Nossa Culpa - Tom e Bill Kaulitz

104 - Choque...

Bill narração:

Eu estava na sacada, a brisa quente do mar acariciando meu rosto enquanto conversava com Carlos. O sol estava se pondo, tingindo o céu de um laranja intenso, mas a conversa não tinha o mesmo tom caloroso. Carlos, ainda processando a notícia da paternidade, balançava a cabeça em descrença.

— Você acha que está pronto para ser pai? — pergunto a ele, com uma expressão  de dúvida e preocupação.

— Não tenho certeza de nada, mas sei que vou fazer o meu melhor. — respondeu Carlos, olhando para o horizonte, onde o mar se encontrava com o céu.  — Da a ele ou ela o pai que eu não tive.

— Você será foda nessa missão cara. — solto a fumaça do cigarro que havia tragado.

Tom estava um pouco afastado, perdido em sua própria concentração, dedilhando as cordas do violão velho que achou no apartamento e murmurando letras que só ele conseguia ouvir.

Então, o meu celular começou a vibrar no bolso da calça. Olhei para a tela e vi o nome de meu pai. O sorriso que começava a se formar em meu rosto desapareceu instantaneamente. Atendo com um "Alô?", mas a voz do pai do outro lado estava carregada de raiva.

— Bill, você não tem nada pra me contar moleque?

— Do que está falando pai? — questiono confuso.

— O que é isso que eu ouço sobre você e o Tom estarem namorando a Madison? Por que ninguém me contou? Isso é inaceitável!

Comecei a sentir um frio na barriga. Eu sempre soube que meu pai poderia não aceitar bem a situação, mas a intensidade da voz dele me pegou de surpresa.

— Pai, calma. É um relacionamento sério. Eu amo a Madison, e o Tom também. Não foi algo que planejamos, simplesmente aconteceu.

— Simplesmente aconteceu? — pai retorquiu, sua voz já elevada. — Isso é um escândalo! Você sabe o quanto essa família tem problemas. Você e Tom estão se metendo em um jogo perigoso. O que as pessoas vão pensar? E se alguém descobrir?

A cada palavra, eu sentia meu sangue ferver. Olhei para Carlos, que observava a conversa com um olhar de preocupação.

— Isso não é sobre o que eles pensam. É sobre o que Madison e nós queremos. Não posso esconder o que sinto por ela só porque você não aprova. Ela merece mais do que isso.

O silêncio tomou conta da ligação por um momento. Podia ouvir minha própria respiração pesada.

— Escute, filho. Não estou dizendo que você não pode gostar dela. Mas você precisa ter cuidado. Eu só quero que você e Tom façam as escolhas certas. Pense nas consequências. — tenta se acalmar. — Eu lhes dei a missão de cuidar dela como irmãos mais velhos, e vocês desobedeceram.

— E o que você acha que eu estou fazendo? Eu a amo, e isso não vai mudar. — insisti, com a voz firme. — Eu não vou deixar que o medo dos outros controle minha vida. Eu quase a perdi uma vez e podendo ser pra sempre, e aquilo me atingiu de tal maneira que não consigo explicar. Se você não conseguir entender isso, então... não sei o que mais posso dizer.

Depois de um momento tenso, Paul suspirou.

—Eu só quero o melhor para você, pra vocês, filho. Lembre-se disso. Pense antes de agir.

Desliguei, a frustração pulsando nas veias. Eu não podia acreditar que meu pai não conseguia ver o que realmente importava. Tom olhou para mim, percebendo que algo estava errado.

— O que rolou? — perguntou Tom, parando de tocar.

— Nosso pai... ele sabe da gente. Ele e a Dona Verônica sabe do nosso caso com a Madison. — respond, com meu tom carregado de desânimo.