Uma semana havia se passado e finalmente chegou o dia tão esperado: o da mudança para a nossa nova casa. O sol mal tinha nascido quando começamos a carregar as coisas, e o meu corpo já sentia o cansaço. Mas não era um cansaço qualquer, era um cansaço bom de quem está prestes a começar um novo capítulo e está construindo um novo lar. Eu levei quase todas as minhas roupas e mais algumas coisas pessoais. Não quis levar tudo do meu quarto antigo, deixei-o do jeitinho que sempre foi, com a certeza de que meu pai manteria tudo em ordem por um bom tempo.
Por mais que eu tivesse ajudado a escolher os móveis e as cores das paredes, ainda não sabia como a casa tinha ficado. Não vi o quarto do bebê, e isso me deixou ainda mais ansiosa. O Ian, como sempre, tentava me tranquilizar mas eu sentia o coração explodindo de felicidade e nervosismo.
— Preparada, amor? — Ian perguntou, tapando meus olhos com as mãos assim que paramos na entrada da casa nova.
— Acho que não... — respondi, com a voz embargada pela emoção.
— Já pode abrir os olhos! — Ele pediu, retirando as mãos lentamente.
Eu os abri devagar, com a respiração presa, e ao ver o que estava à minha frente, meus olhos se encheram de lágrimas. Estávamos dentro de uma sala ampla, que parecia maior do que qualquer espaço que eu já tivesse imaginado. O ambiente era clean, com espaços amplos e integrados, exatamente como o Ian havia sonhado. Eu caminhava pela sala, tocando as superfícies como se ainda não acreditasse no que estava admirando. A vista da varanda me deixou sem palavras, com o pôr do sol entrando pela janela e iluminando tudo de uma maneira mágica. Havia balões e presentes espalhados sobre o sofá, com as nossas iniciais, até mesmo a do bebê que eu sabia ser um "R". Será que seria Ryan? O pensamento me aqueceu por dentro.
A cozinha estava impecável, organizada de uma forma que só o Ian seria capaz de fazer, com cada detalhe perfeitamente pensado. A decoração delicada e cheia de charme me fez sorrir. Em seguida, seguimos para o corredor largo e começamos a explorar os outros cômodos. A primeira porta revelou o quarto dos hóspedes bem aconchegante. A segunda, o banheiro. E, então, chegamos à porta que eu mais ansiava abrir: o quarto do bebê.
— Ian, ficou lindo... — Eu disse, as lágrimas escorrendo pela minha face. Ian me abraçou forte, sentindo meu corpo se abalar com a emoção.
O quarto era um verdadeiro sonho. As paredes em um tom suave de azul, combinavam com os móveis brancos, incluindo o berço, que parecia ter saído diretamente de um conto de fadas. O papel de parede tinha detalhes sutis em cinza e a decoração era um festival de brinquedos, ursos de pelúcia e itens que deixavam o ambiente ainda mais acolhedor.
— Você vai dar os últimos retoques, tá bom? — Ian disse, com aquele sorriso que sempre me derretia.
— Claro, mal posso esperar para colocá-lo aqui com a gente. — Respondi, olhando para o quarto com carinho, tentando imaginar o bebê naquele espaço que já era tão nosso.
— Agora vem ver o nosso quarto, é enorme! — Ian me puxou, animado.
Eu o segui até o quarto, que, de fato, era grande. As cores neutras nas paredes e móveis criavam uma sensação de calma. O que mais me impressionou, no entanto, foram os espelhos gigantes que cobriam parte das paredes, algo que eu sabia ser mais uma ideia do Ian. A visão me deixou atordoada, mas de uma forma boa. Dentro do nosso quarto, havia duas portas: uma para o closet e outra para o banheiro. Fui até o closet e me apaixonei imediatamente, pois iria caber todas as minhas roupas, sapatos, e ainda sobraria espaço.
— A casa ficou perfeita. Eu amei cada detalhe, e está muito melhor do que eu imaginei. Terá espaço de sobra para o nosso filho brincar! — Eu disse, sentindo o coração transbordar de felicidade.
— Graças a Deus conseguimos fazer tudo antes dele nascer! — Ian me abraçou, e um sorriso bobo surgiu no meu rosto.
O resto do dia foi tranquilo, passado entre risadas e filmes. Ian tirou o dia de folga para ficarmos juntos, aproveitando cada segundo da nossa nova casa. Eu estava no final do meu oitavo mês de gestação, o que me forçava a ficar em repouso. O médico havia me orientado a não sair muito e descansar, então fiquei tranquila aproveitando o dia para organizar as coisas, enquanto Ian preparava algo para comermos.
— Ian, já parou para pensar que vamos ter um bebê mês que vem? Quando ele começar a chorar de madrugada, o que vamos fazer? Acho que sou capaz de chorar junto com ele! — Eu disse, com a cabeça encostada no peito dele enquanto ele me acariciava o cabelo.
— A gente vai saber o que fazer, você principalmente. — Ele disse, com um sorriso calmo e sem demonstrar nenhum sinal de nervosismo.
— Você está tão tranquilo... Ao contrário de mim!
— Relaxa, Isa. Você vai ser uma ótima mãe! — Ele me olhou com tanto amor que eu não consegui mais duvidar das minhas próprias capacidades.
Com o passar das horas, o assunto começou a mudar. Ian sugeriu que fizéssemos um jantar para a Bianca e o Marcelo, mas eu relutava em recebê-los. Eu adorava a Bianca, mas Marcelo era um problema e eu não queria permitir que ele entrasse em nossa casa.
Depois do jantar, enquanto conversávamos sobre as coisas do dia, eu fiquei refletindo: Não conseguia acreditar que em breve teríamos o bebê nos braços. Era um medo e uma felicidade misturados, algo que eu não sabia como explicar, mas que me preenchia por inteiro. Eu ainda não consegui me acostumar com a ideia de ser mãe tão jovem, mas cada vez que o bebê se mexia, o desejo de tê-lo ao nosso lado se tornava mais forte. Eu sabia que, com o Ian ao meu lado, tudo ficaria bem.
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De Repente Grávida
Fiksi Remaja+16 "Ela não quer alguém que a entenda por completo. Mas ela não abre mão de alguém que acalme sua cabeça e principalmente o seu coração. Ela quer por as vezes estar junto de ti e ficar apenas em silêncio, mas que esse silêncio nunca signifique...