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-BRUNO. — Gritei ao abrir os olhos.

Todas aquelas lembranças, as coisas que eu fiz, que Bruno fez comigo e minha família... Meu filho. Grito sentindo a dor rasgar meu peito.

Eu perdi meu filho duas vezes e uma delas eu o matei, sinto toques de alguém em mim, mas tudo que conseguia era sentir raiva até que reconheci aquelas mãos.

Era Stella, ela sorriu para mim triste, ela parecia arrasada.

-Eu sinto muito, Mel. — Ela me encara. -Sinto muito por mentir sobre Sam, sobre seu passado, eu só queria te proteger...

-Não quero saber. — Sussurrei limpando minhas lágrimas. -Vou destruir Bruno! — Afirmei brava, tento levantar, mas minhas pernas falham. -Me ajuda. — Pedi me levantando com sua ajuda.

Fiquei enfrente a porta sentindo cada pedaço meu sendo sugado, minha magia parecia tão fraca, mas mesmo assim não parei, levantei minha mão e fiz aquela grade voar para longe.

Algo mudou, fechei os olhos sentindo parte do meu poder voltar para mim.

-Você... Você consegui se controlar. — Stella sussurrou.

-A segunda vez sempre é melhor. — Afirmei saindo da cela.

-Mel... Essas pessoas, são seu povo! — Stella grita me fazendo parar.

Encarei cela por cela, tinha tanta gente acumulada nelas, deixei mais lágrimas escapar.

Meu povo? Alguns me olhavam com tanta esperança, muitos não pareciam entender o que acontecia ali.

Tinha mulheres grávidas em uma única cela, três no total, crianças em outras, idosos e jovens, homens e mulheres... Todos... Todos estavam ali.

Era como no meu sonho, quando Gaia invadiu minha mente, quando eu estava naquela sala, era tantas gaiolas, mas na verdade são celas... Uma em cima da outra, tinha penduradas e em outros níveis.

Aquilo era meu sonho.

-Sou Melissa. — Falei para que todos me ouvissem. -A primeira Aleugnab, rainha de vocês... Salvadora! — Muitos se olharam, outros sorriram. -Vamos sair daqui e matar todos!

Vi muitos comemorarem e quando explodi cela por cela daquele lugar, eles sairam e se ajoelharam na minha frente.

Andei vagarosamente até a porta, tinha homens ali mas não precisei fazer nada, dois dos homens que havia ali, se transformaram e mataram.

Andei por aquele corredor sentindo minha magia pronta para ser usada e quando chegamos a um salão.

Tal salão que era enorme, tinha arquibancadas ao redor de uma cela enorme, onde tinha dois homens e uma mulher.

Ao olhar para arquibancadas vi homens, mulheres, crianças, idosos... E mesmo assim nao conseguia entender o que acontecia ali.

Eles estavam felizes ao ver meu povo se matando, eu estava, literalmente falando, sem ação, sem fala.

-Eles ameaçam qualquer coisa que você tem... Aqueles dois homens são José e Caio... A garota, não é uma de nós, ela é só uma feiticeira, Carla... Caio faz qualquer coisa por ela... Ele vai matar José para que Carla viva mais um dia.

-Eles tornam vocês em assassinos! — Sussurrei sentindo mais lágrimas escapar.

-COMECEM! — Encarei Bruno, ao reconhecer seu grito.

-PAREM! — Gritei desesperada ao ver que eles se matariam ali.

-Mel. — Ouço o sussurro do Bruno e o encarei indignada.

-Como ousa? — Sussurrei me aproximando. -COMO OUSA MATAR MEU POVO, UM POVO QUE TEM PARTE SUA... UM POVO QUE VOCÊ DEVERIA PROTEGER. — Gritei e encarei a cela onde três dos meu estavam, explodi a entrada e entrei.

-Como conseguiu...

-CALADO! — Gritei brava.

Encarei os três e percebi que um deles estava ferido... Muito ferido, ele se ajoelha e eu me aproximo.

-Qual seu nome? — Sussurrei.

-Caio. — Respondeu, sorri tocando seu rosto e o curando.

-ME ESCUTEM. — Gritei me afastando do Caio. -Eles. — Apontei para os feiticeiros. -Não merecem perdão, NENHUM DELES MERECEM. — Gritei vendo Bruno estreitar os olhos. -Vocês estão livres, livres para partir ou ficar. Mas se ficarem, saibam que não aceitarei que ninguém me interrompa.

-Melissa... — Interrompo Bruno o fazendo aparecer na minha frente, segurei seu pescoço fortemente 

-Você me deve vidas! — Sussurrei. -TODOS VOCÊS ME DEVEM. — Vi pavor nos olhos de todos.

E quando tentaram fazer qualquer coisa, meu povo já estavam ao lado deles, outros só usavam a magia, mas mesmo assim... Com eles na nossa mão.

-Eu poderia lhe matar. — Sussurrei vendo seus olhos vermelhos. -Mas não irei. — O joguei no chão. -Irei matar quem você mais ama.

-Ela já está morta. — O ouço sussurrar.

-Está? — Pergunto vendo o me olhar confuso.

Fechei meus olhos sentindo cada membro meu relaxar, era como se minha mente viajasse... Assim como imaginei.

-MELISSA NÃO! — Ouço Bruno gritar, mas já era tarde.

Eu já estava encarando Sam, ela chorava em meus braços, seus cabelos cacheados estavam bagunçados e seu rosto machucado.

Toquei seu rosto e ela sorrio tristonha, eu me lembro desse dia.

Estavamos juntas na floresta, tínhamos saído escondidas... Mas caçadores nos acharam e nós perseguia.

Olhei ao redor e corri com Sam novamente, estávamos perto da vila, estavamos apavorada e eu não entendi por que parei, não até agora.

-MELISSA NÃO! — Volto a ouvir Bruno, o encarei... Ele já chorava sem saber o que fazer. -Sam, está morta.

-Você tirou tudo de mim... Irei tirar tudo de você. — Afirmei voltando ao passado.

Eu ainda estava parada no meio da floresta, Sam me pedia para correr... Eramos jovens, ela tinha acabado de completar seus quinze anos.

Vi medo em seus olhos quando me forcei a me aproximar dela, eu queria fazer Bruno sofrer e se isso significa machucar Sam... Assim será!

-Mel, é sua irmã! — Ouço Apolo e volto ao meu corpo.

Ele está do lado do Bruno que estava ajoelhado, Apolo estava lindo... Sorri sem conseguir me conter. A quanto tempo eu esperava por isso... Por ter paz e ficar com ele.

Eu podia ter isso ali, ter Apolo e meu povo, meu filho viria até mim e tudo ficaria bem, tão bem quanto era antes... Quando nós conhecemos, quando eramos apenas crianças.

-Eu irei fazer o que for preciso! — Sussurrei vendo Apolo me olhar estranho.

Seja o que for, custe o quanto for, Bruno saberá o que é perder tudo.

O Supremo Alfa ~APOLO E MELISSA~ (REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora