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Mafê 💫

O celular do Fiel começou a vibrar como se tivesse alguém ligando, tinha deixado quieto porque não é meu e beleza, só que na sexta vez eu já tava irritada que até o choro tinha passado, peguei o celular da bancada vendo que era um número não salvo e atendi, colocando no ouvido.

- Achei que você não ia me atender, eu tô com saudades.- A menina, com uma voz de puta no cio falou e eu fiquei quieta.- A minha mãe vai passar o dia fora amanhã, você vem pra cá? Ou se a tia Laura for sair, eu posso ir pra ir.

Meu coração gelou, juro. Fiquei imóvel com o celular no ouvido e ela ficou chamando pelo fiel, me levantei da cama olhando pra ele e sem querer deixei o celular dele caí no chão, eu tava tremendo sem comparações, me afastei dele vendo ele levantando assustado e me encarando.

Fiel: O que foi? - Levantou e olhou pro celular dele no chão, ele agachou pegando e eu fui pegar minhas coisas, mas ele puxou meu braço.

Mafê: Me solta.- Falei tentando desviar, ele não tava segurando forte, mas ainda sim conseguia me segurar.

Fiel: Tu viu o que, Maria Fernanda? - Olhou nos meus olhos e eu desviei, empurrando ele.

Mafê: Tu é muito falso, fiel.- Falei tentando abrir a porta, mas quem disse que eu conseguia? Tava nervosa ao extremo, a chave só fazia cair da minha mão.

Fiel: Calma, porra.- Gritou me puxando e me empurrou na cama, o tempo parou naquele momento em que ele encostou em mim, encarei o Fiel com a respiração descontrolada e me levantei novamente.- Não queria encostar em tu, Maria. Foi mal cara, só respira e conversa comigo, caralho.

Mafê: Por que você faz exatamente tudo aquilo que eu peço pra não fazer? Que eu digo que me machuca, você vai lá e faz.- Ele entrou na minha frente.- Sai da minha frente, me deixa ir embora.

Fiel: Quer ir? Beleza, a gente conversa depois, mas eu te levo.- Falou saindo de perto de mim e respirando fundo.

Abrir a porta do quarto finalmente vendo a mãe dele na sala tranquila, ela provavelmente tinha escutado todo grito e tudo, mas ela simplesmente estava ali ignorando. Abrir a porta limpando meu rosto e ele veio atrás, me dando uma garrafa com água e eu ignorei aquilo.

Mafê: Me leva embora ou eu vou sozinha, eu tô falando sério! Eu vou pra casa nem que seja andando, fiel.- Falei firme.

Fiel: Eu sei que foi a Isabel que ligou, eu sei que ela deve ter falado alguma coisa.- Encarei ele, que me olhou calmo.- Beleza, tu tava certa em ter noia, eu já comi ela várias vezes, ela rendeu e eu peguei, fácil! Mas eu não tô mais com ela, eu não pego mais ninguém na verdade Fernanda, eu não sou acostumado com nada disso, mas eu tô tentando aprender, não quero vacilar contigo na verdade.

Mafê: São quase quatro horas da manhã, ela liga pra você depois de você falar que é só uma prima, você quer que eu beije seus pés agora, fiel? - Falei com voz de choro mas engoli, passando a mão nos olhos.

Fiel: Quero que você acredite em mim. Tu não sabe o quanto que foi difícil te dar espaço na minha vida, cara.- Tentou se aproximar mas eu me afastei, fazendo ele negar com a cabeça.- Se fosse pra eu brincar contigo, eu não ia abrir mão da minha liberdade, se eu tô contigo é porque eu tô gostando, não porque eu quero pagar de foda, te iludir e ficar com foi do mundo.

Mafê: Me leva pra casa.- Falei quase sem voz e ele respirou fundo, ligando a moto e saindo.

Subi na garupa e ele foi me levando pra casa, percebi que no meio do caminho o Fiel começou a ficar estranho, desviando caminho e olhando pra um lado pro outro, não entendi nada, só ele me falando pra eu segurar e acelerando a moto.

Fiz o que ele pediu mesmo sem entender e logo percebi que a gente tava sendo seguido por policiais, fiquei nervosa porque não sabia o que fazer, quando achei que a gente tava se livrando daquilo, as viaturas trancaram a gente na rua e quando o Fiel ia dar a volta, eles atiraram, gritei assustada e logo sentir minha coxa doer, perdi totalmente a cabeça no momento.

Alto do morro Onde histórias criam vida. Descubra agora