Command (Vminkook)

Capítulo XXXVI

Uma escuridão imensa envolveu-nos por completo. Não estava quase ninguém no estádio além de mim, do Tae, do Jungkook e de toda a equipa de seguranças e polícias. Senti as mãos do Tae e do Jungkook agarrarem as minhas, a procurar o telemóvel e colocar no modo de lanterna. De repente, ouvimos um barulho de algo a partir e uma comoção no exterior do estádio. Segundos depois só se ouviam sirenes, tiros e o barulho dos polícias a mandarem parar o senhor Kim, mas sem sucesso. Não havia dúvidas acerca do autor do ataque, tinha chegado ao fim o tempo que me tinha dado para assinar o contrato ruinoso.

- Vamos aguardar aqui, por novas instruções. Jimin, estás a tremer. - Olhei para o Jungkook em pânico, eu tremia porque nem uma centena de polícias conseguiam deter um Alfa Original. Aliás, tanto quanto sabíamos teria já dado cabo de exércitos inteiros sozinho. O destino era mesmo retorcido, como é que eu podia ser a reencarnação do Omega Original? - Eles vão conseguir prendê-lo.

- Não é isso que parece, Kookie. Eu nem quero ver o que se está a passar lá fora, porque tudo o que consigo ouvir são feitos. Possivelmente, há pessoas a morrerem ali fora! - Não consegui conter o choro, era demais toda a situação. O Tae aproximou-se da janela e a sua expressão de pânico foi o que bastou para perceber que tinha razão ao temer. - Tenho razão, certo?

- Jungkook, temos de ir embora daqui e levar o Jimin para um local seguro. O Yoongi disponibilizou um esconderijo perfeito, só temos de conseguir sair daqui. Este neutralizador de cheiro vai ter de resultar. - O quê? Por que é que eu não sabia deste plano? Quando vi o Tae tirar um spray neutralizador e borrifar por todo o meu corpo é que tomei real consciência. - Tu vais agora à frente...

- Ninguém vai à frente! Quietos! - Entre ver o senhor Kim a arrombar a porta do sítio onde estávamos e ouvir a voz de Alfa poderosa, não ouve tempo para pensar noutra coisa senão recuarmos alguns passos para trás. O seu rosto estava com alguns cortes já a sarar e as suas roupas cobertas de sangue, seu e de gente inocente. O cheiro metálico fez-me querer vomitar, assim como as imagens do que teria acontecido. Há muito tempo que não acontecia, mas a força da voz e a energia dominante era tanta que senti os joelhos cederem, com os ouvidos e cabeça a dilacerar de dores. - Achavam mesmo que aqueles Alfas e Betas fracotes iriam alguma vez conseguir parar um Alfa Original? Não é um tranquilizante que me vai deitar abaixo. Eu ainda fui simpático em deixar a noite terminar. Onde é que está o contracto assinado, Omega?

- Eu... Não tenho. - O Jungkook e o Taehyung colocaram-se logo em posição de defesa à minha frente. - Nem vou ter. O meu filho não vai cair nas suas mãos nunca, jamais.

- Vocês são estúpidos, eu não vou fazer mal ao vosso Omega, ele carrega o meu parceiro. Quanto à vossa segurança nada posso garantir. - Deu um passo em frente, as luzes a ligarem uma por uma. - O contracto.

- Nós morremos pelo nosso filho.

- Não sejam patéticos, eu não iria matar ninguém. - Falou com tanta frieza e desdém que me questionava se tinha coração de todo. - O vosso parceiro morreria de desgosto antes de dar à luz e com ele ia o meu Omega. Mas nada posso garantir sobre torturar.

Numa fração de segundo tinha chegado junto do Tae e quebrado um dedo da mão, só se ouvindo o grito de agonia logo a seguir. Antes de fazer o mesmo ao Jungkook, decidi agir. Temia que só parasse quando um dos três cedesse e como nenhum polícia ou segurança estava ali para ajudar, não tinha outra opção senão tentar ganhar uns minutos de avanço.

- Pare! Vamos conversar primeiro. - Tentei acalmar o Alfa enraivecido, a menos de um metro do Jungkook, pronto para magoá-lo. - Não lhes faça mal. Por favor...

- Claro, meu querido. Jungkook quero que vá buscar o contracto para o vosso Omega assinar. Agora. - Tinha usado a voz de comando, só isso explicava a maneira quase robótica como virou as costas sem olhar para trás e foi embora. O Tae ainda tentou impedir, mas não resultou. - Taehyung, vai contactar a polícia e dizer que está tudo bem, que eu fugi. Também vai esperar lá fora. Depressa.