46 Mel

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Sou jogada no chão e encaro tudo aquilo de homens nojentos, isso sim que é horrível.

-Sete moedas, alguém dá mais?

-Quinze. — Um gordo grita me fazendo ter nojo.

-Dezessete. — O outro grita, nem me dei ao trabalho de olhar.

-Qual é pessoal? — O homem me puxa pela corrente em meu pescoço e cheira meu cabelo. -Uma mulher linda dessa, cozinha bem e virgem. — O olhei surpresa.

Virgem? O que diabos Bruno falou pra esse pobre coitado? Será que ele esqueceu de comentar que sou mãe?

-Vinte cinco. — Reviro meus olhos vendo que o que o cara falou deu certo.

-Trinta. — O gordo volta a falar e eu suspiro.

Eu queria tanto falar, mas esse pano em minha boca me faz ficar quieta, até demais.

-Posso saber por que, diabos, está vendendo minha filha, Sebastião? — Encaro meu pai em cima do cavalo e sorrio.

-Senhor. — Sebastião me solta fazendo com que eu caía no chão.

A alcateia do meu pai da dez de todos os homens aqui, eu realmente adoro alcateia grande, Nando vem até mim e tira a corrente do meu pescoço.

-Nando, leve a daqui. Vamos ter um papinho com meus queridos amigos. — Papai afirma, Nando me coloca no cavalo e sai rapidamente.

Meu pai nem deixou nos afastarmos para começar o massacre, sorrio encarando Nando.

{……}

-Pai. — Gritei correndo e o abraçando.

Eu sei o que vocês estão pensando, seu pai é lobo? Sim, e eu nasci com sangue puro de feiticeira, mas ainda sim, nem tão poderosa quanto uma.

-Está tudo bem? — Ele pergunta me fazendo assentir. -Cadê o Arthur?

-Ele fugiu com Malia.

-Quem é Malia? — Suspirei.

Tinha tantas coisas para falar pra ele, eu mal sabia o que dizer e o que contar, nem eu sabia o que era real ou não.

-Malia é a filha do Gabe, um amigo nosso. — Meu pai assentiu.

-Eu fiquei apavorado, quando sua mãe disse que Bruno havia te capturado, eu quase perdi o chão... Achei que ele tinha te matado. — Sorri sentindo seu toque no meu rosto. -E o Apolo?

-Como sabe dele? — Pergunto surpresa.

-Stella, ela é uma grande fofoqueira se não der limite. — Dei risada.

-Preciso encontrá-lo. — Afirmei. -O senhor pode me dar um cavalo?

-O que? — meu pai pergunta rindo -Você não vai sair daqui.

-Como? — Pergunto vendo Nando levar o cavalo para longe.

-Eu quero te ajudar a encontrar Arthur e Apolo, mas não posso deixá-la solta, Bruno ainda quer te matar.

-Ele não vai fazer isso — Afirmei vendo o mesmo me encarar confuso. -Dei meu amuleto ao Arthur.

-Como é? — meu pai grita bravo. -Se você morrer, vai voltar sem essência Melissa.

-Eu sei. — Respondo me afastando.

-Não, não sabe. Bruno te amaldiçôo. — ele diz me fazendo suspirar. -Você já sabia. — Ele sussurrou.

-Gabe me contou, ele disse que eu me matei para proteger meu filho. — Respondi me aproximando. -Bruno não vai me matar.

-Mas e os outros? — ele pergunta me fazendo dar de ombros. -Você vai ficar aqui, eu quero te ajudar, mas não vou te perder.

-Quer me ajudar? — Pergunto me irritando. -Ache Apolo, preciso dele para achar Arthur. — Respondo fria e entrei no casarão.

Dois dias em cima de um cavalo para chegar aqui e meu pai me proibir de sair, lembro de vir aqui quando pequena com Gaia, nós duas gostávamos de brincar na floresta.

Entro no meu quarto procurando as cinzas da primeira criatura que matei, sei que é estranho, mas a primeira coisa que matamos tem um poder grandioso.

Meu pai estava me ensinando a caçar, me ensinando e ensinando Gaia. Com arco e flecha, devo afirmar que sou boa.

Minha mãe me ensinou que queimando o coração do animal, poderia me ajudar mais para frente.

Óbvio que não acreditei, mas fiz mesmo assim, guardei as cinzas em um pote, e o escondi debaixo de uma madeira solta no chão.

Peguei minha caixa de bijuteria e peguei um dos meus colares, o abri e coloquei um pouco de cinzas, só esse pouco pode salvar muita gente.

Preciso achar Arthur antes que Bruno ache o, abro minha gaveta e peguei uma de minhas adagas, se caso chegar a hora, juro matá-lo com minhas próprias mãos.

Me jogo na cama depois de guardar as cinzas no seu devido lugar, respirei fundo e encarei o teto.

-Cadê você Apolo? — Sussurro na mente. -Só espero que esteja vivo e que não tenha se esquecido de mim.

O Supremo Alfa ~APOLO E MELISSA~ (REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora