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ᴍᴀʀɪᴀ ғᴇʀɴᴀɴᴅᴀ 💫

- E aí gatinha, me fala teu nome? - Falou quando chegamos no topo, desci olhando pra ele e sorri.

Fernanda: Maria Fernanda.- Ele desceu na moto ficando do meu lado.

- Me liguei, satisfação.- Me puxou pela cintura beijando minha bochecha.

Fernanda: E o seu?

Fiel: Conhecido por Fiel.- Eu ri.- Tu não é daqui de cima não, né? Não te conheço daqui.

Fernanda: Não, moro lá por baixo, perto da padaria.- Ele balançou a cabeça.

Letícia: Ô Mafê, vem pra cá.- Me gritou e eu olhei pra ela que me encarava.- Bora, bora.

Fiel: Vai, maluca.- Gritou com a Letícia que estirou dedo pra ele.- A gente se encontra por aí.

Fernanda: O que foi isso, Letícia? - Falei perto das meninas e elas riram.

Alicia: Bandido não é brincadeira não, amiga. Principalmente que nem o Fiel, nem invente.- Encarei elas sem entender.

Clara: Pega leve com ela, cara. Primeira vez dela aqui, não entende nada direito.- Continuei boba ali.

Letícia: Só não beija ninguém, quanto mais bonito e legal, mas tu vai se foder no final.- Concordei com a cabeça.

Victória: Pode me pegar de exemplo viu, você já tá até ligada o porquê. - Concordei.

Victória tinha se envolvido com um homem a um tempo atrás, ela não contou a história toda mas só sabíamos que ela apanhou da mulher que gostava do homem, até hoje tem marca de faca na coxa e o cabelo que batia na bunda, tava crescendo no ombro.

Ficamos ali conversando por um bom tempo, os meninos chegaram até a se juntar com a gente. Fiel sentou do meu lado e os outros dois amigos dele no meio das meninas, olhei bem pra Letícia que conversava com um menino toda animada e semicerrei os olhos.

Fernanda: Cê sabe o que ela tem com ele? - Falei curiosa pro Fiel e ele riu, olhando pra eles.

Fiel: Ele sempre quis pegar ela, mas ela nunca rendeu pra ninguém do morro não. Aí fica nessa putaria aí.- Neguei com a cabeça.- E tu? Tem namorado e pá?

Mafe: Quem disse que isso é coisa pra mim? - Sorri, na verdade eu nunca tinha namorado, eu morro de medo de sofrer, sério.- E você?

Fiel: Solteiro pô, tá achando que isso é destino não, cara? - Falou olhando pra minha boca e eu fiquei toda tímida.

Clara: Bora, Fê.- Falou levantando e me puxando junto, Fiel olhou pra ela com uma cara muito feia e ela olhou de volta pior ainda.

Letícia: Desço com vocês.- Falou levantando também.

O resto se levantou, me despedi das meninas e os meninos falaram que levavam a gente. Descemos nós três, cada uma com o qual e eu fui com o Fiel, que me puxou antes das meninas falarem algo.

Fiel: Passa teu número aí, pô.- Falou tirando o celular do bolso e eu sorri de lado. Coloquei meu número e devolvi a ele, ele beijou minha bochecha quase descendo pro pescoço e eu fui para o lado das meninas.

Letícia: Cara, tu leva tudo na brincadeira né? - Falou indignada.- Garota eu tô te falando porra, não é pra se envolver irmã.

Clara: É Fê, a Letícia é muito chata pra tudo, mas pra isso ela tá certa. Nenhuma de nós se envolve com traficante porque sabe que não tem futuro, bota isso na cabeça.

Mafe: Cara, eu só tô fazendo amizade. Eu não sou obrigada a ficar com ele também, que saco! - Cruzei os braços.

Letícia: Fiel é lindo, Maria Fernanda. Uma hora você vai cair no papo, que é ótimo aliás, já deu em todas as meninas.- Clara riu concordando.

Mafe: Tá, eu não vou subir mais o morro também, não quer me foder. Se já não tô fodida.- Ela me abraçou.

Clarinha se despediu dela e a gente esperou ela subir com o menino de moto, fui de mãos dadas com a Clarinha pra casa e fiquei na porta olhando ela, até sair de vista. Quando entrei, tava tudo silêncio, meu pai não tava em casa e minha mãe tava no quarto costurando, sorri olhando pra ela e ela me encarou.

Maria: Estava aonde?

Mafe: Praça, com as meninas todas.- Respondi na hora, sem demonstrar emoção nem nada.

Maria: Não gosto de você por lá, os meninos do morro sempre tão por ali.- Neguei.

Mafe: De qualquer jeito, não iria dar moral pra eles.- Falei saindo dali e escutei um "uhm " dela.

Quando cheguei no meu quarto sorri de lado e fui tomar banho, deixando meu celular no carregador, demorei maior tempo no banho e antes de pegar o celular, estudei um tempinho, próxima semana eram as provas finais. Quando deu um tempo, peguei meu celular e tinha a mensagem " Salva aí, Fiel aqui pô." sorri de lado e salvei, respondendo ele.

Alto do morro Onde histórias criam vida. Descubra agora