Command 2 - Capítulo XVI

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Jimin ficou mais do que satisfeito ao ver JinSeok e Ji-hoon descerem juntos para ir tomar a primeira refeição do dia. Claro que sabia da conversa de Taehyung com o filho e não podia sentir mais orgulho do seu parceiro, finalmente aceitara tudo exactamente como era e isso só podia ser libertador para todos. Jungkook também sorria largamente, vendo o filho mais feliz do que nunca, após uma noite bem dormida e ao lado de quem mais amava. Os três compreendiam a necessidade de estar sempre perto do parceiro destinado, só de imaginar estar muito tempo longe uns dos outros era um sacrifício imenso, mesmo tendo passado tantos anos, portanto acontecia o mesmo com Ji-hoon e JinSeok. As gémeas juntaram-se logo a seguir, a provocar o novo casal da casa, tão animadas como de costume. 

- Deviam pensar em ter uma casa só vossa. Aliás, deviam de estar a planear o casamento do século! - Mina delirava só com a ideia de uma enorme festa, vestidos e penteados deslumbrantes... Mas sobretudo ver o seu irmão ser feliz, estava saturada das olheiras, pesadelos e más disposições de Ji-hoon, era como se fosse ela no lugar do irmão. A capacidade empática, de nos colocarmos no lugar do outro, é fundamental. - Eu e a Dae podemos ser as meninas das alianças.

- Damas de honor! - Dae interrompeu a irmã a revirar os olhos, ao mesmo tempo que comia morangos silvestres, acabados de apanhar. Eram doces... - Nós seríamos madrinhas de casamento.

- Se calhar ainda é cedo para se pensar em casamento, deixem o vosso irmão namorar primeiro. - Jimin acudiu ao casal envergonhado, de mão dada debaixo da mesa. Casar estava nos planos, porém de um futuro mais longínquo do que próximo, dado o Omega ter de acabar de estudar primeiro. - Hoje terão a casa só para vocês, nós os três teremos de ir a Seul. Vamos pernoitar. JinSeok confio em ti para vigiares os nossos filhos.

- Pai! Já não somos crianças! - Mina e Dae reclamaram ao mesmo tempo. Embora estivessem indignadas, a última vez que tinham confiado a casa aos três filhos, a cozinha teve se ser remodelada depois das gémeas explodirem com um cozinhado. Ji-hoon ligou aflito para Jimin, com os bombeiros a apagar o fogo. - Não precisamos de uma ama seca, é ridículo.  

- Claro e a seguir teríamos de renovar a cozinha outra vez. A palavra final foi dada pelo vosso pai, não sejam assim, ele apenas pensa no melhor para vocês. - Taehyung saíu em defesa de Jimin, que estava ligeiramente afectado pelas palavras menos felizes das gémeas. Além do mais, sem se aperceberem tinham usado da voz de alfa, o que colocou Jimin e Ji-hoon numa posição incómoda. - Peçam desculpas imediatamente. Usarem a vossa voz de Alfa é inadmissível! O vosso pai é para respeitar, se pensam que é assim que se trata um Omega ou Beta, teremos uma longa conversa a ter!

- Podem ir buscar as vossas mochilas, quem vai levar-vos à escola serei eu. Vamos falar melhor sobre este assunto no carro. 

As gémeas praticamente tremeram nas cadeiras, sabendo perfeitamente que Jungkook iria dar o sermão do século. Muito provavelmente seriam castigadas também. Lá se iam as actividades extracurriculares...  Mina e Dae aproximaram-se de Jimin e pediram desculpas, a abraçar o pai, arrependidas e envergonhadas com a falta de respeito demonstrada. Jimin apenas disse num tom sério o seguinte:

- Não foi assim que vos educámos, meninas. Estou muito desiludido com o vosso comportamento e atitude. Mas os erros são cometidos, as desculpas são pedidas e deve existir espaço para o perdão. Teremos de vos aplicar um castigo. Eu sou vosso pai e claro que não vos deixo de amar infinitamente. Tenham um bom dia de escola. - E Jimin depositou um beijo na testa das gémeas, antes delas irem buscar as mochilas a correr. Preocupado, virou-se para o filho Omega, colado ao parceiro. - Meu anjo, será o JinSeok a levar-te à faculdade. Terei de me ir arranjar. Tenham um dia feliz. 

Depois de Jimin se levantar, JinSeok deu um beijo na face do seu parceiro. Estavam sozinhos e, portanto, à vontade para demonstrações de afecto e carinho. Mesmo depois da noite passada e se calhar sobretudo por isso mesmo, Ji-hoon corou furtivamente, beijando de volta uma das bochechas do Alfa. 

- Temos de nos apressar, as minhas aulas começam hoje mais cedo. - JinSeok acenou em compreensão, não queria que a sua alma gémea chegasse atrasada. - Não dormia tão bem há imenso tempo. Aliás, não me recordo de alguma vez dormir uma noite descansada. 

- Isso nunca mais vai acontecer, meu anjo. 

JinSeok ajudou Ji-hoon a levantar as coisas da mesa, não iriam embora sem antes arrumar. Era justa a divisão de tarefas: Jimin, Taehyung e Jungkook tinham cozinhado, eles podiam levantar a mesa e arrumar a cozinha. Para a harmonia de uma casa, dividir afazeres é fundamental.  Já no carro, Ji-hoon mostrou-se menos envergonhado ao colocar o volume da música mais alto, a disfrutar do momento. JinSeok manteve-se em silêncio, simplesmente a apreciar o momento do seu parceiro. No final, acabaram os dois a cantar uma música um pouco mais antiga, dos anos 80. 

- Significa que estaremos à vontade para ver o filme, hoje à noite.

- Nós podíamos montar um cinema na rua, nós temos um projector guardado para estas ocasiões. - Sim, não seria a primeira vez. A família de Ji-hoon tinha como hábito fazer uma sessão de cinema na rua, quando estava bom tempo. - Eu sei fazer pipocas caramelizadas! É uma pena a Mina e a Dae terem de estudar para os exames, elas têm andado super cansadas... 

- As tuas irmãs estão proibidas de entrar na cozinha, o jantar vai ser pizza. Eu mesmo serei o vosso pizzaiolo. - Ji-hoon não deixou de se surpreender, JinSeok sabia fazer pizzas caseiras. - Aprendi durante os anos em que vivi em Itália, foram anos muito felizes. Uma senhora de idade acolheu-me na sua casa de braços abertos, foi como uma avó para mim. Para quem nunca teve pais, era a melhor sensação do mundo. Por vezes, não se dá o devido valor à família, mas ainda bem que tu tens uns pais e irmãs maravilhosos. 

Enquanto JinSeok levava Ji-hoon até à faculdade de dança, Jimin tratava de mudar de roupa.  Teriam de ir a Seul tratar de alguns assuntos pendentes, quer na empresa de Jungkook, como no atelier de Taehyung. Como iria ter uma reunião presencial com a sua equipa de marketing e publicidade, Jimin vestiu um simples fato desenhado recentemente pelo marido, em tons claros. Depois de se arranjar, preparou uma pasta com alguns documentos que iria precisar, assim como adentrou no famoso quarto secreto. Dentro de uma das bolsas da mala de mão colocou molas para os mamilos e um estimulador de próstata... Teriam tempo para se divertir... Quando chegou junto de Taehyung, ocupado a afinar alguns detalhes do desenho das asas para Jimin, ficou maravilhado a ver como o traço era fino e preciso. Para Jimin, era fascinante. Jungkook chegou pouco tempo depois, pronto para se pôr a caminho de Seul. 

Durante a viagem, os três aproveitaram para falar sobre as gémeas, o castigo atribuído por Jungkook e o que iriam fazer durante o dia e noite, especialmente noite. A primeira paragem foi no atelier de Taehyung, onde o Alfa ficou para uma reunião com as costureiras, precisava de ver como estavam as coleções ao vivo e a cores. Já Jungkook e Jimin foram juntos para a empresa. Pela primeira vez em 20 anos o Presidente da Jeon entrava no edifício, o que deixou todos os funcionários surpresos e nervosos, surpreendidos por não parecer um único dia mais velho. Em sinal de respeito, levantaram-se das suas secretárias e curvaram-se a desejar os bons dias, tanto a Jungkook como a Jimin, de mãos dadas e a esboçar pequenos nos rostos. Assim que entraram no elevador, Jungkook encostou Jimin contra o vidro do elevador, apagando as luzes do mesmo, e carregando no último andar do painel. Sem terem que se preocupar com câmaras não existentes, beijaram-se apaixonadamente, as duas malas a caírem no meio do chão.

- Café na minha sala? - Jungkook perguntou a mordiscar o lóbulo da orelha do Omega, ofegante e a morder o lábio inferior. - Ainda tens meia hora antes da reunião.

- Café, nada mais.

Os dois sabiam que tal não seria verdade. Jungkook apenas apanhou as malas caídas e saíu do elevador à frente de Jimin, a sorrir abertamente e já a cumprimentar Jackson. Jimin foi mais entusiasta e correu para os braços do amigo. As marcas no pescoço fizeram Jimin pensar que tudo estava a correr bem entre Jackson e Junghyun. Não houve muito mais tempo do que para um forte abraço, Jungkook praticamente arrastou Jimin para dentro da sua sala. Estava limpa e organizada, igual desde há 20 anos. Aparte a decoração que precisava de um upgrade, os dois não passaram da porta. Jimin estava encostado à grande porta de madeira, entre os braços fortes de Jungkook, com o rosto mais vermelho do que um pimentão.

- Kookie... Era um café.

- Tu és o meu café. 

Command (Vminkook)Onde histórias criam vida. Descubra agora