For loving you

568 47 2
                                    

“Eu me odeio por te amar, mas não posso fugir. Eu penso em você cada noite e dia, você tomou meu coração e mandou todo o meu orgulho embora"

-Desse jeito você vai quebrar seus dedos.
Lila disse observando-me apertar minha mão com força por conta do nervosismo e ansiedade. Estávamos as duas sentadas de cara para a porta do Dr. Forbes esperando pelos resultados dos meus exames. Lila achou que deveríamos apenas comprar aqueles exames de farmácias mas preferi ir até o hospital e fazer exames de sangue. Meu pé batia freneticamente contra o chão, eu não conseguia ficar parada. Por mais que eu já soubesse a resposta, ter aquilo confirmado era assustador até para mim mesma.
-Srta. Robbie! – ouvi o médico chamar, olhei para Lila.
-Vai. – ela disse, me levantei da cadeira e abri a porta do consultório devagar dando um meio sorriso para o médico.
-Pode se sentar... – ele disse – como vai?
Me sentei na cadeira a sua frente.
-Estou bem Doutor... Hum, será que o Sr. Poderia ir direto ao ponto? – perguntei sorrindo amarelo sem querer parecer grossa. Ele também me deu um sorrisinho sem graça e pegou o papel em sua mão.
-Você disse que tem sentindo muitos enjoos, certo? Bem, você não precisa se preocupar. Esses enjoos não são nada grave, você realmente está grávida, Margot.
Se ele tivesse levantado e me dado um tapa a minha expressão não teria sido tão horrível. Paralisei. Congelei. Senti apenas meus lábios tremerem e por um instante eu quis que ele dissesse que aquilo era uma piada, mas ele continuou sério. Rapidamente peguei o papel de sua mão e comecei a passar os olhos como se eu entendesse alguma coisa que estava escrito ali... Havia porcentagem de hormônios e etc e então eu joguei novamente o papel em sua mesa.
Bati minhas costas no encosto da cadeira e suspirei. Puta. Merda!
-Eu iria te parabenizar mas algo me diz que isso não é boa notícia para você. – ele falou cauteloso.
-Eu simplesmente não posso estar grávida.
Falei pensando em tudo que ia contra aquela gravidez. Como uma viciada em cocaína pode estar grávida? Balancei a cabeça diversas vezes tentando digerir aquilo mas não conseguia.
O Médico olhava para mim confuso.
-Percebi que alguma coisa incomoda você. Se você precisa de ajuda, Srta. Robbie, nós podemos lhe oferecer, se você quiser alguém para conversar e contar o que te preocupa...
-Agradeço sua solidariedade, Dr. Mas não é algo que as outras pessoas podem resolver por mim. – falei ainda em choque, tentei não soar grosseiramente mas foi muito difícil. Dei um sorriso fraco para ele e me levantei saindo daquele consultório a ponto de desmaiar.
-Margot do céu! Você está pálida! Nem preciso te perguntar qual foi o resultado – disse Lila rapidamente se colocando de pé.
-Eu não posso estar realmente grávida.
Falei. Caramba, como aquilo era difícil de aceitar. Que vida eu daria para aquela criança? Como eu conseguiria ter uma gravidez saudável? Essas eram as únicas coisas que se passavam pela minha cabeça. E também estava apavorada, eu não sabia como ser mãe eu nunca tive uma mãe! Eu não sabia o que eu iria ter que fazer dali em diante.
-Vamos para casa. – Lila disse – você precisa se acalmar.
E nós fomos, ela dirigiu porque eu não estava com a cabeça boa para isso. Todo o caminho ela foi falando sobre um monte de coisas que eu não estava prestando atenção mas pude sentir em suas palavras que ela talvez estivesse um pouco chateada com isso também até porque ela não aceitava o fato de eu querer largar a agencia e agora gravida de Jared não tinha mais nada que as pessoas pudessem me dizer, eu realmente iria abandonar a agencia e ficar com ele.
O que estava me aterrorizando era pensar que eu seria mãe, eu não saberia ser isso.
Assim que chegamos em casa Marina e Lizzy já estavam lá esperando a gente para saber as notícias, tínhamos avisado a elas por mensagens. Eu entrei no apartamento e corri direto para a cozinha deixando para Lila o trabalho de contar a elas.
Abri a geladeira e olhei para a minha garrafa de Whisky, céus, como eu queria uma boa dose daquele Whisky.
-Nem pense nisso – Lizzy fechou a porta da geladeira olhou fixamente para mim – você está grávida, não pode beber.
Revirei os olhos e me sentei a mesa enterrando minha cabeça na palma das minhas mãos.
Elas ficaram em silencio por alguns segundos respeitando meu desespero silencioso.
-Mag... – Marina quebrou o silencioso depois de alguns minutos sentando-se ao meu lado e colocando a mão no meu ombro.
Levantei meu rosto para ela que se surpreendeu com minhas lágrimas.
-Eu não sei o que fazer. – falei. – Marina, eu não sei. Pela primeira vez na minha vida eu não sei o que fazer.
Lizzy se sentou na outra cadeira.
-Margot não é o fim do mundo. – ela disse – você tem a gente do seu lado, você tem o Jared. Imagina como ele vai ficar feliz em saber disso.
-Com certeza o sonho da vida dele era ter um filho com uma viciada em cocaína. – falei.
-Oh... – ela disse caindo na real, elas não tinham pensado nesse pequeno detalhe ainda.
-Margot do que é que você tem medo? – Marina perguntou séria – o problema não é a droga, você sabe disso.
Meus lábios tremeram enquanto ela olhava fixamente para mim sabendo exatamente o que se passava na minha cabeça.
-Eu não quero ser mãe. – admiti – eu... eu nem sei ser isso...
-Então aborta! – Lila falou rapidamente chamando nossa atenção para ela – ué, é simples, não é? Só nós sabemos disso, se você abortar não terá que se preocupar com isso.
Por que diabos aquelas palavras fizeram tanto sentindo para mim? Fiquei olhando para ela com aquela frase rodando dentro da minha cabeça tentando encontrar uma forma de me convencer de aquilo seria uma ótima solução, mas outra parte de mim dizia que eu nunca me perdoaria se fizesse isso.
-Não! – Marina disse alto – você não vai fazer isso! Eu sei que a sua mãe foi uma grande vadia, Margot, nós todos sabemos a história mas você tem a chance de fazer diferente! Tem a chance de dar para essa criança todo o amor que você não recebeu.
Fixei meu olhar nela, ouvindo cada palavra. O que ela dizia parecia fazer menos sentindo do que o Lila havia dito, que confusão.
-Ela está certa, Margot. – completou Lizzy – e você tem a gente aqui do seu lado...
-Vocês são ingênuas? – Lila as interrompeu. – Margot uma criança vai acabar com tudo o que você construiu.
-Lila eu não estou te entendendo, você realmente está falando isso? – Marina se virou para ela indignada com o que ela estava dizendo. – Olha só, você tem a gente e você tem o Jared! Você finalmente decidiu ficar com ele, vão agora e fiquem juntos, cuidem dessa criança... Sei lá. Só sejam felizes.
-Você realmente acha que eu consigo fazer isso? – perguntei esperando a resposta mais sincera dela.
-Eu sei que você pode fazer tudo o que quiser fazer, e sei que você vai ser a mãe que essa criança merece.
Olhando fundo dentro dos olhos dela eu me enchi de esperanças. Afastei todos aqueles pensamentos negativos que me faziam querer desmoronar e tentei focar nas coisas que me ajudariam a superar qualquer problema que viesse. Jared e eu finalmente íamos ficar juntos! Eu sempre quis uma família e não entendi o porquê de ter ficado tão apavorada com essa notícia, talvez um medo de ser a cópia da minha mãe mas eu sabia, no fundo eu sabia que isso nunca iria acontecer.
-Então eu preciso contar para ele! – falei abrindo um sorriso sendo acompanhada por Marina e Lizzy.
-Você realmente acha que isso vai dar certo? – perguntou Lila.
-Nós temos certeza que sim, Lila – Lizzy respondeu. Ela balançou a cabeça.
-Tá, depois não digam que eu não avisei.
E ela saiu deixando-nos só. A noite eu mal dormi pensando em como eu contaria aquela novidade para ele, mas era estranho pois ele não havia me mandado mensagem o dia todo nem me ligado antes de dormir, o que sempre fazia. Tentei ligar algumas vezes mas ele não me atendeu, aquilo não estava me cheirando bem.
No dia seguinte a primeira coisa que fiz foi olhar meu celular para ver se havia mensagens ou sinal de vida dele, fui com a cara na parede. Não havia nada. Tentei novamente ligar porém nada de me responder, mandei mensagens e nada dele visualizar. Alguma coisa estava muito errada ali e eu não ia ficar esperando ele aparecer para me dizer o que estava acontecendo, tratei de logo me vestir e até a empresa dele, eu não sabia como iria contar aquela novidade para ele mas estava ansiosa sobre sua reação.
Cheguei no edifício em menos de uma hora, passei logo pela recepção sem enfrentar problemas mas assim que cheguei ao andar, fui barrada por Cristina. Vaca.
-O Sr. Leto está em reunião. – ela disse com uma voz arrogante que me deu vontade de bater nela.
-Diga a ele que eu aguardo. – respondi tão arrogante quanto ela, que bufou cruzando os braços. – vai, garota!
E ela saiu batendo o salto no chão, irritada comigo. Fiquei esperando aproximadamente por quarenta minutos. Eles estavam falando sobre o que? Uma terceira guerra mundial?
Quando finalmente um monte de homens engravatados e de terno saiu de sua sala, me pus em pé sendo encarada e “comida pelos olhos” de todos eles, Jared apareceu por último, sério, ele tinha um semblante irritado alguma coisa na reunião o deixara muito nervoso, e todos aqueles homens me olhando daquela forma só poderia piorar as coisas mas eu sabia que o dia dele iria melhorar.
-Olá – falei para ele que permanecia sério, ele não me deu um sorriso o que fez o meu também desaparecer.
-Entra – falou com um tom de voz assustador, entrei em sua sala me sentindo como se estivesse indo para um abatedouro. Um frio na barriga, mãos suando, realmente alguma coisa estava errada.
-Está acontecendo alguma coisa? – perguntei assim que ele fechou a porta atrás de si. Calado, sério e irritado, caminhou até sua mesa abrindo uma gaveta e retirando de lá um tipo de ficha, me estendendo logo em seguida. Encarei seus olhos e logo em seguida sua ficha, o que ele queria? Sem mais esperar, arranquei de sua mão e logo me pus a ler.
Quase cai para trás quando abri a primeira página. Fiquei um pouco tonta e enjoada, como ele tinha conseguido acesso aquilo?
Então estava explicado!
Na sala só se ouvia a minha respiração, forte e entrecortada. Eu estava morrendo de medo, tanto que antes de erguer os olhos para ele, fiquei encarando aquela ficha durante uns longos segundos.
-Eu posso explicar... – comecei finalmente levantando os olhos para encara-lo.
-Você não tem que me explicar nada. – finalmente ele abriu a boca, mas suas palavras eram tão frias e duras que me partiram ao meio.
-Eu não sabia como te contar isso, não é algo que a gente simplesmente saia contando para outras pessoas.
-Outras pessoas? – ele falou engasgando um pouco com as palavras – Outras pessoas, Margot?
É isso que eu sou para você?
-Não! – respondi, não foi o que eu quis dizer.
-Então sou o que? Outro bilionário que você transa por dinheiro?
Ele falou de forma tão fria que me fez realmente sentir nojo e raiva. A forma como ele colocou aquilo me fez se sentir uma mentirosa em relação a ele. Eu larguei tudo por ele, e ele estava me tratando daquele jeito? O que ele sabia sobre mim aliás?
-Cala a boca! – respondi – você não sabe de nada.
Ele travou a mandíbula.
-Quem você pensa que é para me tratar assim? Para me julgar? – falei alterando a voz.
-Eu não estou julgando você! Mas olha isso... Olha o que está fazendo, se vendendo por dinheiro... – ele fazia uma expressão de nojo enquanto falava, e mais uma vez, ele não sabia de nada sobre minha vida.
-É fácil para você falar. – respondi.
-Quando você ia me contar? – ele praticamente gritou, me assustando um pouco.
Eu parei para pensar, quando eu realmente iria contar para ele? Eu nem havia pensado sobre isso. Então ele continuou.
-Está vendo? Você nunca pensou em me contar – disse como se tivesse lido meus pensamentos – mas eu sei o que você estava pretendendo fazer... Estava querendo manter essa vida dupla, mas eu não vou aceitar isso. Ou você é minha, Margot, ou não é de mais ninguém!
Ele estava alterado, vermelho, suando, explodindo de raiva e eu, decepcionada, e extremamente magoada por estar carregando em minha barriga o filho de um homem que estava me humilhando sem me dar a chance ou o direito de me defender.
-E como você esperava que eu te contasse isso? – falei explodindo também – Como? Eu nunca pensei em manter uma vida dupla com você, Jared. Eu tentei te afastar de todas as maneiras e você continuou me puxando de volta, e agora que estou sendo honesta com você está me expulsando da sua vida? – falei me sentindo uma idiota por ter feito isso por ele.
Ele passou a mão no rosto.
-Você tem razão, sempre se fez de boa moça, mentindo e mentindo e depois disse que me amava.
Ele riu como se fosse uma piada, mas eu senti um traço de dor em sua voz.
-E você acha que eu não te amo? – gritei indignada, teria sido melhor levar um tapa na cara do que ouvir ele duvidar de mim – levei meses para finalmente conseguir admitir isso!
Ele me olhou ainda com raiva.
-Você é um hipócrita! Você também não é o certinho, olha o quanto tem mentido para Natalie durante esses meses, você veio atrás de mim depois que eu tentei terminar tudo!
-Se eu fiz isso com ela, é porque eu amo você! – gritou novamente me deixando estática, porque toda vez que ele dizia que me amava meu coração parava por alguns segundos – mas dói, Margot, dói amar você. É um erro. – ele abaixou a voz.
Eu sempre fui um erro na vida de todas as pessoas que eu achei que me amavam, por isso era melhor ser uma vadia arrogante, mentirosa, traidora, é melhor você ser sua ancora. É melhor ser você por si mesma, porque quando você confia e acredita que vão te estender a mão, eles te julgam e duvidam de você na primeira oportunidade. Fui uma grande idiota por achar que eu poderia me entregar a isso, por achar que eu poderia me entregar a ele. Lila estava certa, eu não deveria ter esse filho.
-Você está certo, tudo isso foi um grande erro. – falei tentando controlar minhas lagrimas, eu não ia chorar na frente dele, abri minha bolsa e retirei de lá os exames colocando na ficha que estava em minha mão, ele olhou aquilo tudo sem entender.
-Queime tudo isso, e esqueça que um dia eu apareci na sua vida! – joguei tudo na cara dele e saí dali o mais rápido possível, sem deixar cair uma lágrima sequer. Era ruindade que eles todos queriam? Era isso que teriam. Eu não ia ter aquele filho, e eu ia continuar a ser quem eu estava buscando ser. Iria tomar o lugar de Angelina, ser a melhor entre todas e Jared, bom seria apenas uma lembrança na minha vida.
Dirigi até meu apartamento e encontrei Lizzy lá.
-O que aconteceu? – ela perguntou – você recebeu um convite.
-Um convite? – perguntei olhando para a mesinha. Assim que abri tomei outro tapa, o convite era para a noite de despedida de solteira de Natalie. Então, eles iam continuar com aquele casamento idiota?
O local era em uma boate famosa de Los Angeles, e com certeza ela havia me mandado aquele convite para me provocar, para dizer que venceu mas se ela achava que iria me fazer de idiota estava muito enganada.
-Quer ir para uma festinha? – perguntei para Lizzy com um sorriso maldoso, ela aceitou na mesma hora.
A festa era no sábado, eu já havia marcado a consulta para abortar, seria na próxima segunda feira e eu estava certa do que eu queria. Eu não ia ter um filho dele, e eu não queria um filho. Lizzy e Marina descordavam, mas eu não precisava da permissão delas. Enquanto Angelina e Daniel ficaram muito felizes em saber que eu não sairia da agencia, mas não teria mais contrato com Mark porém continuávamos amigos.
No sábado em questão, eu estava perfeita, as meninas estavam lindas também, e com certeza não teria mulheres mais lindas do que nós naquela noite.
E a certeza disso foi assim que chegamos, paramos a boate, todo mundo nos olhava e claro, como eu estava ali para chamar atenção, não vi problema algum nisso. O salão era enorme, com um grande palco para strippers no centro, e alguns nos cantos, era boate para famosos e milionários.
Logo eu avistei Natalie e suas irmãs do outro lado do salão, rindo e dançando ou fazendo alguma coisa com os seus corpos que não podia necessariamente ser chamado de dança.
-Hm, o gatinho do Shannon está ali. – Lizzy falou no meu ouvido, apontando para ele. E realmente, ele estava com alguns primos de Natalie tomando Whisky.
-Não é uma despedida de solteira? Homens não deveriam estar com ela. – Marina falou.
-Tanto faz. – respondi – eu vou beber. – e as duas me olharam desaprovando, revirei os olhos – você vem Lila?
-Com certeza. – falou segurando na minha mão, então Natalie e suas irmãs foram até o balcão também pedir alguma coisa para beber. Lila e eu entramos no meio delas atrapalhando-as, o barman logo nos deu atenção ignorando-as.
-Dois power brand, por favor. – Lila falou.
-Hey, não está me vendo aqui? – Natalie falou para ela, irritada, pois tinha sido empurrada para o lado.
Lila apenas a mediu de cima a baixo e depois virou o rosto jogando o cabelo na sua cara.
-Garota, to falando com você! – ela insistiu.
-Trás uma água aqui para a cadelinha parar de latir, por favor. – pedi a deixando mais furiosa ainda. Ela travou a mandíbula e me fuzilou com os olhos, nos fazendo dar risada.
-Cadela só se for você, que dorme com o namorado das amigas – respondeu.
-Foi uma tentativa de me deixar com peso na consciência? – falei, então apertei suas bochechas com meus dedos – ah mas você fica tão fofa brava, e Jared deve amar mesmo você para te trair e depois casar com você! Não é lindo? Você não acha, Lila?
-Com certeza! O verdadeiro amor. – falou irônica tomando um gole de sua bebida, logo dei um gole na minha também.
-Está acontecendo alguma coisa aqui? – ele apareceu não sei de onde, e não sei como. Eu olhei para eles e dei risada, soltando o rosto dela.
-Ah, está aí! O casal da noite! – falei um pouco alto – vamos brindar o verdadeiro amor.
Eu ergui o copo e depois bebi tudo em uma só golada, Jared olhava fixado em mim, com os olhos arregalados. Então ele tirou o copo da minha mão rapidamente mas eu já havia bebido tudo.
-Se você queria um pouco era só pedir. – falei nervosa – quase me molhou.
Ele olhou rapidamente para Natalie e depois para mim.
-Não dê problemas hoje, Margot. – falou autoritário.
-Problemas? Eu? Eu fujo deles. – disse com um leve sorriso nos lábios, ele sabia muito bem o que eu estava querendo dizer.
Então me virei de costas e saí da presença deles. Noite adentro as meninas e eu estávamos nos divertindo como na época de strippers, dançávamos, bebíamos, chamávamos atenção de todos e claramente, estávamos bêbadas, eu mais que elas.
No meio da madrugada, anunciaram que a noiva poderia fazer uma dança sexy no palco principal para o noivo e Natalie subiu toda alegre, e tímida.
-Que papel ridículo. – falei virando mais um gole do meu Whisky. Então colocaram qualquer música e Jared sentado em frente ao palco, para ver o show melhor, ela começou a dançar e até que não estava tão ruim até a idiota querer ir para barra. Ela tentava ser sexy usando a barra mas não conseguia, estava bêbada e nunca tinha feito uma aula sequer de pole dance. Aquilo já estava ficando tedioso demais.
O Stripper que estava apresentando-a, com um microfone na mão tentava animar mas estava fazendo um papel ridículo.
-Isso tá um lixo, eu vou animar essa festa. – falei me levantando e indo até o palco atrapalhando tudo, tomei o microfone de sua mão. – Coloquem uma música melhor, eu vou mostrar para vocês o que é uma dança.
Falei enrolado mas eu aprendi a ser uma bêbada sexy.
-Saí daqui! – Natalie disse entredentes – está estragando minha dança.
Revirei os olhos.
-Você tá estragando a sua noite, você é péssima. – falei empurrando-a, e indo logo para a barra. Antes de fazer qualquer coisa, deslizei sobre ela com o início da música e fechei os olhos, era só se lembrar de como era dançar assim, retirei minha blusa ficando apenas de lingerie fazendo todos os homens gritarem, mas meu foco era apenas um, que me olhava fixo, irritado mas também hipnotizado. Enquanto dançava, fechava os olhos algumas vezes mas os abria para olha-lo, todos os homens naquele lugar estavam loucos por mim mas isso não me importava nenhum pouco. Fui até ponta do palco onde ele estava, engatinhando, eu já estava só de espartilho e meias 7/8, em seus olhos, mesmo enxergando um pouco embaçado, vi o quanto ele estava excitado. Sorri para ele e pisquei. Ele mordeu os lábios e tentou desviar o olhar para não dar na cara que estava louco por mim, então eu gargalhei porque sabia o que ele estava pensando, Marina veio correndo e apareceu do lado dele. Pisquei para ela também e voltei para o centro do palco continuando com o show mas vi o enquanto os dois conversavam, um homem balançou uma garrafa de vodca, eles sabiam que quanto mais bebida, menos roupa. Abaixei pegando a garrafa e virando no gargalo foi quando Jared deu um pulo da cadeira, e subiu no palco me pegando no colo como uma criança sobre seus ombros, eu gargalhava mas os homens do salão ficaram todos irados. Ele retirou a jaqueta de couro que vestia e colocou sobre o meu corpo e me carregou até a garagem enquanto eu ria daquela situação feito uma lunática.
-Até que enfim me colocou no chão de novo, achou que eu não sei andar de salto bêbada? – falei – hmm, você está tão sexy... – mordi o lábio inferior, ele acompanhou com os olhos mas logo se recompôs.
-Para com isso. – falou e eu gargalhei com sua voz que soou como “quero te foder!”
-O que foi, Mr. J? Eu não sou mais bonita? Não sou mais tão gostosa por que sou uma prostituta? – as palavras dele começaram a vir na minha mente.
-Eu não disse que você era uma prostituta. – ele disse nervoso. – você não pode ficar agindo assim, estava quase nua ali em cima.
Revirei os olhos.
-E qual o problema? Eu sou solteira! – falei, ele deu um soco na parede. – e você já viu cada parte do meu corpo... Não é?
-Você está gravida, Margot. – ele rosnou ignorando a minha tentativa de seduzi-lo – Você jogou aqueles exames na minha cara e sumiu, agora Marina acaba de me confirmar isso e você está bebendo! – ele explodiu.
-Droga, Marina, não consegue ficar com a boca fechada? – e gargalhei de novo.
-Margot! – ele segurou meus ombros com força. Olhei para ele irritada.
-Não tem nada seu aqui! Esse filho nem vai existir, na próxima segunda feira ele vai ser retirado da minha vida assim como você. – falei mudando rapidamente o tom de sexy e travessa, para o da mulher fria e egoísta que era, olhei diretamente em seus olhos para que não restasse nenhuma dúvida do que eu iria fazer.
Jared paralisou travando a mandíbula.
-O quê? Eu nunca iria permitir isso.
Eu dei uma risada tão alta ouvindo ele dizer aquilo, deixando-o muito mais irritado.
-E o que você acha que você pode fazer? – falei – fala como se você mandasse em alguma coisa aqui! Se liga, Leto! Seu reinado acabou, agora eu vou voltar para a minha festa, beber, e transar com alguém essa noite. E você, sugiro que volte para seu projeto de noiva e prenda seu cãozinho na coleira, porque se ela continuar me perturbando vou arrebentar com a cara dela.
Ele bufou, tentei sair andando mas fui bruscamente impedida pela mão forte que segurou meu cotovelo nenhum pouco gentil.
-Você não vai a lugar nenhum, Margot. – falou – muito menos beber com um filho meu em sua barriga.
Eu abri a boca fingindo estar surpresa.
-Você se importa? – falei – você não liga da mãe dele ser uma prostituta? – continuei falando próximo demais do seu rosto, droga, eu estava magoada com ele. Sempre depois do amor, vem a mágoa. Ele passou a mão no rosto e suspirou tentando controlar a raiva.
-Isso muda tudo. Eu nunca disse que você é uma prostituta. – eu ri novamente.
-Não precisou. – respondi – agora me solta, porque minha noite nem começou.
-Não! – ele respondeu me apertando ainda. – Eu falei que você não vai fazer nada com essa criança.
-Me solta, Jared! – falei tentando me soltar, mas ele continuou me segurando e para me deixar mais irritada ainda saiu me puxando em direção ao estacionamento enquanto eu me debatia dizendo para me deixar ir, porém bêbada e de salto era até bom que ele estivesse me segurando.
Me enfiou dentro de seu carro e deu a volta entrando logo em seguida, me trancando ali dentro.
-Me deixa sair! – falei batendo nele mas ele parecia não sentir meus tapas e empurrões. – me deixa sair! Eu não suporto nem ficar perto de você, você é nojento, asqueroso, é igualzinho a todos aqueles caras que eu transo por dinheiro!
Ele simplesmente olhou para mim e se eu não estivesse tão magoada teria sentido pena da forma como me olhou.
-Eu prefiro ficar transando com o Mark, do que com você. – continuei para machuca-lo, eu queria ferir ele, queria que ele se sentisse tão mal quanto eu me sentia. Mas ele não dizia nada, apenas ligou o carro e saiu.
-Você não vai me deixar sair? – falei indignada, mas ele não me respondeu. – Para onde vamos?
E ele continuava me ignorando. Voltei a bater nele.
-Coloque o cinto! – foi apenas o que ele disse.
-Eu não vou colocar porra de cinto algum! Eu quero descer desse carro. – falei.
-Você não vai! Está bêbada, irritada, eu não vou deixar você por aí. – falou alto.
-Você é nojento! – falei e ele continuou dirigindo – você quer saber? Tem razão, eu iria continuar transando com outros caras, porque de você mesmo eu só queria o seu dinheiro! Você só pode ser ridículo se acreditou em algum momento que eu amei você. – gritei cuspindo aquelas palavras na cara apesar de não serem nenhum pouco verdade, e então ele freou tão rápido o carro que eu parei com a testa no painel abrindo um grande ferimento, ergui a cabeça um tanto zonza e enjoada, passei a mão na testa e estava sangrando. – Mas que droga, Jared! – gritei passando a mão na testa. Ele arregalou os olhos imensamente preocupado e culpado.
-Eu falei para você colocar o cinto – disse – Eu vou levar você para o hospital – falou indo ligar o carro novamente.
-Não vai me levar em lugar nenhum. – falei abrindo a porta do carro e descendo furiosa. Sentia o sangue escorrendo pelo meu rosto mas aquilo não me importou. Ele rapidamente desceu do carro e deu a volta parando a minha frente. – Me deixa em paz. – falei.
- Você precisa de um médico. – falou – deixa de ser teimosa.
-Por que você se importa? Ou pelo menos finge que se importa? Você não me expulsou da sua vida? Porque está aqui? Me deixa na minha vida de prostituta e some! – gritei, ele realmente conseguia me tirar do sério.
- Você acha que eu queria estar aqui cuidando de Você? Mas você é impossível, Margot. Agora você me vem com essa ideia louca de abortar após ter simplesmente jogado na minha cara que está grávida?
Eu encarei ele mais irritada ainda. Ele queria se sentir no direito de dizer alguma coisa após o que fez comigo?
-Por que você se importa de ter um filho com uma prostituta?
Ele passou a mão no cabelo jogando-o para trás ainda mais irritado do que eu.
-O que você faz da sua vida não diz respeito à mim. – respondeu tentando não se mostrar alterado.
-Ah não? – falei irônica me apoiando no carro.
-Não! Mas era o que você pretendia fazer, Margot. Por que mentiu pra mim? – ele se aproximou mais. Balancei a cabeça inconformada, como ele poderia ser tão insensível?
-Claro, era algo que a gente conta na hora do almoço né? – falei. – Aliás, Jared, quem te garante que esse filho é seu? Quem te garante que não é um joguinho de prostituta para arrancar dinheiro de Você? – ele tremeu os lábios mas não disse nada. – Tá vendo, nem mesmo você sabe me responder isso. A partir da semana que vem esse feto vai sair de dentro de mim e você pode casar com sua burrinha e sumirem os dois.
- Eu sei que essa criança é minha. – ele finalmente abriu a boca e por mais que eu tentasse ferir Ele, ele permanecia calmo.
-É? Prostitutas não costumam dar para um cara só.
- Para de falar isso! Eu não te chamei de prostituta! – ele finalmente alterou um pouco a voz.
-Mas você pensa isso de mim. – alterei mais do que ele. – Como você pôde duvidar de mim?
- Eu fiquei confuso, Margot. Ninguém recebe tanta informação assim de uma vez e fica numa boa. – ele tentou me tocar mas me afastei.
-Deveria ter falado comigo. – falei ainda irritada. – Mas você nunca vai ser capaz de confiar em mim, e nem deveria.
-Então me diz – rapidamente ele se aproximou muito segurando meu pulso com força e me puxando para mais perto dele. Muito perto. Perto demais. Caralho. – Me diz a verdade... Diz que ela estava errada, que você não tinha pretensão de manter uma vida dupla, de ficar comigo por causa de dinheiro, por status...
Olhei fundo em seus olhos sem conseguir acreditar que estava ouvindo aquilo dele.
-Depois de tudo você ainda pensa isso de mim? Eu sempre fui honesta com você, eu não queria me apaixonar, eu não queria um relacionamento, muito menos um filho, mas eu, eu amo você e eu não escolhi isso! E quem estava errada? – perguntei curiosa.
Ele mordeu o lábio inferior com força olhando fundo em meus olhos.
-Como posso acreditar em você depois de todas aquelas coisas que ela me mostrou? – ele falou mas parecia estar tendo uma conversa interna do que realmente falando comigo.
-Quem? – insisti.
-Eu quero acreditar em você – ele me olhou novamente. Ele queria, ele apenas queria mas não conseguia. Como eu poderia um dia sonhar em ter algo com alguém que apenas queria acreditar em mim? Era uma ilusão.
-Me fala quem droga! – gritei puxando o meu punho me soltando.
-Angelina! – falou.
-Angelina? – minha cabeça rodou – O que ela te disse? Como ela... vocês conversaram sobre mim? – agora tudo parecia mais louco ainda, quanto mais eu cavava mais lama aparecia.
-Ela me contou sobre você e me contou que você pretendia manter uma vida dupla. – ele parecia mais confuso ainda. Eu mordi o lábio inferior com raiva, com ódio. Como Angelina pôde fazer isso comigo? Mas era tão óbvio, não queria me perder, não queria perder lucros.
-Angelina é uma mentirosa, gananciosa, que odiou que estivéssemos juntos desde o início. Ela me quer reclusa na sua agência para que ela lucre e ela sabia que eu iria largar tudo por você, deixar tudo, por você e esse feto na minha barriga – ele ficou estático ao me ouvir falar aquelas coisas – Mas, você fez sua escolha, acreditou nela, significa que você não pode confiar em mim! Então, foi um erro meu achar que poderíamos ficar juntos.
-Eu conheço ela... vocês são tão parecidas, a forma de andar, de falar... Margot qualquer um acreditaria nisso – essa foi a melhor justificativa que ele conseguiu me dar.
Meus olhos encheram de lágrimas.
-Sabe qual a pior parte? Eu achei que finalmente tinha conhecido alguém que me via além do que eu aparento ser. Mas eu estava enganada, tudo que você vê em mim Jared é o que eu quero que veja, talvez seja melhor assim.
Eu falei esperando que ele entendesse o que eu quis dizer. Realmente, Jared e todos viam apenas uma mulher arrogante e egoísta quando na verdade por dentro eu ainda era uma menininha que queria ser amada, cuidada, que queria ter tido uma vida simples e normal. Mas para ele, eu era igual Angelina.
-Mag... – pela sua voz ele tinha entendido o que eu disse 
-Esquece tá? – respondi antes que ele falasse. – Acabou, me deixa em paz. Fica com ela! Eu não quero mais saber de você, nem dessa criança, eu não quero mais Jared! – falei começando a chorar.
Ele tentou me tocar mas eu empurrei e saí correndo rua adentro. Peguei um táxi e fui para minha casa. Era melhor assim mas Angelina iria me pagar com certeza iria.

A acompanhante (CONCLUÍDA) Onde histórias criam vida. Descubra agora