Better than that

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“Todos dizem que ela tem uma baixa autoestima
Então, por que ela está agindo como se fosse a dona do mundo? Eu sei que você tem se sentido triste, mas também sei que você pode fazer melhor que isso...”

Procurei meu celular por todo o apartamento e não achei, Lizzy ficava dizendo que eu tinha perdido ele na balada mas eu sabia que não. Depois de revirar tudo, me lembrei que tinha deixado no apartamento de Jared junto com a minha bolsa.
Peguei o celular dela e liguei para Natalie.
-Ah eu vi ele hoje de manhã lá em casa – ela disse bocejando – estou com muita dor de cabeça. A noite de ontem é um borrão na minha cabeça, não sabia que ficar de ressaca era tão ruim – falou.
Ignorei o restante da frase dela.
-Você está em casa? Preciso muito do meu celular.
-Não, mas Jared está. Estou na casa da minha mãe ajudando ela limpar a casa.
-Ok, tchau. – mal esperei ela terminar de falar e peguei a chave do meu carro, eu lá queria saber onde ela estava? Dirigi até o prédio, cheguei bem rápido.
-Que surpresa! – ele disse abrindo a porta.
-Vim pegar meu celular... Acho que deixei aqui ontem – falei, ele deu passagem e eu entrei. Ele ainda estava vestido da mesma maneira que eu vi no dia anterior.
-Está lá no quarto – e se jogou no sofá, mudando o canal da televisão. O encarei irritada.
-Então vá pegar! – falei, ele riu.
-Você conhece o caminho – disse, revirei os olhos e fui até o quarto. Vi o celular em cima da cabeceira e adentrei o quarto, mas assim que adentrei olhei para o lado e vi a caixa preta em cima da penteadeira. Mudei totalmente o meu foco. Abri a caixa e peguei um vibrador, tirei toda minha roupa e me deitei na cama, levei o vibrador entre as minhas pernas e senti aquela sensação maravilhosa, comecei a me masturbar ali em cima da cama e gemia alto, propositalmente.
-Você só pode estar brincando comigo... – ouvi a voz dele depois de dez minutos, ela soou um pouco desesperada e excitada.
Sorri e mordi o lábio, penetrei o vibrador dentro da minha vagina e gemi mais alto ainda. Jared ficou olhando mais alguns minutos toda a ação e depois decidiu participar da festa.
-Me dá isso aqui – ele tomou da minha mão e continuou a fazer o que eu estava fazendo, enfiando em mim por completo, então enquanto enfiava na minha vagina sua língua começou a trabalhar em meu clitóris, fazendo minha pernas tremerem, ele parou e inclinou todo o seu corpo em cima do meu. Admirou meus seios por alguns segundos e sorriu safado, começando a chupa-lo, gemi levemente enquanto ele mordia de leve o bico do meu peito. Cruzei minhas pernas ao redor de seu corpo como na noite anterior, ele apertou seu pau contra minha intimidade. Ele estava duro, e aquilo me deixou mais excitada ainda.
Ele parou de chupar meus seios e se levantou, jogou todo o cabelo para trás, sua respiração estava forte. Me sentei na cama, e ele se aproximou, abaixei sua calça de moletom e sorri maliciosa olhando para cima enquanto passava a mão de leve sobre seu pau.
Logo retirei sua cueca e o membro pulou para fora, as veias pulsando de excitação. Lambi a cabeça rosada, e depois dei uma chupada. Ele arfou, tombando a cabeça para trás, depois o coloquei por completo em minha boca, chupando-o com prática, ele começou a fazer alguns leves movimentos de vai e vem, e quando estava prestes a gozar me levantou. Entrelaçou seus dedos no meu cabelo atrás da minha cabeça e me beijou com força. Depois deu um tapa forte na minha bunda, soltei um gritinho, ele sorriu mostrando como gostava daquilo.
-Vire-se! – ordenou, olhei para ele confusa. – Vire-se! – ordenou com a voz mais firme. Então apenas me virei, ele foi até o closet e voltou rapidamente com uma gravata.
-O que você vai fazer com isso? – perguntei, ele não respondeu, apenas amarrou meus pulsos atrás das minhas costas.
-Eu disse que você merecia umas palmas, não disse? – sussurrou em meu ouvido, meu corpo todo estremeceu. Então assim que ele terminou de amarrar meus pulsos, me deitou na cama de bunda para cima. Senti um tapa arder na minha bunda, mas não doeu, pelo o contrário, senti prazer. Minha intimidade ficou mais molhada e eu me peguei querendo mais daquilo. Então ele deu outro tapa forte, gemi novamente mordendo o lábio. Então ele deu mais três tapas e me virou para ele, estava vermelho, eufórico e mais excitado do que nunca. Soltou meus pulsos e eu finalmente pude voltar a toca-lo, me jogou na cama com força e veio novamente por cima de mim, deitou sua cabeça na curva do meu pescoço.
-Eu realmente gosto do cheiro da sua pele... – disse. – gosto de você por completa, Margot...
E então me penetrou com força, gritei sentindo-o me preencher. Ele começou forte e continuou indo mais forte e mais fundo. O pau dele era grande e grosso, me preenchia por completo, quase não cabendo e por essa expansão em minha vagina senti meus olhos lacrimejarem mas pedi que ele continuasse me fodendo porque o pau dele era extremamente gostoso.
-Você é tão apertadinha – disse cerrando os dentes. Apoiou-se com uma mão em cada lado do meu corpo e ergueu as costas, enquanto me fodia olhava para o meu rosto, ele gostava de me ver sendo submissa a ele. Ah, aproveite esses momentos, Mr. J. Só sou submissa na cama!
Ele continuou com força, parecia não se cansar.
-Quero te comer de quatro – falou firme e eu rapidamente troquei a posição. Ele segurou minha cintura com as duas mãos encaixando-se por trás de mim, eu gemi alto quando ele voltou a me preencher com força. Parecíamos dois selvagens, como se ah tempos tivéssemos desesperados por aquilo. Ele parou as estocadas só para me torturar, mas eu continuei rebolando no seu pau e logo em seguida fiz movimentos de trás para frente ficando nervosa com ele por estar me torturando.
-Está tão desesperada pelo meu pau – ele sussurrou em meu ouvido travando meus movimentos com suas mãos em minha cintura – quer mesmo que eu foda essa sua b*ocetinha apertada?
Eu gemi manhosa porque ele se remexeu dentro de mim, eu mal podia abrir os olhos sentindo todo o meu corpo estremecer com a voz dele.
-Hein! – ele puxou meu cabelo exigindo uma resposta.
-Quero – falei manhosa e ele sorriu satisfeito. Ele saiu por completo depois voltou me preenchendo por inteiro, o gemido saiu desesperado de minha garganta. Como ele era grande!
Então ele voltou a estocar com força e rapidez, meus gemidos se tornaram gritos e eu tive que agarrar o travesseiro para poder abafa-los. Mas ele não gostou nada disso, puxou minha cabeça para cima segurando meu cabelo me forçando soltar o travesseiro.
-Eu quero ouvir você gemendo! Quero ouvir você gemendo enquanto goza no meu pau! – disse firme me fazendo delirar, não era o momento perfeito para ele falar mas a forma como dizia aquelas coisas me deixava mais molhada. Sua mão veio em volta do meu pescoço, e então senti minhas pernas fraquejarem e logo o orgasmo veio se explodindo em mim me tirando do ar por alguns segundos, se ele não estivesse me segurando eu teria tombado na cama mas os braços fortes ainda estavam segurando-me.
-Isso, Margot... – sussurrou em meu ouvido – geme gostoso pra mim enquanto eu te faço gozar.
Desgraçado! Inferno! Céus! Aquele homem seria a minha perdição..
Ele mal esperou que eu me recuperasse para ele voltar a me estocar com força e logo se explodiu em mim, dentro de mim me apertando com força contra seu corpo. Fechei os olhos e nós dois tombamos na cama suados, arfando, respirando fundo tentando recobrar os batidos cardíacos corretamente.
Roçou a ponta do nariz no meu rosto, eu estava tentando recobrar minha respiração normalmente.
-Você é maravilhosa, Ms. – ele disse, me acariciando.
-Acho que vou precisar de um banho – falei sentindo-me toda suada, ele adorou a ideia.
Foi até o banheiro e ligou a banheira, que não demorou para encher, depois nós dois entramos. Ele entrou por trás de mim, enrolando suas pernas pelo meu corpo.
Roçou novamente a ponta de seu nariz pelo meu rosto e pegou um sabonete começando a passar pelas minhas costas. Por um momento fechei os olhos orgulhosa de mim mesma.
-Isso fazia parte do seu plano? – ele perguntou.
-Acredite se quiser, mas hoje a minha intenção era unicamente pegar meu celular. – falei. – mas você acabou se entregando para mim como eu havia previsto.
Sorri como se tivesse ganhado um troféu.
-Você jogou sujo.
-Eu nunca jogo limpo. – falei, ele riu e beijou meu ombro, os toques, os beijos, a voz, tudo me arrepiava. Ele foi o segundo cara a me causar tudo isso. Ouvimos meu celular tocar.
-Ah deixa tocar, fica aqui comigo – ele me abraçou.
-Mas é você quem vai lá buscar para mim – falei sorrindo.
-Vou? – perguntou.
-Vai, porque quando você voltar eu posso te agradecer de uma forma bem especial... – soei maliciosa, ele cerrou os olhos mas foi. Amarrou uma toalha na cintura e logo voltou.
-Quem é o “Meu inferno astral”? – ele perguntou olhando para a tela do meu celular, estiquei minha mão para pega-lo.
-É meu chefe – ele riu me entregando – Sim?
-Mark, daqui ah duas horas. – lamentei mentalmente pois queria ficar ali na banheira com Jared, mas o dever me chamava.
-Ok. – falei suspirando e me levantando da banheira, Jared me olhou confuso. – preciso trabalhar. – Peguei uma toalha e também me enrolei, ele me abraçou e beijou-me.
Depois voltamos para o quarto, ele se sentou na cama e ficou olhando enquanto eu me vestia.
-Do que você trabalha? – perguntou curioso, meus lábios tremeram e meu coração acelerou um pouquinho. O que eu diria para ele? Que era uma Acompanhante? Jamais.
-Sou assistente pessoal de um milionário – ok, não passou tão longe da verdade assim, ele arqueou as sobrancelhas, vesti minha blusa e caminhei até ele. Passei minhas mãos sobre sua cabeça entrelaçando levemente meus dedos nos fios, me abaixei e beijei seus lábios.
-Poderia ser minha assistente pessoal. – ele falou baixo me olhando. Sorri levemente.
A ideia me pareceu tentadora mas algumas coisas a impedia que se concretizasse: Eu não era assistente de ninguém, e eu não queria isso com Jared, não queria estar com ele por obrigação, ou ter um monte de regras e contratos entre nós dois. O queria para momentos assim, para que eu pudesse transar com ele e depois ir embora, continuar minha vida sem ninguém para encher o saco.
-Eu preciso ir. – ele fez um biquinho que não combinava nada com ele – não faz essa cara.
-Como eu vou saber se não era só isso o que você queria? – ele fingiu estar magoado.
-Você não vai, essa é a graça. – ele segurou meus pulsos.
-Me diz que não acaba aqui. – falou.
-Jared! – tentei puxar meus pulsos mas ele os segurou com força.
-Me diz.
-Ok! Não acaba aqui... Ainda quero fazer muita coisa com você. Você tem uma caixa enorme com coisas para a gente se divertir.
Seus lábios se curvaram no sorriso mais lindo que eu já havia visto.
-Agora eu preciso ir. – falei, ele me soltou. – tchau! – disse me virando mas ele me puxou novamente me derrubando na cama, gargalhei. Então ele debruçou-se sobre mim me beijando novamente. Tive que lutar contra cada átomo do meu corpo que queria ficar ali naquela cama com ele, para poder me levantar, foi difícil sair do apartamento dele mas consegui.
Cheguei em casa e corri direto para o banheiro, me olhei no espelho e me espantei com o que vi.
Estava toda marcada, chupões para todos os lados. Tomei um banho decente e depois me enrolei na toalha, me sentei um pouco na minha cama para poder tentar digerir tudo o que tinha acontecido naquela tarde. Você conseguiu de novo, Robbie! – pensei comigo mesma. Só então senti que estava dolorida, caralho, ele me fodeu, literalmente. Estava tão cansada e só queria ficar deitada na minha cama mas infelizmente tinha que encontrar com Mark que provavelmente estragaria meu dia me levando para um jantar chato, então cheirei três carreiras de coca para poder aguentar aquela noite. Procurei um bom vestido e arrumei meu cabelo, tentei passar maquiagem em cima dos chupões mas era inútil, a maquiagem podia disfarçar mas não podia esconder os chupões, eram tantos chupões que pensariam que sou anêmica.
Por volta das sete horas Mark chegou, me elogiou toda mas confesso que não estava sendo nada profissional aquela noite, pois meus pensamentos ainda estavam naquela tarde.
-Margot, quero que você aceite isso – ele abriu uma caixa de veludo com um colar de diamantes – é um presente.
Abri minha boca maravilhada. Ele não precisava repetir duas vezes.
Colocou em meu pescoço e me olhei no espelho.
-Como sempre vai ser a garota mais bonita da festa – falou. Com certeza, não teria outra mulher tão glamorosa quanto eu.
-Obrigada – sorri e dei-lhe um beijo no rosto e então logo ele dirigiu para o local.
Como havia previsto era apenas mais um evento chato, em uma grande mansão. Entramos no local e cumprimentamos algumas pessoas conhecidas, seus amigos e conhecidos já eram acostumados comigo apesar de não saberem exatamente quem eu era. Mark se juntou em uma nuvem de fumaça de charuto com seus amigos enquanto eu fiquei conversando com as mulheres deles, eu fingia me divertir conversando com elas mas logo comecei a me sentir deslocada, começaram a falar de filhos, família, pais e mães, casamentos e momentos especiais simples. Eu não tinha nada daquilo e me dei conta de que talvez nunca teria. Então vi minha vida toda como se já tivesse vivido, um desfile infindável de festas e bailes, e leilões e charutos. Sempre as mesmas pessoas vazias, as conversas sem graça, homens que não me conheciam de verdade mas me tratavam como se conhecessem, nada que eu ganhava em troca fazia parecer valer a pena aquele estilo de vida. Eu me senti sufocando no meio daquelas pessoas.
-Você parece meio triste – Mark disse, levantei meus olhos para ele.
-Estou bem – falei baixo.
-Sua amiga está ali – ele apontou para o outro lado do salão com o charuto entre os dedos, achei que ele estivesse falando de Lizzy ou Marina, mas era Natalie que estava ali. Com ele. Ele a rodou segurando sua mão, e depois a puxou para seus braços, de longe consegui ler seus lábios quando ela pronunciou “i love you”.
Não sei descrever como me senti, um pouco mais triste talvez. Não era ciúmes, estava longe de ser ciúmes, mas era o encarar dos fatos de que por mais simples e ingênua ela fosse, ela tinha tudo o que eu sempre quis a minha vida toda.
-Eu tenho pena da pobre garota – pronunciou, desviei minha atenção de volta para ele.
-Por quê? – perguntei intrigada. – Qual o seu problema com o Leto?
Ele coçou o queixo antes de voltar a falar.
-É essencial que você fique longe dele. Ele é um manipulador, usa as pessoas para benefício próprio.
Entendi que Mark não fazia ideia de quem eu realmente era.
-Ele não me parece tão intimidador – comentei – como você o conhece?
-Ele trabalhou para mim certa vez, quando tinha apenas dezessete anos começou a trabalhar comigo em Wall Street, no arquivo. Mas foi crescendo cada vez mais, nenhum setor parecia ser bom o suficiente para ele, mesmo sem estudos era excelente, inteligente, tinha uma boa oratória. Conseguia fechar qualquer negócio que lhe era confiado. Mas então com vinte e cinco anos ele decidiu sair da minha empresa e começar a sua. Hoje vemos o resultado. Com apenas 35 anos é um dos maiores empresários do mundo todo, dono da Leto enterprises inc.
Toda aquela história não tinha um tom de inveja, mas talvez pude captar uma mágoa na voz de Mark. Mark sempre quis ter filhos mas nunca pôde, quando descobriu sua mulher o largou para ficar com o melhor amigo, e talvez Jared tenha sido o filho que ele sempre quis ter, mas virou então um filho rebelde que virou as costas para ele e seguiu os próprios passos. De qualquer forma, aquela história não me fez ficar melhor, muito pelo contrário.
-Eu vou tomar um ar – falei para ele me levantando, saí de dentro da mansão e caminhei pelo enorme Jardim, depois me apoiei em uma Arvore e acendi um cigarro de emergência, sempre carregava um maço comigo, mas não era uma fumante ativa.
Olhei para a lua que iluminava toda noite da Califórnia e permiti que meus olhos se enchessem de lágrimas, eu não costumava chorar com facilidade. Com a dureza da vida aprendi a guardar minhas lagrimas para mim mesma, mas naquela melancolia eu me permiti deixa-las caírem um pouco.
-Você fuma – A voz de Jared soou atrás de mim, sequei rapidamente as lágrimas me recompondo.
-Só em ocasiões especiais – falei, ele deu mais alguns passos parando ao meu lado.
-E qual a especialidade dessa ocasião? – perguntou com as mãos no bolso da calça, eu suspirei fundo e apoiei todo o meu corpo na arvore.
-Nevermind... Não pense que só porque eu abri minhas pernas para você também vou abrir meu coração.
-Ah e você tem um? – ele fingiu estar surpreso e riu, revirei os olhos e dei outra tragada no meu cigarro.
-Não tem que voltar para a sua noiva? Pare de me encher. Quero ficar sozinha, não está vendo? – falei ríspida.
-Então é isso – ele abriu a boca como se tivesse descoberto o segredo do sorriso de Monalisa. – a glamorosa Margot Robbie está com inveja da pobre burra inocente Natalie.
Ele pareceu se divertir com aquilo.
-Bom, de pobre ela não tem nada já que vai se casar com você e não seja tão estupido. – então ele se aproximou mais de mim apoiando sua mão na arvore, fiquei presa entre ele e a Arvore que antes parecia ser a companhia perfeita. Aproximou nossos rostos e umedeceu os lábios, olhei diretamente para sua boca que me hipnotizou, era como se eu tivesse perdido o comando de meu próprio corpo.
-Você tem tudo o que qualquer outra garota quer, dinheiro, beleza, charme, auto confiança, é independente, e não se apaixona com facilidade. Mas, você não é como as outras garotas, não é isso o que você quer.
-Você fala como se me conhecesse – falei, levantando os olhos para os seus.
-Conheço mais do que você pensa. – ele falou
-Então me diga o que eu quero Mr. J. – falei, ele pegou o cigarro de meus dedos, e deu uma tragada.
-Você quer paixão, aventura, quer ter coisas básicas como ir a sorveteria com o amor da sua vida, quer ter uma família comum, quer alguém para aplacar suas noites solitárias... E quer um amor que a consuma.
Respirei fundo por ele estar tão certo, mas eu sabia que ele não falava aquilo porque me conhecia. Mas porque si conhecia. Era como se eu fosse um reflexo das coisas que ele também almejava, mas a diferença entre nós dois era que ele conseguia engolir o próprio orgulho para admitir isso.
-É por isso que está com ela? Para aplacar suas noites solitárias?
Ele sorriu de lado, me confirmando aquilo que eu havia imaginado. Se é regra que os opostos se atraem, bem, aquela regra não aplicava a nós dois. Não éramos opostos, éramos iguais! Os mesmos desejos, o mesmo egoísmo, brincando com uma garota inocente para que pudéssemos nos divertir juntos. Era como se tivéssemos o mesmo coração, talvez isso que tenha me atraído nele, além dos olhos azuis.
Eu não era como essas garotas inocentes que se apaixonam pelo cara malvado, eu era a malvada aqui, se sentindo atraída por ele e nunca tive que enfrentar essas sensações e emoções que começaram a surgir. Era amor? Talvez algum dia, mas naquela noite ainda era atração, uma atração tão forte que pode te levar a querer mais.
Ele deu outra tragada no cigarro ainda olhando fixo em meus olhos, soltou a fumaça perto da minha boca, abri levemente os lábios a sugando para mim. Ele se inclinou e beijou-me levemente, o gosto da nicotina e do licor me deixou com vontade de mais dele.
Então ouvimos alguém pigarrear, era Mark. Acredito ter ficado branca como papel.
-A festa acabou – ele disse ríspido – acho que está na hora de irmos embora.
Jared sorriu de lado para ele que permaneceu sério. Então ele tirou o braço da arvore e me deixou passar, caminhei até Mark com o coração acelerado. Eu não devia fidelidade a ele, ou satisfação da minha vida pessoal mas estava ali para acompanhar ele e não Jared, que parecia se divertir com o olhar de Mark, o mesmo pegou em meu braço e me levou até a porta da mansão, ficamos esperando o manobrista trazer o carro.
-Como você tem coragem de fazer isso depois do que te contei? – ele disse finalmente soltando sua raiva, era melhor do que ficar bufando toda hora e machucando meu braço.
-E o que eu tenho a ver com seus ressentimentos em relação a ele? Vê se cresce, Mark, supere o que aconteceu!
Seu rosto escureceu, ele franziu o cenho e eu pensei que fosse levar um tapa ali mesmo, seria a primeira vez mas ele apenas passou a mão no rosto, tentando controlar sua raiva.
-Será que não pode ter a decência de esconder na minha frente que quer dar para ele? – ele falou me ofendendo, suas palavras soaram como se eu fosse alguma puta qualquer que abria as pernas para qualquer milionário por causa de dinheiro.
-Talvez eu não somente queira, como já fiz! – cuspi essas palavras o deixando estarrecido. – da onde você acha que essas marcas em meu pescoço vieram?
Finalmente dei a ele a resposta que ele tanto queria a noite toda, pois foi muito difícil não reparar enquanto ele olhava para as manchas rochas se questionando quem teria feito aquilo em mim.
-Não sei porque estou tão surpreso. É isso que eu deveria esperar de uma garota como você.
-Agora você acha ruim estar com uma garota como eu? – falei – seu hipócrita.
Meus nervos já estavam a flor da pele, e não duvido nada de estar toda avermelhada, nunca fui muito boa em esconder minha raiva.
-Eu não devo nada a você, Mark. Eu não sou sua, lembre-se disso.
-Enquanto eu estiver enfiando dinheiro em você, você é! – ele esbravejou, cerrei os dentes mais puta ainda! Quem ele achava que era para gritar comigo daquela forma? Olhei em volta rapidamente para checar se alguém tinha ouvido aquilo, ou se ele havia ouvido, por sorte só havia um casal escutando a briga enquanto também esperavam o carro, o dele finalmente chegou parando a nossa frente.
Arranquei o colar dele e joguei contra seu peito, ele o pegou.
-Pois então não precisa mais enfiar nada em mim! – falei, ele cerrou os dentes.
-Pois então vá para casa sozinha! – disse entrando no carro, dessa vez eu estava estarrecida, passei a mão na cabeça suspirando fundo. Ia saindo dali para pegar um taxi mas fui impedida.
-Acho que alguém precisa de uma carona – Jared disse, Natalie me olhava com pena, o que me fez querer recusar a carona mas eles insistiram, e eu teria que andar muito até achar um taxi.
Estava tão nervosa que nem conseguia falar direito sem ser grossa, minha raiva se misturou com minha tristeza e só me deixou pior, me sentindo mais miserável. Havia um motivo especial pelo qual eu tentava ao máximo não sentir emoções, simplesmente porque eu nunca aprendi a lidar com elas. Comigo era tudo muito intenso: do amor ao ódio, da felicidade a tristeza. Levando em conta de que oitenta por cento das coisas que aconteciam na minha vida eram ruins, não sentir era a melhor opção do que ser consumida por um monte de sentimentos e emoções que eu não tinha controle algum. Quando elas surgiam, eram na maioria das vezes ruins então eu só tentava reprimir todas elas novamente, e só havia um jeito.
O silencio no carro era de um clima estranho, mas era melhor assim. Eu não estava muito a fim de falar mas Natalie tinha que abrir aquela boca enorme e acabar com a paz.
-Mag não fica assim por causa do seu namorado...
-Ele não é meu namorado – falei, ela suspirou e continuou.
-Homens são assim mesmo, eu tive a sorte de encontrar alguém gentil mas seu namorado deve...
-Ele não é meu namorado – falei mais alto e mais firme.
-Acho que seu namorado foi um idiota por ter gritado com você.
Céus! Como ela podia ser tão estupida? Falava e falava sem ouvir o que eu acabara de repetir por duas vezes.
-Ele não é a porra do meu namorado. Você é surda? – falei bem mais alto, e finalmente ela calou a boca. Era inacreditavelmente estupida.
-Pare o carro, por favor. – falei para Jared, que me olhou pelo retrovisor do carro mas não parou. – Jared!
Ele bufou e estacionou o carro mas não destravou a porta.
-Aonde você vai? – perguntou.
-Aplacar minha noite solitária... – falei debochando, ele balançou a cabeça. – Abra a porta.
-Acho que não deveria sair sozinha...
-Ela é a sua namorada, não eu! Abra!
Então ele abriu e eu desci do carro, senti o vento frio contra o meu corpo e me abracei, atravessei a rua e comecei a andar por elas até finalmente encontrar um taxi. Disse para onde queria ir e ele me levou.
Do outro lado da cidade, entrei no conhecido bar.
-Carmen, Carmen! Você apareceu! – Bob abriu os braços e me abraçou.
-Sabe que só venho nos meus momentos de desespero – falei, ele riu. – Tem alguma aí para mim?
Falei com charme, ele sorriu e com um aceno de cabeça pediu para que o seguisse.
-Está aqui. – ele me deu, o paguei como merecia e entrei em dos boxes sujos do bar, sentei-me em cima de um vaso fechado e preparei toda a heroína. A injetei com experiência e depois fiquei ali alguns minutos esperando a droga fazer efeito.

A acompanhante (CONCLUÍDA) Onde histórias criam vida. Descubra agora