi o meu motivo de ataca-la em meio ao surto de ciúme.

Agora estou dentro do taxi, encostada na janela fechada e deixando o senhor me levar para nossa...casa. Bem, eu nem sei se posso chamar de nossa depois do que houve. O sangue começava a esfriar e agora o peito descia, e subia calmamente depois de ter normalizado a respiração. Então eu pensei na burrada que fiz. Fui agressiva ao jogar o refrigerante nela e ainda chamei atenção.

O que foi que eu fiz?

Desejei que o taxista me carregasse para sempre no carro, evitando olhar para o problema ou poder entrar em coma para não pensar no estrago que causei. Onde eu estava com a cabeça? Poderia ter segurado meu surto.

- Senhorita – O senhor pigarreou, me tirando dos pensamentos melancólicos – chegamos.

Estendi alguns dólares para o mesmo antes de sair do veiculo amarelo e encarar a grande mansão a frente. Estou me sentindo uma estranha aqui. Abraço o próprio corpo, sentindo o frio me envolver e liberar as primeiras lagrimas ardentes. Com a visão turva, adentrei na casa e logo atrás de mim escutei o barulho do seu carro. Subi a escada entre limpar os olhos na tentativa de não chorar, mas já estava me sentindo idiota demais e machucada por algo que eu mesma causei.

Desolada, sentei na beirada da cama e segurei o máximo possível do choro. Então Lauren adentrou de cara fechada, nem sequer me olhou, foi direto pegar seu travesseiro.

- Onde você vai? – Minha pergunta saiu dolorosa por conta da voz estar embargada e segurando o choro.

- Adivinha? – Lauren agarrou o travesseiro contra si como se isso fosse protege-la – Eu vou para o outro quarto.

- Não! – Levantei em um salto, tendo tempo de segurar o pulso dela – Você pode ficar com o seu quarto e eu vou para o outro.

- Quando decidimos morar juntas, tudo passa a ser nosso – A voz rouca saiu cortante e atravessando minha alma – logo, você pode ficar com o nosso quarto.

Depois daquela lavada, minha namorada apenas se enfiou no closet para pegar uma muda de roupa e saiu do quarto, fazendo questão de fechar a porta com força.

Foi nesse segundo que não consegui mais segurar o choro, agora as lagrimas rolando intensamente e me julgando a cada queimada no rosto. Estava tudo perfeito e olha só o que virou.

[...]

A noite foi cruel, rolei de um lado para o outro na cama, cochilava e acordava, sentia o coração doer com suas batidas que pareciam tiroteios e eu senti falta daquele corpo quente me abraçando. Sempre que acordava, lembrava do que aconteceu na lanchonete e meu surto repentino. Chorei ao lembrar de suas olhadas para Madison e me xinguei por ter ignorado sua explicação. Maldito pulso roxo! Maldita assistente! Maldita Lauren! Maldita eu!

Não esperei o despertador tocar, já estava acordada a muito tempo e não aguentava mais um minuto na cama. Como vai ser o dia de hoje? Será que vou conseguir conversar com ela? Como é que vou pedir desculpas depois de ontem? Meu Deus, eu joguei refrigerante na cara dela!

Dangerous Love - CAMRENOnde histórias criam vida. Descubra agora