☀ Eu sou digna!

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Universo: Thor

Eu sou digna!
Não, eu não sou uma saqueadora, eu não roubo pessoas, eu sou... Uma catadora de lixo espacial. Mas eu já roubei uma vez. E o relato de hoje conta o dia que eu quase roubei a Mjölnir.

Sim, eu quase roubei a Mjölnir. E ainda fiquei rica.

A princípio eu sou humana, bem humana aliás, mas antes de virar catadora de lixo espacial, eu era engenheira mecânica da NASA e estava em missão consertando um satélite lançado para vigiar a órbita da invasão de aliens. Estava tudo indo bem até um fragmento de meteorito cortar o cabo de comunicação entre minha nave e eu. Então devem imaginar o que aconteceu, fiquei vagando no vácuo por sabe lá quanto tempo até ser resgatada por uma equipe de catadores de lixo, eles trataram meus ferimentos causados pela falta de oxigênio.

Além disso, deixaram bem claro que as chances de voltar a Terra eram mínimas porque eu estava há anos-luz de distância. Sabem como funciona, o tempo na Terra e o tempo no espaço passavam em compassos diferentes, então quando eu voltasse, isto é, se eu voltasse, tudo seria diferente e provalmente as pessoas que eu conheço estariam mortas. Me restou apenas aceitar que eu era uma habitante do espaço agora. Literalmente.

Minhas habilidades mecânicas se tornaram úteis e eu virei uma integrante da equipe de catadores, também aprendi o ofício deles, recolhemos sucata de naves que podem custar algumas boas unidades, e com muita sorte - muita mesmo - podemos achar algo de valor entre o lixo. Parece um saco a princípio, mas é divertido.

Cerca de quatro anos depois lá estava eu num planeta desabitado que sequer vale a pena ser nomeado, até então para recolher o lixo e manter o espaço limpo quando vi aquela beleza prateada e que parecia muito cara. Eu podia ganhar um bom dinheiro com aquela quinquilharia e abandonar essa vida de cão. Larguei a sucata no chão e fui olhar aquele troço de perto.

Olhei para os lados, certificando-me que estava sozinha ali e tentei pegar, de primeira sequer de moveu.

- Que inferno. - chuto com raiva, e resolvo olhar os detalhes, a fim de saber do que se tratava aquele negócio que parecia grudado no chão, o símbolo parecia familiar - Ah que ótimo, o martelo de Thor. Como veio parar aqui? Será que eu sou digna?

Dou risada da minha própria audácia e seguro o cabo com as duas mãos, decidida a levantar aquela porcaria nem que fosse pelo ódio. Firmei os pés no chão e puxo o martelo, pra minha surpresa, veio fácil e eu acabei caindo de costas.

- Puta merda! - levanto tentando esfregar minhas costas doloridas, mas sem deixar o martelo, eu ficaria rica com aquela belezinha - Você veio bem a calhar agora, neném. - aliso o metal, caminhando até meu equipamento.

Estava prestes a colocar minhas botas para voar dali quando fui arrastada pelo martelo que estava preso pela corda em meu pulso. Não me orgulho em dizer que gritei como uma criancinha. Para completar minha vergonha eu fui erguida no ar, já que não soltaria o martelo de jeito nenhum.

- Como ousa roubar a Mjölnir? - dou de cara com Thor, ele parecia bravo, não que eu estivesse me importando, pra início de conversa. - Que tipo de ratinha suja é você?

- Ei seu babaca! Eu não sou ratinha suja, muito menos estava roubando esse martelo. Eu achei jogado e peguei pra mim, achado não é roubado, quem perdeu é relaxado. - falo tentando sair, mas Thor não movia um décimo.

- Não estava jogado então você roubou sim!

- Claro que estava jogado, não sou ladra seu loiro crepom.

𝗗𝗘𝗠𝗜 𝗟𝗢𝗩𝗔𝗧𝗢  || 𝚌𝚘𝚖𝚒𝚌'𝚜 𝚒𝚖𝚊𝚐𝚒𝚗𝚎𝚜Onde histórias criam vida. Descubra agora