A woman left lonely

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“E quando ela está solitária, é claro que ela está pensando no homem dela”

Na manhã de domingo, eu fui acordada por Hannah, que sempre tão elétrica levantou cedo e contente por me ter ali do seu lado.
-Mamãe, você dormiu comigo? – ela perguntou me acordando.
-Dormi, meu amor. – respondi bocejando.
-Mas e o papai? – ela quis saber procurando por ele. Eu também olhei em volta procurando por ele.
-Papai dormiu no quarto dele, filha, a mamãe estava cansada e quis deitar com você. – falei me levantando, a ajudei escovar os dentes e tomar banho, depois também retirei meu vestido e me banhei, Hannah e eu fomos juntas para a sala de café quando me surpreendi com a minha casa cheia, Cara, Marina, Shannon, todos estavam ali, aliás, todos estavam ali sempre. Me sentei ao lado de Jared e Hannah pulou para o seu colo o abraçando.
-Bom dia – falei não muito animada, todas as vezes que eu pensava no que acontecera na noite anterior pedia interiormente a Deus que tivesse sido um pesadelo, mas não foi, havia sido real.
-Bom dia dorminhoca – Shannon disse alegre e me dando um beijo na bochecha. – Pronta para hoje?
Eu olhei para todos querendo saber do que estava falando.
-Nós fomos convidados para uma festa. – Cara disse feliz da vida, eu revirei os olhos.
-Outra festa? Nós não nos cansamos nunca de festas? – reclamei, eu não acreditava que estava sendo novamente obrigada a colocar um vestido e sair sorridente por aí tudo em nome da família Leto.
-É claro! – Cara disse – a minha mãe vem organizando isso ah meses! É um evento beneficente para ajudar as famílias que perderam suas coisas no ultimo incêndio em Malibu. Vai ser bem legal, e você meu amor, está obrigada a ir! Já que isso é um evento da família Leto e você é uma Leto!
Eu olhei para Jared e sorri, claramente ele também não estava muito empolgado com aquilo.
-Ok, ao menos a minha filha irá comigo. – falei tentando me convencer que isso seria legal. Então nosso café da manhã foi envolto de uma conversa sobre o evento beneficente que Constance havia preparado, eu a ajudara em algumas coisas mas havia me esquecido, aliás, eu tinha esquecido de tudo naquela manhã, por mais que eu tentasse a minha cabeça continuava na noite anterior, em Tom, quando eu o acertei em cheio atrás da nuca, quando ele caiu, quando Bradley... Ah, Deus! Eu estava perdida, parecia que as coisas estavam tomando um rumo errado. Era para eu estar vivendo o sonho americano com meu marido e filha e não assassinando homens com um gângster.
-Mag – dois estalos na minha frente.
-Hum? – saí dos meus pensamentos sendo trazida para a realidade.
-Você está bem? – Jared perguntou preocupado.
-Estou. – tentei meu melhor sorriso, ridículo! De repente a luz do sol invadiu a sala vindo diretamente em minha direção, Jared que ainda olhava para mim estreitou mais os olhos descendo-os até a altura do meu pescoço. Eu sabia o que ele havia visto, eu sabia o que tinha passado em sua cabeça, instintivamente levei a palma da mão até meu pescoço afim de tentar esconder dele a marca avermelhada que Tom havia deixado.
-Eu vou até o meu quarto – falei me levantando deixando o meu café pela metade, e eu sabia que ele iria vir atrás de mim, tentei chegar rápido no quarto para ao menos esconder aquilo com uma maquiagem mas a porta se abriu logo em seguida e ele veio como um foguete para perto de mim, me puxando e afastando meu cabelo.
-O que é isso? – quis saber, os olhos furiosos.
-Nada! – respondi ríspida me soltando dele. Eu estava com medo de que ele desconfiasse de alguma coisa e meus olhos com certeza me entregariam.
-Eu vou perguntar uma única vez, Margot. – anunciou e eu senti um choque percorrer da minha nuca até minhas costas inteira, droga, droga, droga! Será que ele me mandaria para a cadeia? Será que ele também me denunciaria? – por que você tem um chupão no seu pescoço?
O que?
Um chupão?
Eu virei meus olhos para o espelho ao meu lado, e ele estava certo! Não parecia marcas de dedos, apenas uma onde estava dolorido se parecia com um chupão e eu senti como se uma tonelada tivesse deixado as minhas costas, até um sorriso escapou de meus lábios. Se a polícia perguntasse, eu diria que era um chupão!
Só que... e se Jared perguntasse? Eu voltei meus olhos para os dele sem saber direito o que eu falaria, eu não podia dizer que aquilo fora Tom, mas também não podia dizer que aquilo era um chupão. Céus!
-Eu estou falando com você, não é um bom momento para você ficar avoada! – ele esbravejou. – Que merda é essa?
-Não é um chupão! – falei firme sem pensar direito – eu não sei, eu posso ter caído, posso ter me machucado! Existe um bilhão de possibilidades.
Ele juntou as sobrancelhas.
-Você está tentando me fazer de idiota?
-Não! – insisti – isso não é um chupão! E se fosse provavelmente seria seu.
Ele balançou a cabeça, puto da vida comigo. Eu apertei os olhos, aquilo iria acabar com a gente.
-Jar... – tentei segurar sua mão mas ele se afastou.
-Ontem eu peguei aquele filho da puta te acariciando, agora eu vejo isso em seu pescoço. Se você tem algo a me dizer, essa é a hora perfeita. – ele disse se aproximando de mim e eu engoli em seco, tomada pelo medo de contar a verdade, medo de mentir, de machucar ele. Ele não merecia aquilo, todas aquelas desconfianças.
Fiquei calada por uns segundos encarando-o tão próximo de mim, e tão, tão bravo.
-Eu não... – eu não sabia o que dizer, não havia o que confessar, só que eu ajudei a matar um homem! Como que se joga uma bomba dessas em cima do homem que você ama?
-Ok! – Ele disse e virou as costas para mim saindo do quarto.
-Jar! – gritei mas ele continuou andando me deixando sozinha. Ótimo! Agora eu não me sentia mais culpada pela morte daquele idiota.

Eu não estava muito animada para aquele evento, mas como a Sra. Leto, eu deveria estar impecável. Vestido, maquiagem, saltos, sorriso, desanimo, vontade de matar alguém, checados! Jared não falou comigo uma só palavra durante a tarde toda, e eu estava com medo de me aproximar muito e acabar falando mais do que devia. Assim que chegamos no evento, ele desceu do carro com Hannah em seus braços e me deixou para trás, ótimo, casei com uma criança de dez anos de idade!
Todos começaram a me cumprimentar, havia muitas pessoas no local, encontrei com Constance que estava animada demais para o meu gosto.
-O que aconteceu com Jared que está com aquela cara? – ela me perguntou segurando minhas mãos.
-Ah, a gente teve uma discussãozinha boba! – falei tentando acalma-la.
-Então tratem de se resolverem, eu não quero que nada estrague essa noite. – ela disse – os Letos são uma família unida.
“Ok, uma família unida!” eu pensei comigo mesmo, dei-lhe um sorriso forçado e fui atrás de Jared, e da minha filha. Ele estava com alguns amigos da família, que estavam paparicando Hannah.
-Por isso Hannah é tão linda, tem uma mãe muito bonita. – um homem que eu desconhecia disse gentilmente assim que me aproximei. Jared sorriu pela primeira vez naquele dia. – está de parabéns, Jared.
Ele me olhou.
-Claro, obrigado. – disse cordial, e o homem e sua mulher saíram.
-Você vai ficar me ignorando a noite toda? Então por que você me quer aqui? Eu não vou ficar bancando a família unida, só para o seu ego. – falei baixo.
-Você está aqui, porque quer. Enquanto eu não tiver uma explicação plausível para isso em seu pescoço, Margot, eu vou te ignorar. – ele disse.
Eu abri a boca num perfeito ‘o’
-Você tem quantos anos? – falei irritada. Ele apenas ergueu as sobrancelhas.
-Olha, Amber veio. – disse fingindo um sorriso e apontando para ela que assim que nos viu, rapidamente veio em nossa direção, eu olhei para ele descrente que ele havia convidado ela. Como ele pode? Mas eu sabia que ele tinha feito aquilo apenas para me deixar enciumada.
-Como você pôde? – perguntei irritada. Eu já estava começando a desgostar daquela menina. Ele não me respondeu porque ela já estava próxima de mim.
-Sra. Leto, Sr. Leto. – ela nos cumprimentou – oh, essa é a pequena Hannah? Ela é tão linda!
Disse encantada e estendendo os braços para pegar minha filha que dormia no ombro do pai, mas eu atravessei seus braços e peguei minha filha em meu colo.
-Ela está dormindo. – falei, de maneira nenhuma deixaria aquela garota tocando em minha filha daquela forma. – eu vou arrumar um lugar tranquilo para ela.
E saí deixando os dois sozinhos, não foi uma ideia muito inteligente deixar os dois sozinhos, mas eu não estava suportando ficar debaixo de seus olhos julgadores e críticos. Mas droga, Amber era tão bonita, e ele estava tão bravo comigo que qualquer coisa poderia acontecer entre eles.
-Oh, aqui está a minha netinha linda! – Constance apareceu fazendo aquela vozinha irritante que a gente faz quando fala com crianças. – Deixa eu segurar ela.
-É claro. – falei – ela está dormindo.
-Não tem problema, eu posso ficar com ela enquanto você fica com Jared... – ela propôs, tudo em prol da “família unida”.
-Eu acho que não é uma boa ideia. – respondi.
-É perfeita! – ela insistiu – e também ela quer ficar com a vovó, não é Hannah? – disse acariciando os cabelos escuros de minha filha adormecida. Eu revirei os olhos.
-Ok, eu volto depois para busca-la. – respondi me virando sobre meus calcanhares para voltar para meu marido, mas fui pega de surpresa quando o vi rindo e bebendo champanhe com Amber em uma conversa animada, eu quis saber sobre o que eles estavam falando, eu quis me aproximar e... mas eu me senti tão pequena, eu iria me aproximar e ele iria me tratar mal novamente. Balancei a cabeça e peguei uma taça de champanhe tomando-a por completo em um gole só, senti o local quente, abafado, as pessoas me cumprimentando o tempo todo, e eu queria apenas ficar sozinha então procurei pelo melhor local para ficar se torturando em meus pensamentos, e achei a sacada uma ótima ideia.
Olhei para a lua acima de mim, ela preenchia todo o céu da Califórnia e parecia uma ótima companheira, e apesar de grande e linda, todas as estrelas estava afastadas dela.
-Parece que somos só nós duas, não é? – falei como uma louca, quem conversa com uma Lua?
-Falando sozinha? – A voz alegre e animada de meu cúmplice soou e eu virei para trás assustada.
-O que você está fazendo aqui? – perguntei, ele estava bonito. Muito bonito aliás, vestia um smoking preto com detalhes brancos, o cabelo pendia até seus ombros, e as tatuagens escapavam pela gola do smoking aparecendo em seu pescoço, enquanto as outras escapavam pelas mangas enfeitando suas mãos. Ele estava realmente muito bonito sem todo aquele traje de gângster, mas Bradley exala problemas pelos poros. E o meu medo, era que fosse isso que nos atraia um no outro, quer dizer, eu amo a segurança que tenho com Jared mas era louca e fascinada pela ideia de viver uma vida maluca com Bradley.
-É um evento beneficente, não é? Vim colaborar. – disse abrindo os braços e depois me fechando entre eles. Seu perfume me invadiu, um cheiro agridoce, como ele era. Meio amargo, meio doce, e eu me odiei por adorar aquele perfume.
Depois ele me soltou e sorriu para mim, eu não entendia como ele podia estar tão calmo depois do que houve na noite anterior.
-Brad, eu... eu preciso conversar com você. – falei aproveitando o momento.
-Vai falar sobre ontem? – ele disse me cortando. – Magzinha, esquece isso, estamos bem. Ninguém sabe dessa merda, eu sei muito bem enterrar meus erros e eu sei que você está assustada mas fica mais fácil depois da primeira vez.
Meus olhos saltaram.
-Primeira vez? – perguntei quase compulsivamente.
-É... – ele respirou se afastou, acendendo em seguida um cigarro. Droga, ele era tão charmoso fumando! – Eu fiz muita merda depois que você saiu da minha vida, um dos motivos de eu não aparecer foi porque eu quis proteger você desse lixo todo.
Eu me aproximei novamente.
-Você não podia escolher por mim. – falei – você deveria ter voltado antes.
Ele sorriu passando rapidamente os olhos pelo meu rosto.
-Deveria?
-Claro! – insisti – eu senti muito a sua falta.
-Você tem razão, eu deveria ter voltado... Você está bonita, mais do que já era. – o tom de sua voz foi descendo alguns graus, perigosos graus – mas eu estou aqui agora, Magzinha. Eu voltei.
Meu coração parou por alguns instantes olhando para ele.
-Tarde demais! – falei rapidamente com medo de que as palavras parassem em minha garganta – eu me casei, eu estou com Jared e estou feliz.
Seus olhos claros rapidamente se escureceram, e seu semblante decaiu.
-Feliz? Você está realmente feliz? Então por que toda vez que eu encontro você, você está chorando, ou se lamentando por alguma merda que ele fez?! – ele esbravejou.
Eu fiquei calada pensando no que ele acabara de dizer. Eu era feliz com Jared, e muito, mas a algumas semanas nós tínhamos brigado mais do que em quatro anos em que estivemos juntos, nas últimas semanas nós não estávamos nada bem. Quando que nós deixamos as coisas ficarem tão ruins?
-Eu sou feliz com Jared! – insisti.
-Ele brinca com você. – Bradley continuou.
-Eu amo ele, droga! – afirmei – ele é tudo para mim, sem ele é como se eu não conseguisse respirar. Eu amo você, Brad, mas não como antigamente, Jared é tudo, é meu amor, é minha vida, é meu norte.
Eu falei rapidamente, tentando provar para ele que eu tinha tomado a decisão certa na minha vida de me casar com Jared, eu não sei o porquê mas eu tinha essa necessidade ridícula de afirmar que eu amava o meu marido.
-E apesar das merdas que estamos passando, eu amo ele. – conclui. Bradley respirou fundo, ainda com os olhos ardendo em raiva e jogou o cigarro fora.
-Você está errada, totalmente errada! – ele disse balançando a cabeça, como se estivesse um pouco desesperado.
-Não estou! Passei por muita merda antes de eu e ele finalmente ficarmos juntos.
-É, eu sei, a Natalie né? Você fala dele como se ele fosse um grande homem mas ele mentiu para a noiva dele enquanto estava com você, depois largou ela e agora está lá no salão bebendo champanhe com outra loira, enquanto você está aqui, a história se repete, não é?
Ele disse aquilo sem piedade, suas palavras entraram em mim como balas me perfurando. Eu olhei em direção ao salão e depois voltei a olhar para ele. Minha mente tentou me convencer de que ele estava certo, que ele tinha razão mas não, eu não era Natalie.
-Eu enganei Natalie! – falei justificando ele.
-Porra, Margot! – ele esbravejou novamente – Acorda! Eu posso te provar que está errada.
-Eu não estou! – afirmei quase gritando também, então ele segurou em meus punhos ainda um tanto desesperado.
Ele me puxou para frente até nossos corpos se chocarem um com o outro, seus olhos me hipnotizaram por um instante.
-Brad, por favor, não faz isso. – pedi.
Mas ele ignorando meu pedido se inclinou e rapidamente colocou seus lábios no meu, uma sensação estranha percorreu meu corpo. Eu conhecia aqueles lábios, conhecia-os perfeitamente bem apesar de ah muito não toca-los, eram suaves e saborosos e eu quis beija-lo, quis saborear cada centímetro de seus lábios que estava desesperadamente pedindo passagem para que pudesse me beijar com mais desejo, com mais prazer, mas então eu me dei conta, me dei conta de que não importa o quanto eu sentisse atração por Bradley, não havia lábios que eu quisesse beijar que não fosse do meu marido. Não havia outra boca que eu queria percorrendo meu corpo se não fosse a de Jared, então eu me remexi tentando me soltar dele com força mas era quase impossível, ele era forte apesar de ser magro, era muito forte. Seus lábios roçavam com força contra os meus, ansiosos por uma resposta, ansiosos por algum sinal de que eu também os queriam mas todos esses desejos foram negados por mim que lutava relutantemente para me soltar de suas mãos.
-Solta ela! – Nós ouvimos e instintivamente ele parou de me beijar, e foi afastado de mim com um soco que veio tão rapidamente que eu mal pude perceber. Jared o acertara em cheio, mesmo com a mão ferida ele bateu com tanta força que Bradley foi ao chão mas logo se levantou, sorrindo e limpando a gota de sangue que escorria pelo canto de sua boca.
-Olha só quem apareceu! Cansou da loira lá em baixo? – ele disse como se aquilo fosse divertido. Os olhos do meu marido estavam furiosos e sem dizer mais nada eles voltaram a se atacarem como dois animais. Eu gritei para que parassem com aquilo mas foi inútil, Jared era mais forte, tinha um corpo mais atlético o que fazia aguentar os socos de Bradley com facilidade, por outro lado, Bradley era acostumado com a dor física, ele adorava brigas de rua como se tivesse prazer em sangrar.
Eu tinha que fazer os dois se soltarem mas se eu me enfiasse entre eles acabaria apanhando também, a minha sorte foi Shannon e Ian aparecerem sendo seguidos por Cara que tinha os grandes olhos azuis arregalados. Ian segurou Bradley e Shannon segurou Jared, Bradley se rebateu nos braços de Ian querendo voltar a briga. Oh céus, eles estavam tão machucados. Os rostos perfeitos dos meus dois homens estavam feridos.
-Seu desgraçado! O que te faz pensar que pode tocar na minha mulher? – Jared rosnou.
Bradley se debateu novamente querendo avançar, ele não sabia quando era a hora de parar.
-Sua? – riu – Só porque você brinca e ilude ela, não significa que ela seja sua.
Eu olhei para Bradley, como ele poderia achar que Jared estava me iludindo?
-Cala essa boca, garoto! A Margot não é nenhum brinquedo para mim, ela é a mãe da minha filha, a mulher que eu amo.
-Ela significa tanto para você que mal conseguiu proteger ela! – Bradley gritou e eu o encarei descrente de que ele poderia dizer alguma coisa. – Você vai fazer com ela a mesma coisa que fez com sua ex.
Bradley já estava conseguindo me irritar, ele não sabia de nada e não tinha o direito de julgar a nossa vida daquela maneira. Mas ele estava alterado, um pouco bêbado talvez, ele queria arrumar aquela briga.
-A Margot me ama, ela sabe disso, eu sei que ela estava louca para retribuir meu beijo – ele falou em tom brincalhão, eu o encarei puta da vida
-Bradley! – o repreendi e ele riu, Jared por outro lado não aguentando as provocações dele, ia novamente para cima de Bradley mas eu intervir, afim de evitar mais um escândalo.
-Jar – parei e sua frente, mas seus olhos continuavam fixos em Bradley, extremamente furiosos – olha para mim – segurei seu rosto com as palmas das mãos e finalmente ele me olhou. – por favor, para.
-Ele te beijou a força! – ele disse com raiva.
-Eu sei! Mas não significou nada para mim, você sabe que eu sou sua. – falei firme tentando acalma-lo mas Bradley que ficou quieto ouvindo aquilo. – não significou nada.
Jared soltou o ar de seus pulmões e segurou em minhas mãos, suas mãos estavam tão machucadas. Eu as puxei para mim as beijando, em seguida ele beijou o topo da minha cabeça e eu soube que estávamos bem.
Bradley se soltou de Ian e arrumou o smoking.
-Eu sou um idiota – falou, eu me virei para ele me sentindo péssima por machuca-lo daquela forma - Por que Margot? Você também me ama.
-Eu amei você Bradley, amei e você me deixou. Você age como se eu tivesse ficado rica e deixado você na miséria, mas na verdade foi ao contrario. Você foi embora, isso acabou comigo! – foi impossível não deixar lagrimas se formarem em meus olhos.
-Eu voltei por você! – ele gritou – voltei como eu prometi, prometi que você seria a única você também prometeu.
-Isso foi antes de acreditar que você estava morto! E você voltou, Brad, mas tarde demais. Eu amo ele, e vai ser ele para sempre.
As lagrimas escorreram pelas minhas bochechas, uma mistura de raiva e dor, raiva porque ele estava sendo tão injusto comigo e dor porque eu podia ver em seus olhos o quanto aquilo machucava ele.
-Por que? Ele não tem nada a ver com você, te tornou essa bonequinha rica de nariz empinado.
-Porque ele foi o único que estava lá quando eu precisei. – respondi. – Onde você estava? Por que se escondeu de mim? Por tanto tempo, por anos eu sofri, eu chorei por você, eu fiz a porra de um túmulo para você!
-Eu também não tinha ninguém, porra! – ele gritou.
-Você tinha a mim! – eu gritei mais alto em meio as lágrimas, ele ficou calado me olhando. Sem respostas, sem saber o que dizer. Eu apertei meus olhos deixando as lágrimas escorrerem, achei que cairia sobre meus joelhos pois tinha perdido totalmente a força de meu corpo. 
-Eu estava machucado, Margot. – ele tentou se justificar abaixando o tom da voz.
-Oh, e eu não? Não sabe o inferno em que eu vivi, o que a sua irmã viveu... Quer saber Bradley, Jared está certo, você não é mais a pessoa que eu conhecia, eu não posso confiar em você.
Seus olhos saltaram como se ele não pudesse acreditar que eu estava dizendo aquilo.
-Margot... – ele se aproximou desesperado mas eu me afastei.
-Vai embora! – falei olhando em seus olhos.
-Não faz isso. – ele pediu.
-Vai Bradley! – insisti, ele ficou parado alguns instantes me olhando como se eu fosse mudar de ideia mas não mudei, então ele apenas balançou a cabeça e saiu, me deixando ali com a nossa plateia que nos assistia sem saber direito o que dizer. As lagrimas voltaram rápidas e fortes assim que sua presença se esvaiu, e quando achei que cairia sobre meus joelhos Jared me segurou, e foi em seu peito que encontrei conforto enquanto chorava desesperada por ter mandando alguém que amo para fora da minha vida.

-Você tem certeza que quer ficar? – Jared perguntou secando a minha ultima lágrima, lhe ofereci o meu melhor (pior) sorriso.
-Sim, não quero estragar o evento da sua mãe – respondi.
-Não precisa ficar por causa dela, nós podemos ir para casa – ele insistiu preocupado com meu atual estado de espírito mas se eu fosse para casa me sentiria pior, eu precisava manter minha mente ocupada para não pensar em Bradley.
-Estou bem – falei tentando convence-lo – vamos voltar para lá antes que sua mãe nos mate.
Ele deu um sorrisinho e beijou o topo da minha cabeça, cruzei meu braço no seu e adentramos novamente o salão. Ora, parecia que essa era uma boa forma de resolver um mal entendido entre nós dois. Participamos de um leilão, de umas danças, discursos, premiações para empresários caridosos, e depois disso tudo meus pés estavam acabados em cima daquele salto, me sentei em uma das mesas com Hannah enquanto Jared estava acompanhando sua mãe em uma das premiações.
-Parece muito inspirador premiar homens ricos por serem generosos, não é? – uma mulher, com seus quarenta e cincos anos se aproximou sorrindo. – Posso? – apontou para a cadeira vaga.
-Claro – assenti sorrindo mas sem muito interesse em fazer amizades novas. Mas a mulher loira de olhos claros e um belo sorriso se sentou a minha frente.
-Você é Margot, certo? A nora de Constance. – disse olhando para mim. Foi então que eu consegui reparar melhor em seu rosto, algo nela me era familiar demais. O sorriso, a bolsa embaixo dos olhos e a forma como falava, com tanta segurança.
-Desculpe, mas a gente se conhece? – perguntei tentando não soar ignorante.
-Desculpe, eu sou Donna. – ela sorriu simpática – sou amiga da Constance.
Eu bati meus cílios tentando lembrar se já ouvira falar dela antes mas foi em vão.
-Você é muito bonita, Margot, e essa neném...?
-Eu sou Hannah – Hannah disse alegre.
-Minha filha – falei e Donna ficou alguns segundos quieta.
-Filha? – perguntou como se fosse uma surpresa eu ser mãe.
-Sim – confirmei – impossível Constance não ter lhe falado sobre ela, ela adora a neta.
Ela juntou as sobrancelhas, depois sorriu descontraída.
-É claro preciso confessar, nós não somos amigas muito intimas mas estou aos poucos me aproximando dela. – disse por fim, eu fiquei tentada a perguntar qual o motivo de querer ser aproximar dela, mas guardei aquela duvida para mim mesma. Minha cabeça já estava cheia demais com o que acontecera algumas horas antes, apesar de ter ficado brava com Bradley odiei ter partido seu coração e odiei que ele foi embora daquela forma.
Por fim, a premiação acabou e Jared veio andando em minha direção mas foi barrado por Amber que estava bastante alegre, eu observei do local aonde estava, não muito longe.
-Sr. Leto, o sr. Estava incrível – ela disse alegre demais, Jared sorriu sem graça.
-Obrigado, Amber. – respondeu, tentou passar mas foi novamente impedido.
-Obrigado por ter me chamado, foi uma surpresa para mim estar aqui – ela continuou falando, Jared olhou para mim que mantinha os olhos em cima deles dois. Eu me levantei sem conseguir aturar aquilo e me aproximei deles, deixando Donna sozinha na mesa.
-Agradecemos a sua empolgação Amber – falei passando meu braço em volta do dele como um sinal de alerta enquanto Hannah correu para o seu colo – mas nós precisamos ir.
-Eu sei eu também já vou – disse ainda muito alegre. – Uau Margot, você é muito bonita e as pessoas ficam dizendo que nós nos parecemos, realmente, eu deveria levar isso como um elogio.
Jesus! Como ela falava 
-Amber, você está bêbada? – Jared perguntou o óbvio. 
-Só um pouquinho – ela disse tentando disfarçar mas seu disfarce foi por água a baixo quando ela deu um passo em falso e quase caiu, só não graças a mim que a segurei e a poupei de passar vergonha. Ainda rindo ela retirou a chave do carro da bolsa. – Bom, então eu acho que já vou. Não se preocupe, Sr. Leto, eu não vou me atrasar amanhã. 
E saiu andando, tropeçando nos saltos enquanto Jared e eu assistíamos ela caminhar em direção a um futuro acidente de carro que a mataria. Eu iria sugerir chamar um táxi para ela mas meu marido teve uma ideia brilhante.
-Eu vou levar ela em casa – ele disse passando Hannah para o meu colo.
-Você vai o que? – as palavras pularam da minha boca, eu estava descrente do que ouvira.
-Ela não pode ir para casa assim, Margot. – justificou ele parecendo preocupado demais para o meu gosto.
-Então chame um táxi! – falei, não queria mostrar o quanto estava enciumada, e o quanto aquela sugestão me fazia querer matar ele.
-Mag, eu fiz ela vim aqui só porque queria provocar você, é minha responsabilidade que essa menina chegue em casa bem. – falou muito empático, muito solicito. Eu cerrei ao olhos. – É só uma carona, quantas vezes eu te dei uma carona quando estava bêbada?
-É, e você estava transando comigo. – respondi e ele sorriu.
-Não confia em mim? – disse – Você esta com minha filha em seus braços, é a mulher mais gostosa aqui, eu to louco pra chegar em casa e arrancar esse seu vestido, você acha que eu faria alguma coisa para te ferir?
Ok, ele sabia muito bem como me desmontar. Mesmo que eu fosse totalmente louca insegura e ciumenta, não dava para desconfiar dele, não dava para achar que ele iria me trair com Amber ou qualquer outra mulher.
-Tudo bem, mas não demore, estou cansada e a gente nem fez as pazes direito. – fiz um biquinho que o fez sorrir.
-Vá para casa, coloque nossa filha para dormir e deixa que eu tiro o seu vestido – ele terminou a frase sussurrando em meu ouvido me enchendo de expectativas, depois um beijo em Hannah e em seguida saiu atrás de Amber. Poxa como era difícil ver ele indo atrás de outra mulher mesmo que eu soubesse que não era nada.
-Quando a gente fica muito obcecada, é porque sempre tem alguma coisa por trás – eu me virei para ver quem atrapalhava meus pensamentos. Donna.
-Não estou obcecada – disse sem entender o porquê eu estava tentando convence-la – eu confio nele.
Ela sorriu 
-E você confia nela? – que mulher! Ela parecia disposta a me deixar perturbada a noite toda imaginando um milhão de coisas. Eu cerrei novamente os olhos encarando-a.
-Foi um prazer – mas minha voz não fez jus a frase, sem deixar ela me responder me afastei. Hannah estava pesada já para uma criança de três anos, mas Já estava tarde e ela cansada depois de correr todo o salão com outras crianças então sem me despedir, fui para casa. Assim que cheguei a deitei na caminha dela, acabei sentando no sofá esperando por Jared mas adormeci. Fui acordada por Fred, um dos guardas, dizendo que um rapaz estava esperando por mim em frente ao portão da mansão, acordei decepcionada esperando por Jared.
Caminhei até o portão ainda sonolenta com Fred atrás de mim atento a qualquer perigo, depois de Elena e Tom era quase impossível dar um paço sem ser vigiada.
Abri o portão e me surpreendi ao ver uma Mercedes preta estacionada e Bradley encostado fumando um cigarro, o rosto vermelho ainda machucado pelo o que acontecera ah algumas horas, aquilo partiu meu coração.
-Oh Brad! – falei suspirando – por que você fez aquilo? Por que você me beijou?
Ele jogou o cigarro longe.
-Me desculpe, Magzinha, eu estava bêbado e não estava pensando direito – respondeu – eu sei que você não quer me ver... eu te chateei já por um dia inteiro mas não consegui ficar em paz longe de você. 
Eu suspirei, estava brava mas também um tanto aliviada pois me sentia péssima por ter gritado com ele daquela forma.
-Você não pode fazer isso, Bradley, não pode ficar me beijando ou provocando meu marido, a gente precisa esquecer o passado – falei firme crendo que realmente seria a única forma de podermos ser amigos, esquecendo o passado. Mas ele sorriu, sorriu daquela forma quando ele queria me dizer que eu estava louca ou dizendo alguma coisa estupida.
-O que ele fez com você, hein? – falou se aproximando, ele ainda estava bêbado e queria muito arrumar uma confusão. O maior defeito dele sempre foi esse, quando enfiava uma coisa na cabeça ninguém era capaz de tirar.
-Para com isso!
Ele segurou meu rosto com as duas mãos me apertando.
-Você é muito mais inteligente do que isso. Cadê ele, Margot? Cadê seu querido Jared?
Puxei suas mãos me soltando, ficando novamente irritada, furiosa com Bradley.
-Vai embora! – falei tentando não gritar caso contrário Fred e mais dois seguranças iriam aparecer.
-Cadê ele? – voltou a perguntar – ele não está aqui porque está traindo você!
Ele falou com a voz alterada, eu dei um passo para trás porque senti que o chão iria sumir debaixo de meus pés. Apertei os olhos e contei mentalmente até dez para não matar Bradley.
-Cala essa boca! Por que você não pode simplesmente voltar para o buraco de onde você saiu?
Falei sem me importar se isso iria feri-lo, porque a loucura que ele estava me dizendo me feria de tal forma que me fez querer morrer.
-Não seja estúpida, Margot! Eu não estou supondo nada, eu sei que ele te traiu, que ele está te traindo enquanto você fica aqui tentando ser perfeita para ele.
-Você não sabe de nada, nada!
Eu não podia acreditar que ele havia se dado o trabalho de ir até minha casa para me falar aquelas coisas absurdas, tão absurdas mas tão... tão duvidosas para mim.
-Eu matei um homem por você e ele te trai, mas é ele quem você quer?
Eu cruzei meus braços e virei meu rosto, não tinha mais palavras, argumentos, eu não tinha nada além de um mar de confusões e duvidas.
-Vai embora, Bradley – falei psicologicamente cansada demais para continuar naquela discussão. Ele desesperado, se aproximou segurando minhas mãos.
-Não me manda embora, eu amo você! Nunca deixei de amar você. Eu vou te amar para sempre, até o fim dos tempos, se lembra? – ele disse e meu olhos saltaram para fora descrente do que estavam ouvindo. Como ele podia dizer aquilo para mim? Só pioraria tudo.
-Eu amo o Jared! – falei firme e era horrível machuca-lo assim mas eu não podia deixar ele acreditar em uma ilusão de que algum dia poderíamos reatar o que já tivemos. Ele petrificou, os olhos desesperados tornaram-se frios e ele se afastou.
-Você sempre teve essa mania de gostar dos caras errados – comentou como se fosse o momento para fazer piadas. – mas se é isso que você quer, só que quando você descobrir a verdade não venha atrás de mim.
-Já chega! – gritei – Você não pode vir aqui e dizer essas coisas. Vai embora.
Ele ia dizer mais alguma coisa mas eu o interrompi mandando-o novamente, então ele se virou e voltou para seu carro.
-Você tem certeza? – não depois das coisas que ele disse.
-Tenho! – afirmei mesmo que não houvesse. Então ele entrou no carro balançando a cabeça e foi embora, voltei para dento de casa e olhei no relógio, Jared já devia estar voltando. As coisas que Bradley havia dito aproveitaram o silêncio e a solidão daquela noite para infernizar a minha cabeça, as palavras “ele te trai" não saiam da minha cabeça, em seguida lembrava do que Donna havia dito que quando estamos obcecadas por algo, é porque alguma coisa está errada. Mas logo um ponto de raciocínio me fez questionar tudo isso, eu conhecia Jared e estávamos juntos ah quatro anos, não seria Amber capaz de faze-lo me trair, seria? E se ele realmente fizesse comigo o que fez com Natalie? Não! Ele não podia fazer isso comigo que abandonei tudo por ele.
Eu fiquei andando de um lado para o outro, ligando e ligando para ele até as cinco da manhã que foi a hora que ele finalmente apareceu. Eu estava sentada na cama, minha perna direita balançava tamanha era a minha ansiedade.
-Aonde você estava? – ele mal entrou no quarto e eu perguntei irritada, fora de mim. Os olhos assustados pararam em mim por alguns segundos, ele estava com a camisa social aberta até o peito, cansado e olhos avermelhados de quem esteve bebendo mas não muito.
-Você saiu do salão duas hora e meia, e agora são cinco horas! Aonde aquela garota mora? No fim do mundo? – falei ou melhor, gritei. Jesus, eu estava me tornando aquelas mulheres ciumentas que contam os minutos.
-Eu sei, Mag, eu sei – ele disse tirando o paletó e em seguida a blusa ficando apenas de calça – Eu levei Amber em casa e em seguida Ian, Johnny e Shannon resolveram sair para beber um pouco e eu fui, meu celular descarregou e eu imaginei que você já estivesse dormindo.
Outra historinha, eu estava cansada daquelas historinhas!
-Eu não acredito em você! – falei com as palavras de Bradley na minha mente. Ele parou no centro do quarto e me olhou.
-Não acredita em mim?
-Não.
-E o que você quer? Você acha que eu estava fazendo o que? Porque se você ousar dizer que eu estava com outra mulher...
-E se eu disser que sim, que eu estava pensando isso? – gritei – são cinco horas! Você disse que viria para casa.
-Eu saí, Margot! Eu não acredito que é isso que você pensa de mim! – ele esbravejou também ofendido – acha que eu sou esse tipo de homem?
-Você já traiu a Natalie! – joguei na cara dele o deixando mais furioso, eu falava como se na minha cabeça não houvesse um filtro para que eu evitasse as brigas.
-Eu me casei com você, porra! Acha que se eu quisesse ficar comendo puta por aí eu teria me casado com você? – ele estava puto, uma das coisas que ele mais odiava era que duvidassem de sua palavra ou ofendessem o seu caráter, o que era exatamente o que eu estava fazendo. Mas eu não conseguia pensar direito, pensar nele com outra me apavorava, me enchia de medo e pavor e por isso eu me descontrolava, eu não podia viver sem ele.
Meus olhos encheram de lágrimas e ele respirou fundo.
-Eu vou dormir em outro quarto, estou cansado – disse.
Arregalei os olhos.
-Vai me deixar sozinha? – perguntei descrente.
-Precisa se acalmar. – falou – e eu também.
-Então vai! Por que você não liga para o Ian e vê se ele tem a droga de uma cama na casa dele também? – peguei sua camisa que ele colocara em cima da penteadeira e joguei contra seu peito enquanto gritava. Eu estava brava, não necessariamente com ele mas estava, estava brava com Bradley, com o que tinha acontecido e estava brava com Jared e o que estava acontecendo. Ele apenas me olhou e depois saiu do quarto.
Ótimo, na mesma noite os dois homens que eu amava me deixaram sozinha, o que acontece com uma mulher deixada sozinha? Sem conseguir calar a minha mente conturbada, fui até a cozinha e peguei um copo de Whisky e acendi outro cigarro. Whisky forte, cigarro forte, dor forte. Tudo forte, só para compensar um coração tão fraco. Mas o que estava me matando mais era que mesmo sabendo daquilo tudo eu não conseguia sentir raiva, dor sim, mas raiva não. Jared era e é o tipo de confusão que meu coração sempre quis evitar, mas sempre necessitou. Meu amor por ele era um tipo de problema que eu sabia que não tinha solução, é uma ferida aberta que pulsa na alma junto com todas as outras, é o meu mal e o meu antidoto. E nessa contradição absurda de uma coisa tentando evitar a outra eu sempre me encontrei totalmente dependente dele. Me levantei e comecei lavar a louça tentando me manter ocupada mas a todo momento as lagrimas ardiam em meus olhos, e o nó na minha garganta me fazia sentir que estava sem ar, como se eu fosse sufocar a qualquer minuto.

A acompanhante (CONCLUÍDA) Onde histórias criam vida. Descubra agora