Alto do morro

57

Mafê 💫

Fiel: Mandaram uma foto, de longe qualquer um via que tu tava beijando o garoto.- Eu fiquei calada, olhando pra parede.- Eu cheirei e uma galera aí começou a colocar ideia na minha cabeça pô.

Mafê: Uma galera ou uma pessoa específica? - Falei vendo ele me olhar.

Fiel: Alicia.- Eu ri.- Só acreditei porque tava meio noiado das ideias, cara.

Mafê: Vai tomar no cu.- Me levantei.- Repetindo, tudo que a gente tinha, acabou.

Fiel: Qual foi Maria, não faz assim cara.- Levantou puxando minha mão.- Foi mal cara, desculpa.

Mafê: Ontem eu fiz maior coisa fofa pra você, me esforcei deixando tudo bonitinho e o que tu faz? Vai pra uma festa, nem fala nada e me deixa feito uma otaria esperando. Depois tu me machuca, me faz passar vergonha e acreditando em terceiros. Você tá esperando que eu me ajoelhe agora e beije seus pés, Lucas?

Fiel: Eu sei que não vacilei só uma vez, mas foi mal cara.- Neguei.

Mafê: Vou meter o pé.- Tentei desviar e ele segurou minha mão.- Caralho, tu vai me machucar de novo?

Fiel: Desculpa, Maria. Tô te falando cara, vacilei eu sei, tô no erro. Faço qualquer bagulho pra tu ficar de boa, mas num termina nada não, cara.- Respirei fundo.- Eu trato todo mundo assim como eu te tratei, só tô tentando aprender que tu é diferente, confia em mim pô.

Mafê: Devo confiar enquanto você me machuca? Hm, sei não.- Ele soltou minha mão, olhando nos meus olhos.

Fiel: Não vou mais fazer isso cara, se eu te machucar eu mesmo me afasto de tu.- Falou me olhando.- Eu te amo cara, tô te falando.

Mafê: Ótimo, só não tô afim de olhar pra você, nem ficar com você.- Ele negou com a cabeça.- Se afasta da Alicia, ou é melhor nem chegar mais perto de mim se for continuar na amizade com ela.

Fiel: Me afasto de quem você quiser, pô.- Falou me seguindo, enquanto eu caminhava pra fora.- A gente tá namorando ainda viu?

Mafê: Vai se foder.- Falei ignorando ele do meu lado.

Fiel: Quer jantar fora hoje? Na verdade melhor, eu faço a janta pra nós dois, e aí? - Eu ri com gosto, vendo que ele descia o morro andando comigo.- Tá rindo de que? Eu faço lá as parada gostosinhas.

Mafê: Eu gosto de ainda estar viva e não morrer por comer o que você vai fazer.- Ele riu, balançando minha cabeça.

Fiel: Eu vou me esforçar por tu, cara.- Neguei e ele me parou no meio da rua.- É sério pô, acredita em mim! Tô me sentindo um filho da puta pelo que fiz contigo hoje e ontem, eu te amo namoral mesmo fia, sei que tu tá braba e tem razão, mas eu não quero deixar assim, me dá a chance aí vai.

Mafê: Me dá dez reais aí, por favor.- Falei olhando pra barraca de sorvete e ele segurou meu rosto, me beijando a força.

Bati na barriga dele e ele me deu a carteira dele, cara de falso puro querendo me enganar. Ele segurou da minha mão e a gente foi pra sorveteria, também eu gastei o máximo de dinheiro que pude lá, mesmo enjoadissíma.