Don't blame me

336 31 4
                                    

Por você, eu passaria dos limites, eu desperdiçaria meu tempo eu perderia minha cabeça e eles dizem que fui longe demais dessa vez. Não me culpe, o amor me deixou louca.”

A porta se abriu, eu esperei aproximadamente três minutos para a pessoa sair de dentro do carro e finalmente me encarar, apesar de eu ter noventa e cinco por cento de certeza de quem se tratava.
-Saia! – eu falei alto suficiente para me ouvir, mas ao invés de saírem do carro simplesmente voltaram a fechar a porta – covarde!
Antes que eu pudesse dizer mais nada a pessoa ligou o carro e saiu daquela rua estreita, se eu não estivesse tão irritada com o Léo, eu teria seguido aquele carro até descobrir de fato quem era, mas na verdade eu não estava mais tão assustada já que tinha conseguido pelo menos decorar o número da placa, se for quem estou pensando, ela não seria tão inteligente a ponto de fraudar a placa do carro. Entrei no meu carro novamente e segui até a o hotel onde Léo estava ficando, mas ele não se encontrava lá. Ele estava em uma das empresas, resolvendo negócios.
Passei diretamente pela recepção xingando todos dizendo que não iria me identificar até conseguir chegar a sala dele, estava sentado lendo alguma coisa no notebook e se assustou quando escancarei a porta.
-Que merda você pensa que está fazendo? – gritei, ele arregalou os olhos me encarando e logo se colocando de pé.
-Do que está falando? – falou
-Dessa merda – joguei o documento nele – o que te faz pensar que tem direito de tirar o meu filho de mim? Você enlouqueceu?
Ele apenas ficou quieto me encarando enquanto eu gritava como louca, irritada e indignada com o silencio dele me aproximei dando vários socos em seu peito.
-Você não vai tirar Nate de mim! Você não pode! – falei até que ele segurou meus pulsos com força fazendo-me parar.
-Eu vou fazer qualquer coisa até que você volte pra mim. – falou rapidamente e eu não acreditei que estava ouvindo aquilo.
-O que? – gaguejei – você está maluco? Você está completamente maluco, só pode. Qual a parte que você não entendeu que eu estou com Jared novamente?
Puxei meus pulsos com força me afastando dele, apesar de ainda querer arrebentar sua cara. Mas ele se aproximou, passando diretamente por mim e trancando a porta do escritório. Eu fiquei boquiaberta olhando aquilo, sem entender o que ele pretendia com aquela atitude.
-O que está fazendo? – perguntei, ele se virou
-Preciso que pelo menos você me ouça... – ele se aproximou novamente parecendo ficar um tanto desesperado e segurando-me pelos ombros – eu amo você... eu amo você como eu nunca amei outra mulher... até a minha ex mulher Margot, e-eu te amo demais!
Ele gaguejava e começou a suar, me deixando um tanto com medo, não parecia nadinha com o Léo que eu passei um ano junto, ele estava desesperado, olhos avermelhados, triste, confuso e preocupado e cada vez mais apertava meus ombros enquanto eu tentava me livrar de suas mãos.
-Não vou ficar com você. – falei pausadamente – eu não amo você, e você tira essa ideia da cabeça de tirar meu filho de mim... – falei.
-Eu não vou! – gritou tão alto que eu saltei com o susto, ele se afastou passando a mão na cabeça – Não vou deixar você ir embora da minha vida assim simplesmente! Se você quiser ficar com Nate terá que ficar comigo!
-Ele não é a droga do seu filho! – gritei pausadamente o irritando-o ainda mais, ele voltou-se para mim com a mandíbula travada – E quer saber? Não tem como você tirar ele de mim alegando ser o pai, já que o pai é o Jared e ele está vivo e mais próximo do que nunca de Nate.
Falei rapidamente e foi como se eu tivesse dado um tapa em sua cara, pois com passos firmes ele se aproximou de mim notavelmente furioso, os olhos avermelhados e mandíbula travada voltou a apertar meus ombros me balançando um pouco, confesso que uma mulher mais sensível teria ficado sem reação.
-Você prometeu pra mim que nunca contaria ao Jared isso! – falou.
-Eu nunca disse isso. – respondi tentando me soltar mas ele me mantinha sobre suas mãos.
-Você disse! Você não pode contar para o Leto que ele é o pai do Nate. – falou firme e ficando cada vez mais irritado, eu sabia que se eu continuasse ali alguma coisa poderia acontecer então dei uma joelhada na sua barriga que o fez inclinar, rapidamente tomei a chave de sua mão e saí correndo de dentro do escritório.
Cheguei no meu carro e foi só então que eu percebi que estava tremendo e chorando, meu Deus! Como ele se tornou uma pessoa tão agressiva? Quando isso aconteceu? Será que realmente foi sempre assim? Olhei pelo retrovisor e vi que ele estava saindo do prédio então liguei meu carro e parti novamente para a mansão. Assim que cheguei Nina e Cara ainda estavam lá conversando, mas eu devia estar com uma expressão e aparência péssima já que as duas se viraram para mim espantadas.
-O que aconteceu? – perguntou Nina.
Então contei-lhes para elas sobre a reação de Léo, as duas, especialmente Nina, ficaram furiosas.
-Se ele agredir você de novo, Margot, ele não vai conseguir a guarda do Nate. – ela falou um pouco preocupada.
-Se ele me agredir não vai conseguir? – perguntei pensando no que acabara de falar.
-Não... Opa, Opa, Opa, tira essa ideia da cabeça, você não vai se arriscar. – ela continuou.
-Margot, é maluquice. – completou Cara. Eu balançava Nate sobre minha perna, que se divertia com uma miniatura de avião.
-Margot? – ouvimos a voz de Jared chamando-me da sala.
-Shiu! – falei para as duas dando entender que não eram para tocar no assunto – e arrumem essas caras. Oi, meu amor! – o respondi, logo ele apareceu na cozinha cumprimentando as meninas e me dando um beijo.
-Deixei algumas coisas para fazer amanhã para poder ficar aqui com vocês. – ele respondeu sorrindo, meu Deus, ele estava tão feliz e não sabia metade do que estava acontecendo e eu queria que permanecesse assim por um tempo. – Bom, são quatro e meia eu pensei que poderia levar você em um lugar especial. – falou rapidamente.
-Que lugar especial? – perguntei curiosa, ele apenas sorriu.
-Já que Cara está aqui, não vai se incomodar em ficar com as crianças, não é maninha? – falou brincalhão, ela suspirou.
-Tudo bem, tudo bem, eu faço esse sacrifício por vocês. – falou no mesmo tom brincalhão.
-Ah eu posso ficar e ajudar quem sabe... Eu adoro o Nate e quero ter uma proximidade de Hannah – falou Nina e Cara tratou de concordar no mesmo minuto. Eu olhei para as duas e dei risada, Jared nem havia percebido o clima. Ele saiu dizendo que iria tirar aquele terno e colocar uma roupa mais aconchegante, disse que subiria em um minuto para poder colocar outra roupa também. Coloquei Nate no colo de Nina e me levantei.
-Sem dizer uma palavra só para qualquer pessoa. – falei para as duas.
-Margot... – Cara tentou falar.
-Não! Nada sobre Léo, ou qualquer coisa relacionada a isso, entenderam?
Nina segurou minha mão.
-Conte a ele. – falou firme olhando nos meus olhos, meu corpo estremeceu.
-Eu não posso. – respondi – não ainda.
-Claro que pode, conte a ele e acabe com isso de uma vez por todas! – falou firme, ela estava certa – você não pode deixar aquele idiota te espancar só por causa de uma possibilidade. – ela continuou – conte a ele, Margot, agora! Porque um dia ele ficará sabendo, e pode ser tarde demais.
Puxei minha mão irritada, não pelo o que ela estava falando mas porque tudo na minha vida era sempre tão complicado. Subi até o quarto de Jared e coloquei uma roupa mais confortável.
-Onde vamos? – perguntei no carro enquanto ele dirigia todo feliz.
-É especial, uma coisa que nunca mais fizemos juntos. – respondeu com um sorriso de orelha a orelha, até que ele dirigiu em direção ao mount lee, subimos até próximo o letreiro de Hollywood e lá no topo paramos para respirar e visualizar a cidade toda.
-Está quase na hora. – falou olhando no relógio, nós nos assentamos próximo a letra ‘H’, me sentei por entre suas pernas e ele me abraçou por trás. Estávamos ansiosos para ver o pôr do sol. Será que era o dia certo para contar a ele?
-Ah tanto tempo não que não fazemos isso. – ele falou próximo ao meu ouvido direito e meu corpo todo se arrepiou.
-Eu senti falta. – falei.
-Eu senti sua falta. – ele respondeu. Um minuto de silencio, sentindo meu coração apertar dentro de mim – nunca mais se vá, Margot. Por favor. – ele falou com uma voz um pouco tristonha, ah se ele soubesse que agora eu que tinha que implorar isso. Me aconcheguei mais perto dele.
-Para onde posso ir? – falei – só você e faz se sentir viva.
Nessa altura o sol estava se pondo quase que por completo, o céu tinha uma cor alaranjada, rosada e roxa. Algumas nuvens pincelavam o céu, deixando aquele final de uma tarde na Califórnia perfeita, eu olhei para toda aquela cidade lá em baixo e o quanto de pessoas que viviam ali, e como muitas delas eram sortudas por não estarem prestes a perder o amor de suas vidas, sejam eles o que for.
Ele me abraçou mais forte.
-Você já falou com o vento? – ele perguntou, eu me virei para ele rindo.
-Não... – falei – isso é uma piada sobre meus períodos de alcoólatra e viciada?
Ele deu risada.
-Não, Mag, existem lendas que dizem que se falarmos com os ventos sobre nossos sonhos e desejos, dores e aflições, eles trazem e levam embora. – ele disse enquanto fazia carinho afagando meu cabelo.
-Isso é besteira. – respondi.
-Não seja tão cética. – respondeu rindo – feche seus olhos – ele disse.
-Eu não! – falei dando risada, ele apertou meu corpo novamente
-Feche, os olhos Margot. – falou sussurrando em meu ouvido. Revirei os olhos acreditando que aquilo ali era uma grande idiotice mas para agrada-lo os fechei.
-Pronto, devo meditar agora? – falei zombando, ele entrelaçou nos dedos nas duas mãos.
-Cala a boca – falou sorrindo – feche os olhos e fique quieta.
Obedeci, ele também ficou quieto por alguns instantes então só se ouvia o barulho da cidade, e do vento sobre nós, já estava quase escuro por completo e algumas estrelas já brilhavam no céu, eu as mantive no meu pensamento.
Ele soltou nossa mão esquerda e voltou a afagar meu cabelo.
-Agora, pense nas coisas boas... nas pessoas que ama... peça para essas pessoas continuarem na sua vida... – ele falava de forma tão doce, tão boa no meu ouvido que fazia meu corpo estremecer, eu passei a pensar nele, nos meus filhos e não conseguia pensar em mais ninguém. De repente cada momento bom, de felicidade começou a passar pela minha memória como se fosse um filme, como se eu estivesse assistindo a alguma filme feliz, com uma história alegre, como se toda a minha vida tivesse sido aquilo, nada de tristezas, lagrimas, problemas, apenas felicidade. De repente, era como se minha vida tivesse começado a partir do momento que eu o conheci. Ele passava na minha cabeça e eu sentia meu peito se encher de alegria e felicidade, cada beijo, cada toque, cada abraço e sorriso, tudo passava na minha cabeça como num filme. Eu entendi naquele momento que qualquer que seja a substância das almas, a minha e a dele eram feitas da mesma coisa, eu podia sentir o vento quente sobre meu corpo mas não podia mais ouvir o barulho da cidade mais.
Então de repente na minha cabeça tudo começou a ficar escuro, muita escuridão e muita dor e o vento que outrora era quente, tornou-se frio.
-Margot! – ouvi a voz dele e abri os olhos, eu estava chorando e eu não tinha percebido, também não percebi que eu tinha apertado a mão dele com tanta força que as minhas unhas deixaram marcas.
Olhei para ele espantada. O que foi aquilo? Ele mantinha um sorriso doce nos lábios.
Eu entendi que a escuridão que veio após todas as lembranças boas foi quando nós nos deixamos, quando desistimos de nós mesmo e por isso senti muita dor porque sabia que eu não sabia viver sem ele.
-Nunca mais me deixe. – falei olhando fundo em seus olhos, ele ficou sério e me puxou para um beijo intenso e ardente, nos puxávamos cada vez mais próximo um do outro como se precisássemos disso mais e mais, como se precisássemos do folego um do outro para poder viver. Nosso beijo logo tornou-se em algo mais intenso, fazer amor com ele ali não era como estar em uma cama mas eu não me importei, eu me senti viva e no final tudo o que se passava na minha cabeça era que eu não podia de forma alguma perde-lo novamente. E foi com esse pensamento que eu passei a noite acordada olhando para ele enquanto ele dormia tranquilamente, como eu contaria sobre Nate?
Na manhã seguinte levamos Hannah para a escolinha, ele me deixou na agencia e disse que deixaria Nate na minha casa junto de Maggie antes de ir trabalhar. Estava uma manhã tranquila, pelas dez e meia eu já tinha finalizado muito trabalho que estava pendente quando Léo entrou no meu escritório alarmado.
-O que você quer? – falei rapidamente ficando em pé, ele fechou a porta atrás de si e se aproximou. Eu rapidamente me pus de pé.
-Eu fiquei pensando sobre aquilo que você me disse ontem, Margot! – falou – Se você não ficar comigo eu vou tirar o Nate de você! Ou você fica comigo ou não ficará com mais ninguém.
Ele estava realmente me assustando, tentei rapidamente correr até a porta do escritório mas ele se pôs entre mim e ela a trancando e me pegando pelo braço com força, me jogou no sofá.
-Fica aí! – falou alto – e não grite!
Na hora que eu ia abrir a boca para falar ele me surpreendeu com um soco que me fez ficar tonta rapidamente.
-Eu disse para você calar a boca! – começou a andar de um lado para o outro enquanto eu tentava controlar minha respiração, lagrimas e dor que pareciam que ia me sufocar.
-Você não vai contar para o Leto sobre Nate, ou eu mato você! – ele falou como se estivesse falando para si mesmo mas logo se transformou por completo e me pegou pelo cabelo me puxando até que cai no chão. Eu estava sem forças algumas, talvez pela forma como estava acontecendo tão rápido então ele chutou meu estomago duas vezes.
-Você não vai ficar com mais ninguém além de mim! – ele falava enquanto me chutava, além da dor, enjoo, as coisas rodando, eu só conseguia gemer e quando passei a gritar, Léo me puxou pelo cabelo me reerguendo com uma mão só e com a outra tapando minha boca.
-Cala a boca! – falou – não é para você gritar.
Agarrei seu pulso com minhas mãos apertando-o tentando faze-lo me soltar já que ele não tapava só minha boca mas também meu nariz, já estava ficando sem folego e vi a hora de desmaiar, consegui alcançar um abajur que ficava na mesinha e o puxei com força acertando-o, ele rapidamente me soltou cambaleando para trás passando a mão no local onde o acertei, aproveitei o momento para correr até a porta mas ele puxou-me pelo cabelo novamente me jogando no sofá, onde caí de costas.
-Seu animal! – gritei e recebi outro soco por isso, senti um som agudo no ouvido onde ele havia acertado e achei que iria desmaiar ali mesmo.
-Continua, sua vagabunda! – ele falou se aproximando – você é minha, Margot, minha!
-Eu prefiro morrer do que ser sua! – respondi e cuspi na cara dele, mais sangue do que saliva. Péssima ideia, ele segurou minha mandíbula com os dedos apertando tanto que chegou a doer, e se aproximou de mim
-Minha! – respondeu cada vez mais apertando, então comecei chorar por conta da dor que estava sentindo, eu tinha certeza que ele estava tentando quebrar minha mandíbula ou desloca-la pela força que fazia, assim eu não poderia gritar, não poderia dizer nada enquanto ele abusava de mim, pois ele começou a subir sua mão por entre minhas coxas enquanto eu me debati tentando faze-lo me soltar, gemendo, chorando, me debatendo, me sentindo um inseto na mão de um ser humano cruel.
-Margot? – Ouvi a voz de Marina e a maçaneta da minha sala se mexendo – Margot? Abra a porta.
Ele ficou desesperado e eu comecei a gemer mais alto tentando falar mas ele não permitia, passei a me debater mais, então apertei seu braço com minhas unhas o machucando.
-Margot! Abra a porta! – Marina repetiu irritada.
Foi ao mesmo tempo em que eu o machuquei, ele soltou rapidamente meu rosto e eu consegui gritar por um pedido de socorro mas logo ganhei outro soco que me deixou totalmente zonza.
-Margot, é o Jared. – ouvi a voz dele distante, eu estava prestes a desmaiar, Léo deu outro soco em mim e se afastou indo para perto da porta assim que viu que eu estava quase desmaiada, ele estava desesperado, sem saber o que fazer. Tombei no sofá, mas rolei até o chão pois queria alcançar o botão dos seguranças que ficava próximo a minha mesa, mas ele e viu se movendo e voltou para chutar mais minha barriga, chutou e chutou e chutou até se cansar, eu não aguentava mais sentir dor e não sei como, retirei forças dentro de mim mesma para poder gritar.
-Jared, por favor, me ajuda! – gritei sentindo meu corpo perder mais força por conta disso, mas foi o grito mais alto que consegui dar irritando-o mais, ele chutou-me novamente e depois bateu minha cabeça contra o chão e eu ficava e perguntando quando que meu cérebro iria se desligar só para eu deixar de sentir dor.
Mas não foi preciso isso acontecer, dois baques fortes na porta alarmou Léo extremamente, ele olhou para a janela mas ele nunca pularia, olhou para as quatro parede, estava encurralado. Outro baque e finalmente a porta se abriu e Jared entrou como um foguete dentro da minha sala, ele olhou para mim com espanto, e sem dizer mais nada voou para cima de Léo o derrubando com apenas um soco, depois outro e outro e outro enquanto Marina correu pare me ajudar, ela me puxou para longe dos dois, Léo não tinha nem a chance de se defender dos socos e chutes que Jared o acertava.
-Você vai mata-lo! – gritei, mas não estava preocupada com Léo, mas com Jared – Jared, pare!
Mas ele não me ouvia, tive que lutar contra minha dor e ficar entre eles dois para que ele parasse.
-Você vai mata-lo e vai se prejudicar por isso. – falei, Léo tombou no chão, desmaiado, o rosto deformado, inchado, sangrando.
Fiquei zonza e quase caí mas Jared me segurou.
-Meu amor, o que ele fez com ele fez com você? – falou me pegando no colo como um bebe e me levando rapidamente para o hospital, entrou como um completo maluco comigo em seus braços e rapidamente fui atendida. Fizeram todos os tipos de exames, felizmente não tinha quebrado nenhum osso, mas um exame de raio x comprovou que ele realmente havia tentado quebrar minha mandíbula e por isso a dor que eu ainda sentia sobre ela. Eu ficaria com a cara inchada por alguns dias e sentindo as dores dos chutes que recebi no meu ventre e estomago. Todos, como era de se esperar foram até o hospital me ver, Léo havia sido levado diretamente para a delegacia e Jared teve que ir, pois também tinha-o agredido.
-Você não provocou ele para que isso acontecesse, não é Margot? – Nina perguntou, meu olho direito estava completamente inchado, eu não conseguia enxerga-la por ele.
-Não. – respondi, toda vez que falava minha mandíbula doía – ele me pegou de surpresa. – falei e nada descrevia o que eu estava sentindo dentro de mim, ódio, ódio e muito ódio além da humilhação – Cadê Jared?
-Ele ligou, disse que teve que pagar uma fiança mas em relação a ele é mais tranquilo porque ele estava te defendendo agora sobre Léo, é difícil dizer como vai ser já que ele é britânico. – disse Marina.
-Eu quero que ele morra! – falei não me importando com a dor – eu quero que ele simplesmente morra. – e desatei a chorar novamente.
-Você tem que contar para o Jared agora que ele é o pai de Nate! Aproveita que está assim e conta, ele não vai te deixar, ele espancou um homem quase até a morte por você Margot! – Nina falou insistente e assim que parou de falar ele chegou, ainda irritado, alarmado, e toda vez que olhava para mim parecia ficar mais furioso. Todas as meninas saíram me deixando com ele. Ele não disse nada apenas segurou na minha mão me e me abraçou enquanto eu chorava mais.
-Porque não me contou antes que ele já havia batido em você? – perguntou, olhei para ele e depois abaixei a cabeça envergonhada.
-Não queria ser mais um problema para você – respondi – além do mais esse era o meu fardo.
Balançou a cabeça sem entender o que eu estava querendo dizer com aquilo.
-Fardo, Margot? Não... ele fez isso porque você está comigo? – quis saber.
Assenti balançando a cabeça sem conseguir encara-lo mas ele mostrou-se mais revoltado com aquilo.
-Eu preciso da sua ajuda. – falei entre lágrimas.
-O que você quiser, meu amor, o que você quiser – falou afagando meu cabelo e segurando minha mão.
-Ele quer tirar Nate de mim. – falei rapidamente porque se não o fizesse assim, iria desistir. – ele quer tirar meu filho de mim.
Jared reprimiu os lábios.
-Não, nós vamos lutar contra isso, ele te agrediu e mesmo que seja o pai nenhum juiz daria guarda para um homem agressivo.
Desatei a chorar mais ainda balançando a cabeça um pouco desesperada. 
-Ele não é o pai! – falei entre soluços – ele não é o pai. – repeti tamanho era meu desespero.
Jared juntou as sobrancelhas.
-Então quem é? – perguntou, levantei os olhos para ele, eu sabia que o perderia mais não tinha como voltar mais atrás.
Levei alguns segundos até conseguir pronunciar aquela frase.
-Você é, Jared. Nate é seu filho, eu fugi quando tinha apenas dois meses de gravidez porque você tinha tirado a Hannah de mim e eu não ia suportar isso com outro filho. Mas, você é o pai dele! E ele precisa do seu nome, ele precisa de você. – disparei aquelas palavras rapidamente tamanho era meu desespero e ódio, medo e preocupação. Ele ficou boquiaberto, eu não consegui descrever o que ele estava pensado, mas eu queria, Deus, como eu queria saber o que estava se passando na cabeça dele. Apertei sua mão com força já que ele não segurava mais a minha com tanta, ele virou o rosto sem olhar para mim.
-Jared... – falei me sentindo o pior ser humano do mundo – eu sinto muito... mas eu tive tanto medo...
-Você disse para Léo que ele poderia ser pai do Nate? – ele perguntou um tanto calmo.
-Não! – falei – por isso ele me bateu, porque ele não aceitou que eu nunca ia dar a paternidade do meu filho para ele. Eu nunca escondi de Nate quem é o verdadeiro pai, e você pode me odiar para sempre por isso mas não pode abandonar seu filho
Jared respirou fundo, e se levantou se afastando de mim andando de um lado para o outro sem dizer mais nada.
-Eu sei que você me odeia e vai me deixar novamente mas você não pode deixa-lo levar nosso filho embora e não me culpe por isso. – implorei e meio lágrimas e soluços.

A acompanhante (CONCLUÍDA) Onde histórias criam vida. Descubra agora