Uma semana se passou e finalmente chegou o dia da mudança para a casa nova. Começamos tudo bem cedo, eu levei quase todas as minhas roupas, maquiagens e mais algumas coisas. Não quis levar tudo do meu quarto e deixei ele do jeito que sempre foi, e tenho certeza que o meu pai vai conserva-lo por um bom tempo assim. Pelo que o Ian me contou, o apartamento estava arrumado e limpinho. Por mais que eu tenha ajudado a escolher os móveis e as cores das paredes, eu ainda não vi como ficou, ainda não vi o quarto do bebê, então o meu coração estava explodindo de ansiedade e felicidade.
— Preparada amor? – Ian pergunta enquanto tapava os meus olhos assim que chegamos na entrada da nossa casa.
— Acho que não.
— Já pode abrir os olhos! – Pediu e eu abro vagarosamente os meus olhos.
Estávamos dentro da sala que ao meu ver, era enorme, tinha bastante espaço sobrando e provavelmente o Ian quis deixar assim pro nosso filho correr, ou melhor, para os dois correrem. Com os olhos inundados, caminhei por ela apreciando o novo ambiente, olhamos a varanda que ficava de frente para uma vista incrível, e ali dava para ver o pôr do sol. Em cima do sofá havia presentes e balões de gás-hélio com nossas iniciais, inclusive a do bebê é a letra R, será que seria mesmo Ryan?
Entramos na cozinha, eu mexia em tudo descobrindo o que tinha em cada lugar, a decoração era detalhada na delicadeza. Saímos de lá entrando num corredor largo que havia quatro portas, comecei abrindo a primeira que era os quartos dos hóspedes e os banheiros, até que... chegamos no quarto do bebê.— Amor, ficou lindo... – Digo limpando as minhas lágrimas e ele me abraça. Não acreditei no que eu vi, parecia um sonho. As paredes eram azuis e os móveis brancos incluindo o berço do bebê. O papel de parede tinha detalhes azul e cinza, a decoração era com muitos brinquedinhos e ursos de pelúcia que deixava o lugar ainda mais fofo.
— Você que vai dar os últimos retoques do quarto dele, tá bom?
— Não vejo a hora de poder ter ele aqui com a gente.
— Eu também to contando os dias... Agora vem ver o nosso quarto, é enorme!!!
— Vindo de você até imagino, amor, uma casinha simples e pequena para morarmos juntos já seria ótimo.
— Mas vocês dois merecem muito mais, isso aqui não é nada.
Ele abre a porta pivotante que dava entrada para o nosso quarto espaçoso de cores neutras nas paredes e móveis, a decoração era incrivelmente linda. O que mais me chamou atenção nessa casa é que ela tem paredes com espelhos gigantes por toda parte, isso deve ser coisa do Ian. Dentro do nosso quarto havia duas portas, uma dava acesso pro closet e a outra pro banheiro. Olhei uma de cada vez e me apaixonei mais, vou poder guardar todas as minhas roupas e ainda vai sobrar espaço. Eu sei que não tinha necessidade do Ian ter exagerado nisso mas ele estava tão feliz, seus olhos brilhavam para cada reação minha.
— Nós ainda vamos namorar muito nessa banheira, amor. – Me olhou com aquele sorriso maroto e eu devolvi o mesmo olhar.
— A casa realmente ficou perfeita, eu amei cada detalhe e está melhor do que eu imaginava que ficaria. Vai ter espaço de sobra para o nosso filho correr e brincar!
— Graças a Deus tudo deu certo e conseguimos fazer a mudança antes dele nascer.
— E o que a gente faz agora? – Pergunto encarando o mesmo que logo sorri e me abraça.
— Acho que devemos inaugurar a casa desse jeito... — Ele beija o meu pescoço lentamente e para na minha boca, sorrio entre o beijo e deixo ele dar continuidade. Tiramos depressa a roupa um do outro até chegarmos na nossa cama enorme, e claro, inauguramos da melhor forma.
(...)
Passamos o dia em casa assistindo netflix e comendo pipoca doce e salgada. O Ian tirou o dia de folga para ficarmos juntos na nova casa, ele não queria me deixar sozinha aqui e vai pedir férias antecipadas na empresa, eu também fiquei de férias da faculdade e pedi licença já que estou no final do meu oitavo mês de gestação. Quase não estou saindo muito nesses dias, o médico pediu repouso absoluto até a próxima consulta. Inclusive, pensei em fazer o chá de bebê aqui em casa mas ainda não tinha planejado nada de como seria, o tempo passa num piscar de olhos que mal percebemos.
— Ian, já parou para pensar que vamos ter um bebê mês que vem? O que vamos fazer quando ele não parar de chorar de madrugada? Acho que sou capaz de chorar junto. – Digo enquanto carinhos são depositados em meu cabelo, ainda estávamos deitados.
— A gente vai saber o que fazer, você principalmente.
— Chamei a minha mãe para vir me ajudar nos primeiros dias do bebê porque nós dois não sabemos nem como segurar um no colo.
— Relaxa, a gente aprende com o tempo. – Deu os ombros.
— Ian, a sua tranquilidade está me irritando! Tem como você entrar no assunto? Nós vamos ter um filho, uma responsabilidade daqui um mês e você age como se fosse normal, não fica nem um pouco desesperado junto comigo.
— Pelo menos um de nós tem que se garantir, eu me garanto como pai. – Gargalhou e eu dei um soco forte no peito do mesmo. — Brincadeira, amor, é logico que eu to nervoso com isso mas não quero passar pra você.
— Será que eu vou ser uma boa mãe para ele? – Fiz ar de pensativa e o mesmo assente.
— Com certeza, vai ser a melhor mamãe do mundo. – Sorrimos juntos.
— Obrigada por me passar essa segurança. Te amo, tá bom? – Selei nossos lábios.
— Eu que te amo mais, princesa.
Algumas horas depois, o Ian teve a idéia e ficou insistindo pra gente fazer um jantar aqui em casa para a Bianca e o Marcelo, mas eu recusava receber aquele homem drogado na minha casa e disse que iria pensar no assunto. Eu adoraria receber a Bia aqui em casa, quero mostrar tudo para ela e especialmente o quartinho do meu filho, mas o problema é aquele cara agressivo que abusa da minha amiga.
Tomei banho junto de Ian e vesti o meu pijama, ele ficou o banho inteiro pedindo para eu deixar ele trazer o melhor amigo aqui. Pedimos comida pronta depois e jantamos assistindo filme. Hoje definitivamente é o dia mundial da preguiça, estávamos exaustos depois da mudança. Eu tive que arrumar as minhas coisas, as do bebê e as do Ian porque ele não sabia organizar no closet e colocava de qualquer jeito, agora a ficha caiu que vou ter dois homens nessa casa para cuidar.
— Ian, eu aceito fazer um jantar para eles mas só depois do Natal, pode ser?
— Sério mesmo, amor?
— Só porque você está insistindo muito.
— Obrigado, sua maravilhosa, perfeita da minha vida! – Começou a me beijar.
— Dispenso os elogios. – Gargalhei.
— Mexe pro papai, filho... Sai logo dessa barriga gorda da sua mãe, a gente precisa jogar futebol e madrugar no vídeo-game! – Ele alisa carinhosamente a minha barriga enquanto o bebê se mexia.
— Idiota! – Dei um tapa no mesmo que logo me beijou.
Ainda não caiu a ficha de que vou ser mãe brevemente, é um assunto que me causa um certo medo por eu ser tão nova e inexperiente, mas continua sendo um sonho bem próximo de ser realizado. Toda vez que olho para as roupinhas dele, já consigo senti-lo aqui nos meus braços, e toda vez que se mexe na minha barriga, só aperta mais a minha vontade de poder tê-lo aqui comigo, para eu cuidar, amamentar, proteger e amar. Não canso de dizer o quanto estou feliz e satisfeita com a minha vida e o meu relacionamento. Dizem que a felicidade não dura muito tempo, mas a minha começou desde que conheci o Ian, ele preencheu o vazio que havia em mim.
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De Repente Grávida
Teen Fiction+16 "Ela não quer alguém que a entenda por completo. Mas ela não abre mão de alguém que acalme sua cabeça e principalmente o seu coração. Ela quer por as vezes estar junto de ti e ficar apenas em silêncio, mas que esse silêncio nunca signifique...