🌙 Cuidados

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Universo: Batman

Era um dia horrível para falar a verdade, dois testes surpresa, o reagente químico atóxico explodiu e manchou sua camiseta favorita de verde néon e ela tinha acabado de perder o ônibus.

Tinha como piorar?

(...)

Eu tinha que perguntar?, praguejou ao assoar o nariz, era claro que iria chover enquanto ela esperava o ônibus, porque Murphy era um idiota que estava certo ao dizer que tudo que pudesse dar errado iria dar errado.

Ela achava que Gotham a odiava, ou que ela era uma pessoa muito da azarada, talvez ela fosse o eterno episódio onde Sam Winchester perde o pé de coelho e é presenteado por um azar sem fim, mas no caso de Sn, seu azar era bem grande e parecia vitalício. Se encolheu debaixo das cobertas, cobrindo as orelhas enquanto buscava se aquecer, desde que chegou em casa ensopada apenas tomou um banho quente, vestiu seu melhor pijama e deitou. A gripe tinha a pegado com força, e para melhorar, sua irmã mais velha tinha saído da cidade à trabalho.

Estava prestes a dormir quando sua janela abriu deixando uma brisa gelada entrar e algumas gotas de chuva voarem até cair em sobre ela. Fala sério. Sentou na cama, cansada e respirando pesado por conta do nariz entupido.

- Dabian? - ela quis morrer ao perceber que estava fanha.

O rapaz abaixou o capuz e a olhou, não era preciso ser gênio para entender que ele tinha arqueado a sobrancelha.

- Sn? O que você tem? - ele perguntou indo ao banheiro se livrar da capa, botas e luvas molhada. Você o viu tirar a máscara e deixar sobre a pia.

- Eu tô gribada. - disse antes de ter uma crise de espirros fortíssima.

- Eu falei com você hoje de manhã e parecia bem... - Damian se aproximou pondo a mão em sua testa - Você está começando a ficar febril, amor. Comeu alguma coisa?

Negou, tremendo de frio mas aquecida por dentro, gostava da maneira que Damian se importava, os irmãos dele diziam que ele era indiferente para muita coisa, então obviamente esperou que ele também fosse indiferente para com ela. Mas Damian se importava, e se importava demais.

- Beu dia foi béssibo. - murmurou.

- Estou percebendo... Fique aqui, eu vou ver o que tem pra você comer.

- Bão é como se eu fosse sair daqui, Dabi... - fez careta, odiava ficar doente e seu namorado não precisava te ver daquele jeito. Mas lá estava ele.

- Perfeito, eu devo ter visto alguma lata de sopa no armário, volto logo. - ele beijou sua testa e saiu.

Ela voltou a deitar, estava cansada e o corpo dolorido lhe dava sono, então não tardou para que Sn caísse no sono rapidamente.

Quando Damian voltou ao quarto segurando uma bandeja com a sopa aquecida, água e anti-inflamatórios, Sn estava dormindo profundamente, as bochechas vermelhas da garota o deixaram preocupado. Colocou a bandeja sobre o criado mudo e a balançou devagar para que acordasse.

- Sn você precisa acordar e comer - ele falou sacudindo seu ombro.

- Quero dorbir... - resmungou.

- Eu sei amor - tocou em sua testa outra vez, estava mais quente que antes - coma um pouco e eu te deixo dormir, ok?

Damian respirou fundo, não era conhecido pela paciência, mas não era culpa sua se estava doente, e de qualquer maneira cabia a ele cuidar dela, jamais deixaria a namorada sozinha naquele estado - ou em qualquer outro.

Choramungou sentando a cama, mal abrindo os olhos pelo sono.

- Tome o remédio primeiro - deu a Sn o copo e os comprimidos. Ela tomou fazendo careta, a água parecia gelada e doía ao engolir.

- Eu odeio ficar doente. - pegou a tigela de sopa tomando devagar - Eu bão sinto o gosto.

- Eu sei, por isso você vai tomar toda a sopa e descansar para melhorar. - ele falou sério, só a deixaria dormir depois de comer.

- Bocê é buito bandão. - reclamou.

- Eu só tô cuidando de você, do jeito que sei. - respondeu.

- Eu sei. Bão reclabando... bão gosto.

Damian sentou ao seu lado.

- Bocê bai ficar doente, Dabi.

- Lógico que não vou ficar doente, eu não posso ficar doente senão quem vai cuidar de você? É capaz de confundir Dipirona com laxante. - ele comentou sarcástico.

- Eu te odeio. - terminou a sopa a contragosto entregando a bandeja a ele, continuava cansada e com ainda mais sono.

Damian colocou a tigela na bandeja e deitou outra vez, aninhando a garota contra ele.

- Dabi? - Sn se aconchegou mais contra ele, notando que ele havia trocado o traje por algumas roupas que mantinha ali, para o caso de dormir com você, como seria naquela noite. Se o nariz não estivesse entupido, Sn sentiria o cheiro familiar do perfume de Damian preso as roupas dele, mesmo depois de lavadas.

- Hum?

- Eu bão te odeio. - apertou o tecido da camisa dele tremendo leve pela febre.

- Eu sei, eu sou impossível de ser odiado.

- Conbencido. Eu te abo.

Damian riu baixo.

- Fala de novo.

- Bão, bocê bai rir de bim. 

Ele riu outra vez, como fazia apenas com ela.

- Eu te odeio sim.

- Eu te amo também, mesmo que esteja fanha.

- Cala a boca, Wayne.

*****

Damian é literalmente difícil de escrever, afinal tenho grandes receios em sair da personalidade dele e deixá-lo caricato ou fora da normalidade. Então me digam se estou aprovada no quesito Damian Wayne.

𝗗𝗘𝗠𝗜 𝗟𝗢𝗩𝗔𝗧𝗢  || 𝚌𝚘𝚖𝚒𝚌'𝚜 𝚒𝚖𝚊𝚐𝚒𝚗𝚎𝚜Onde histórias criam vida. Descubra agora