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Maria Fernanda 💫

Eu nem sei o que aconteceu direito, sei que doía e tive que tirar com cuidado, o médico fez suas doideras lá e quase uma da manhã fui voltando pra casa com o Pedrinho e Igor, o carro tava silencioso, nem o som tava ligado, tava todos quietos até chegar na porta de casa, o barulho dos gritos foram altos e eu me prendi no carro, Igor e Pedro abriram a porta e eu me encolhi no banco, negando a descer.

Pedrinho: Eu te falei que não ia dar certo tu se envolver com o Fiel, agora bote a cara e assuma.- Eu neguei.

Mafê: Não é sobre mim, é sobre a minha mãe.- Falei fechando os olhos e respirando fundo.- Eu não quero passar pela sala e ver ela apanhando, só de escutar eu fico sem saber o que fazer, eu não aguento ver.

Igor abriu a porta do carro e Pedrinho deu a volta, sentou do meu lado e me abraçou, beijando minha cabeça. Comecei a chorar igual um bebê no colo dele e Igor foi entrar na casa, escutei a gritaria aumentar e minutos depois, meu pai saiu empurrando minha mãe no chão da rua e gritando que ela era uma vagabunda e milhões de xigamentos, vi o Pedrinho me soltar respirando fundo e pegar o celular, se afastou e colocou no ouvido, fiquei encolhida no banco do carro apenas escutando aquilo, meu pai querendo bater na minha mãe que tava jogada no chão e o Igor junto do Pedrinho separando e ajudando minha mãe.

Tinha várias pessoas na rua, os vizinhos todos saíram pra olhar, até eu escutar o ronco das motos, parecia que era combinando descer várias motos, escutei a voz do tio Paulo e em seguida a do fiel.

Fiel: Cadê Maria Fernanda? - Não sabia com quem ele estava falando, só sei que uns segundos depois ele apareceu na porta do carro.- Ê porra, bagulho doido do carai.

Respirei fundo limpando o rosto e desci do carro, me apoiei nele pois meu joelho tinha se machucado na hora que eu fui jogada no chão e vi o tio apontando na cara do meu pai, enquanto minha mãe olhou pra mim e pro Fiel.

Maria: Tu falou pra mim que eu podia confiar em tu, Maria Fernanda. Que esse desgosto de se envolver com bandido, tu não ia me dar.- Falou apontando na minha cara.

Fiel: Ela não tá comigo, tia. Eu sou só amigo dela.- Minha mãe encarou ele com nojo.- Papo reto, se eu quisesse alguma coisa com ela, pode ter certeza que eu botava minha cara pra perguntar pra você, pô.

Maria: Você tá bem? - Falou mudando o assunto e olhando pro meu braço.

Mafê: Eu não fico mais um dia dentro dessa casa.- Falei olhando pra ela.- Eu vou morar com o Pedro.

Maria: Eu tenho algo pra te contar.- Falou me encarando.

Balancei a cabeça e o Fiel cheirou minha cabeça, minha mãe olhou pra ele com cara feia e ele riu, afastando o rosto da minha cabeça, enquanto manteve a mão na minha cintura.

Pelo que eu ouvi, tio Paulo disse que ele ia ser cobrado por todas as vezes que ele bateu na minha mãe, fiquei encarando aquilo até ele me olhar, o meu pai me encarou como se eu fosse a pessoa mais nojenta e a que mais merecesse aquela cara de nojo, ele me encarou assim o que me incomodou, virei o rosto colocando no peito do Fiel que me virou.

Entrei na casa com a ajuda do Pedro pra pegar minhas coisas e o fiel veio atrás, não desgrudou por um segundo, arrumei as coisas mais necessárias por enquanto e saí com eles, me despedi do Fiel com ele beijando minha cabeça, tio Paulo disse que queria conversar comigo amanhã e eu apenas agradeci, entrando no carro com minha mãe e o Igor.

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