“After storm, i wanna be brave"
É claro que para mim aquela ideia de viajar repentinamente parecia loucura, mas não pude também de deixar de concordar. Podia ser uma atitude desesperada de simplesmente ficar longe de tudo e todos com minha família, agora que Jared sabia que era o pai de Nate até respirar se tornou mais leve para mim. Eu via eles brincalhando na piscina da janela do hotel e para mim não tinha visão mais linda. Eu os amavam, eram tudo para mim e pela primeira vez eu soube aonde pertencia.
Eu também não conseguia parar de imaginar como seria ter gerado outra criança, dessa vez da forma certa. Não que meus filhos tenham nascido de forma errada mas, Hannah coitadinha em tão pouco tempo teve que ser tirada de mim, ainda lembro de como ela era pequenininha, indefesa, cheia de tubos e medicamentos para mantê-la viva. E Nate, eu estive sozinha a maior parte da gestação quando Léo começou a mudar, se tornar mais distante e agressivo. Passei por tratamentos contra drogas e alcoolismo sozinha e o único que me via era Mark, quando comecei a ficar enorme Hannah teve que parar de ir até a Inglaterra me ver e isso me doeu tanto, era quase insuportável. E quando finalmente chegou a hora dele nascer eu estava sozinha, sem amigas, conhecidos, até mesmo Léo, eu estava sozinha sentindo dor e medo e talvez tenha sido o preço por ter ido embora. Então como seria gerar uma criança saudável, com mimos e todas aquelas besteiras maternas? Ah, eu não sei mas qualquer coisa que eu tenha passado valeu a pena e eu sabia disso ao olhar para os três sorrindo.
Estávamos no Caribe, ah duas semanas, passamos duas semanas em Cancun e depois pegamos um voo para cá. Não era só as crianças que precisavam se divertir, percebi que Jared e eu também precisávamos muito relaxar. Trouxemos Maggie e Nelly conosco, com duas crianças eu não sabia me virar sem elas.
-Cadê o Jared? – perguntei para Nelly, já era quase onze horas da noite e ele ainda não havia subido para o quarto
-Bom, ele disse que estaria lá em baixo se precisar – ela respondeu enquanto fazia tranças no cabelo de Hannah. No bar! Quase onze horas e ele estava ainda no bar.
-Eu vou atrás dele – falei colocando um vestido qualquer e descendo até o térreo e foi uma surpresa para mim quando tudo estava silencioso. Estávamos em um dos hotéis de luxo mais popular e o bar estava em silencio. Passei pela recepção e senti certos olhares sobre mim dos recepcionistas mas continuei em direção ao bar.
-Srta... Estávamos esperando por você – um homem de terno me assustou assim que eu entrei. O local estava vazio, com a luz baixa e velas por todo o lado. Um aroma doce no ar, havia flores pelo chão e música ambiente. Olhei para o garçom que estendia a mão para mim e a segurei curiosa.
-Sr. Leto, sua convidada chegou – ele anunciou – agora vou deixa-los a sós, com licença, se precisarem de algo podem me chamar.
-Muito obrigado – ele respondeu sorrindo segurando minha mão, eu fiquei olhando para ele incrédula tentando entender o que estava acontecendo ali.
-Cadê todo mundo? – perguntei olhando em volta.
-Não tem todo mundo, hoje esse lugar é só nosso. – ele disse com um lindo sorriso no rosto e eu corei, ele havia alugado o bar do hotel uma noite só para nós dois. Fiquei boquiaberta e depois olhei para mim mesma e minha roupa.
-Você deveria ter me dito algo, eu poderia ter vestido algo melhor! – falei rindo e ele se aproximou.
-Pra que? Eu vou tirar sua roupa de qualquer forma – respondeu e eu corei novamente como uma adolescente idiota. Olhei em volta ainda tentando ficar menos chocada com aquilo.
Ele caminhou até o balcão e pegou uma taça de champanhe abrindo-a, nós fomos até um sofá de couro preto e ele encheu duas taças.
-Isso é uma pré comemoração – falou – para nosso casamento.
-Eu nem acredito que vamos nos casar de novo – disse tentando manter a emoção na minha voz controlada, olhei em volta e fiquei novamente surpresa.
-Tem uma barra de stripper aqui?
-Sim, por que você acha que não deixam crianças entrarem aqui?? – ele respondeu rindo mas eu ao invés de sorrir tive uma ideia melhor. Olhei para barra e depois olhei para ele, em um salto levantei e caminhei com elegância até a caixa de som que tocava aquela música horrível e coloquei algo que se identificava melhor comigo, o local já estava perfeito: luzes baixas, velas, e música.
-O que está fazendo? – Jared perguntou ainda sentado no sofá de frente para a barra, me aproximei dele tomando a taça de sua mão e bebendo o champanhe em um gole só.
-Apenas relaxe – sussurrei devolvendo-o a taça.
Segurei naquela barra de ferro que ia do chão até o teto e fechei os olhos deixando a musica entrar em meus ouvidos, alta o bastante para que eu não ouvisse nem mesmo meus pensamentos. Deslizei sobre ela com agilidade, me envolvendo como se fossemos uma só.
Somente abri os olhos novamente quando deslizei na barra até o chão abrindo minhas pernas em uma abertura que chegou a ser um tanto dolorosa por não praticar aquilo por um tempo, mas não deixei nada transparecer, inclinei meu tronco para frente e depois fechando as minhas pernas engatinhei até ele, que assistia tudo estático, com olhos queimando em desejo. Cheguei até suas pernas e passei minha mão sobre seu peito, era notório o quanto os dois se queriam naquele momento. Deslizei minha mão de seu peito chegando até seu membro já rígido e inchado e o apertei roubando dele uma arfada gostosa de ouvir.
-Mag... – ele sussurrou
-Shhh... – abri o cinto de sua calça com agilidade rapidamente tirando todo aquele pano de meu caminho, fechei minha mão com leveza em volta de seu membro e comecei com movimentos leves antes de me inclinar e o colocar quase por inteiro em minha boca, chupando-o com vontade e desejo. Ele tombou a cabeça para trás com um leve gemido quando chupei e lambi a cabeça de seu pênis, sentindo até mesmo meu corpo se arrepiar querendo-o com força. E sabendo disso, Jared entrelaçou seus dedos em meu cabelo atrás de minha nuca me levantando com força e brutalidade, inferno!
Segurou meu queixo com a outra mão e me beijou com força como se quase fosse me engolir.
-Tira isso – ele pediu com urgência na voz mas mal esperou eu fazer qualquer movimento e rasgou meu vestido com um puxão só, revelando meus seios duros ansiosos por ele. – vem aqui.
Segurando meu pulso me puxou até a barra de ferro atrás de nós.
-Segure-a! – ordenou me deixando curiosa.
-O que? – perguntei mas ele irritado e ganhei um tapa na bunda por causa disso.
-Segura a porra da barra, porque eu vou comer você amarrada nela – ele disse firme com aquela voz rouca que me deixava encharcada, rapidamente segurei a barra como ele ordenou e retirando a gravata ele amarrou meus pulsos nela, se estava apertada ou não eu não sei toda minha concentração estava no que eu estava sentindo em baixo com os dedos dele já brincando com minha intimidade.
Ele segurou meus quadris empinando-me, controlando todos os nossos movimentos e senti quando seu pau tocou-me por trás.
Gemi de leve, arfando.
-Não tão depressa – ele disse, então instintivamente me contorci quando o líquido gelado desceu pelas minhas costas, chegando até escorrer pela minha bunda.
Depois a língua dele tocou em meus ombros, percorrendo em seguida toda minha espinha e tudo que eu sentia era vibrações por todo o meu corpo.
-Nem o champanhe mais caro do mundo consegue ser mais gostoso do que você – sussurrou em meu ouvido e eu fiquei com raiva porque ele estava me levando a loucura.
-Então me come logo! – rosnei entredentes e ele riu.
-Não seja tão apressada. – a mão dele voltou pro ponto pulsante entre minhas pernas e arfei novamente – se bem que você já está tão molhada e meu pau quer entrar nessa b*ocetinha rosa e delicada.
Inferno! Ele parecia querer me ver explodir de desejo, o desgraçado colocou a cabeça daquele pau gostoso entre minha entrada e a esfregou ali deixando-me louca, e com raiva. E ele parecia se divertir com isso, mas quando rosnei novamente irritada então finalmente o pau dele entrou com força em mim de uma vez roubando-me um grito, era grande, grosso, nas primeiras estocadas senti pontadas de dores mas que logo foram sumindo conforme ele entrava e saia segurando meus quadris para que nossos corpos ficassem juntos.
Eu agradeci mentalmente por estar presa a barra, apesar de ter que fazer um esforço enorme para manter minhas pernas retas já que eu estava começando a perder as forças.
Jared puxou minha cabeça para trás segurando meu cabelo, soltava leves gemidos em minha orelha que sincronizavam-se com os meus.
-Minha – ele sussurrou.
Fechei os olhos sem forças no corpo.
-Sua – ronronei como uma gatinha e soube que ele estava sorrindo mas toda minha contração se mantinha lá em baixo. O pau dele entrava e saia com força e rapidez, a cada estocada um gemido forte saia de minha garganta
Ele saiu por completo de mim, nossa respiração estava pesada e ofegante achei que ele havia cansado mas rapidamente ele me virou, meus pulsos doeram um pouco com o movimentos mas consegui girar a gravata deixando-os mais confortáveis.
Ele se aproximou de mim e me beijou, um beijo molhando, intenso, quente, odiei aquela droga de gravata em meus pulsos pois queria tanto tocar nele. Enquanto me beijava suas mãos desceram pela minha cintura arrepiando meu corpo, cada partezinha dele, depois sua língua desceu até meu pescoço e fechei os olhos sentindo-o, ele parecia estar em todos os lugares ao mesmo tempo.
Suas mãos pararam atrás das minhas coxas e com agilidade ele as ergueu e eu as entrelacei em sua cintura dando livre acesso a minha intimidade e foi o que ele fez, me penetrando com força segurando meus quadris enquanto minhas costas tocavam a barra atrás de mim. Meus ombros doíam por conta de toda força que estavam fazendo mas eu só conseguia me importar com o pau dele dentro de mim. Desgraçado, filho da puta, eu odiava ele por me fazer ser tão viciada, obcecada, por só conseguir gozar quando era o pau dele dentro de mim. Ele deitou a cabeça na curva de meu pescoço e mordeu ali.
-Jared... eu.... – senti todo o espamo vindo de uma só vez, perdi as forças na perna mas ele as manteve em sua cintura.
-Eu sei – sussurrou lambendo meu pescoço com a ponta da língua o que foi o ápice para mim, em uma explosão de orgasmo gemi alto perdendo toda força de meu corpo, fechei os olhos sentindo tudo de uma vez me atravessar, e ele satisfeito por ter me feito chegar lá continuou até que finalmente também encontrou seu prazer dentro de mim. Seu braço apertou com força meu corpo e ficamos abraçados por uns segundos ouvindo a respiração um do outro até que ele decidiu soltar meus pulsos.
Meus ombros doeram com o movimento das articulações mas eu ainda estava em seus braços.
Na manhã seguinte acordei com meu celular tocando, o primeiro movimento que fiz com meu braço senti meu ombro latejar, minha cabeça doía e levou um tempinho para eu raciocinar e entender o que estava acontecendo. Tateei o chão ao meu lado procurando pelo meu celular... espera! Olhei para o lado e Jared estava dormindo enrolado nos lençóis brancos e eu estava completamente nua ao seu lado, olhei rapidamente em volta e me surpreendi com a bagunça que fizemos no quarto aquela noite. Sobre a penteadeira, sobre a cama, no banheiro, na parede e por fim acabamos no chão. Isso que eu digo de matar a saudade!
Meu celular tocou de novo me tirando daquele devaneio gostoso.
-Atende isso, Margot – ele murmurou puxando o resto do lençol para ele.
Meu celular estava em algum lugar dentro daquela bagunça, só mais um minuto e... achei! De baixo da cama.
-Alô? – forcei a voz.
-Margot? Oi aqui é o Dr. Andrew! – ele disse com a voz alegre mas para estar me ligando as oito da manhã no domingo alguma coisa estava errada.
-Oi Dr. Andrew, tudo bem? – perguntei pegando minhas roupas espalhadas no quarto e correndo para o banheiro.
-Sim... aliás, não completamente – a voz tornou-se triste como eu previra.
-É a Lila, não é? – disse engolindo em seco, paralisando meus passos em meio ao banheiro enorme. Não foi preciso ele dizer nada ou confirmar, eu sabia – o que está acontecendo?
-Eu prefiro não falar sobre isso por telefone – respondeu com a voz falha. Droga, eu estava de férias!
-Quanto tempo? – perguntei.
-No máximo quarenta e oito horas. – foi o que ele respondeu falhando minha respiração! Ele estava me dando quarenta e oito horas para ver minha amiga. Como eu diria a Jared que precisávamos voltar?
-Tudo bem, estarei pegando o próximo voo!
Desliguei o telefone me encarando no espelho a minha frente, muitas coisas passaram pela minha cabeça. Eu estava tendo um mês incrível com meu marido e não queria que nada atrapalhasse isso, meus filhos estavam se divertindo e eu estava mais feliz do que jamais estivera mas algo dentro de mim dizia que se eu não voltasse para os estados unidos a tempo, iria me arrepender o resto da minha vida e com esse temor e pressentimento Jared concordou em voltarmos naquela mesma tarde. Eu estava inquieta o voo todo e assim que pousamos e chegamos em casa, a primeira coisa que fiz foi correr para o hospital.
Dei de cara com o Dr. Na recepção, ele ficou realmente surpreso ao me ver acho que não levou a sério quando disse que pegaria o próximo voo.
-Ainda bem que chegou – falou – Você é a única que pode ajudar agora.
-O que você quer dizer? – eu já estava começando ficar desesperada.
-Sabe que Lila deixou você como responsável por ela, já que não tem nenhum parente próximo, você é a única que pode decidir pela vida dela agora.
Senti cada músculo do meu corpo endurecer com aquilo. Como eu, EU decidiria sobre a vida dela? Ele só podia estar brincando comigo, e eu quis tanto que fosse uma brincadeira mas o olhar dele permaneceu sério sobre mim confirmando aquilo que eu não queria que fosse verdade.
-Ela precisa de você – concluiu quebrando-me em duas, eu o segui até o andar em que Lila estava esperando encontra-la fazendo alguma coisa mas me deparei com um corpo totalmente esquelético, olhos saltados, sem os longos cabelos loiros deitada sobre uma cama quase não conseguindo falar. Senti um arrepio pelo corpo todo e instantaneamente meus olhos encheram de lágrimas.
-Você disse que o transplante resolveria – falei sem querer olhar para ela mais, virei-me de costas para a janela e ele suspirou.
-E funcionou! – respondeu – mas não previmos as metástases que se espalharam pelo corpo, ela passou por mais três cirurgias mas então encontramos uma metástases no cérebro.
Meu coração apertou como se ele estivesse com ele em suas mãos.
-Cresceu o suficiente para se tornar um tumor, ela tem agora um tumor na parte interna do cérebro que não pode ser operado.
Levei a mão até minha cabeça tentando me controlar e não parecer mais desesperada do que eu já estava. Olhei para os lados tentando digerir aquela noticia mas era muito complicado.
-Como não pode ser? – falei – tem que haver alguma coisa!
-Não pode! O tumor está localizado em uma parte sensível do cérebro, além de quase não conseguirmos chegar até ele. Nós podemos fazer a cirurgia mas as chances dela são estado vegetativo ou morte.
Fiquei encarando-o falando daquela forma tentando parecer o mais profissional possível, e mesmo assim mostrar empatia na voz. Apertei os olhos, era horrível não ter controle, não ter poder de escolha. Era horrível saber que minha amiga iria morrer.
-Ela sabe? – perguntei e ele assentiu – e o que eu posso fazer? Como posso salvar a vida dela?
-Não pode, Margot. Fizemos todo o possível, tudo o que nós podemos fazer agora é oferecer todo conforto possível.
-Mas você disse...
-Você precisa assinar os papeis, ela não pode mais falar por si mesma agora. Preciso que você assine os documentos que nos permite cuidar dela, Lila agora é uma paciente terminal. – ele respirou fundo – ela sabe, e por isso se nega a ver qualquer um além de você.
Virei-me novamente para a janela encarando-a, ela estava dormindo mas daquela forma era como se já tivesse partido. Eu estava com medo, medo de deixa-la partir, medo de deixar ela morrer, medo de como eu iria explicar para o irmão dela que eu a deixei morrer também?
-Tudo bem – falei. Encarei a porta branca a minha frente antes de abri-la e quando o fiz, um clima tenso estava naquele quarto, sempre fui muito sensitiva o que me fazia ter grande facilidade de captar más vibrações e energia de um certo lugar e aquele quarto, bem, eu não precisava olhar muito para saber que o dr. Estava mais do que certo sobre Lila.
Me aproximei dela deitada na cama e segurei sua mão magra e ossuda, ela gemeu de leve virando o rosto para mim.
-Mar... – tentou falar mas estava incrivelmente fraca, como se anos de sua vitalidade e juventude tivesse sido roubados em apenas um mês.
-Shh, não tente falar – apertei sua mão.
-Eu estou morrendo – disse fraco me desobedecendo, e a forma como ela disse me machucou mas nada se comparava com seus olhos. Alguma coisa neles, uma espécie de tristeza e raiva, dor e angustia, ela não estava mal porque estava morrendo mas porque nunca realmente vivera.
-Eu sei, sei que a vida não foi muito legal com a gente, não é? – disse e comprovando a minha linha de pensamento seus olhos se encheram de lágrimas como se essas lagrimas estivessem ali ah anos mas seu orgulho nunca foi capaz de deixa-las caírem – Você fez o melhor que pode!
-Deveria ter sido melhor – falou fraco de novo com arrependimento em sua voz, acariciei sua mão deixando lágrimas escorrerem pela minha bochecha.
-Você foi! Éramos crianças, deveríamos ter tido mais! Não foi culpa sua, Ly. Tudo o que aconteceu, tudo que passamos, você lutou muito para sobreviver.
-E agora estou morrendo. – ela respirou fundo tentando puxar todo ar suficiente para seus pulmões também enfraquecidos – é o que eu mereço por ter sido uma vadia egoísta a vida toda.
Ela moveu a cabeça olhando para o teto e soltando minha mão, apertou ao olhos.
-Eu... Bradley sabe, Margot, ele sabe – ela disse ainda de olhos fechados – sabe que você o amou também.
Eu fiquei sem palavras talvez pelo o que ela disse, como se estivesse respondendo uma pergunta que me fiz todo esse tempo após a morte dele. Mas um apito atrapalhou meus pensamentos e percebi que era o computador que estava ligado a ela.
-Lila?? – segurei seu braço – Lila!
Gritei, uma enfermeira entrou rapidamente no quarto dela.
-Parada cardíaca! – ela gritou apertando um botão enorme no quarto e rapidamente uma equipe entrou na sala com o médico atrás, eu me afastei em choque, torcendo por dentro para que aquilo fosse apenas um susto enquanto eles chocavam ela, a cada choque parecia que meu coração que parava de bater por uns segundos.
Por fim o pulso voltou, o coração voltara a bater mas alguma coisa ainda estava errada.
-Ela está com pressão intracraniana, precisa agora ir para cirurgia – o médico disse me desesperando, em menos de dois minutos toda aquela equipe já estava levando-a me deixando sozinha no quarto ainda em choque, só percebi que não estava sozinha quando uma enfermeira baixinha tocou em meu braço.
-Você pode esperar na outra sala – ela disse solidária, concordei com uma aceno e ela me levou ate lá. Uma sala de espera, com outras pessoas esperando, esperando pela vida ou morte de seus conhecidos. Enquanto estava lá liguei para Jared e contei o que estava acontecendo, pedi para que ficasse com as crianças e também liguei para Marina e Lizzy que chegaram lá em trinta minutos, as recebi em um abraço, nós éramos a única família que Lila tinha, ou eu achava que era.
-Alguma notícia? – perguntou Marina mas não foi preciso eu dizer nada pois o médico me chamou, e assim que me virei para ele eu soube.
-Ah não! – lamentei me aproximando, meu coração apertou – por favor
-O cérebro demasiou demais. Fizemos tudo o possível, eu sinto muito, Margot mas Lila está em paz agora – ele segurou em meu ombro, eu estava triste, não a ponto de fazer um escândalo mas triste. Independente do que aconteceu, ela era minha irmã. Marina me abraçou também com lágrimas nos olhos, e nós duas nos consolamos juntas. Depois de algumas lágrimas ergui meus olhos e encontrei os de Lizzy.
-Me desculpa, Margot, mas eu não vou chorar – ela disse ríspida – Lila teve o que mereceu, mentiu, traiu, roubou, era egoísta e manipuladora! A morte dela não muda a pessoa horrível que ela era, então me desculpa mas eu não vou chorar por causa dessa vadia.
Abaixei os olhos.
-Elizabeth! – Marina a repreendeu.
-O que foi? Você acha mesmo que ela se importaria comigo se fosse o contrário? – ela revirou os olhos – é triste mas é assim que a vida é.
Balancei a cabeça, eu não podia julgar Lizzy, quem poderia? Lila era uma pessoa horrível de fato, mas eu ainda a amava como uma irmã porém não podia cobrar isso das meninas.
-Tudo bem, Lizzy – respondi – Você está certa, agora somos só nós três.
Ela balançou os cabelos escuros.
-Sempre foi só nós três, Margot.
Eu não pude descordar dela, muito menos cobrar dela que ficasse pois dito isso ela saiu deixando apenas Marina e eu.
-Como Lizzy pode ser tão fria? – ela disse indignada.
-Não posso culpa-la, Marina, ah um anos atrás eu teria feito a mesma coisa – respondi pensando em como eu odiei Lila por muito tempo antes de saber que ela estava doente – mas ninguém merece morrer sozinha.
O corpo dela foi liberado uma hora depois, e naquele dia Marina e eu ficamos responsáveis pelo funeral, um funeral vazio. Lila nunca foi alguém que as pessoas tinham prazer em estar perto, portanto, apenas Marina, Shannon, Jared e eu estávamos ali. Foi a coisa mais triste que eu já vi.
Não havia motivos para esperar tanto para o enterro já que não havia mais ninguém que iria vê-la, senti que até mesmo Jared e Shannon estavam ali por nós duas e encarando aquela sala vazia e mórbida eu comecei a me sentir péssima mas quase ninguém percebeu.
Ela foi enterrada ao lado de Bradley, duas lápides idênticas carregavam o sobrenome deles. Meu Deus! Eles eram tão novos, ah quanto tempo eu não ia ali?
-Hey, você ta bem? – Jared me abraçou – está tremendo!
-Eu não quero morrer sozinha. – lamentei e ele me abraçou novamente afagando meu cabelo.
-Você não está sozinha e nunca ficará! – ele disse trazendo calmaria para o meu caos.
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A acompanhante (CONCLUÍDA)
Romance(+18) "Margot era uma acompanhante de luxo, mas não qualquer acompanhante. Era a garota mais requisitada e mais cara da agência. Após ter sido deixada pela mãe aos quinze anos para trabalhar como striper em uma boate qualquer na Califórnia e na busc...