Strange Love

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Eles dizem que sou insana, dizem que meu amor é estranho mas eu não tenho que explicar porra nenhuma, eles sabem que você anda como Deus mas não conseguem entender como te deixei fraca.”

Ele me puxou para mais perto de si, enrolando seus braços em meu corpo. O sol já tinha entrado em meu quarto mas por mim eu continuaria ali com ele o dia todo, dormindo colada ao teu corpo nu. Mas uma vez despertada, eu não conseguia mais voltar a dormir então me virei para ele que ainda continuava dormindo, adorava admirar seu rosto, seu corpo, enfim cada parte sua.
-É sábado, Margot, você pode dormir até mais tarde. – ele murmurou de olhos fechados, ri.
-Eu sei. – respondi acariciando seu rosto – mas gosto de ficar te olhando.
Ele sorriu.
-Vou levantar e preparar nosso café da manhã – anunciei, então ele abriu um olho erguendo a sobrancelha.
-Você vai preparar? – zombou.
-Tá... vou ligar para um daqueles lugares e pedir para trazerem. – outro sorriso – pode ficar aí dormindo.
Tentei me levantar mas ele me puxou novamente prendendo seu braço em meu corpo.
-Fica aqui – falou com a voz rouca, caí sobre a cama rindo.
-Eu não quero mais dormir – falei, então ele veio por cima de mim e começou a distribuir beijos pelo meu corpo e fazendo cosquinhas em seguida – Jared! Para!
Pedi gargalhando mas quanto mais eu pedia mas ele me provocava. Então ele subiu novamente para o meu pescoço me deu um chupão, enquanto apertava meu seio com sua mão.
-Uma bem rapidinha – falei, ele sorriu e desceu seus dedos até minha intimidade me estimulando, soltei gemidos baixinhos em seu ouvido e então logo ele me penetrou devagar, diferente da noite anterior, suas estocadas eram leves mas me faziam gemer em seu ouvido o deixando mais excitado. Logo ele chegou ao seu ápice respirando rápido.
Esfregou a ponta de nossos narizes.
-Você é simplesmente maravilhosa. – disse.
-Eu sei – respondi o fazendo rir.
Então ele saiu de cima de mim e tombou na cama, me levantei e coloquei sua camisa social e um short.
-Vou preparar nosso café. – disse e fui até o banheiro. Lavei o rosto e peguei minha escova de dente, assim que coloquei a escova na boca o gosto e o cheiro da pasta me causou em um enjoo muito forte, sem controlar nada acabei vomitando um pouco na pia. Que droga, Margot, você está realmente ferrada.
Ignorei aqueles pensamentos que vieram logo em seguida e comecei a limpar a pia e lavar a minha boca, esperando que Jared não tenha ouvido nada e não ouviu, saí do banheiro e fui para a cozinha mas antes que pudesse fazer qualquer coisa ouvi batidas na porta.
Abri sem perguntar quem era, péssima escolha.
-Natalie? – falei surpresa, ela simplesmente adentrou com rapidez dentro do meu apartamento desesperada.
-Mag... – disse levando a mão a cabeça – estou preocupada, Jared sumiu. – disparou, eu fingi estar surpresa e tão preocupada quanto ela, olhei rapidamente para a porta do meu quarto que estava fechada.
-Hm... Como assim, sumiu? – perguntei me aproximando dela.
-Sumiu. Ele não foi dormir em casa essa noite. – falou e seus olhos rapidamente se encheram de lágrimas – não sou idiota, ele com certeza está dormindo na casa da amante dele.
É, ela não era idiota. Mordi o lábio inferior e cruzei os braços apertando meu próprio corpo, é claro que Jared e eu decidimos ficar juntos mas ainda não tínhamos conversado sobre como ficariam as coisas, não tínhamos planejados como contar a Natalie e as outras pessoas a nossa volta e teríamos que fazer isso, mas àquela hora não parecia ser a hora perfeita, ou o momento certo então eu ainda teria que mentir para ela até que eu pudesse planejar tudo direito.
Ela começou andar para lá e para cá na sala com a mão na cabeça.
-Eu preciso casar logo com ele para ele deixar essa vagabunda. – falou nervosa. Reprimi um riso com a palavra “vagabunda!” Fiquei imaginando como que um casamento impede alguém de continuar em um caso, claro, não impedia mas Natalie acreditava que sim e por algum motivo ela não parecia ter raiva dele mas ter raiva da mulher que estava com ele, o que é muito comum na verdade, as mulheres enxergarem só a amante como errada mas o marido não.
-Natalie, você tem que se acalmar. – falei me aproximando dela e a puxando para o sofá, falava o nome dela alto para que talvez Jared escutasse e continuasse dentro do quarto.
Ela relaxou os ombros e me olhou com os olhos marejados.
-Mag é que eu tenho tanto medo de perde-lo... – falou – eu sei que ele não me ama mas e se ele amar essa outra mulher? E estou tentando tanto saber quem é ela mas é quase impossível.
Escondeu o rosto nas palmas da mão e desabou a chorar, olhei rapidamente para a porta e suspirei colocando a mão nas costas dela. Caramba, nunca achei que iria me sentir assim com pena dela, era orgulhosa e arrogante demais para me afastar dele só para que eles pudessem ficar juntos e além do mais, era a mim que ele amava mas mesmo assim isso não foi capaz de me fazer não se sentir mal por ela naquele estado a minha frente.
-Calma, Natalie. As coisas vão se resolver, vocês só precisam conversar e se entenderem. – Ela fungou e levantou a cabeça olhando para mim.
-Você acha mesmo? – falou.
-Sim. – respondi tentando sorrir amigavelmente mas estava me sentindo uma pessoa terrível.
Então ela me puxou para um abraço forte enterrando o rosto na curva do meu pescoço, a abracei de volta e achei que ela iria voltar a chorar mas então ela simplesmente se afastou e me olhou com as sobrancelhas juntas.
-Que perfume é esse? – perguntou olhando diretamente para a minha camiseta.
-Hm... não sei. – respondi forçando a minha voz e então ela simplesmente puxou a gola da blusa para trás onde tinha um pequeno “J” bordado.
-Por que você está com a camiseta do Jared? – seus olhos intercalavam de meu rosto para a blusa rapidamente como se ela não pudesse acreditar no que estava vendo.
Procurei por palavras na minha cabeça mas não encontrei nenhuma, apenas fiquei calada olhando diretamente para ela. Não queria mais mentir mas também não sabia como dizer a verdade.
-Margot, por que você está com a camiseta do Jared? – voltou a perguntar dessa vez se afastando de mim.
O que a gente responde nessas horas?
-Natalie... – balbuciei mas fui interrompida.
-Porque eu estou aqui. – Jared saiu do quarto apenas usando sua calça social e cabelos molhados, os olhos castanhos dela quase saltaram para fora e eu achei que ela fosse desmaiar. Com um pulo se levantou do sofá e ficou olhando para nós dois sem saber o que dizer ou como reagir, olhei para Jared irritada. Ele não devia ter saído, ela não merecia saber disso daquela forma, balancei a cabeça e fiquei em pé também.
-O que você está fazendo aqui? – perguntou olhando para nós dois mas logo começou a rir e se aproximou dele confundindo nós dois – A Mag é um amor mesmo, não é? Eu sei que você ficou irritado comigo por causa da discussão de ontem mas não precisava pedir para ela deixar você ficar aqui essa noite, amor – ela falava de forma tão ingênua que me perguntei se ela estava inventando aquela história para não se sentir tão mal ou se ela realmente acreditava naquilo. Jared segurou suas mãos gentilmente que estavam sobre seu peito e suspirou olhando rapidamente para mim.
-Natalie, não foi isso que aconteceu. – sua voz era firme mas pude sentir o quanto ele também estava chateado por magoar a garota.
-Claro que foi! – ela falou mais alto – porque não tem outro motivo para você estar aqui, não é? Não pode ter! Margot é minha amiga.
Eu não merecia aquele título. Jared deu outro longo suspiro.
-Natalie Margot e eu estamos juntos. – caramba como ele pode soar tão frio?
Eu acredito ter ouvido o coração dela se quebrar ao meio, apertei forte meus olhos um pouco triste por causa dela. Ela deu dois passos para trás com a mão sobre o peito e balançou a cabeça.
-Não é verdade... Não pode ser... Quando isso aconteceu? Por que?
Ele reprimiu o lábio inferior, eu pensei em dizer alguma coisa mas ele ergueu a mão para mim sinalizando que eu deveria ficar calada, apenas assenti.
-Natalie, agora não é a hora mais correta para a gente conversar sobre isso, eu ia te contar mas só estava esperando o momento certo.
-Momento certo? – gritou ela – existe um momento certo para isso? Você mentiu para mim! – dessa vez ela apontou para mim – fingiu ser minha amiga todo esse tempo para ficar com ele.
-Sem pensar duas vezes. – falei fingindo não me importar, aliás, seria muito mais fácil para ela se ela me odiasse e acreditasse que eu não era sua amiga. A dor sempre é pior quando é causada por alguém que amamos.
E então começou a chorar, mas não ficou só no choro. Em passos rápidos ela começou a vir na minha direção mas Jared se colocou entre nós duas, segurando-a.
-Você é uma mentirosa! Uma vadia mentirosa! – gritava tentando se soltar dos braços dele – Você seduziu ele, virou a cabeça dele contra mim! Eu vou acabar com você, vadia, cachorra, desgraçada, filha da puta!
Eu dei uma risada enquanto a ouvia me xingar daquela forma tão odiosa, era realmente engraçado, talvez se ela tivesse continuado a chorar eu teria sentindo pena mas ela agindo como uma leoa tentando proteger seu macho estava me divertindo, apesar de tudo, eu ainda era uma vadia arrogante e tinha conseguido o que queria e todo o escândalo do mundo não poderia tira-lo de mim mais.
-Uau, você realmente sabe como ofender alguém. – falei provocando-a ainda mais. – Como você não percebeu antes? Eu dei em cima dele na sua cara.
Jared revirou os olhos.
-Margot, para! – ele não queria que a confusão aumentasse.
-Eu pensei que você fosse minha amiga. – disse ela
-Pensou errado! E por que está tão nervosa comigo? Dois não fodem se um não quer. – e ri, então ela parou de se debater e se soltou dele olhando-o diretamente nos olhos.
-Por que você mentiu para mim? – perguntou, ele deu outro suspiro. Imaginei como estava sendo difícil para ele aquela situação. Uma pessoa como ele que tinha como honestidade e fidelidade em sua lista de valores a serem preservados não tinha uma resposta muito boa para aquela pergunta, ele não era como eu, não queria ser cruel com ela, não queria machuca-la mais do que já tinha machucado mas não tinha outra saída, ou ele continuava em uma mentira ou seria honesto com ela e confessaria que foi um perfeito canalha e acabou com o coração de alguém que só o amou. Era por isso que eu não amava ninguém, bom, isso antes dele aparecer.
-Você sabia que eu não ia amar você. – ele respondeu calmo, ela relaxou os ombros e secou uma lágrima.
-Mas eu sou sua noiva. – falou choramingando – você não pode me trair com qualquer vadia por causa de diversão.
Novamente: Por que as mulheres acham que a culpa sempre é da amante?
Balancei a cabeça irritada com a estupidez dela.
-Hey, vadia não. – me defendi rindo, ela me fuzilou com o olhar mas depois voltou a olhar para ele.
-Margot não é simplesmente uma vadia, ou uma diversão. – ele falou – eu realmente a amo.
Ela deu um passo para trás e eu pensei que fosse cair, arregalou os olhos que derramou outras lágrimas dessa vez mais rápido e mais forte.
-Mas eu amo você. – ela pareceu querer vencer aquilo e novamente se aproximou dele segurando em seus braços.
-Natalie, você não pode ficar nessa ilusão... Vá para casa, conversaremos mais tarde. – ele disse.
-Não, nós precisamos conversar agora. – insistiu.
-Vamos conversar mais tarde, ok? – ele falou mais firme – agora tem outras coisas que preciso resolver.
Ela secou novamente as lágrimas e me olhou, depois olhou para ele novamente.
-Tá, tudo bem, te espero em casa. – ela tentou beijar ele mas ele virou o rosto.
Ela tentou beijar ele! Que mulher tenta beijar o cara depois da traição? Revirei os olhos. E então ela passou por mim saindo de dentro da minha sala se sentindo péssima, relaxei os ombros e peguei uma dose Whisky tomando tudo em um gole só. Jared estava tenso e preocupado, me aproximei dele e levei minha mão até seu rosto.
-Ela precisava saber. – falei baixo, ele virou o rosto e beijou minha mão.
-Eu sei, eu sei. – disse um pouco aflito – só queria que ela não saísse tão machucada.
-Eu também, mas infelizmente foi o que aconteceu. – ele olhou para mim e me acariciou também, me inclinei para a frente e o beijei – vai ficar tudo bem.
-Por que é tão difícil ficar com você? – perguntou rindo pelo nariz.
-Acho que o universo conspira contra nós.
-O universo pode ir para o inferno – e me beijou novamente, enquanto o beijava fiquei pensando nas outras pessoas que eu deveria enfrentar para finalmente ficar com ele e como a reação dessas pessoas seria pior do que a de Natalie.

Assim que ele saiu eu corri para o banheiro sentindo meus braços trêmulos, eu precisava cheirar um pouco aquela manhã. Talvez toda a adrenalina com Natalie tivesse causado aquilo, ou talvez fosse só minha abstinência aliás estava a dois dias sem usar nada. Cheirei três carreirinhas e depois de sentir meu corpo se acalmando mais com a droga fui me arrumar. Era hora de enfrentar Angelina.
No caminho da Agencia liguei para Mark para poder conversar com ele.
-Oi, Mag – ele atendeu o telefone um pouco animado.
-Oi, Mark. Tudo bem? – respondi – queria saber se agora é uma boa hora para podermos ir cancelar o contrato.
Ele suspirou.
-Agora estou em reunião, Mag e vou ficar o dia todo ocupado com elas, mas você pode ir adiantando as coisas por lá. – respondeu – qualquer coisa peçam para me ligarem.
Balancei a cabeça, enfrentar Angelina e Daniel com ele ao meu lado seria muito mais fácil, não sei porque mas estava com medo da reação deles. Eu não era obrigada a ser uma acompanhante para sempre e poderia cair fora na hora que eu quisesse mas sentia que não seria tão simples assim aliás eu era a garota mais cara dali. Cheguei na Agencia alguns minutos depois e fui direto para o escritório de Angelina onde coincidentemente encontrei Lila mas Angelina não estava lá.
-O que você está fazendo aqui? – perguntei para Lila que me olhou surpresa.
-Problemas com um cliente idiota que queria enfiar umas coisinhas em mim – ela falou com voz tediosa – e você?
Levantei as sobrancelhas. Uau. Imaginei o que ela tinha feito com o pobre coitado, ela não era o tipo de garota que levava desaforo para casa.
-Eu tomei uma decisão...
-É verdade! Como foi as coisas ontem depois do baile? Problemas com Mark? Ele deve ter ficado realmente muito puto com você se declarando pelo Jared assim na cara de todo mundo. Você, minha amiga, é um caso sério – ela riu – e muito esperta, Jared com certeza é bem mais rico e mais bonito que Mark.
Juntei as sobrancelhas olhando para ela.
-Mark e eu resolvemos as coisas muito bem. – falei.
-Que ótimo. – ela respondeu sorrindo – como eu disse, Jared vale muito mais
Olhei para ela entendendo tudo, claro que Lizzy e Marina sempre estavam a par de tudo o que acontecia comigo e Jared mas Lila não, porque ela era a mais ocupada de todas nós. Nunca recusava um trabalho, nunca ficava parada em um canto só. Mas Jared não era isso que ela estava pensando.
-Ly, não foi uma “troca”, eu realmente gosto do Jared e eu acho que estou...
-Hey! Hey! – ela me interrompeu – estou ficando louca ou ouvi você dizer que realmente gosta dele?
Limpei a garganta.
-Eu realmente gosto dele. – repeti, ela tremeu os lábios e ficou me olhando depois começou a rir.
-Ai, Margot! Você é realmente uma vadia. Pode confessar para mim, eu sei que qualquer uma tentaria dar um golpe no Leto. – ela começou a rir
Revirei os olhos, será que eu estava falando em outra língua muito difícil de compreender?
-Lila, eu amo o Jared e quero ficar com ele. – falei pausadamente e então ela parou de rir e me olhou juntando as sobrancelhas.
-Você o ama? – ela perguntou olhando fixamente em meus olhos. – Assim, amar de vamos ficar juntos ter filhinhos e essa merda toda?
Balancei a cabeça confirmando.
-Então... suponho que você esteja aqui para acabar com o contrato com o Mark. – ela disse mas eu não precisei confirmar.
Relaxei meus ombros.
-Jared e eu finalmente vamos ficar juntos... Natalie já sabe que estamos juntos agora eu só preciso acabar com esse contrato e sair dessa Agencia.
-E o que você vai fazer depois? – ela falou um pouco alto. Mordi o lábio pensando.
-Eu ainda não pensei nisso, mas não importa. Eu tenho dinheiro suficiente para me sustentar por um tempo até decidir o que vou fazer com a minha vida, aliás, eu sou nova, não sou? Posso entrar em uma faculdade, posso ser atriz! São tantas possibilidades.
Acredito que meus olhos chegaram a brilhar com as esperanças de mudar de vida, havia tantas opções, tantos talvez, tantas coisas que eu podia fazer ao lado de Jared e logo agora que eu estava bem, estava esperando algo a mais com ele. Mas Lila não parecia concordar muito com minhas ideias, ela me olhava coma boca entreaberta e olhos arregalados.
-Margot eu não posso acreditar! – falou – você realmente vai acreditar nessa besteira?
-O que? – perguntei confusa.
-Vai abandonar tudo por causa de um homem?
-Lila, pela primeira vez tudo o que eu sempre quis está em minhas mãos e sim eu vou desistir tudo por um homem, mas não por qualquer homem. – ela se levantou e parecia muito alterada o que eu não consegui entender perfeitamente o porquê ela estava alterada daquela forma.
Ela me olhou e piscou algumas vezes rapidamente.
-Você perdeu o juízo – disse apontando o dedo para mim, abri a minha boca para responde-la mas ouvimos um barulho na porta e olhamos, Angelina estava parada lá e entrou sorrindo amarelo na sala, colocando algumas folhas em cima da mesa.
-Que bom que você chegou para colocar juízo na cabeça dessa aqui – Lila disse, Angelina não parecia surpresa e nem confusa, olhou para a minha cara.
-O que está acontecendo? – a sua pergunta era um pouco evasiva, como se ela já soubesse o que estava acontecendo.
-Ela quer abrir mão de tudo isso aqui por causa de um homem – Lila disse rindo mas sem humor – acredita? Ela tem a oportunidade de ter um cliente como Mark Mahoney mas decide abrir mão de tudo por causa de um homem!
-Eu não estou entendendo por que isso afeta você, Lila? – falei me levantando também e olhando para ela – é a minha vida, eu decido o que faço com ela.
Seus lábios tremeram.
-Bem, eu só... só me preocupo com você. – ela falou mas sua voz não era tão convincente.
-Margot isso é verdade? – Angelina disse estarrecida – você não pode simplesmente dá as costas para mim depois de tudo o que eu fiz por você.
Balancei a cabeça sentindo o coração apertar, ela estava tão certa mas poxa, era a minha vida.
-Angel, eu sei e sou grata por tudo o que você e Daniel fizeram por mim mas ele é o homem que eu amo.
-O que eu já te disse sobre amor? – ela falou olhando nos meus olhos.
-Eu arrisco por ele.
-Claro, porque ele é o cavalheiro de armadura reluzente que veio te salvar – Lila zombou, olhei para ela já ficando irritada. Por que ela simplesmente não calava a boca?
-Margot pensa nas coisas que você pode conquistar se continuar com a gente. – Angelina disse se aproximando e mim, balancei a cabeça.
-Não, eu já tomei minha decisão. – disse firmemente, os olhos dela escureceram de raiva mas ela não queria que percebêssemos, mas eu percebi.
-O que é que esse homem tem? Ele é o que? – Angelina disse falando um pouco mais alto sem poder controlar a raiva em sua voz.
-Ele é Jared Leto! – Lila disse – um dos milionários mais cobiçado do mundo, tem os olhos lindos, uma voz maravilhosa, um corpo escultural e para deixar essa aqui comendo na mão dele deve foder bem gostoso.
Lila falou sarcasticamente, olhei para ela mais irritada e ofendida pessoalmente.
-Cala a boca! O que você tem a ver com a minha vida? Isso nem é assunto seu. – explodi, ela abriu a boca ofendida com minhas palavras.
-O que você disse? – Angelina abriu a boca e arregalou os olhos olhando para Lila.
-Que ele deve foder muito bem. – Lila falou.
-Não... Antes disso. Qual o nome dele? – levou a mão até o peito.
-Jared Leto. – Lila revirou os olhos. – é compreensível, Margot, que você esteja tão louca por ele mas abrir mão de tudo isso?
Angelina começou a andar para lá e para cá com a mão na boca, pensativa. Depois voltou para trás de sua mesa e passou a mão no cabelo jogando-o para trás.
-Está tudo bem? – perguntei confusa mas muito mais curiosa.
-Está... Está... Podemos terminar essa conversa outra hora? – ela pediu sem olhar para mim e digitando algumas coisas em seu notebook como se sua vida dependesse daquilo. Lila e eu nos entreolhamos.
-Não! Você precisa colocar juízo na cabeça dela agora antes que ela fuja para as montanhas com ele. – Lila falou, Angelina ergueu os olhos para nós duas e suspirou.
-Margot, espere ao menos uma semana, e depois se você ainda quiser isso você estará livre!
Por que a voz dela era tão pretenciosa? Parecia ser uma boa ideia mas eu não tinha esse tempo.
-Não, eu já decidi.
Outro suspiro vindo dela.
-Me dá dois dias então para podermos resolver isso, pode ser? Apenas dois! – pediu. Fiquei olhando para ela um pouco.
-Tá, tudo bem, dois dias. Mas saiba que a minha decisão não vai mudar.
Ela reprimiu o lábio inferior.
-Coisas podem acontecer, Mag.
Balancei a cabeça e olhei para Lila, como eu estava a odiando naquele momento. Como ela, que era minha amiga desde os quinze anos, não conseguia me entender?
-Tá, Angelina. Depois de amanhã estarei aqui para terminarmos isso.
Me virei e saí daquele escritório porque não estava aguentando ficar perto de Lila mas ela veio correndo atrás de mim e segurou meu braço.
-Mag, você não pode ficar com raiva de mim eu apenas quero o seu bem.
Passei a mão na cabeça jogando o cabelo para trás, e suspirei.
-Você não tem ideia do que é bom para mim nesse momento. – falei olhando em seus olhos.
-Claro que sei... Como você vai abrir mão do seu emprego e entregar sua vida para um homem que pode sair dela quando quiser? Se ele cair fora, o que vai ser de você? – ela dizia, eu já tinha pensado naquelas coisas, já tinha me feito as mesmas questões mas não se tratava mais só de mim ou dele.
Mordi o lábio inferior tentando controlar minha raiva. 
-Que vida você vai ter se ele sair da sua vida e você não tiver nada? – ela perguntou, falava de maneira como se quisesse me colocar contra ele. Ergui os olhos para ela novamente.
-Lila... – falei
-Você tem que pensar nessas coisas, Margot, não pode simplesmente abrir mão de tudo...
-Lila – a interrompi ela me olhou calando a boca e olhei em volta – eu estou grávida.
A boca dela quase tocou o chão e os olhos quase pularam para fora.
-O quê? – disse.
-Estou grávida do Jared. – repeti ainda falando baixo – não se trata mais de mim, se trata do meu filho.
-Como... Como você sabe? – ela repetiu rapidamente as duas primeiras palavras. – você foi ao médico? Você fez algum exame? Como você sabe?
Passei a mão no rosto.
-Eu não preciso ir ao médico, eu sei que estou.
Ela sorriu.
-Você está abrindo mão de alguma coisa por algo que não tem certeza?
Senti a cabeça esquentar nervosa com ela.
-Dane-se. Você não tem que concordar comigo. – me virei mas ela me segurou novamente.
-Ele sabe? – disse respirando fundo.
-Ainda não, você é a primeira a saber. – ela passou a mão na cabeça.
-Então vamos... – ela começou a andar me puxando.
-Vamos aonde? – falei tentando me soltar mas ela me enfiou dentro do Elevador e me olhou.
-Ao médico, ué! Vamos confirmar isso.
Fiquei olhando para ela, eu estava com raiva dela mas não podia negar que ela estava coberta de razão. Era hora de confirmar se eu estava mesmo grávida ou era coisa da minha cabeça e ela me passava coragem para enfrentar isso.

A acompanhante (CONCLUÍDA) Onde histórias criam vida. Descubra agora