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Mᴀʀɪᴀ ғᴇʀɴᴀɴᴅᴀ 💫

Passei a noite conversando com o Fiel, quando meu pai começou os surtos dele, como de costume minha mãe se trancou comigo e eu fiquei sentada no meu cantinho, conversando com ele, tanto que nem dei atenção pro que acontecia fora isso.

Eu não dormir nada, fui pra escola na força do ódio e ainda dormir em todas as aulas, a Letícia achou estranho e perguntou o que tinha acontecido pra eu dormir assim, só ignorei ela e quando acabou as aulas, fui andando pra casa, no meio do caminho escuto o barulho da moto e olho pro lado, fiel passou por mim saindo morro e sorriu de lado me olhando, fiz o mesmo e segui meu caminho sorrindo.

A semana passou rápido, passei toda a semana conversando com o Fiel, todos os dias. Mal tava dormindo na verdade, na sexta ele me chamou pra ir pra praia no sábado, acordei cedinho, me arrumei e quando fui sair, minha mãe me olhou e me chamou.

Maria: Vai sair com quem, Maria Fernanda? - Me encarou.

Mafê: Letícia, vamos à praia.- Falei olhando meu celular.- Tenho que ir mãe, o uber já tá chegando cara.

Maria: Cuidado, Maria.- Eu concordei beijando a cabeça dela e me sai.

Fui pra bem longe dali, aonde tinha marcado com o Fiel pra justamente, ninguém ver. Ele já tava lá me esperando e a gente falou pouca coisa, só subi na moto e fomos para uma praia mais afastada.

Fiel: E aí, gatinha.- Olhei pra ele.- Como tu tá?

Mafê: Tô bem. Cara, foi uma luta pra acordar, sério mesmo! Passo a noite conversando contigo e perco a hora.- Ele riu.

Fiel: Comigo e mais quantos? - Eu gargalhei.

Mafê: Depende do dia cara, tem dia que tá lotado.- Brinquei e ele fechou a cara.

Fiel: Tá maluca, Maria Fernanda? - Gritou me encarando feio, eu encarei ele perdendo qualquer reação que tinha, quando qualquer pessoa gritava comigo eu sempre lembrava do meu pai me gritando, principalmente quando homem gritava comigo.- Não vem de caô pro meu lado não cara.

Cocei o rosto passando a mão nos olhos e fiquei calada me afastando, ele me encarou por um tempinho e depois se levantou colocando as coisas na areia, continuei quietinha com o rosto apoiado no joelho e ele saiu pro mar, olhei ele que entrou na água e algumas meninas que estavam perto dali olhando, respirei fundo olhando pro lado e nas coisas dele vi uma arma.

Foi aí que bateu a crise de consciência, eu tava traindo a confiança de um monte de gente por causa de um bandido, um bandido caralho.

Olhei aquilo e me levantei pegando minhas coisas, sai dali com o celular na mão procurando um uber e quando cheguei na calçada, sentir alguém me puxando pelo braço.

Fiel: Qual foi, garota? Tá maluca? - Falou me olhando e eu puxei meu braço.

Mafê: Não dá pra eu continuar falando contigo não, foi mal.- Falei desviando o olhar e ele riu.

Fiel: Por que eu sou bandido? - Me encarou e eu olhei pra ele.- Tu acha que eu vou fazer o que contigo, cara? Se eu quisesse fazer algum mal contigo, já tinha feito.

Mafê: De boa, mas não gosto de fazer as paradas escondido e eu tô escondendo isso de muita gente, não dá.- Ele riu, se aproximando.

Fiel: Quem disse que precisa ser escondido, gatinha? - Falou perto da minha boca.- A gente assume pra quem você quiser, pô.

Mafê: Para de papo que a gente só se fala faz uma semana.- Ele riu.

Fiel: Quem disse que eu perco a chance de ficar com uma gata dessas? - Cheirou meu pescoço.

Ele tava todo molhado e segurou minha cintura, me beijando, desviei na hora mas depois segurei o rosto dele sentindo ele apertando minha cintura e me puxando pra perto, Fiel apertou minha bunda e subiu as mãos pro meu cabelo puxando levemente e se separou com um sorriso cafajeste, semicerrei os olhos e ele riu, segurando minha mão e me puxando de volta pra onde a gente tava.

Alto do morro Onde histórias criam vida. Descubra agora