“Você voltou para descobrir que eu havia partido, e agora aquele lugar está vazio como o buraco que você deixou em mim"
Eu me virei sobre meus calcanhares, em direção a mesa da minha sala. A pele pálida, coberta por tatuagens que eu reconhecia, e algumas novas. O cabelo castanho claro caídos até a altura do pescoço dava a ele um ar mais jovem do que realmente era. Algo em meu interior gritava dizendo que não era ele, não podia ser! Ele estava morto!
Mas duas covinhas em suas bochechas apareceram quando ele sorriu e eu estremeci. Deus, eu costumava beija-lo ali. Costumava acariciar seus braços finos e grandes, o corpo magro parecia não ter sofrido nenhuma mudança com o tempo, e muito menos seu estilo. Jeans azul, uma camiseta branca coberta por uma jaqueta de couro preta, destacava os olhos azuis acinzentados.
Eu paralisei, do pescoço para baixo não conseguia sentir meu corpo, apenas minhas bochechas pegarem fogo e meus olhos descrentes do que viam, arderem. A minha cabeça virou uma confusão notória, ele estava morto... Eu sei que estava, tinha o visto sendo carregado após os tiros... os tiros... pude ouvi-los ecoando pela minha sala como se fossem memórias vivas. Tão vivas que me fez sentir-se pequena e insegura, como eu era ah dez anos atrás.
-Você continua muito avoada, Magzinha, não vai me dar nem um abraço? Depois de tanto tempo? – ele disse alegre, abrindo os braços. Não podia ser ele, a minha cabeça gritava mas a voz, era a voz dele, uma voz jovial, alegre, sempre alegre e engraçada. A voz de quem estava sempre pronto para piadas, deboches e... manipulações.
Eu tentei dizer alguma coisa mas meus lábios tremeram e minha voz falhou, eu sentia meu coração bater descompensado, como se estivesse trabalhando o dobro para se manter firme.
-Ok, Lila não me contou que você ficou muda – ele disse se aproximando – ela me falou tudo sobre você, menos que estava parecendo uma doente mental – ele riu pelo nariz da própria piada.
Enquanto ele se aproximava, Eu me afastava, sem entender muito bem o porquê.
-Hey, Mag. Sou eu, Bradley! – ele falou tentando tocar minha mão.
-Não, não pode ser. – finalmente encontrei minha voz. – você morreu.
Ele sorriu de lado.
-Se eu morri, como posso tocar em você? – ele disse e em seguida puxou minha mão e eu estremeci ao sentir sua mão gélida e pálida tocar-me. Ah meu Deus! – e então, não vai me abraçar?
Por reflexo eu me joguei em seus braços agarrando seu pescoço. Por anos, dias, eu sonhei com isso, em poder toca-lo, abraça-lo, beija-lo... Sua mão se envolveu em volta de meu corpo em um abraço forte me tirando do chão e me girando no ar. Ele me rodou e me pôs no chão novamente em meio a nossas risadas.
-É você! – segurei seu rosto com as duas mãos – é você! É você!
Repeti inúmeras vezes talvez para convencer-me a mim mesma de que era ele. Poucas rugas se eu desconhecia se formaram ao redor dos olhos e da testa, mas ele continuava muito bonito como sempre fora.
-Você não tem ideia de como eu senti sua falta, Magzinha – ele disse sorrindo e voltando a me abraçar. – e você está tão diferente, está muito bonita, e muito gostosa. Além de ter ficado extremamente rica, eu sempre te disse que você merecia mais do que uma vida de stripper.
Ele falou rapidamente.
-Parece que alguém andou se atualizando – falei mas então fui novamente tomada por um momento de razão. Ele tinha morrido, ou pelo menos foi nisso que eu acreditei durante dez anos, o que ele estava fazendo ali? – e você não vai me contar por onde esteve? Você morreu Bradley...
-Nossa, olha essa aliança – ele segurou minha mão direita e ergueu o dedo anelar. – você não tem medo de te sequestrarem andando com essa fortuna nos dedos?
Eu dei risada voltando minha atenção para a minha aliança de casamento. Era uma aliança de ouro, que continha pequenas pedras de diamantes. Ele estava certo, era uma fortuna mas só era realmente de valor pois representava a minha vida com Jared.
-Seu marido com certeza é um milionário. – ele afirmou como se já soubesse. – eu só não entendo como ele te deixa sair tão gostosa desse jeito, sozinha. – ele me fez dar uma volta segurando em minha mão.
-Jared não tem motivos para desconfiar de mim, ele me dá liberdade para eu ser quem eu sou e sabe que sou fiel à ele, independente da roupa que estou usando.
As duas sobrancelhas claras se ergueram como se ele estivesse feliz em ouvir isso, mas algo em sua expressão demonstrou um pouco de insatisfação... ou ciúmes? Ah não! Bradley e eu ficamos juntos ah dez anos atrás e por mais que eu estivesse extasiada de felicidade por revê-lo, não éramos mais os mesmos. Quer dizer, eu não sabia que depois de muitos anos um dia eu voltaria a me sentir uma adolescente novamente, livre de compromissos e obrigações, apenas querendo se divertir e era isso que Bradley trouxe de volta a minha vida quando resolveu aparecer, trouxe um emaranhado de emoções e pensamentos confusos, sentimentos que eu achava que estavam mortos dentro de mim mas que acabei descobrindo que não pois quando ele me abraçou novamente e me soltou, nossas bocas ficaram à centímetros de distâncias e eu, eu não tinha certeza se eu realmente não queria beija-lo.
-Eu acho que podemos comemorar a volta do meu irmão – Lila nos interrompeu alegre, eu havia me esquecido de sua presença.
Finalmente consegui entender o motivo de Lila estar tão feliz e alegre nos últimos dias. Será que a “prima” Amber também tinha algo haver com isso? Eu quis confrontar Bradley sobre esse buraco na história, esse período em que eu sofri acreditando em sua morte mas ele estava tão contente, Lila também, e eu, Jesus, eu estava tão feliz que resolvi deixar esse assunto para outra hora, porque poucas vezes eu concordava com Lila mas naquela noite ela estava certa, nós tínhamos que comemorar.
Eu não costumava aparecer muito no Clube para se divertir, sempre que eu ia até lá era para reuniões com sócios, especialmente homens, já que é muito mais fácil fazê-los virarem sócios e investidores quando tinha um bando de mulheres lindas e semi nuas agradando-os. É assim que uma garota joga, você faz os homens pensarem mais com a cabeça de baixo enquanto você continua usando a de cima, essa é a regra do jogo, eu era uma mulher de vinte e cinco anos casada com um magnata, ninguém realmente me levaria a sério se eu não mostrasse competência, muitos homens tentavam chegar até mim para poder também chegar até Jared. E isso era tão frustrante, será que uma mulher não pode conseguir porra nenhuma nesse país sem que coloquem um pênis no meio?
Contudo, aquela noite não era para falar sobre negócios e sim sobre comemorações.
Marina, Lizzy e Cara apareceram. Foi um choque tão grande para Lizzy quando também viu Bradley pois ela estava comigo quando o vimos sendo baleado.
-Como ele pode estar vivo? – ela perguntou quando ele e Lila foram até o bar pegar as bebidas
-Eu não sei – eu respondi indiferente. Por que eu simplesmente não podia curtir a volta dele em paz?
-E isso não incomoda você? – ela perguntou novamente piscando os grandes cílios, e batendo as enormes unhas na mesa, apreensiva. Eu encarei minha amiga ruiva e mordi o lábio
-Lizzy, eu não sei porque ele está de volta, ok? Eu vou conversar com ele sobre isso mas agora eu só quero me divertir e por isso que nós estamos aqui, não é? – falei ríspida e indiferente, eu não queria passar a noite dizendo para Lizzy se preocupar com a vida dela. – Além disso, seus motoqueiros chegaram – falei para ela assim que avistei Jax atravessar a entrada com um cigarro entre os dedos. Ela se virou de costas e nos deixou caminhando até ele o recebendo em um beijo quente.
Balancei minha cabeça tentando espantar os questionamentos de Lizzy e focar em nos divertir e então Bradley voltou junto de Lila com tequila, sal e limão.
Tequila. Meu ponto fraco, era como se fosse a chave de uma jaula que libertava a mulher louca, insana, sexy e impulsiva dentro de mim, e normalmente quando isso acontecia, as coisas não acabavam bem.
Mas quem liga? Gritou meu inconsciente junto com a mulher louca, eu deveria me divertir.
Então viramos a primeira rodada de Tequila, a bebida amarga desceu queimando pela minha garganta em seguida esôfago.
-Rodada de três! – gritou a mais alcoólatra, Marina.
Rapidamente pegamos novamente os pequenos copos e viramos de uma só vez, repetindo o mesmo ritual três vezes. Em vinte minutos, quando me pus de pé, foi como se minha cabeça tivesse virado do avesso, céus, eu estava bêbada como uma inexperiente.
Eu queria dançar, queria muito dançar então todas nós fomos para o centro do clube e nos misturamos com as pessoas que dançavam ali, sem nos importar com mais nada. Eu me mexia junto com a música alta o bastante para que meus sentidos se perdessem nela e meu coração parecia estar sincronizado junto com as batidas das músicas.
Senti duas mãos gélidas tocarem minha cintura por trás, e o corpo dançar junto comigo. Tudo que eu via era uma multidão de pessoas através de uma vista turva, mas eu sabia que era Bradley me tocando, apesar de dez anos terem se passado, eu ainda reconhecia seu toque. Minha nuca queimou quando ele encostou a ponta de seu nariz no meu pescoço, e meu corpo estremeceu. Como pôde? Como meu corpo poderia agir de forma tão traiçoeira assim? E para lutar contra isso me virei de frente para ele ainda mantendo o ritmo da música, eu queria apenas dançar mas o clima entre nós ficou quente, diferente. Como se as pessoas ao nosso redor tivessem sumido e apenas eu e Bradley estivéssemos ali, eu não sei ao certo se era a bebida ou a sensação de ter quinze anos novamente... mas eu me peguei querendo beijar seus lábios que estavam a pouca distância dos meus.
Seus olhos fitaram os meus com certeza notando o desejo inconsciente que meu corpo tinha e ele se inclinou e por reflexo (e consciência) eu me desviei.
-Você não pode fazer isso – falei rindo e segurando em seu peito num choque de realidade o afastando de mim.
Ele riu pelo nariz.
-Por que não? – perguntou, meus sentidos voltaram e as coisas ao nosso redor voltaram a se materializar novamente.
-Porque eu sou casada. – respondi como se fosse uma coisa óbvia, e claramente era. Ele sorriu novamente e antes que dissesse alguma coisa Marina apareceu.
-Mag, Jared está aqui – ela disse de forma estranha, um medo em sua voz – ele foi para o seu escritório e pediu para você o encontrar lá
Eu sorri
-E por que essa cara? – perguntei encarando os olhos temerosos com as sobrancelhas juntas.
-Bom... Eu acho que ele não gostou muito da dança de vocês dois. – ela respondeu e então meu humor pareceu cair em uma quantidade significativa. Ah, ele tinha nos vistos e meu Deus, como eu pude ser tão estúpida me deixando se entregar por mera sensações e sentimentos antigos? Bradley segurou em minha mão e eu puxei de volta com raiva, raiva porque eu sabia que ele estragaria tudo entre mim e Jared.
Sem dizer mais nada saí correndo para o meu escritório, no qual estava vazio assim que entrei mas quando a porta se fechou atrás de mim ele apareceu me pegando pela cintura como quando estávamos em seu escritório.
-Quem era aquele desgraçado que estava dançando com você? – ele perguntou apertando meu corpo contra o seu. Era difícil dizer se ele estava bravo ou excitado.
Eu ainda estava bêbada portanto ainda estava disponível para falar besteiras.
Coloquei minhas mãos em seu peito coberto apenas por uma camiseta que fazia seus músculos ficarem mais notáveis, ele era tão forte. Os braços, o peito, o abdômen, diferente da figura magra e pálida de Bradley.
-Margot, estou falando com você – ele rosnou me apertando novamente e depois prensando-me contra a porta. Foi estranho, era para eu me sentir apavorada mas acabei ficando excitada.
-Era um amigo – respondi baixinho quase em um sussurro. Eu não queria entrar em detalhes sobre quem era exatamente esse amigo, porque ele iria morrer de ciúmes e naquele momento, quem estava morrendo era eu com seus braços me segurando com tanta força. Como que em minutos atrás eu quis beijar Bradley se meu homem é tão maravilhoso?
-Amigo? Amigo que tentou te beijar, que encostou em você de forma tão... tão... – sua expressão de raiva misturada com nojo me mostrava o quanto ele não achava as palavras certas, eu queria beijar ele. Segurei seu rosto com as duas mãos.
-Jared... – eu falei quase em um gemido. Maldita Tequila.
Ele apertou-me com mais força.
-Você acha legal ele te tocar? Encostar em você? Tentar te beijar daquela forma ridícula como um adolescente no ensino médio? – ele rosnou extremamente irritado – hein Margot! – me apertou quando eu não respondi, não porque eu não sabia o que dizer mas porque eu estava extremamente excitada pela sua voz, que era nitidamente furiosa mas extremamente sexy, o braço dele a minha volta.
-Não... – eu falei quase em um miado, que foi o suficiente para ele me soltar e ao invés de me abraçar, me pensou totalmente na porta com seu corpo... É eu não era a única excitada ali, senti seu pênis totalmente duro tocando a ponta de meu ventre, me dando calafrios.
-Você quer as mãos dele em você? – ele levou sua mão até meu rosto levemente.
-Não – falei suavemente olhando em seus olhos, eu estava bêbada, excitada e hipnotizada.
Sua boca alargou-se em um sorriso delicioso e maldoso. Ah, como meu homem era lindo.
Para provocar mais, eu sorri mordendo meu lábio inferior e passando a ponta da língua no dente da frente, ele rosnou e atacou meus lábios com tanta raiva que nossos dentes bateram com o impacto mas eu não liguei.
Com força ele me puxou para cima e eu cruzei minhas pernas em volta de sua cintura, Jared me levou até a minha mesa jogando-lhe em cima de todas as coisas ali, sua língua foi para a curva de meu pescoço enquanto suas mãos desciam pelas minas coxas.
-Você é minha, Margot Robbie, minha. – ele sussurrava em meu ouvido enquanto suas mãos passeavam pelas minhas coxas encontrando a pele por debaixo do vestido – Bêbada ou sã, formal ou vestida assim, continua sendo minha.
Então sua mão direita deixou minha cintura para segurar minha mandíbula e me fazer encara-lo.
Ele estava sorrindo.
-Eu tô tão puto porque aquele moleque encostou em você, mas só consigo pensar em te foder nessa mesa. – ele disse bravo e depois sorriu – seus olhos brilham quando eu falo em comer você, minha palhacinha.
Ele falou e de início eu não entendi sobre o que ele se referia mas quando vi meu reflexo no teto espelhado, o batom vermelho borrado e rímel descendo por debaixo dos olhos entendi. Seu polegar passou pelos meus lábios borrando mais o batom para o lado enquanto seus olhos acompanhavam o movimento.
-Como você é deliciosa, Margot. – dessa vez sua voz saiu mais calma enquanto ele fitava meus lábios – eu poderia ficar bravo com você mas sei que todos os homens aqui queriam estar no meu lugar, a vantagem é que você não quer nenhum deles, não é? – falou.
-Bom, se você sabe disso, por que está tão bravo? – segurei sua mão e beijei as pontas de seus dedos fechando os olhos lentamente e depois abrindo-os em direção a ele – todo mundo sabe que eu sou sua.
Outro sorriso se alargou em seus lábios.
Ele me puxou para frente e sua virilidade encostou em minha intimidade me roubando um gemidinho leve.
-Então me mostra – ele falou ainda sorrindo. Desci levemente minha mão até seu membro por cima da calça jeans, duro, grande e pulsante. Abri o zíper de sua calça e desabotoando quando ela soltou-se de sua cintura tocando o chão sendo seguida pela cueca, seu pênis pulou para fora
E Jared e eu trocamos de lugares. Ele encostou na mesa e eu me abaixei em sua frente, ansiosa, passei a ponta da língua em toda a grande extremidade antes de colocá-lo quase por inteiro na minha garganta, sentindo-o toca-la no fundo. Comecei com leves movimentos de trás para frente, sugando-o todo para mim, e depois lambendo a sua cabeça grande, rosada, e molhada. Chupei-o retirando leves gemidos de prazer e êxtase do seu pau na minha boca. Um pouco antes de finalmente chegar ao seu ápice, ele me ergueu e com força me jogou na cama.
Bom, estávamos em uma boate. Meu escritório era minha segunda casa. Com uma cama grande, armário, e afins, um lugar que eu podia fugir quando estava de saco cheio do mundo.
Suas mãos puxaram minha cintura para cima, empinando minha bunda e antes que eu percebesse sua língua me invadiu por trás, encontrando o ponto pulsante entre minhas pernas. Gemi ao sentir sua língua maravilhosa me penetrar, mas gemi muito mais alto quando seu pau entrou em mim com força. Ele não teve tempo para carícias, eu estava tão molhada que seu pau entrava e saia com facilidade, com força e rapidez. E então gozamos juntos, uma mistura de orgasmos e sensações maravilhosas que só ele podia me dar, só ele sabia fazer. E era essa a forma de Jared Leto de me lembrar que eu era sua.
Como eu ainda estava muito bêbada para pensar em descansar, arrastei ele de volta para a boate comigo e ele foi sem hesitar. Dessa vez eu dancei para ele, colei meu corpo junto ao seu e me esfreguei sensualmente, enquanto suas mãos percorriam todo o meu corpo.
-Vou buscar mais bebida. – ele disse quando paramos um pouco para descansar.
-Ela esta bêbada o suficiente – ouvi Marina reclamar e ele revirar os olhos.
-Marina, eu estou cuidando dela. – ele disse – não vou deixar acontecer nada de ruim, ela está se divertindo. – ele falou me abraçando e beijando o topo da minha cabeça de forma carinhosa.
Ele realmente estava cuidando de mim, não que eu precisasse de cuidados pois sabia me virar sozinha mas adorava vê-lo preocupado e atencioso comigo.
-Eu já volto – ele disse me dando um leve beijo no rosto e indo em direção ao bar para pegar mais bebida para todos nós. Eu fiquei olhando enquanto caminhava, como ele era lindo, perfeito. Os outros homens perto dele pareciam meros adolescentes entrando na puberdade.
-Ok, eu tenho que admitir que eu não gostava muito dele quando se conheceram mas Jared realmente te ama. – Marina falou me tirando de meus pensamentos, ela estava tão bêbada quanto eu.
-Quem consegue amar mais a Mag do que eu? – Bradley apareceu colocando seu braço em volta de meu pescoço, eu me mexi um pouco incomodada até Lila aparecer rindo, em seguida Jared apareceu atrás dela e seus olhos azuis estudaram o braço de Bradley em volta do meu pescoço.
Ele depositou levemente as bebidas em cima da mesa.
Com delicadeza segurou minha mão e me puxou para perto de si, ele estava puto mas conseguia esconder muito bem, e eu tão bêbada que não conseguia assumir uma posição ali.
Eu era totalmente encantada por ele.
-Acho que a pergunta certa seria “Quem a Mag consegue amar mais do que ele?” – eu perguntei sorrindo e olhando para Jared, ele sorriu e passou a mão pela minha cintura. Qual é, Bradley poderia ter voltado dos mortos mas eu não iria deixar de amar meu marido por causa dele. Aliás, por que ele se escondeu tanto tempo?
Jared inclinou-se e depositou um leve beijo em meus lábios.
-Houve um tempo em que você jurava que iria amar só uma pessoa, Margot. – Lila disse tomando um gole de sua cerveja. Eu virei para ela e a fuzilei com o olhar.
-Houve um tempo em que você era melhor de boca fechada... ah espera! Acho que é agora. – respondi debochada e maldosa, vendo-a fazer um bico e uma ruga aparecer no meio de sua testa incomodada.
-Não seja malvada, Margot – Jared disse – Você é o ex dela, certo? O que havia morrido? – Jared disse olhando para Bradley que tirou o cigarro de entre os dentes para responde-lo.
-Isso, ela falou de mim para você, não foi estranho a conversa sobre ex? – Bradley falou muito pretensioso –Você tem jeito que teve muitas delas.
Ele queria nos provocar. Ele queria que eu ficasse com ciúmes, mas por que? Qual o objetivo daquilo? Será que ele estava com ciúmes...? Não, não era possível.
-Ah, claro, não foi preciso Margot e eu conversamos já que ela manipulou a minha ex para poder se aproximar de mim – ele disse indiferente as provocações de Bradley e eu, totalmente bêbada dei risada. Bradley torceu o nariz mas disfarçou com um sorriso amarelado nos lábios.
-Não fala assim, eles vão achar que sou uma manipuladora interesseira – falei rindo.
-E você não é? – disse Marina rindo também.
-Ahh, onde está a doce e ingênua Margot que eu conheci? – disse Bradley me fazendo lembrar-me de como eu era quando estávamos juntos, quando eu tinha apenas quinze anos. Inocente, ingênua, tentando fazer de tudo para agrada-lo.
-Está morta, ela morreu junto com você – respondi irônica me referindo a dor horrível que eu senti quando achei que ele estava morto. Mas ele não disse mais nada apenas sorriu de lado me encarando. De repente meu humor desceu alguns degraus como se eu tivesse sido tomada por uma onda de melancolia.
-O que foi meu amor? Você está bem? – Jared perguntou colocando o dedo no meu queixo e erguendo meu rosto para si.
-Estou amor – respondi, mas meu coração estava apertado como se alguém o tivesse ferido. – eu acho que é a hora de ir para casa.
Falei baixo só para ele ouvir mas Cara acabou escutando.
-O que? NÃO! – Ela gritou – aliás hoje é seu aniversário, não é? Vinte e cincos anos de pura gostosura – ela gritou erguendo a garrafa de cerveja e logo todos eles começaram a comemorar, e cantar parabéns. Eu deveria estar feliz, deveria sorrir e me divertir com eles mas não estava, alguma coisa me dizia que fazer vinte cinco anos não seria motivo para comemorações mas eu não precisava estar feliz apenas fingir que estava.
Acabei me embebedando mais para espantar a tristeza. Jared, Shannon, Ian e Johnny se juntaram na sua nuvem de fumaça de charutos caros e bebidas, na sala vip da boate enquanto eu fiquei dançando com as meninas. Ele me observava de longe, enquanto eu mexia meu corpo de forma sexy para seduzi-lo, eu adorava dançar para ele como se eu fosse sua stripper particular.
E enquanto dançava envolvida na música, Bradley reapareceu totalmente bêbado e se aproximou de mim me puxando pela cintura.
-Bradley para! – falei colocando a mão em seu peito e tentando o empurrar.
-Qual é, Mag, só uma dança. Você nunca dançou para mim assim, e olha que você era uma stripper. – ele disse rindo e me puxando para junto de si.
-Solta ela – Jared apareceu e óbvio que ele apareceria. Mas Bradley não se sentiu incomodado, ele me soltou e encarou Jared. Parecia um adolescente perto dele, mas esse era o Bradley. Encrenqueiro, bagunceiro, destemido. Mas eu achei que após dez anos ele melhoraria.
-Por que? Só porque você quer fazer dela sua bonequinha perfeita? – ele disse peitando Jared que mantinha as mãos atrás das costas.
-Ela não é mais a menina que você conheceu. – Jared respondeu – deixe ela em paz.
Eu estava imóvel olhando os dois.
Bradley riu pelo nariz.
-Não foi isso que pareceu quando ela quase me deixou beijar ela. – ele respondeu e os olhos azuis do meu marido escureceram, antes que eu soltasse o ar dos meus pulmões eu vi Bradley se debruçar com um soco tão forte que recebeu de Jared.
-Jared! – eu gritei descrente no que ele tinha feito.
Ele apenas me olhou furioso, eu me pus para ajudar Bradley.
-Qual o seu problema, Cara? – ele disse erguendo a cabeça e levando os dedos até o corte que se abriu abaixo de seus olhos.
-Eu disse para você ficar longe dela. – ele falou pegando-o pela camisa e os olhos azuis perdidos em fúria. Depois ele soltou Bradley com um empurrão que quase o fez cair e saiu andando em direção aos fundos, eu deixei Bradley com as meninas e o segui até o quarto/escritório.
-O que foi aquilo? – perguntei batendo a porta atrás de nós.
Ele se virou para mim.
-O que foi aquilo? O que você acha que foi? – ele rosnou – Quem aquele merdinha pensa que é para colocar as mãos em você daquela forma?
-Ele está bêbado. – justifiquei.
-Foda-se Margot! Nenhum homem, bêbado ou sã vai te tocar daquela forma na minha frente e vai sair bem. – ele ameaçou um pouco obcecado se quer saber – então é melhor que ele fique bem longe de você se tiver segundas intenções.
-Não sou propriedade sua! – gritei irritada. Seus olhos azuis saltaram e a mandíbula travou.
-E essa porra aqui é o que? – ele puxou minha mão esquerda – por que a gente usa alianças? Se eu sair agora ali e dançar com qualquer uma das meninas o que você vai fazer?
-Você não perdeu o juízo e muito menos elas. Lembra o que eu fiz com a última que tentou dar em cima de você. – falei com raiva me lembrando de quando Alice deu em cima dele e eu despedi ela. Foda-se as leis morais, ele era meu porra! Todas as mulheres ali sabia e tinham ordens de ficarem longe dele porque eu conheço elas, e sei que elas faria qualquer coisa pra foder com qualquer um milionário. Mas ele é meu!
Jared se aproximou de mim.
-Ainda bem que o meu docinho lembra que é tão obcecada quanto eu, que é tão possessiva quanto eu. – ele disse e eu revirei os olhos. Ok, ele tinha razão. Éramos dois possessivos. – agora desfaz esse bico e me beija.
-Mas... – tentei dizer.
-Cala essa boca Margot, e me beija.
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A acompanhante (CONCLUÍDA)
Storie d'amore(+18) "Margot era uma acompanhante de luxo, mas não qualquer acompanhante. Era a garota mais requisitada e mais cara da agência. Após ter sido deixada pela mãe aos quinze anos para trabalhar como striper em uma boate qualquer na Califórnia e na busc...