Dancing with our hands tied

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“Eu amei você apesar dos temores profundos e então querido, podemos dançar através de uma avalanche? Eu sou uma bagunça mas a bagunça que você queria. Nós dissemos que não havia nada no mundo que nos separaríamos mas eu tive um mal pressentimento...”

Abri a porta da sala lentamente, a casa estava em silencio mas logo dei de cara com... Marina? Ela arregalou os olhos castanhos ao me ver e as bochechas coraram. Franzi o cenho sem entender o que ela estava fazendo na minha casa, ou na casa de Jared... Não sabia como definir.
-O-i, Mag – disse sem jeito colocando o cabelo castanho ondulado para trás, exatamente quando quer esconder alguma coisa de mim, empinei o nariz e cerrei os olhos.
-O que você esta fazendo aqui as nove da manhã? – perguntei olhando em meu relógio, ela abriu mais os olhos.
-Eu vim é, falar com você sobre o leilão, o leilão, é claro! E precisamos conversar sobre o novo clube...
Aquilo não fazia sentindo nenhum para mim, Marina parecia que tinha acabado de acordar de uma noite longa, duas bolsas se formavam de baixo dos olhos e algo me disse que ela não dormiu exatamente. E minhas suspeitas foram honradas assim que Shannon desceu as escadas usando apenas uma toalha na cintura, ele nos viu e paralisou.
-Você sabe que eu não estou morando aqui, não sabe? – falei para ela simplesmente para os deixar mais embaraçados. Eles se olharam e ela bufou.
-Eu falei para você esperar. – ela se virou para ele. Eu dei risada da expressão de injustiçado que ele fez diante da raiva dela.
-E como eu iria adivinhar? – defendeu-se se aproximando de mim e me dando um beijo no rosto, a forma como ele agia naturalmente me mostrou como aquilo era um problema apenas para minha amiga, dura como um pedra, um coração feito de gelo, nunca vi Marina se apaixonar por ninguém antes mas ela sabia o efeito que tinha sobre os homens, simplesmente ignorava. Mary nunca teve problemas em falar sobre seus “peguetes” o que me fez entender que Shannon talvez fosse realmente especial e ah dias que os dois não desgrudavam mas juravam que nada estava acontecendo entre eles. Assim que ele saiu da sala cruzei os braços a frente do peito erguendo uma das sobrancelhas, encarando minha amiga que abaixou os ombros.
-Tá bom! Eu passei a noite com o Leto mais velho, e daí? Não é grande coisa. – ela disse revirando os olhos – e a principio eu tinha vindo falar sobre o leilão.
Abri um sorriso.
-E por que você esta tão brava? – perguntei ainda sorrindo.
-Porque você está com esse sorriso idiota na cara.
-Oh meu Deus! – eu tinha entendido tudo – você esta apaixonada.
Os olhos castanhos dela quase pularam de fato para fora e ela balançou os braços como se eu tivesse falado alto demais, depois levou o indicador ate os lábios me indicando a fazer silencio. Mas eu não pude me conter.
-Você é doida, loira! – falou.
-Oh! E vocês já estão falando parecido! Eu nunca achei que viveria bastante para ver a heartbreaker apaixonada! – eu estava feliz, mas não conseguia conter o tom de deboche em minha voz o que acabou por faze-la rir também.
-Ok, Margot! Eu me apaixonei por ele, como não conseguiria? Ah anos ele está insistindo em mim, tudo bem que ele e Lizzy tiveram um caso mas ele é perfeito. – era a maneira doce dela.
-Eu também não conseguiria imaginar melhores pessoas para estarem juntas, eu amo vocês e quero que vocês sejam felizes, mas os Letos estão todos pegando minhas amigas! Cara não oficializou nada mas sei que ela está com Nina.
Marina riu.
-Falando em Leto, como estão as coisas entre... – ela abaixou a voz e eu respirei fundo, já fazia uma semana que Jared e eu tivemos aquela conversa na minha cozinha, eu ia todos os dias até a mansão para ver Hannah mas nossas conversas se limitavam a apenas um “oi, tudo bem” o que claramente estava acabando comigo além do fato de eu ter mentido para ele sobre me livrar das drogas. Por Hannah eu tinha dito que não usaria nada mas eu era uma fraca, iludida e mentirosa. Estar vivendo em outra casa não era somente um meio de me manter longe do homem que eu mais amava mas que me machucara demais, mas sim para poder me entupir de drogas escondido como a fraca viciada que eu era.
Ninguém ainda sabia sobre Amber e a suposta gravidez, ou de mim e minhas drogas e eu estava contando os minutos para aquela bomba estourar.
Mary se aproximou e me abraçou.
-Vocês vão superar isso! – ela disse em tom consolador o que eu respondi apenas com um sorriso – bom, preciso ir, mas não se esqueça do nosso leilão hoje e o seu vestido chegará no seu apartamento as dezenove horas!
-Ok, obrigada!
E assim ela saiu, subi as escadas procurando por Hannah, mas a encontrei dormindo ainda em sua caminha, então voltei para sala, não queria acordá-la. Contundo, eu quis voltar para o quarto da minha filha assim que desci o ultimo degrau. Jared adentrou o cômodo usando uma bermuda de treino, tênis, regata, limpou o rosto com uma toalha de rosto que estava em volta do seu pescoço e retirou a regata suada, ele não me viu mas eu paralisei um pouco ao ver suas costas largas e fortes, ele era grande, sempre foi mas ele estava um pouco maior o que me fez acreditar que ele esteve gastando toda sua energia em treinos. Observei a tatuagem em suas costas em silencio e droga! Droga! Droga! Ele estava terrivelmente sexy suado usando apenas uma bermuda azul que caia sobre sua cintura deixando-me com vontade de arrancá-la dali.
Eu ia subir novamente os degraus mas tarde demais, Jared se virou para mim e se assustou ao me ver ali parada observando-o.
-Ah, oi. – disse.
-Oi. – respondi tímida tentando não olhar para ele diretamente. Se era horrível vê-lo de costas, de frente então se tornava um inferno! Inferno, céus, galáxias, ele era tudo isso e muito mais, podia sentir meus olhos queimarem só de olharem para ele. Aquele peito definido, o V em sua cintura, a tatuagem abaixo da clavícula no ombro esquerdo. Ele era a minha perdição, rendição. Meu veneno e meu antídoto. Mordi o lábio inferior tentando não pensar naquilo, tentando me concentrar em qualquer coisa mas como me concentra em algo além dele? – eu vim ver Hannah mas ela ainda está dormindo.
-Eu a deixei assistir desenhos ate tarde ontem – ele falou me surpreendendo.
-Você? Quebrando algumas regras? Uau – zombei o roubando uma risadinha linda.
-Gosto do perigo. – fingiu uma voz rebelde que não combinava nada com ele, o que também me fez rir, e em meio a nossa risada eu lembrei como todas as nossas manhãs costumavam ser animadas daquela forma antes de tudo. Lembrei que não éramos apenas casados, mas também melhores amigos e de repente aquilo doeu dentro do meu peito e eu quis perguntar a ele se também estava doendo em seu peito.
Desci, por fim, o ultimo degrau lembrando como movimentar minhas pernas e caminhei até o sofá quando umas das empregadas anunciou que havia alguém querendo falar com Jared.
-Eu vou tomar uma ducha e trocar de roupa, peça para aguardar aqui na sala, por favor. – ordenou ele saindo logo em seguida, eu estava curiosa para saber quem era mas não queria ficar ali fazendo sala para ninguém então antes que eu pudesse fugir um homem loiro de olhos claros atravessou a porta da sala olhando em volta, claro que aquela sala enorme impressionava qualquer um. Ele era alto, mas não tão alto, usava um terno cinza claro e sapatos pretos. Ele era bonito, não tinha aquela beleza maravilhosa mas mesmo assim era bonito.
Os olhos dele logo pararam de observar a sala e se limitaram a mim, abriu a boca, acredito eu impressionado.
-Bom dia – ele falou cordialmente e eu pude notar o sotaque britânico em sua voz – eu vim para conversar com o Sr. Leto.
Apertei sua mão e dei de ombros em seguida.
-Ele jájá vem. – respondi não fazendo questão daquele homem que eu nunca havia visto na minha vida – sou Margot, esposa dele.
-Esposa? – perguntou.
-É, eu acho que sim – falei sem saber direito que éramos – e você?
-Meu nome é Leonardo Belfort. – respondeu com um sotaque gostoso de ouvir – seu marido comprou a empresa de meu pai. Vim falar sobre negócios.
-Eu ia dizer que hoje é sábado mas eu sei como e ter uma vida sem folgas. – falei o fazendo rir.
-Eu já ouvi falar sobre você, você tem uma agencia e um clube, não é?
Ergui as sobrancelhas, uau, pela primeira vez um sócio de Jared não estava me tratando como uma loira burra que dependia dele para tudo.
-Sim, e em breve mais um clube – respondi orgulhosa de mim mesma
-Vai ser uma honra conhecer – ele respondeu sorrindo, sorri de volta. Ele ate que parecia legal.
-Vai ser uma honra te receber, minhas garotas podem ser muito valiosas. – pisquei para ele, não sei se ele entendeu o que eu quis dizer ou se ficou encantado mas apenas sorriu notavelmente animado com a idéia de ir até meu clube, foi quando Jared apareceu, diferente de nós dois, ele estava sério, os olhos azuis sombrios e o rosto fechado em uma nuvem de raiva que qualquer um era capaz de captar.
-Sr. Belfort, não devo presumir que você voou quase dez horas para conhecer o clube de minha esposa, não é? – ele disse, droga, ele estava observando nossa conversa?
Leonardo riu pelo nariz.
-Com certeza não, Sr. Leto, mas conhecer uma mulher tão bela e inteligente quanto Margot fez toda essa viagem valer a pena – sorri lisonjeada mas Jared mudou sua posição, ficando um pouco mais rígido claramente incomodado com aquilo.
-O que você quer? – Jared perguntou de forma fria e eu entendi que os dois não se davam nada bem.
-Você vai vender a empresa de meu pai. – Leo disse pessoalmente ofendido com a atitude de Jared sobre a empresa o que me deu a entender era que a empresa não somente tinha valores financeiros quanto também tinha valores sentimentais, mas Jared parecia não se importar com isso.
-É o que eu faço – respondeu ele de forma fria cruzando os braços deixando Leo totalmente desarmado diante daquela atitude.
-Você comprou a empresa de meu pai e agora vai vender por mixaria.
Jared riu mas sem humor na voz.
-Eu salvei a empresa de seu pai! Ele a afundou em dividas e as ações já quase não valiam nada, não se preocupe Leo, a empresa continuara a existir só que no meu nome.
Eu assistia aquilo ali como uma espectadora confusa, não entendia muito sobre o trabalho de Jared mas toda vez que ele falava daquela forma autoritária eu só pensava naquela língua sobre meu corpo de me deixando tão impossibilitada de fazer alguma coisa quanto Leo estava ali. Aquela postura autoritária mais aquelas costas fortes e suada dele me deixaram um pouquinho sem ar.
Leo balançou a cabeça.
-Você não pode fazer isso. – Ele disse firme e irritado.
Mas Jared se irritou muito mais e eu percebi pela mandíbula travada, e as veias fortes em seus braços. Céus!
-O que você queria? Herdar a empresa e afundar ela ainda mais como sua família vem fazendo ah anos? Eu comprei e vendi algumas ações, mas ainda tenho a maioria sobre meu nome! Conheça seu lugar, Belfort, antes que eu o tire de La também. – ele alterou um pouco a voz, aquela voz rouca que eu adorava próximo ao meu ouvido, Leo bufou e arrumou o paletó tentando parecer menos humilhado mas naquele ponto eu já não estava prestando muita atenção no que ele estava sentindo já que meus olhos pararam nas mãos fortes de meu marido e eu imaginei aqueles dedos em mim. Droga!
-Você vai se arrepender, Leto. – falou – foi um prazer, Margot – falou antes de se virar e sair não me dando a chance ao menos de respondê-lo. Jared riu assim que o homem frustrado desapareceu da nossa vista.
-Ainda sou o malvado da historia – disse mais para si mesmo do que para mim – eu salvei a empresa deles, Margot. Ela estava prestes a ser arruinada... Margot, esta me ouvindo?
Tirei os olhos de sua boca e o encarei saindo de meu transe.
-Sim, sim! – falei – estou.
Mas ele me conhecia muito bem. E apenas um passo foi o suficiente para ficarmos em apenas centímetros de distancia, eu engoli em seco, a boca dele estava ali a poucos centímetros, os lábios vermelhos e macios que eu conhecia tão bem, o ar pareceu ficar mais quente a nossa volta.
-Eu acho que vou ver se Hannah acordou – falei sem ter certeza na minha voz ainda encarando aqueles lábios que eu desejava tanto naquele momento.
-Pode ir. – ele falou cruelmente com um sorriso no rosto, ele sabia que eu não teria força para sair dali. Ele Sabia exatamente o que eu queria e mesmo que eu tivesse processado em minha cabeça se afastar dele e subir as escadas, acordar minha filha e ficar com ela, meu corpo decidiu por outro movimento, um movimento único para frente onde finalmente acabamos com a distancia entre nós e eu o beijei com força, desejo, vontade. Nossos lábios se encontraram de forma brusca, sua língua adentrando os meus pedindo por mais daquele beijo, por mais de mim. O coque discreto que prendia cada fio de meu cabelo já havia se desfeito nas mãos deles, enquanto ele puxava-me para mais perto de si pude já sentir sua ereção e virilidade, e eu quis tanto ele!
Sem dizer nenhuma palavras e sem conseguir nos soltar, caminhamos ate um dos cômodos da casa. Não tive certeza se era a sala de jantar, a sala de reunião, um quarto de hospede, foda-se.
Muito menos houve tempo para preliminares, ele me jogou contra parede vindo rapidamente com seus lábios sobre meu pescoço me roubando gemidos leves e agudos, enquanto passei minha mão naqueles cabelos castanhos e macios. Jared com apenas uma mão ergueu uma de minhas pernas para que sua ereção se encaixa-se perfeitamente com minha intimidade já ansiosa por ele e eu odiei aqueles pedaços de panos que nos atrapalhavam.
Sua língua no meu pescoço longo desceu para os meus seios, e mesmo que eu não precisasse pois já estava tão excitada, ela desceu mais abaixo se encontrando com o ponto molhado entre minhas pernas. As pontas dos dedos dele afastaram o pedaço de pano rendado e vermelho que a protegia e então senti a ponta molhada e fria de sua língua de encontro com minha intimidade, arfei soltando em seguida um gemido alto.
Sua língua parecia estar em todos os lugares ali, e não contente em me fazer gemer e tremer apenas com ela os dois dedos adentraram a minha vagina de forma rápida.
Não levou menos de alguns minutos para que ele se levantasse e me beijasse ainda com seus dedos em mim, enquanto a outra mão segurava minha perna para que ficasse quase na altura de seu ombro, isso seria possível se ele não fosse tão grande.
-Isso... geme pra mim, Margot – ele sussurrou com o lábio próximo ao meu ouvido – adoro quando você geme igual uma vadia com apenas meus dedos em você.
O momento não era adequado para falas, mas a voz dele rouca com aquelas palavras no meu ouvido só fez meu corpo estremecer mais. Cravei minha unha em seu ombro, segurando-me com o outro braço em seu pescoço. E assim que ele tirou os dedos de mim, sua bermuda foi ao chão revelando sua ereção grande e grossa, pulsante e deliciosa, ansioso por mim e não foi preciso esperar muito para que ele o enfiasse em mim com força. Meus olhos lacrimejaram um pouco com o seu órgão expandido aquele espaço que já estava algumas semanas sem sentir aquilo, mas logo meu corpo foi novamente se acostumando com toda aquela invasão dentro de mim e eu só consegui gemer mais alto do que deveria, foi quando ele colocou uma de suas mãos em minha boca para poder abafar todo aquele barulho. Eu senti os espamos, senti meu corpo todo estremecer e sabia que logo meu orgasmo estava vindo, e quando o senti tomar posse passando pelo meu ventre cravei minhas unhas com mais força no ombro forte de Jared e gemi, mas ele tomou meu gemido para si beijando-me fortemente. Ah! Eu sabia que estaria para sempre perdida naquele beijo, naqueles ombros, naquele pau enorme que ele continuava metendo em mim ate finalmente chegar ao seu ápice.
Ele urrou, deitando a cabeça na curva do meu pescoço enquanto gozava dentro de mim com jatos fortes de esperma que depois deslizaram por entre minha perna.

O meu vestido vermelho e brilhante descia até meus pés, com uma fenda na perna direita e justo na cintura deixando meu corpo mais curvilíneo. Meus seios pareciam duas vezes maiores graças ao decote que os deixava mais cheios e fartos. E para não parecer tão formal decidi usar meu cabelo solto, longo, ondulado, dourado. Ele descia ate minha cintura fazendo belas ondas douradas, combinando perfeitamente com meus lábios vermelhos e olhos esfumados com um preto em cima de uma sombra dourada. E novamente, eu era com certeza a garota mais linda da noite.
E isso foi comprovado pois desci as escadas lentamente e todos os olhares pousaram sobre mim, admirados, estáticos, encantados, eu pude sentir tudo em cada um deles: a luxúria, o desejo, a admiração, a inveja! Mas não me importei, continuei caminhando em direção a Marina com o nariz empinado enquanto algumas pessoas me cumprimentavam, clientes em sua grande maioria.
-Posso dizer que você mandou bem na escolha do vestido – agradeci Marina que sorriu convencida, ela estava linda em um longo vestido branco com mangas de rendas o que a deixava incrivelmente bela já que tinha cabelos escuros e uma pele tão branca quanto a minha. Eu poderia dizer que ela tinha saltado de um conto de fadas.
-Mal começou e já esta cheio – ela falou, olhei em volta e tudo parecia perfeito. Eu não tinha com o que me preocupar, as meninas estavam maravilhosas, tão encantadoras em seus vestidos de galã o que tirava totalmente aquele rotulo de prostitutas em cima delas. Ah mas não se engane, minhas garotas poderiam ser tão más quanto eu! Caminhei por todo salão afim de checar cada detalhe antes que todos chegassem e por fim tudo estava em seu devido lugar. Muita bebida e comida foram servidos e eu estava conversando com uma de minhas clientes quando alguém tocou gentilmente em meu cotovelo. Me virei e dei de cara com Leonardo Belfort, vestindo um smoking preto e com um sorriso lindo que deixava seus olhos alegres.
-Sra. Leto – ele disse – você esta maravilhosa.
-É Margot!1 – respondi animada – já lhe disse que odeio toda essa formalidade.
Ele sorriu.
-Eu não posso resistir de tratar uma dama como você com a devida dignidade – dessa vez eu que sorri tendo que admitir que fiquei um tanto encantada com o seu elogio. Coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha.
-Mas, o que você faz aqui? Nunca iria imaginar que você era um cliente meu! – falei me dando conta de que nunca tinha o conhecido antes ou nunca ouvira falar dele contratando alguma garota minha.
-Na verdade... Não contrato acompanhantes – admitiu erguendo as sobrancelhas como se estivesse confessando um pecado – eu vim aqui por uma garota exclusiva.
Ergui as sobrancelhas e sorri tentando imaginar quem fosse.
-Ora, aposto que e uma garota de sorte! – falei animada, ele olhou em volta e depois seus olhos azuis claros pararam sobre mim novamente.
-Com certeza, o problema é que eu sou azarado – disse ele
-O que você quer dizer?
-Ela é comprometida – ele teve que alterar um pouco o tom de sua voz por conta da musica alta que estava tocando, pensei em todas as minhas garotas que eram comprometidas e imaginei qual delas eram.
-Não se preocupe, se você for o cara certo ela vai ficar com você – respondi amigavelmente colocando a mão em seu ombro. Ele ia me responder mas fomos interrompidos por um pigarreio, eu não estava esperando Jared ali naquela noite especialmente não depois de ter fugido da mansão feito uma louca depois de termos transado em cima de uma cômoda no quarto de um dos empregados. Eu não o queria ali, não o queria por perto porque sentia como se ele me rondasse e sugasse de mim toda força que eu tinha.
-Leonardo, que surpresa – ele disse irônico – veio gastar o pouco dinheiro que restam da empresa de seu velho pai?
Ah que maldade, Mr. J! O pobre homem escureceu o rosto ofendido com a provocação de meu marido que pareceu se divertir muito as custas dele.
-Fazendo o que as indústrias Leto farão em breve – tentou ele responder com o mesmo deboche para atingi-lo mas foi em vão.
-Ao menos eu sei muito bem investir meu dinheiro – Jared disse quase num sussurro e eu vi o rosto de Leo ficar avermelhado, claramente irritado. Jared estava sendo cruel tocando no ponto mais sensível do pobre homem que me lançou um olhar confuso e se retirou de nossa presença, eu não pude deixar de fuzilar Jared sem entender o porquê daquela atitude.
-Eu não sabia que agora vocês são melhores amigos – falou ele.
-Estávamos apenas conversando. Eu não tenho nada a ver com suas questões profissionais – rosnei irritada!
-Não percebeu a forma como ele te olha?
Rá! Ele estava com ciúmes. Sorri jogando meu cabelo para o lado.
-Eu não. Todos os homens me olham assim – falei exibida e então bruscamente ele me puxou para perto de si com o semblante notoriamente irritado e olhos furiosos, e porra, meu corpo estremeceu.
-Só que só eu te faço gemer daquele jeito, não é docinho? – falou próximo demais e eu me senti uma idiota porque sabia que ele estava certo. Mas não me daria por vencida, puxei meu braço com força e empinei a ponta do nariz.
-Como pode ter tanta certeza?
Ele riu pelo nariz e tomou um gole do champanhe que eu não reparei que estava em sua mão.
-Eu tenho. – foi sua resposta, curta, evasiva e terrivelmente irritante já que La no fundo eu sabia que ele estava totalmente certo.
-Bom, preciso ir, meu leilão vai começar. Cuidado para não comprar qualquer loira por ai, as coisas podem acabar mal para vocês dois. – ameacei e sai o deixando sozinho rindo, logo o leilão finalmente começou, as meninas se sentaram todas em um palanque perto de um palco onde Marina estava apresentando-as, eu não tinha  muita certeza se aquilo daria certo mas quando alguém fez o primeiro lance de cinco mil por Roberta, uma menina ruiva de pele extremamente branca, deixei todo o peso sair do meus ombros.
Uma hora e meia depois a metade das meninas já haviam sido leiloadas, e enquanto mais meus clientes bebiam e comiam, mais eles gastavam. Quando foi a hora de leiloar alguns dos garotos, as mulheres se mostraram muito mais generosas do que os homens que estavam ali.
-Ok, ok, Jeremy realmente é uma gracinha e vale os quinze mil. – Marina disse rindo acalmando a euforia que se instalou pelo salão depois de Jeremy ser leiloado – mas agora, eu sei que isso aqui vai pegar fogo porque a próxima a ser leiloada não é simplesmente uma Acompanhante, mas sempre foi a garota mais requisitada de todas.
Estreitei meus olhos sem acreditar no que ela estava dizendo e então ela esticou a mão branca pra mim.
-Margot Robbie! – ela disse alto e animada e o som das palmas correram por todo o salão, eu sabia que estava corando enquanto subi ao palco segurado a mão dela e tentando com o olhar perguntar que porra era aquela, mas ela apenas ignorou – Loira, gostosa, divertida, aqui está a melhor garota que você poderia pagar para levá-la a um jantar!
E não foi preciso ela dizer mais nada que os lances começaram, enquanto eu estava no centro do palco ia procurando os donos das vozes que uma por uma gritavam lances mais altos “Cinco mil” “Oito mil” “Dez mil” “Quinze mil” e os lances só aumentavam, mas tudo ficou em silencio quando alguém gritou “Trinta mil”, estáticos, nós procuramos pela aquela voz masculina que não me era desconhecida e então eu reconheci Leo no meio de algumas pessoas, sentado tomando champanhe me olhando, sugestivo. Meu coração palpitou.
-Alguém mais? – Instigou Marina, duvidei que alguém fosse fazer um lance maior que aquele mas a voz soou do outro lado do salão.
-Cinquenta mil dólares! – Ah aquela voz, e eu nem precisava me virar para saber de quem pertencia. Jared estava parado com as duas mãos no bolso da calça, me olhando. Eu sorri e abaixei a cabeça, ele ia pagar cinquenta mil para estar comigo sendo que ele me tinha no momento em que quisesse? Com certeza se tratava daquela briguinha ridícula entre os dois.
-Cinquenta e cinco! – Rebateu Leo deixando as coisas mais quentes. Eu estava começando a gostar daquela disputa. Jared o fuzilou com o olhar e deu um passo para frente ficando a vista de todos.
-Setenta! – disse ele.
-Setenta e cinco – disse o Loiro.
-Oitenta e cinco – meu marido sorriu diabólico.
Olhei para Marina com os olhos arregalados.
-Faça alguma coisa – falei entredentes esperando que ela finalmente batesse aquele martelinho mas ela aproximou a boca do microfone.
-Alguém da mais? – ela gritou e eu quase dei um soco nela.
-Oitenta e sete – disse Leo ficando claramente irritado, e sua proposta me fez entender que aquele era o Máximo que ele poderia pagar para estar com uma garota.
-Cem mil dólares, a vista! – Disse Jared  e uma onda de surpresa atingiu o salão levando o queixo de todos ao chão. Cem mil dólares? Aquele desgraçado iria pagar cem mil dólares para sair com a mulher dele?
-Vendida! – gritou Marina alegre enquanto eu encarava Jared pasma. Assobios e palmas se alastraram pelo local quando ele subiu até o palco e eu ainda chocada o encarava sem saber o que dizer. Seu sorriso de alegria estampava seu rosto e sua mão tocou a minha.
-Acho que você é minha garota por uma noite – falou ele animado e descemos de mãos dadas do palco. O Leilão acabou pouco antes das três da manhã, e uma dança começou por esse mesmo horário, as meninas já faziam companhia para seus “donos temporários” e eu não podia fica fora disso, acompanhava Jared em uma dança com a cabeça deitada em seu peito.
-Acho que esse foi o melhor investimento que fiz em minha vida – falou ele, ergui minha cabeça para olhar em seus olhos.
-Você vai me pagar cem mil dólares só por causa de uma richa idiota entre vocês dois? – perguntei deixando uma ponta de irritação aparecer em minha voz, o que o fez rir pelo nariz.
-Margot, eu não deixaria nenhum homem aqui ou em qualquer lugar comprar você! Não é sobre eles, é sobre você.
Um arrepio passou pela minha espinha e suspirei.
-Bom, eu estava gostando da disputa. – falei exibida.
-Você sempre gostou de ser disputada – respondeu.
Dei de ombros, ele me girou e eu passei por de baixo de seu braço para depois encontrar seu peito novamente, forte, quente, de baixo daquele Smoking que eu só queria arrancar e lamber cada parte de seu corpo masculino bem definido.
-Leo parece legal, além de ser muito gentil. Seria ótimo um jantar com ele – falei provocando-o, seu rosto se escureceu e rapidamente eu senti um puxão atrás da minha cabeça, ele tinha entrelaçado sua mão atrás do meu couro cabeludo. Ah, filho da mãe!
-E desde quando você gosta de gentileza? – perguntou, paramos de dançar e eu só conseguia focar em suas mãos em mim, uma atrás da minha cabeça e a outra desceu da minha cintura ate minha coxa, passando pela fenda do vestido ele a puxou para cima e a encostei em sua cintura. Jogo sujo, senti sua ereção tocar minha intimidade. Porra, ele sabia como me prender, como me controlar. Ele sabia que eu era uma filha da puta viciada nele e por mais que eu estivesse puta com ele, meu corpo ainda o queria, minha alma o queria como se ele fosse a droga de uma doença, como se eu estivesse infectada por Jared Leto.
-Não estou certo? – ele levou os lábios ate meu ouvido. – você odeia gentilezas, estou puxando seu cabelo com força e apertando sua coxa, e nem preciso te tocar para saber que você esta molhada.
Aquela voz, voz do demônio que me tirava do chão!
-Esta jogando sujo. – falei
-Nós dois nunca jogamos limpo. – foi o que ele me disse me lembrando rapidamente da noite em que eu lhe disse a mesma coisa, ah anos atrás. Mordi o lábio inferior tentando me recompor antes que mesma atacasse aqueles lábios deliciosos. Ele lentamente soltou minha perna. – Vem para casa comigo hoje?
Ele pediu com um tom delicioso, meu coração falhou ao bater. Mesmo que minhas pernas estivessem as duas no chão, os braços dele estavam em volta ao meu corpo tornando impossível a minha capacidade de raciocinar.
-Eu não quero um jantar, quero você nua, na nossa cama. – continuou como se soubesse que quanto mais ele falasse mais fácil seria para ele me ter rendida aos seus pés.
-Jar... – comecei como uma voz fraca.
-Vamos, Mag, para sua casa, com sua filha – ele disse – pense na noite maravilhosa que podemos ter se você voltar.
Ele estava a todo custo tentando me fazer voltar para casa, mas aquela dorzinha que latejava todas as vezes que eu lembrava que fui traída pela pessoa que eu mais amava, ela me impedia de passar por cima de tudo isso, mas como resistir quando os lábios dele estavam tão próximos ao meu ouvido hora me dizendo coisas obscenas hora me dizendo coisas doces?
-Tudo bem – eu falei – mas somente porque você me deve cem mil dólares.
E o sorriso que se abriu em seu rosto quase iluminou todo o salão, os olhos azuis alegres e os dentes perfeitamente brancos e retos estampados me mostrando o quanto aquele homem também me amava. Eu me deixei ficar feliz também por pensar em passar novamente uma noite com ele, tenho que confessar que sinto falta disso porém minha consciência chata e sem graça me lembrou que pela manhã eu não iria poder cheirar meu pó ou tomar um comprimido para conseguir dormir, mas eu disse a ela que eu aguentaria apenas um dia.
A noite se estendeu ate as quatro e meia da manhã. Eu estava me despedindo de alguns clientes que saíram satisfeitos quando Leo apareceu.
-Margot, é uma pena não ser rico o suficiente. Eu teria dado muito mais para você – ele falou sorrindo contendo um tom jovial na voz.
-Ah, Leo, não se preocupe. – respondi apertando sua mão – era esse o intuito do leilão, fazer alguém pagar mais caro.
-Por você vale pagar qualquer preço. – falou olhando fundo em meus olhos. Espera, ele estava dando em cima de mim? – de qualquer forma, aqui está meu numero me ligue qualquer coisa.
Me estendeu um cartão pequeno e branco, com suas iniciais e dois números. Apenas consegui sorrir em agradecimento, e então ele se inclinou e me deu um beijo na bochecha onde senti meu coração bater um pouco mais rápido, fiquei olhando ele se afastar quando Jared chegou segurando meu cotovelo de perto.
-Agora ele dá beijinhos em você? – ele perguntou fazendo um tom seco na voz, que me irritou roubando minha atenção.
-Ele estava apenas sendo gentil – respondi no mesmo tom seco.
-Ele esta dando em cima de você – respondeu ele – e você lançando sorrisinhos.
Cerrei meus olhos.
-Não seja dramático. – respondi – e nem ciumento. Você sabe que todos os homens dão em cima de mim.
Ele travou a mandíbula e seu olhar parou sobre meu corpo, não tive medo daquele olhar sombrio eu na verdade estava excitada? Ah meu Deus!
Jared segurou meu braço firme mas sem me machucar e me aproximou.
-Ótimo, vamos para casa para que eu possa te lembrar de quem você é. – sua voz soou forte e autoritária, e eu delirei com a ideia do que viria a ter naquela noite com ele, na nossa cama.

A acompanhante (CONCLUÍDA) Onde histórias criam vida. Descubra agora