085 - Desespero e Desolação

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Autora narração:

O retorno para casa foi silencioso e sombrio. Bill e Tom estavam desolados, cada um perdido em seus pensamentos, carregando o peso da culpa e do desespero. A imagem da roupa de Madison manchada de sangue gravada em suas mentes, um lembrete constante do fracasso em protegê-la.

Carlos estava no hospital, acompanhando Ashley enquanto aguardavam os resultados dos exames. Havia uma certa esperança, pois até o momento as notícias sobre o bebê eram positivas, mas a incerteza ainda pairava no ar. Carlos, dividido entre a preocupação com sua namorada e a angústia pela situação de sua meia irmã, tentava se manter forte.

– Será que eles a acharam? – Ashley perguntou ao parceiro, ainda um pouco tonta.

– Tomara Ash...tomara! – ele não sabia o que dizer, além de se culpar também.

De volta à casa, o silêncio era quase insuportável. Cada canto da casa parecia ecoar a ausência de Madison. Tom olhava para o quintal ao fundo da casa, perdido em pensamentos sombrios. Por que tudo aquilo estava acontecendo? Por que parecia que a vida estava em um constante estado de caos e dor? O quintal, que costumava ser um lugar de tranquilidade e memórias felizes, agora era apenas um reflexo de sua angústia interna.

Tom se martirizava, sentindo o peso de cada decisão.

– Se não tivéssemos saído para fazer compras, se tivéssemos sido mais cuidadosos...

Pensamentos como esses giravam em sua mente, uma espiral interminável de autoacusação. Ele se sentou no chão do quintal, as mãos cobrindo o rosto, tentando encontrar algum sentido em meio ao caos.

Bill, por outro lado, não conseguia se conter. Ao entrar em seu quarto, a raiva e a frustração explodiram. Começou a quebrar tudo ao seu alcance, cada objeto destruído um reflexo de sua impotência e dor. O som de vidros se estilhaçando e móveis sendo derrubados enchia o espaço, mas não conseguia abafar o grito silencioso de seu coração. Ele ama sua anjinha como nunca havia amado ninguém, e a ideia de perdê-la era insuportável.

Os gritos e o barulho dos objetos sendo quebrados no quarto de Bill se espalharam pela casa, ecoando a intensidade de suas emoções. Tom ouviu, mas estava preso em sua própria prisão de culpa e desespero, incapaz de oferecer consolo ao irmão.

– Cadê você Madi? Volta pra mim, meu amor... – suspirou Tom, olhando o horizonte dolorido.

No hospital, Carlos segurava a mão de Ashley enquanto ela dormia, o sono induzido pelo sedativo finalmente começando a dissipar. Ele olhava para ela, tentando encontrar alguma paz na visão de sua namorada. Pelo menos ali havia alguma esperança, algo positivo em meio à escuridão.

Mas a preocupação com Madison não dava trégua. Ele se perguntava o que mais poderia ter feito, como poderia ter evitado que Gabriel a levasse. Cada pensamento era um golpe em seu coração, mas ele sabia que precisava ser forte, por Ashley.

– Vou cuidar de você amor, isso eu tenho certeza. – acariciou o rosto de Ashley.

De volta à casa, Bill, exausto pela explosão de raiva, desabou no chão do quarto, os olhos fixos no teto. As lágrimas finalmente vieram, silenciosas e amargas. Tom, ainda no quintal, olhou para o céu, as estrelas parecendo tão distantes quanto a solução para seus problemas.

Tom ainda imerso em seus pensamentos sombrios, quando seu telefone tocou. Ele olhou para a tela e viu o nome de Paul piscar na tela. Um nó se formou em seu estômago. Ele sabia que teria que contar a verdade sobre o ocorrido e que sua madrasta, poderia acabar ouvindo.

–  "Alô?" – Atendeu a ligação com a voz trêmula.

– "Tom, onde vocês estão? Cadê o Bill? Por que ele não atende? O que está acontecendo aí?" – A voz do pai era carregada de preocupação. – "Recebemos apenas aquela ligação de vocês dizendo que Madison estava em perigo. Alguma atualização? Cadê ela?"

Nossa Culpa - Tom e Bill KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora