13 Apolo/Mel.

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-Quantos anos você tem? — Sussurro vendo que eu não conseguiria dormir.

-Como? — Ouço ela responder e rir.

-É... A quantos anos esse mundo medíocre te tem? — Ouço sua risada e a água caindo no pote.

-Sei lá, talvez cem anos. — Ela diz. -E você?

-Mil... Um milênio procurando você. — Digo rindo e sinto seus dedos em meu pescoço.

-Você está com febre. — Ela diz e passa o pano mais uma vez em mim. -Vou chamar o David, preciso de algumas plantas. — Ela se levanta.

-Não... — Digo vendo a mesma tocar na maçaneta. -Não vai, não me deixa sozinho... Por favor. — Sinto meus dentes trincar e ela fecha a porta sorrindo.

Fecho meus olhos e sinto a cama se abaixar depois de algum tempo, seus dedos toca em meus cabelos embaraçados.

-Estou com frio. — Sussurro tocando sua mão e sentindo sua quentura.

-Primeira vez que vejo isso. — Ela diz e a porta abriu.

-Aqui... O que ele tem? — David pergunta e ela se levanta.

-Tira a roupa e deita com ele.

-Como é? — David pergunta um pouco assustado.

Mas paro de prestar atenção quando sinto os calafrios, David me abraça, sinto o quão quente ele é, mas nada adianta, não consigo parar de tremer e David percebe isso.

-Não está funcionando, ele está ficando mais gelado. — Ele parece estar com medo e me aperta ainda mais. -O que vamos fazer Mel?

Mel

Vejo David abraçado com Apolo e sinto minhas estruturas se abalar ao ouvir David dizer que não está dando certo, achava que com a conexão deles isso não seria nada, David conseguiria esquentar Apolo, mas na verdade não... Ele não esquenta.

-Tem alguma chance de ser psicológica? — David me tira dos meus devaneios.

-Talvez, mas...

-Então é você. — David já estava de pé e terminando de colocar sua blusa.

-Eu? — Pergunto sem entender.

-É Mel, Apolo te deseja mais do que qualquer coisa...

-Não parece muito. — Falo me afastando de Apolo.

-Só me diz uma coisa. — David se põe a minha frente. -Ele pode morrer?

-Bom... Talvez, depende do tanto de veneno que ele tomou para se controlar...

-Por favor. — Ele diz e o encaro. -Não posso perdê-lo, Apolo é a única pessoa que tenho, foi o primeiro a acreditar em mim e é o único pai que conheci... Por favor. — David já chorava apavorado.

Essa ligação de alfa e beta chega a ser assustador, eles são somente um na batalha, no amor, na amizade e no corpo, o que um sente o outro sabe, o que um quer o outro faz, eles estão mais que conectados, pois dá para perceber que antes da transformação, já havia um amor.

Suspiro assentindo, prendi meu cabelo e tiro aquele vestido pesado, ficando somente com um pano fino que uso por de baixo de todos os vestidos, olho para David que me analisa e eu reviro os olhos.

Apolo tremia ainda, deito atrás dele e o abraço, coloco o cobertor por cima da gente e fico ali, o abraçando, sinto sua tremedeira sumindo, devagar, mas estava indo embora, ele se vira ainda meio grogue e me encara.

-Oi. — Ele sussurra e eu sorrio.

-Oi. — Vejo seus olhos se fechando, coloco sua cabeça em meu peito e ali fico.

Não sei quanto tempo passou, só sei que dormir, e foi tão bom, foi bom acordar com Apolo agarrado a minha cintura, sem contar nas pernas que estavam enroladas nas minhas coxas, somente para ter certeza que não fugiria durante a noite.

O Supremo Alfa ~APOLO E MELISSA~ (REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora