Command 2 - Capítulo I

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Para muitos seria um horrível dia de chuva, porém para Jimin o estado de tempo não podia ser mais perfeito. Ji-hoon estava a fazer um puzzle consigo, um puzzle de um Koala. Ao mesmo tempo que íam encaixando as peças, iam ouvindo os pingos da chuva cair. A chuva trazia de volta o cheiro a terra molhada e a vontade de tirar do armário as peças de roupas mais quentinhas, para poder estar à frente da lareira.

- Papá! Tinhas dito que podia ter um irmão quando aprendesse a ler e a escrever o meu nome. - Ji-hoon fazia um grande beicinho, de braços cruzados. Não é que Jimin não quisesse, apenas estava à espera do próximo cio, que seria daí a duas semanas. Ele e os seus parceiros estavam radiantes e ansiosos. - Já sei ler muitas coisas e escrever o meu nome. O papá Tae disse que podia ser uma irmã.

- O mais importante é ser saudável, seja menino ou menina quero que brinquem muito e que se dêem bem. Mas vamos esperar mais um bocadinho. E o meu anjinho tem alguém de quem gosta? - Jimin sabia qual seria a resposta, mas ainda assim quiz ter a certeza. Ji-hoon acenou que não, quieto e calado. - Então e os teus amigos do parque. Um passarinho veio-me contar que ontem brincaste sozinho.

- Os outros meninos não querem brincar comigo. - As campainhas de alarme soaram dentro da cabeça de Jimin, não queria que o seu filho sofresse de Bullying. - Um dos meninos disse-me que cheiro muito a Alfa e que não conseguem estar perto de mim. Eu disse que tinha dois papás Alfa Lúpus, mas ele fugiu na mesma e disse que era perigoso. Eu sei que o cheiro não é do papá Tae, nem do papá Kookie.

Jimin sabia que um dia tal podia vir a acontecer. Com os anos, teve que aumentar os sítios onde punha o spray e, recentemente, tinha de lavar a roupa toda de Ji-hoon com a essência do spray. A Deusa da Vida tinha feito essa gentileza, depois de Ji-hoon passar noites inteiras em claro e a chorar.

- Meu amor, claro que o cheiro é de um de nós.

- Não! - Era a primeira vez que Jimin via Ji-hoon tão alterado, a atirar um objecto de brincadeira e a gritar consigo. Tentou avisar com o olhar para que parasse, porém o pequeno estava demasiado irritado. Até o rosto estava todo vermelho. - O cheiro dos papás faz-me sentir bem, este cheiro faz-me sentir saudades e vontade de chorar quando começa a desaparecer.

- Ji-hoon, compreendo que te estejas a sentir com raiva, mas eu não grito contigo ou atiro coisas quando estou com raiva. Não voltas a levantar a voz dessa maneira comigo. O papá está aqui sempre para te ouvir e tentar compreender como te sentes.

- Desculpa... - Ji-hoon apesar da tenra idade, não teve dificuldades em entender como tinha tido um mau comportamento. Portanto, apanhou a peça e sentou-se de novo. - Não volta a acontecer.

- Tudo bem, estás perdoado. - Jimin puxou Ji-hoon para o seu colo para o poder abraçar e dar muitos beijinhos no rosto. - O papá ama-te muito, desde aqui até à lua e desde a lua até aqui. Sobre o cheiro, um dia vou-te explicar tudo melhor. Por agora, só precisas de saber que esse cheiro pertence ao teu parceiro destinado. Tal como eu tenho o papá Kookie e o papá Tae, tu também vais ter um parceiro.

- E quando é que o vou conhecer?

- Quando fores adulto.

Taehyung e Jungkook saíram pouco tempo depois dos respectivos escritórios. Todos os dias parecia que combinavam, entravam e saíam no mesmo segundo. Assim que Ji-hoon viu os dois Alfas, o puzzle ficou para trás. Queria jogar às escondidas e à apanhada.

- O papá disse que tinha de esperar mais um pouco para ter um irmão ou uma irmã. - Jungkook sorriu torto para Jimin, enquanto Ji-hoon esticava os braços para que Taehyung o abraçasse. Jimin revirou os olhos e arrumou o puzzle. Tinha que ir para uma reunião dentro de dez minutos com Irene e Seulgi. - Vamos saltar nas possas de água?

Command (Vminkook)Onde histórias criam vida. Descubra agora