Carmem

3.3K 140 12
                                    

“Querida, querida, não tem problema, mentindo para si mesma porque sua bebida é de primeira linha. É alarmante honestamente, como ela pode ser tão charmosa, enganando a todos dizendo que está se divertindo

Mais uma noite, mais uma diversão” foi o que pensei enquanto me preparava para meu emprego nada tão divertido. Soltei o cabelo longo dourado, lingerie, meia 7/8 e meu salto alto. Tinha que estar perfeita, quem disse que ser uma stripper é fácil? Preparei mais uma fileirinha e cheirei, meu nariz ardeu um pouco mas nada que eu não estivesse acostumada.
Andei para dentro da boate e fui até o bar.
-Oi Aaron. – Sorri e lancei lhe um de meus olhares audaciosos. Ele sorriu e abaixou a cabeça.
-Margot, o que você quer? – disse ainda com um sorriso sem graça no rosto.
-Out! – fiz um biquinho – que tal algo para animar minha noite? – arqueei as sobrancelhas
-Margot, essas bebidas são apenas para clientes se me pegarem te dando de graça, sou demitido. – disse fraco.
Eu sorri com malicia nos lábios.
-E se eu te recompensar depois? Ah, qual é! – fiz mais um biquinho e me inclinei no balcão deixando meus seios à mostra, seus olhos correram pelo meu decote e depois foram de encontro com meus olhos azuis sugestivos.
-Tudo bem – suspirou – Qual você quer?
Eu sorri vitoriosa.
-O de sempre.
Ele me serviu a bebida já imaginando o “agradecimento” que teria comigo mais tarde. Ah, o que Aaron tem de lindo ele tem de burro. Rolei os olhos pela boate que estava apenas abrindo, onze e meia de uma sexta feira e já estávamos lotados. A noite não vai ser nada fácil, procurei por Lizzy, que já estava a espreita, de olho nos caras mais bem sucedidos que podem entrar aqui essa noite. Me juntei a ela.
-Noite movimentada – ela falou sem olhar para mim.
-Preciso de clientes. – resmunguei. Passei os olhos novamente para o local, e avistei um homem muito elegante sentado em uma das mesas me olhando sugestivo. Sorri convencida e caminhei até ele, com elegância. Sentei em sua mesa e cruzei as pernas. Ele as olhou mas logo seus olhos se dirigiram diretamente para a minha face.
-Qual o seu nome, meu bem? – quis saber.
-Carmen – respondi docemente – O que posso fazer por você? Quer um quarto particular para termos mais privacidade?
O homem sorriu, acendeu um cigarro e voltou a me olhar.
-Claro. – sorri. Segurei sua mão e caminhamos até um dos quartos. Assim que entramos ele me olhou. – Não dava para conversar com você com todo aquele barulho.
-Conversar? – o encarei confusa.
-Eu vim aqui essa noite por sua causa...
-Você é da polícia? Droga! Você é da polícia. – falei ficando alterada, o homem a minha frente riu parecendo se divertir com meu desespero.
-Não sou da polícia. Meu nome é Daniel Craig, sou, digamos assim, um investidor.
Fiquei quieta encarando ele, aquilo era uma piada?
-Você é tipo um caça talentos? – perguntei.
-Sim, mais ou menos. Eu sou dono de um agencia de modelos e te vi esses dias no posto de gasolina, segui você até aqui e isso já faz uma semana.
-Isso é coisa de gente doente, sabia? – o interrompi, ele riu novamente.
-Você é perfeita para o trabalho que quero lhe oferecer... Carmen, eu posso te fazer rica. – não posso negar que meus olhos se acenderam com a ideia de sair dessa vida miserável mas ele era um completo estranho.
-Hey, vamos com calma. Quer que eu seja modelo? – perguntei desconfiada, qualquer uma desconfiaria.
Ele riu de novo, eu estava começando a gostar do som da sua risada.
-Apareça nesse endereço amanhã – ele estendeu um cartão para mim – as nove e conversaremos. – disse saindo do quarto, mas logo voltou – Ah, e isso é para você – jogou duas notas de cem em mim – “Carmen”.

A acompanhante (CONCLUÍDA) Onde histórias criam vida. Descubra agora