088- Mais um dia...

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Bill narração:

Estávamos todos reunidos na sala, um espaço amplo e com a iluminação baixa, com monitores em alerta e fios espalhados por todos os lados. A tensão no ar era palpável, mas era o preço que pagávamos pela busca incessante pela verdade. Meu coração ainda estava acelerado pelos pensamentos intrusivos da possibilidade de Madison ser uma dss vítimas dessa investigação de tráfico.

Olhei para o sofá no canto da sala, onde meu irmão estava desmaiado. O susto que ele havia tomado com Owen havia sido demais para ele, e agora estava ali, inerte, recuperando-se lentamente. Por sorte poderei inventar que ele apenas viu um vulto, e que não temos nenhum Owen na equipe, preservando a identidade do pai do Gustav.

– Será que ele vai contar algo?

– Fique tranquilo Owen, meu irmão está com a mente tão a mil que vai achar que viu um fantasma e será o pretexto perfeito pra te apagar da memória dele. – respondo olhando meu irmão.

– Mas o que te trás aqui senhor? – perguntou ele.

Respirei fundo e me virei para o grupo. Eles estavam esperando, ansiosos, sabendo que a próxima peça do quebra-cabeça estava prestes a ser revelada.

– Aqui estão alguns dos arquivos que faltavam. – disse, estendendo um três papéis pardo recheados de papelada para ele. Seus olhos brilhavam de expectativa enquanto pegava os arquivos da minha mão.

– Também já terminei de recolher os depoimentos e imagens.

– Isso deve ser o suficiente para conectar Jenner aos crimes que ele comete, e também manchar a imagem do filho e talvez assim ele saia do esconderijo. – continuei, minha voz firme, embora meu interior estivesse um turbilhão de emoções. – Precisamos ser rápidos e precisos. Jenner provavelmente tem olhos e ouvidos em todos os lugares, ele não seria tolo de ser desprotegido.

O homem assentiu, já inserindo os videos do seu laptop em um pendrive e começando a digitar furiosamente. Os outros se aproximaram, formando um semicírculo ao redor da tela, esperando os resultados. Senti uma pontada de orgulho e responsabilidade. Havíamos chegado tão longe, e não podíamos falhar agora.

– Acho melhor se esconder antes que Tom acorde, e preparar as contatações para sites e emissoras pra essa exposição, independente do valor, apenas feche esses contratos para utilizar todos os meios de comunicação.

– Sim chefe! – concordou, saindo da sala e entrando em seu quarto.

Volto minha atenção aos trabalhos da equipe que analisam e digitalizam todos os documentos, cartas e transações impressas. Eu estava tentando ao máximo manter minha postura para continuar os trabalhos e encontrar ela, mesmo que a cada dia me sinta ainda mais impotente pra isso.

–Bill? – ouvi a voz fraca de Tom e me virei imediatamente. Ele estava acordando, os olhos semicerrados tentando focar no ambiente ao seu redor. – O que... o que aconteceu?

–Você desmaiou, fraco. – respondi, me aproximando do seu lado.

– Eu juro que vi alguém... que já havia morrido. – pontuou ele.

– Acho que está pensando em muita coisa e isso tá afetando seu cérebro. – Me sento ao seu lado. – Agora estamos mais perto do que nunca de incomodar os Jenner.

– Vai expor aqueles crimes que me disse? – perguntou ele.

– Consegui os arquivos e vídeos. Agora é questão de tempo até que a gente exponha o senhor Jenner, e talvez com muita sorte, incomodar o filho para que saia da sua toca.

Tom tentou sorrir, mas a exaustão era visível em seu rosto. Apertei seu ombro, tentando transmitir força.

– Precisa descansar um pouco mais. Precisamos de você em plena forma quando chegarmos na reta final. – tentei passar firmeza.

Nossa Culpa - Tom e Bill KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora