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Maria Fernanda 💫

Dia dos bloquinhos de carnaval e eu só recebi aquela mensagem, do número privado, "pode aquietar em casa." 

Enquanto eu lia isso, eu tacava o glitter no meio dos peito e via a Victória tentando ajeitar a saia dela, menino engraçado esse fiel. Era sempre assim, já fazia umas duas semanas que eu tinha mandado a carta e parecia que sempre ele sabia o que eu tava fazendo, pois chegava sempre uma mensagem do nada e eu tava fazendo alguma coisa.

A Clara logo entrou com cara de monga, mas tava arrumada também, ela tava meio afastada da gente mas não queríamos excluir ela de forma alguma, mesmo que toda vez que alguém falava algo sobre ela tá usando cocaína, gerasse uma confusão enorme.

Mafê: Vamo, vamo? - Falei animada, colocando o celular na cintura.

Letícia: Triste porque o Igor vai ficar com o Ruan hoje.- Falou fazendo bico e eu fiz cara de nojo.

Victória: Pedro vai mas já tô vendo ele querendo arrastar pra casa logo cedo, o bagulho é ignorar.- Concordei.

Abracei a Clara por trás e fui andando com ela, saímos da minha casa com o Pedro e pegamos um uber, paramos onde ia ser o bloquinho e ficamos andando de primeira, chegamos no bloco umas três da tarde e eram quase sete da noite já, Pedro tinha metido o pé dizendo que tava cansado e só ficou as meninas, nós três apenas dançando e bebendo, enquanto a Clara beijava todo mundo, única solteira tadinha.

Mafê: Maior ideia errada aí, essa Clara pegando todo mundo.- Falei brincando enquanto as meninas colocavam vodka, catuaba e refrigerante na mesma garrafa pra misturar.

Clara: Eu contei dezesseis.- Falou virando o copo e rindo.

Tava todas meio alteradas já, mas eu ainda tava mais que elas, Victória era a que sempre ficava sóbria em tudo, podia beber rios, mas sempre tava na responsabilidade.

A gente foi se afastando da galera pra ir no beco fazer xixi, as duas entraram, Clara tava beijando um menino aleatório e eu fiquei paradinha na entrada do beco, fui ajeitar meu cabelo quando a única coisa que eu senti foi uma mão me puxando, quando eu tentei gritar, o homem colocou a mão na minha boca e saiu me arrastando pra outra rua, olhei pra ele tentando saber quem era mas não conhecia, ele me jogou dentro de um carro e me apagou, a única coisa que eu lembro é do carro mexendo e mais nada.

Alto do morro Onde histórias criam vida. Descubra agora