“Eu espero que você saiba que isso não tem nada a ver com você, é pessoal, comigo mesma. Há algumas coisas que preciso resolver mas sentirei sua falta como uma criança sente falta do seu cobertor mas porém preciso de outro rumo em minha vida, é hora de ser uma garota grande e garotas grandes não choram”
-O que? – Marina gritou – eu fico fora uma semana e o mundo desmorona! Eu só fui para uma lua de mel e volto Lila foi exilada, Nadia... o que você fez Lizzy? – Lizzy só ergueu as sobrancelhas e um sorrisinho – tanto faz, mas você ir embora? Isso é um absurdo!
Ela levava as mãos até a cabeça andando de um lado para o outro totalmente transtornada mas aquilo só me fazia rir.
-Eu não estou abandonando vocês, considere isso como uma expansão dos negócios – ela cerrou os olhos.
-Você está fugindo – disse Lizzy me encarando – sempre faz isso!
Eu abri a boca chocada.
-Concordo – disse Marina e eu me levantei indignada.
-Não estou fugindo mas preciso sim de um tempo longe, é uma oportunidade de abrir uma agência na Europa e uma oportunidade de recomeçar. – falei olhando pela janela a grande cidade calorosa que eu amava demais mas teria que abrir mão por um tempo – vocês duas estão responsáveis pela agencia até que eu volte.
-E quando vai acontecer isso? – perguntou Marina.
-Eu não sei.
Elas suspiraram, era extremamente difícil dizer adeus para elas. Mas então as duas se levantaram e me abraçaram forte tive que me controlar para não começar a chorar ali.
-Ok, Mag! – disse Mary – apesar de você nos contar por última hora faremos de tudo para manter a agência no mesmo patamar.
-Eu sei que sim – respondi – eu vou continuar como presidente da empresa, claro, apenas vou administrar lá de Londres.
-Claro, Mag não tem o que se preocupar – respondeu Lizzy sorrindo.
Era horrível me despedir das minhas melhores amigas mas era pior ainda estar no carro com Marina e Lizzy em direção a mansão de Jared para se despedir da minha filha, a cada passo sentia como se eu fosse desmoronar. Assim que chegamos eu encarei aquela casa, a casa que costumava ser meu lar.
-Nelly! – ela veio correndo e me abraçou forte chorando.
-Diga que voltará logo, menina – falou segurando meu rosto em lágrimas.
-Claro! – menti – claro que sim, Nelly.
A abracei novamente. Ouvimos passos na escada e eu achei que fosse Jared mas foi pior.
Amber desceu as escadas com um vestido simples e descalça, como se estivesse ali ah algumas horas, meu coração pesou dentro do peito.
-Ah, Margot! – disse se fingindo de surpresa – não sabia que viria hoje, teria dito para ao empregados preparem algo.
Falou mostrando como ela tinha algum tipo de autoridade ali e quisesse me mostrar isso.
-Jared está descendo, acabamos de levantar – continuou falando estalando a língua de forma irritante – estávamos bem relaxados.
-Não vim ver ele – respondi firme – podem relaxar a vontade.
Eu não podia acreditar que ele tinha passado a noite com ela na nossa casa! Aquilo era só mais uma confirmação de que eu deveria sair daquela cidade o mais rápido possível, que eu devia esquecer ele, tirar ele da minha cabeça e do meu coração de uma vez por todas. Mas eu soube imediatamente como aquilo seria quase impossível quando ele veio do outro cômodo com Hannah no colo, paralisei encarando-o.
Hannah pulou do seu colo e veio correndo, eu me abaixei e a abracei com tanta força finalmente chorando, soluçando, mal conseguindo falar.
-Porque está chorando, mamãe? – ela perguntou inocente, eu soltei ela e afaguei seus cabelinhos
-Escute, Hannah, a mamãe vai ficar alguns dias longe, tá? – falei gaguejando enquanto um rio de lágrimas descia pelo meus olhos, ela ficou confusa e secou minhas lágrimas.
-E eu não posso ir com você? – perguntou triste e eu chorei mais.
-Não meu amor, você precisa ficar aqui com seu pai – respondi e ela abaixou os olhos – mas, hey, o que a mamãe sempre diz para você? Seja forte, minha pequena soldada!
Ela deu um sorrisinho.
-As coisas podem não fazer sentido para você agora – ela começou a chorar – mas você sempre vai me ter.
-Porque você não pode ficar aqui comigo e com o papai? – ela perguntou na inocência dela e eu não pude evitar olhar para ele, todos estavam nos assistindo calados.
-As coisas ficaram ruins entre o papai e eu – disse – mas nós continuamos amando você acima de tudo! Eu sei que você é muito pequena para saber, mas eu vou estar sempre com você aqui – toquei na altura do seu coração – e em suas orações, e você vai ir poder ver a mamãe sempre que quiser.
Ela olhou para Jared.
-É verdade papai? – perguntou e nós trocamos olhares novamente.
-Sim, Hannah – ele respondeu – Você vai ver sua mãe sempre.
A puxei e a abracei novamente me desmanchando em lágrimas.
-Mag, é hora de ir – Marina disse segurando meu ombro.
-Não! – eu disse segurando-a com mais força mas não sabia se eu estava falando com ela ou com a vida que estava me forçando a deixar minha filha.
-Vamos Hannah – Nelly a segurou e eu a soltei.
-Mamãe! – ela me chamou enquanto Nelly a afastava de mim – eu quero minha mãe! Mamãe!
Agradeci que Marina estava me segurando se não eu teria caído de joelhos ali mesmo.
-Hannah... – sussurrei sem forças olhando enquanto Nelly a afastava de mim.
-Vamos Mag – Mary disse com o tom triste, respirei fundo tentando controlar minhas lágrimas e me virei para o carro.
-Espera! – Jared gritou e assim que me virei ele já estava perto de mim, segurou meu rosto com as duas mãos e me beijou com força – fique! Eu estou te implorando para ficar!
Eu o beijei novamente, um beijo misturado com nossas lágrimas.
-Eu não posso – respondi fraco.
-Então eu vou esperar para sempre você voltar – disse e reunindo uma força desconhecida me virei entrando no carro me acabando em lagrimas que faziam até minha cabeça doer mas não me importei nada doía mais do que deixar as duas pessoas que eu mais amava. Saímos da casa deles e voltei para o hotel afim de encontrar Léo que já estava me esperando com as bagagens todas no carro, ele perguntou a mim três vezes se eu realmente queria ir embora e eu afirmei as três vezes mas dentro de mim meu coração chorava porque eu queria ficar, eu queria permanecer ali com minha filha e... Enfim, talvez isso fosse o certo a se fazer por um tempo. Marina nos acompanhou até o aeroporto, ela nos deu uma carona em seu carro, na sala de embarque meus olhos não saiam da porta principal, eu ficava esperando que uma daquelas cenas de filmes acontecesse, ele entraria correndo e me impediria de pegar aquele voo, mas eu sei que essas coisas só acontecem em filmes, Jared e eu já estávamos machucados demais, tínhamos brigados demais, tentar consertar isso era ridículo. Eu tinha que achar outro rumo na minha vida, viver sem ele, e voltar para buscar minha filha para que eu finalmente possa ser feliz e me dói tanto partir sem poder leva-la, dói demais.
-Você está bem? – perguntou Marina me desconcentrando de olhar para a porta principal.
-Sim. – respondi sem muita confiança na voz.
-Sei. – ela falou – Margot, você está fazendo certo, precisa se afastar dele por um tempo para finalmente conseguir pensar com clareza se quer estar ou não com ele. Ele te sufoca, ela não deixa você pensar, com a presença dele você sempre vai estar apaixonada por ele.
Suspirei fundo.
-Eu Sei, Mary, mas ainda doí. Dói tanto que parece que não vou conseguir, se ele aparecesse agora me pedindo para ficar, eu ficaria. – falei, ela reprimiu os lábios.
-Eu sei que ficaria, mas você deve ir Margot. Se passar um tempo e você não conseguir esquece-lo volte e reconquiste ele.
-Ele não me quer mais. Acabou. Ele vai me odiar para sempre por ter ido.
Ela balançou a cabeça.
-Ele te ama, e quando você voltar ele vai estar ainda te amando.
-Mas... – eu ia continuar mas Léo havia voltado com uma lata de refrigerante e um café para ele, mudamos de assunto e logo em seguida o meu voo foi anunciado. Era a hora, a hora de deixar tudo para trás. Levantei da minha cadeira e percebi que minhas pernas tremiam, percebi que todo o eu corpo tremia pois eu não queria ir, comecei a chorar e usei Marina como desculpa, ela sabia que eu não chorava por ela mas por ele, me abraçou e sussurrou no meu ouvido que tudo ficaria bem, então entrei na aeronave, Léo estava radiante e eu bem no fundo do meu coração desejando que aquele avião caísse para que eu parasse de sentir aquela dor.
JARED:
A reunião já durava mais de duas horas, parecia que não ia acabar nunca. Eu não estava conseguindo absorver nada do que estava sendo falado ali, meus pensamentos estavam em Margot e cada avião que passava voando perto dali, eu imaginava se ela estava lá dentro e a cada avião, meu coração parecia estar sendo rasgado ao meio com as próprias mãos delas.
Porque está fazendo isso comigo, Margot? Porque está me deixando?
Era tudo o que eu conseguia pensar, mas fui estupido, idiota, e orgulhoso. Ainda quase passei a noite anterior com Amber por estar com raiva, por achar que isso seria uma vingança por ela estar indo embora, que ridículo!
Eu sou um babaca, cretino, idiota!
-Não... o Sr. Leto está em reunião... – ouvimos Cristina dizer antes da porta abrir e Cara entrar interrompendo a apresentação de um dos advogados da empresa.
-Você é um babaca! – ela se aproximou de mim e apontou o dedo na minha cara sem se importar com os restante das pessoas ali. – A mulher que você ama está daqui a pouco pegando um voo para o outro lado do oceano e você aqui sentado sem fazer nada. Jared Leto, você como meu irmão mais velho, me envergonha.
-E o que eu posso fazer, Cara? O que eu deveria fazer?
Ela riu ironicamente.
-Primeiro levantar essa bunda da cadeira e ir dizer para ela que você a ama e quer ela de volta, depois mandar a vagabunda da Amber de volta para o buraco e onde ela saiu! Jared Leto, eu tive que subir vinte andares para poder chegar na sua sala, esse prédio todo é seu, você conquistou tudo isso e não consegue reconquistar a sua mulher que te ama? O que aconteceu com você?
Eu fiquei sem palavras, falando dessa forma parecia ser fácil mas na pratica era muito mais fácil conquistar esse edifício do que a Margot.
Todos estavam olhando para nós, sem saber o que dizer, olhei para todos os meus sócios e advogados.
-Vai! – um deles disse – não fica aqui perdendo tempo.
-Você deixou a Margot? Cara, você realmente é um babaca. – Henry, meu advogado falou.
-Vai logo Jared! – gritou Cara, com um pulo e com muita segurança me levantei da cadeira e saí dali daquele lugar junto com Cara em direção ao aeroporto. Estava um trânsito horrível àquela hora mas eu sabia que chegaria antes dela partir. Duas quadras antes de chegar no aeroporto o transito parou.
-Quer saber? Que se dane. – falei tirando o cinto de segurança e pulando para fora do carro o deixando com Cara, corri como louco até o aeroporto entrando pela porta principal.
-Preciso de uma passagem para Londres – falei para a moça da loja, nem reparei em que companhia estava apenas precisava de qualquer cartão de embarque
Ela fez tudo com presa, passei pelos detectores como um louco até chegar na sala de embarque, avistei Marina de longe, ela ainda poderia estar por ali. Corri até ela com um sorriso no rosto.
-Cadê ela? – perguntei assustando-a.
-Jared! Meu Deus. – ela falou com os olhos arregalados, mas depois o semblante me disse tudo que eu não queria.
-Não, ela tem que estar aqui ainda. – falei sentindo a frustração tomar meu corpo
-Sinto muito Jared, mas ela já foi. Ah dez minutos o avião acabou de decolar.
O que eu senti ao ouvir aquilo foi indescritível, não podia ser verdade. Ela não poderia ter ido.
Olhei para a passagem em minha mão, o meu voo era o próximo mas parecendo ler os meus pensamentos Marina continuou.
-Você não pode ir atrás dela! Você teve todo esse tempo e quando ela finalmente decidi partir, você vai arás para bagunçar tudo de novo? Se você realmente a ama, deixe ela em paz, deixa ela encontrar a felicidade dela. Acabou, Jared. Deixe ela ser feliz.
Marina sempre foi melhor amiga de Margot e a única a qual eu sempre confiei de verdade, não que eu não gostasse das outras mas Marina estava sempre tentando fazer com que ela tomasse decisões certas enquanto as outras a levavam para as festas e noitadas. Ela suspirou e segurou na minha mão.
-Jared, eu sei que você a ama, e que ela te ama também mas deixa-a tomar uma decisão. Deixe ela saber que isso vem dela, e se vocês realmente tiverem que ficar juntos a vida vai juntas vocês dois novamente. Vocês tem uma filha juntos, isso os deixará ligados para sempre.
Eu quis falar alguma coisa para ela, que ela estava louca e deveria sair da minha frente para que eu fosse atrás da mulher que eu amo mas não consegui, não consegui porque sabia que mais da metade da culpa dela ter ido era minha, eu a afastei de mim, eu a machuquei e agora ela se foi e eu não sei quando voltaríamos a nos ver. Senti um nó na minha garganta como nunca senti antes e me sentei em uma daquelas cadeiras de espera e chorei, chorei porque sabia que era a hora de cortar todos os laços, chorei porque não queria deixa-la ir, chorei porque num momento tudo era amor e no outro tudo desmoronou, chorei porque tudo é efêmero e frágil, eu chorei porque não era fácil se afastar dela. Mas ela fez certo, escolheu certo.
Mas não importa quanto tempo passasse eu sempre amaria Margot Robbie do fundo do meu coração, sempre seria por ela que eu chamaria e olhar para a minha filha seria como ver ela ali, conosco.
Marina se sentou ao meu lado e colocou as mãos nas minhas costas me abraçando, ela entendia minha dor e eu entendia por que não podia ir atrás dela. Talvez um dia nós nos reencontre e sei lá, façamos certo da próxima vez.
Eu saí do aeroporto mas não voltei para casa, pelo menos não naquela hora. Parei no primeiro bar que encontrei e fiquei por ali, não costumo beber mas me sentia de mãos vazias ali e precisava de algo que fosse preencher aquele vazio que estava sentindo mas foi uma estupidez total. Eu a deixei ir, tive tantas oportunidades de faze-la ficar mas a deixei partir, a deixei escapar e talvez eu nunca mais vá reconquista-la.
Pelas onze horas chamei um táxi e decidi voltar para casa, apesar de Margot ter ido eu ainda tinha Hannah e ela precisaria de mim bem. As luzes da sala de estar estavam acessas então decidi entrar pelos fundos pois não estava afim de falar com ninguém ou que alguém me visse naquele estado.
-Eu sei! – alguém disse da sala me aproximei em passos lentos, Amber ainda estava ali intencionei manda-la embora mas ela começou a sussurrar me instigando a ficar ali – ela foi, foi embora, toda a história de gravidez deu certo.
Senti a raiva começar a me consumir e me controlei para não fazer uma besteira, queria estar ouvindo alucinações, vozes, só não queria acreditar que eu tinha perdido a mulher da minha vida por causa de uma mentira, um plano detalhadamente arquitetado para acabar com a gente.
Saí dali e fui para a outra sala me sentindo perdido, fraco, eu podia ficar com raiva dela mas já não tinha muito o que eu podia fazer.
AMBER:
-Então agora é hora de concluir com tudo – mamãe disse rindo do outro lado do telefone, era bom deixa-la de bom humor e contente por eu ter conseguido o que queríamos. Dei um longo sorriso e iria continuar falando mas ouvi um barulho da sala.
-Preciso ir, alguém chegou – falei desligando rapidamente, caminhei até a sala e Jared estava ali sentado no sofá em meio a escuridão, é pelo visto Margot já estava bem longe. Hora de continuar agindo! Rapidamente subi até o quarto deles, ou dele, melhor: iria ser nosso!
Abri o closet e ainda havia umas roupas dela ali, uau, ela até que tem um bom gosto. Peguei um vestido de alcinha, passei seu perfume e soltei meus cabelos. Aquela noite eu iria finalizar meu plano com maestria e mamãe ficará extremamente feliz!
Desci as escadas em passos leves e o encontrei ainda deitado encarando o teto escuro, totalmente submerso em seus pensamentos, havia algumas garrafas de vodca e rum caídas ali e mais uma em sua mão quando me aproximei.
-Jared?? – chamei mas ele continuou olhando para o teto – Jar?
Sussurrei e então lentamente ele olhou para mim, ao olhos avermelhados não soube dizer se ele estava chorando ou era efeito da bebida. Me sentei ao seu lado acariciando seu rosto, então ele segurou minha mão.
Ele estava muito bêbado, e muito abatido mas logo isso iria passar. Me inclinei para frente e beijei seus lábios e para a minha surpresa ele retribuiu o beijo... que logo cessou com a mão dele em volta da minha mandíbula.
-Você pensa que é ela? – disse entredentes – acha que pode usar as roupas dela, o perfume dela e eu vou confundir vocês?
Meus olhos encheram de lágrimas instantaneamente.
-N-Não – gaguejei.
-Você nunca se comparará a ela, vadia mentirosa! – ele segurou meu rosto com força e de repente eu me vi debaixo dele no sofá, me sentindo pequena e desprotegida. Meu corpo todo estremeceu de medo ao encarar os olhos furiosos dele, ah não! Ele havia descoberto - mentiu sobre estar grávida, mentiu sobre tudo!
-Não, eu estava grávida f-foi a Margot! – acusei tentando desesperadamente faze-lo acreditar em mim mas ele rosnou me soltando e ficando de pé se afastando de mim.
-Não se atreva a dizer o nome dela! – ele trovejou e eu paralisei estremecendo, e estava extremamente irado, mas eu não podia deixar a chance escapar, não podia deixar que meu plano fosse por água abaixo por uma estupidez! Saí do sofá, ou deslizei me arrastando até seus pés e segurei suas pernas me desmanchando em lágrimas que já caíam com facilidade.
-Eu estou dizendo a verdade, eu estou com medo de ficar sozinha Jared! – implorei mas ele segurou meu braço com força me fazendo ficar em pé – está me machucando – e realmente estava.
-Eu ouvi você no telefone – disse próximo ao meu rosto que rapidamente congelou, não havia como negar, não havia como fugir. Tentei desesperadamente pensar em uma resposta mas meu olhar entregou tudo – Você armou tudo para acabar com nós dois!
-Eu amo você – explodi em lágrimas de novo, era a única forma de tentar fazê-lo compreender mas a expressão de nojo que ele fez quebrou meu coração. Jared me soltou me empurrando e se afastou mas corri novamente até ele segurando seu braço, mas com raiva ele segurou novamente meu pulso
-Você é uma cobra, um inseto perigoso que deveria ter sido esmagado quando tive a chance – começou a andar me puxando para fora da casa.
-Não por favor – implorei mas já o vento frio da noite tocou em minha pele e meus pés sentiam o pinicar do gramado do quintal pois estavam descalços, ele me puxava a contragosto. – eu fiz porque eu amo você, eu só queria que você soubesse disso.
Então ele parou segurando meus ombros e riu.
-E você esperou que eu amasse você? É só a droga de um rostinho bonito! Nunca mais chegue perto da minha casa, da minha empresa, desapareça! – ele deu uma ordem e o segurança abriu o grande portão, arregalei ao olhos incrédula que ele seria capaz.
-São três horas Jared! – clamei mas ele pouco se importou me empurrando com força para o outro lado do portão, caí de joelhos mas rapidamente me levantei voltando para o portão já trancado – por favor... Eu não tenho para onde ir!
Ele entrou na casa e eu fiquei olhando já sentindo ao olhos arderem devido as lagrimas. E então ele voltou, mas com minha bolsa em suas mãos e a lançou por entre o portão acertando-a em mim.
-Você pode ser irmã dela, mas você nunca se comparará a ela! – foi o que ele disse antes de se virar e me deixar ali como idiota de frente para o guarda que riu do meu desespero.
-Eu queria ter tanta mulher atrás de mim quanto ele – zombou enquanto eu segurava as grades sem saber o que fazer. Estava perdida.
-Jared! – gritei como louca – Jared!
-Hey, se for ficar gritando eu vou chamar a polícia, vamos, saí fora – o guarda disse me cutucando com um catete – Você é bonitinha mas a Margot era um sonho.
Cerrei os olhos, inferno! Desgraçados! Como deixei isso acontecer? Um simples erro, um simples errinho e tudo foi por água abaixo. Peguei minhas coisas e caminhei até o único lugar que senti que deveria ir.
A luz da casa estava apagada mas eu ainda tinha as chaves, abri tentando não fazer barulho e fui pegar um leite na cozinha.
-Ai meu Deus! – me assustei quando me virei e mamãe estava parada usando um robe me encarando com braços cruzados, aquele maldito olhar!
-O que você está fazendo aqui? – ela perguntou e meus lábios tremeram, abaixei os olhos.
-Jared Leto me expulsou da mansão – balbuciei como se minha voz fraca diminuísse o impacto daquela notícia mas não, eu vi a fúria se ascender nos olhos dela
-E como você deixou isso acontecer? – ela perguntou entredentes me fazendo tremer, olhei para a caixa de leite em minha mão, não conseguia encara-la.
-Ele escutou a minha conversa com a senhora no telefone – falei, ou gaguejei – ele soube que eu nunca estive grávida.
Os ombros dela abaixaram e sua expressão era de quem havia levado um soco no estomago, e depois ficado muito, muito nervosa por causa disso. Com passos firmes ela se aproximou e logo senti a mão forte dela contra meu rosto, mordi o lábio tentando não chorar.
-Sua inútil! Imprestável! – gritou – como você deixou isso acontecer?
-Eu...
-Como você consegue ser tão inútil assim? – ela se aproximou – eu te dei uma simples tarefa!
Eu podia resistir ao tapa que levei, já estava acostumada desde criança com as agressões físicas mas nunca me acostumara com as verbais. Meu ombro encolheu em sinal de como ela me fazia se sentir pequena e inferior.
-Sabe o que me surpreende? – ela parou de andar de um lado para o outro – o fato de eu ter largado Margot e ela ser mil vezes mais inteligente do que você, que eu criei e ensinei tudo!
-Eu não sou a Margot! – respondi forçando e ela me encarou.
-É claro que não, ela é esperta! Engravidou dele e se casou, você não conseguiu nem uma mentira simples. Inútil! – cuspiu as palavras se apoiando na pia de costas para mim e ficamos caladas por um tempo, até ela suspirar e tornar a falar. – bom ao menos tenho uma esperança.
Se virou e eu a olhei
-Você vai ter que engravidar de verdade agora. – disse e abri a boca.
-Mas ele não me quer! – insisti.
-Não seja burra, você passou a noite anterior com ele agora precisamos somente de uma gravidez não importa de quem seja.
Ela falou rápido, ríspida e autoritária como sempre. Sem se importar de estar pensando em me fazer dar para qualquer um só para podermos dar o golpe em Jared, de novo. Mas aquele plano dela tinha uma falha terrível.
-B-bom, eu posso não ter passado a noite com ele – eu disse novamente com a voz baixa já sabendo o quanto eu seria punida por aquilo, ela se aproximou com os olhos arregalados.
-O que?
-Ele me chamou e eu achei que ele iria querer, ele estava com tanta raiva dela... mas não conseguiu, se sentiu horrível e me mandou embora mas como estava tarde acabei dormindo no quarto de hóspedes. – os olhos claros de minha mãe estavam sobre mim incrédulos e eu precisava que ela entendesse – não é fácil mãe! Ele a ama! Da ultima vez eu usei a raiva dele mas ele não está com raiva, apenas triste.
-Tristeza nada tem a ver com isso! – vociferou me fazendo encolher novamente – ele é homem! Não é tão difícil assim.
-Mas eu tentei – disse
-Saia daqui, Amber! Eu tenho vergonha de você! Você quer ser igual a ela em grandeza mas é tão pequena quanto uma formiga que merece ser esmagada! – disse me tirando lágrimas – eu preciso da droga do dinheiro, ou você quer ver sua mãe na rua pedindo esmolas? Nossas coisas leiloadas? Nossa casa hipotecada?
Ela também começou a chorar e eu só pude negar com um aceno de cabeça baixa chorando.
-Hora, minha princesinha! – me abraçou afagando meus cabelos – desculpe ser tão dura com você, mas eu só tenho você! A egoísta da sua irmã nos abandonou á falência, mas nós vamos nos vingar acredite em mim!
A voz dela em meu ouvido era determinada e autoritária, soltei um sorriso acompanhando a mesma linha de pensamento dela, não importava o que acontecesse Margot Robbie iria se arrepender e Jared Leto seria meu!
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A acompanhante (CONCLUÍDA)
Romance(+18) "Margot era uma acompanhante de luxo, mas não qualquer acompanhante. Era a garota mais requisitada e mais cara da agência. Após ter sido deixada pela mãe aos quinze anos para trabalhar como striper em uma boate qualquer na Califórnia e na busc...