(Larissa Manoela on: Olhei meu reflexo no retrovisor, antes de sair do carro. Ajeitei minha roupa no corpo e atravessei a rua em direção
ao lugar que por três mêses eu chamei de lar... O frio se tornara um incômodo a partir do momento em que vinha acompanhado
daquela típica ventania que fazia com que cada artéria de seu corpo parecesse congelada. Não importava quantas camadas de casacos eu
usasse, era sempre como se houvesse uma forma de penetração no tecido.
Peguei minha bolsa no banco do carona,
segui até o portão principal da casa, e um dos seguranças autorizou a minha entrada.
Estranhei a facilidade, mas não reclamei. (...) Enquanto caminhava pelo jardim,
um confronto emocional se inciou em meu interior. Porém, o mesmo fora interrompido ao fitar João recostado na parede
da varanda, fumando um cigarro.
Me aproximei hesitantemente e fiquei ao seu lado, como quem não quer nada.
Ele tragou de uma forma lenta e, com os lábios entreabertos,
permitindo que a fumaça escapasse de uma forma sensual.
Tentei não encará-lo por muito tempo e olhei para o chão, esperando que um diálogo se iniciasse.) João: Quer? — ofereci meu cigarro.
Lari: Ahn... Pode ser. — ele arqueou as sobrancelhas, provavelmente porque esperava um "não" como resposta,
e se aproximou. Entregou-me o cigarro e eu o segurei entre os dedos, dando uma longa tragada.
Minha primeira reação foi tossir, quase derrubando o cigarro no chão, e entregá-lo imediatamente a João, enquanto o mesmo ria.
João: Quer tentar de novo? — indaguei ainda rindo.
Lari: Acho que não levo muito jeito para isso — ri.
João: Eu posso ajudar. — sugeri e ela assentiu.
— Então, quando você for tragar, não deixe a fumaça na sua boca. Você deve inspirá-la. — a orientei, e ela fez o que falei. — Isso aí...
Você não tem noção do quão sexy fica enquanto está fumando.
Lari: Eu sou naturalmente sexy, queridinho — brinquei e devolvi o cigarro para ele — João...
Eu não mandei aquela mensagem, e sinto muito pelo jantar.
João: Tudo bem. O Carlos me contou.
Lari: Contou? — o olhei de soslaio. — Então por que... Por que você não foi me procurar? |