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-Ser um alfa é muito mais do que poder... — Apolo começa a explicar para Arthur que olha para Apolo como um deus.

-Conheço esse olhar. — Me viro vendo João se aproximar.

-Que olhar? — Pergunto surpresa.

-O qual Arthur olha para Apolo. — Sinto um alívio tão grande me tomar que sorrio ao ouvir sua resposta.

-Sim, é... Esse olhar. — Ele assentiu, eu o olhei curiosa e sorri. -Que olhar?

-Arthur não o olha como alfa, ou amigo... Olha para Apolo como pai.

-Pai? — Pergunto realmente surpresa e ele assentiu. -Arthur é só uma criança... Nunca teve um pai, acho normal isso... Sabe? O engano.

-Apolo também o olha como filho. — Arregalei meus olhos. -Não que sejam pai e filho, mas que esse sentimento existe e não é errado... Não estou dizendo que você e Apolo tiveram algo... Só que família não é construída com sangue e sim com amor.

-Verdade. — Ouço Apolo que se aproxima com Arthur no colo. -Mais uma lição importante. — Apolo diz tocando no nariz do Arthur. -Uma Família onde não se pode confiar ou amar, não é familia.

-Então somos uma família? — Arthur pergunta.

-Claro. — Apolo responde. -Como João disse, Família é aquele que você ama e não de sangue.

-Então minha alcatéia ou familia que eu tiver no futuro não é necessaliamente necessário ter meu sangue? — Arthur solta um longo suspiro, depois de errar a palavra eu não consegui não rir.

-Obvio que não. — Apolo responde rindo com as palavras difíceis do meu filho. -Sua mãe, meu irmão, minha alcatéia, você e eu somos uma família enorme e com muito amor.

-É para compensar a falta de sangue. — Arthur diz fazendo todos dar risada.

Eu peguei meu filho o abraçando em seguida, Arthur está se apegando e devo confessar que estou me apegando demais também, principalmente na Neide, no João, no David e Wes... Eles me ajudam tanto a me acostumar com tudo.

-Apolo. — Arthur chama antes de eu entrar com ele. -Você e a mamãe podem me colocar na cama e contar uma história?

-Filho... Apolo tem mais o que fazer. — Digo sorrindo.

-Que isso. — Apolo responde se aproximando. -Será rápido e não tem nenhum problema. — Ele pega Arthur do meu colo e sai rapidamente.

-Isso ai, leva a criança e me deixa. — Falo ouvindo a risada dos meninos, nego olhando para trás e seguindo eles.

Ao entrar no quarto vejo Apolo cobrir Arthur, ele acaricia o rosto dele e Arthur sorri.

-Uma história agora. — Arthur pedi e eu me aproximo me deitando ao lado do Arthur.

-Qual? — Apolo pergunta e eu sorrio.

-De um lobo poderoso e bom como nós. — Acabei rindo demais ao ouvir Arthur, mas logo me recuperei.

-Por favor, continuem. — Peço acariciando o cabelo do meu menino.

-Era uma vez um lobo que teve sua família massacrada por pessoas más. — Apolo começa. -Ele perdeu tudo, mas não sua força, não sua fé... Ele continuou a lutar e criou sua própria matilha, mas esse lobo não estava feliz.

-Por que? — Arthur pergunta.

-Calma amor, deixa ele terminar. — Peço e Apolo sorri.

-Tinha algo de errado dentro dele... Era como se ele tivesse se esquecido de uma vida toda, mas tinha algo... Algo que o faria se lembrar de quem era e do que perdeu.

-O que? — Arthur e eu perguntamos ao mesmo tempo pela demora dele, vejo seu sorriso de canto o que me fez rir também.

-Ele seguiu seus extintos, seguiu a força que levava até essa coisa... E então depois de muitos anos ele achou... Achou sua companheira, mas ele era muito burro para aceitar isso de primeira, eles perderam tempo, e a vida. O lobo a perdeu.

-O que houve depois? Eles se encontraram? — Pergunto curiosa.

Tomo um susto com Arthur que solta um ronco e Apolo da risada saindo do quarto, me levanto com cuidado dando lhe um beijo na testa e corri para alcançar Apolo.

-Apolo... — Chamei ao chegar na porta, mas o mesmo tinha descido a escada, óbvio que corri atrás. -Apolo, espera. — Gritei chamando a atenção dos lobos a volta.

Mas Apolo não parou, ao contrário se transformou em lobo e entrou na floresta.

-Está tudo bem? — David pergunta assim que Apolo entrou na floresta.

-Aaah, mas ele não fugirá. — Peguei um cavalo e montei. -Cuida do Arthur. — Peço e faço o cavalo correr.

Entrei na floresta e como o esperado lá estava ele, me esperando... Apolo começou a correr, mas não rápido, começou a correr em uma velocidade que eu conseguia acompanha-lo.

-Apolo. — Gritei indignada por ele estar fazendo isso.

E então paramos, não sei como, mas ele conseguiu fazer meu cavalo parar em um lugar bastante específico.

Era um lago enorme, tinha bastante verde por todo lugar, sorri descendo do cavalo e me aproximando da agua.

-Não entra. — Tomo um susto com Apolo. -Está cheio de Latsirc.

-E por que me trouxe aqui? Em um lugar tão perigoso? — Apolo sorri se aproximando.

-Esse lugar de algum jeito, desconhecido por mim, é especial. — Sorri, Apolo tocou meu rosto e me encarou.

-O que houve com eles? — Pergunto. -Eles se encontraram? Ou estão mortos?

-Acredito que eles tenham morrido na vida passada, mas se encontrarão nessa.

-Ele a ama com a mesma intensidade, ainda? — Sussurro vendo o se aproximar cada vez mais.

-E por que não amaria? — Ele sorri.

-Não sei, uma vida toda... Pessoas entram e saiem do coração e...

-Não, se for verdadeiro eles ficam. Para sempre. — Fechei meus olhos sentindo seus lábios me tocar.

Beijá-lo era muito melhor que nos meus pensamentos, tocá-lo então... Eu, Melissa Carvalho, estava beijando Apolo... Isso realmente parece um sonho.

O Supremo Alfa ~APOLO E MELISSA~ (REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora