Command (Vminkook)

Command 2 - Capítulo IV

Ji-hoon acabava de chegar da faculdade, depois de um dia de aulas intenso. As irmãs gémeas estavam a fazer os trabalhos de casa, no quarto que partilhavam. Dae e Mina não estavam satisfeitas por terem sido deixadas de lado na pequena reunião familiar, porém respeitaram na mesma a decisão dos pais. O ambiente era tenso na sala de estar, conseguia-se perceber a ansiedade e medo pelas mudanças de cheiro dos quatro, sendo que Ji-hoon era naturalmente o mais nervoso. Pouco habituado a ter estas pequenas reuniões familiares, que tipicamente eram por causa das irmãs travessas, era normal que tudo fosse inédito. Sabia que era por causa do seu parceiro destinado, também sabia que utilizava um spray e essência na roupa do cheiro desse parceiro desde bebé. O que ficaria a saber era o motivo do afastamento. Mesmo morrendo de curiosidade, cedo aprendeu ser um assunto meio que proibido e gerador de mau estar.

- Ji-hoon, nós vamos ser o mais directos possível, prometemos que te contávamos tudo hoje e é isso que vamos fazer. - Foi Jimin o primeiro a falar, a agarrar nas mãos do filho, que tremia de nervos. - Como sabes, existe um Alfa, Omega e Beta que começaram a nossa espécie. O Beta é o Jackson, o Omega já morreu e o Alfa é o teu parceiro destinado. Nós soubemos disso quando ainda estava grávido. Era para ires convivendo com ele, porém ele guardou um segredo muito grave de nós: ele lidera uma máfia.

- O quê? - Ji-hoon não sabia se tudo o que ouvira fazia parte de um sonho ou não passava de uma grande partida. Como assim o Alfa Original era o seu parceiro? E mafioso... - O Alfa Original é meu parceiro...

- Sim. O Omega Original teve dois filhos com o teu parceiro há muitos, muitos anos, que deu origem a uma linhagem de Alfas lúpus, que depois se dividiu em duas. - Jungkook agora explicava, fazendo uso de uma árvore genealógica que tinha mandado fazer. Agora, compreendia o porquê de Jungkook e Taehyung serem Alfas Lúpus. - O teu pai Jimin é a reencarnação no Omega Original.

- E vocês mantiveram-me longe do meu parceiro por ser perigoso... Por que é que ele não deixou a máfia?

Aí estava a pergunta para a qual nenhum dos três tinha resposta. O silêncio reinou de tal maneira, que ficou audível a música que Mina e Dae ouviam: uma sonata de Beethoven. As notas musicais da sonata da meia-noite, condiziam perfeitamente com o estado de espírito de Ji-hoon: melancólico e triste, extremamente triste. A tristeza não era para com os pais, mas sim com o parceiro destinado. Durante anos idealizou uma imagem de um parceiro idílico, o arquétipo da perfeição... Mas Ji-hoon ainda não tinha a noção exacta do que significava a perfeição não ser tangível.

- Mas... - Taehyung continuou a falar, não conseguia suportar a dor de ver os olhos marejados do filho, cheios de lágrimas sofridas de amor. - Amanhã é a tua festa de aniversário e ele vai estar presente, para te conhecer.

- Pai... Eu não sei se o quero conhecer. Vocês sabem que eu detesto violência acima de tudo.

- Meu anjo, é essencial que o conheças e que dês a oportunidade de se explicar. - Jimin conseguia compreender em parte o filho, porém sabia que o justo era dar uma oportunidade para JinSeok se explicar. Só assim dormiria de consciência limpa. - Depois disso, és livre de decidir, nós só estamos aqui para apoiar.

Depois de ouvir os pais, Ji-hoon mal conseguiu jantar e dormir. Desta vez, o que atormentou a boa noite de sono foi a preocupação e a ansiedade, que o seu lobo estava a sentir, por conhecer o parceiro destinado. Pior, nem sequer sabia o nome... Tinha-se esquecido de perguntar. O que salvou o Omega foram as irmãs, que a meio da noite decidiram fazer companhia ao irmão e juntos ver uma série. Claro que Jimim, Taehyung e Jungkook sabiam, mas fizeram de propósito para não interromper, afinal de contas Bada e Dae estavam a ter uma atitude altruísta e sensível. Eles mesmos não conseguiram descansar, portanto também se refugiaram num filme. Acabaram por adormecer quase de manhã.