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-Olha o que temos aqui. — Deixo o pote de comida cair ao ouvir alguém, me virei e encarei alguém jamais visto por mim.

-Como posso ajudar o senhor? — Pergunto puxando Arthur para perto de mim.

-Venha conosco. — Outro homem diz e esse aparenta ser mais velho e sério, ao contrário do outro que me analisa de um forma curiosa, e seu jeito de moleque o deixa mais fofo.

Segui os dois para fora de casa e vi o tanto de lobos que havia na aldeia, como não pude ouvir os gritos e sentir as chamas engolir o lugar?

-Não vamos. — Arthur grita se colocando a minha frente.

-Filho... — Sussurrei, mas não adiantou.

-Vocês estão matando minha aldeia. — Ele grita e seus olhos ficam roxos, um roxo ardente e feroz.

-Pelos deuses... — Sussurrei me afastanto.

Os dois homens se olham e Arthur se transforma em um lobo mediano, tal esse que era negro e peludo.

Dois lobos qualquer atacou meu filho me fazendo gritar por misericórdia, mas Arthur os matou em questão de segundos me fazendo ficar surpresa.

-Mata lobo. — O fofo diz e leva um tapa na cabeça do outro homem sério.

-Tem demência, David? — Ele diz e David o encara firme e bravo. -Nosso alfa vai querer ver isso, muito mais do que qualquer coisa.

-Não faça isso novamente João. — Os dois começa uma discussão e Arthur me olhou confuso.

-Você consegui se transformar de volta? — João diz se ajoelhando para ficar do tamanho do meu filho. -Você só precisa balançar a cabeça. Consegui voltar a sua forma humana? — Meu menino nega.

-Só precisa respirar e se concentrar em quem você quer ser. — David diz ficando do lado do João.

Meu filho começa a se contorcer, o que diabos eles estão fazendo com meu filho? Eu tento me aproximar, mas me seguram firme.

-Filho... — Choro ouvindo seus ossos quebrar, mas me tranquilozo ao ver que ele só estava voltando a sua forma humana.

-Você é poderoso. — João afirma fazendo meu filho engolir algo.

-Solta ele. — Me debato tentando me aproximar.

Sou jogada dentro de uma carruagem com outras mulheres, grito pelo Arthur desesperada, vou matar esses desgraçados.

Demorou muito mais tempo do que eu pensava que demoraria, quando vi eles se aproximar para abrir a portinha da carruagem fui até o fundo dela.

Algumas mulheres desceram antes deu conseguir correr e pular em cima do cara que tinha aberto.

Dei um, dois murros antes dele me empurrar e eu ser jogada no chão com força, me levanto e pego a espada de um dos homens que observa e foco no homem enorme a minha frente.

-A princesa sabe lutar? — O homem pergunta rindo e rosna.

-E o lobinho sabe rosnar. — Afirmei ironicamente e antes que eu conseguisse atacar o homem ouço um rosnado.

Mas não qualquer rosnado, era alto e potente, esse rosnado me fez até curvar diante do homem que fez isso.

-Garota obediente. — Ouço sua voz que, literalmente falando, me fez tremer. O encarei, e pela primeira vez senti meu coração bater mais rápido.

-MÃE. — Desvio os olhos do homem e vejo meu filho correr para mim.

-Aaaii meu amor. — Gritei o abraçando. -Você está bem? Eles te machucaram?

-Não machucamos crianças. — Ouço João e me levanto o encarando. -Eu só precisava que ele dormisse para trazê-lo aqui.

-Certo. — Sussurrei.

-WES. — Arthur gritou e correu para abraçar Wesley.

Eu encarei o homem bonito, e o mesmo encarava meu filho com surpresa e medo, eu me aproximei do meu filho e peguei ele no colo.

Por uns dois segundos fiquei perdida em seus olhos, quando o mesmo me encarou eu senti aquela palpitação me pegar.

O que diabos estava acontecendo? Esse homem me encara e eu pareço me perder em seus olhos azuis, tão intenso quanto os azuis do meu filho.

-Eu preciso ir. — Afirmei agarrando meu filho.

-E onde pensa que vai? — Solto um grito ao sentir a voz no meu ouvido, me afastei rapidamente e encarei o mesmo homem que me jogou no chão ou que eu ataquei, de qualquer forma, ele é o mesmo homem.

-Não se aproxima da minha mãe, aberração. — Meu filho diz com desprezo e eu o agarro.

-Você precisa, urgentemente, saber quando está em desvantagem filho. — Afirmei me afastando do homem com Arthur ainda em meu colo.

-Não se preocupa mamãe, vou te defender. — Arthur diz e rosna mostrando seus olhos roxos.

Wes é o primeiro a me encarar curioso, ele parecia ter mais perguntas hoje de quando nós conhecemos.

-Sinto muito. — Sussurrei deixando lágrimas escapar.

Deixei meu filho no chão com a ordem de um dos homens a nossa volta, sabia que eles iriam me tirar ele novamente e eu não ia deixar.

Comecei a rezar um feitiço baixinho, mas não consegui concluir, pelo simples fato do Arthur ter se transformado e atacado o homem que me ameaçou.

Arthur tinha uma força realmente impressionante, pelo menos para mim, ele arrancou a cabeça do homem com somente uma mordida.

-ARTHUR NÃO. — Wesley grita desesperado e um rosnado me fez dar uns três pulos para trás de susto.

Morte, é isso que vai rolar. Mas de qual parte? Essa é a pergunta que não quer calar, é a pergunta que me faz temer.

-ARTHUR, PARA. — Gritei desesperada vendo o loiro se transformando.

Ele e meu filho são tão parecidos, seus olhos são tão roxos e penetrantes quanto, os dois exala perigo e morte, todos tem medo. Preto e peludo, a diferença é do tamanho. E somente isso, meu filho parece uma formiga perto do outro lobo, mas mesmo assim continua a enfrentá-lo.

O Supremo Alfa ~APOLO E MELISSA~ (REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora