Capítulo VIII

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Não houve nenhum paparazi que não tivesse ficado boquiaberto a olhar para mim e para o senhor Jeon, antes de começarem a ofuscar-nos com vários flashs. Era óbvio que lutavam para serem os primeiros a terem as novidades e os furos mais picantes e escandalosos. Se havia coisa que detestava era multidões e confusões, emporravam-nos e bombardeavam-nos de perguntas. Com a mão no fundo das minhas costas e com um sorriso que classificaria como arrogante e de galo, o meu chefe abriu caminho até entrarmos no café que combinaramos com o senhor Taehyung.

- Jimin, nada de levantar o olhar e falar com alguém sem a minha autorização. - Sussurrou-me ao ouvido, puxando-me pela cintura para junto de si. Olhei nos seus olhos negros, perdido e a sentir-me minúsculo. - Essas são as nossas regras, na próxima hora acho que vai perceber por que é que é melhor fazer o que digo. Sente-se.

Alfa rabugento! Com um biquinho nos lábios, sentei-me na cadeira que tinha puxado para mim. Tínhamos chegado mais cedo que o combinado e eu sabia muito bem o porquê. A moça que servia à mesa veio até nós e anotou os nossos pedidos no seu caderno, os seus olhos fixos no senhor Jeon, a despi-lo descaradamente. Conseguia perceber as suas intenções a quilómetros.

- Jimin. - Ai, eu conheceria aquela voz desde os confins do Inferno. Virei logo a cabeça. O que não esperava era ver o senhor Kim totalmente diferente e eu adorava cada detalhezinho, desde os cabelos loiros e cortados às roupas que usava. - Não sabia que vinhas acompanhado.

A sua última frase soou totalmente diferente, o entusiasmo genuíno e sorriso quadrado fofo ausentes. Olhava diretamente para o senhor Jeon.

- Espero que não se importe, senhor Kim. Jeon Jungkook, o Alfa do Jimin.

O estender de mão e cumprimento entre os dois alfas lúpus foi tenso. Não tive coragem de dizer ou fazer nada, apenas tensionei quando o senhor Kim, o meu novo chefe, se sentou de frente para mim, o olhar intenso. Estendeu-me o contracto por cima da mesa, era evidente que estava chateado comigo. Envergonhado e a ponto caramelo de começar a chorar, agarrei nos papéis. Ao meu lado, o senhor Jeon passou o seu braço sobre os meus ombros.

- Não vais querer comer nada? Um chá não é o suficiente. O que te apetece comer? Estás mais magro.

- Hm... Não tenho fome. - Estreitou os olhos, duvidando da minha palavra. A verdade era que tinha sim fome, mas não me atreveria a dizer nada. - Mas obrigado.

- Amor, eu posso mandar servir o que tu quiseres. - Amor? Mas que amor? Cínico! - Não tenhas vergonha.

- Estou bem assim, Jungkook. - Foi estranho, muito estranho tratá-lo assim. O meu lobo preferia Jungkookie... Eu dizia que nem morto.

- Tudo bem. Tenho algumas condições para que esse contrato seja assinado. Como meu Omega vou querer estar sempre presente, por isso as sessões fotográficas serão feitas com nós dois. Também quero estar em todas as reuniões, provas de roupa e tudo o que surgir.

- A minha proposta só se extende ao Jimin, que tem a capacidade de decisão e de ser independente. Tem medo de alguma coisa? Tem medo que eu como Alfa Lúpus perceba que essa marca ridícula que está no pescoço do seu Omega é provisória. Aposto que nem sequer teve o primeiro cio, a jurar pela intensidade com que ainda sinto o seu cheiro natural, agora apenas levemente diluído no seu. Adivinhe, tal como no primeiro segundo que o vi, atrai-me. - Fiquei boquiaberto. Sentia atração por mim? - Não sei qual é a sua ideia, mas eu sei a verdade, o espetáculo que montou lá fora foi uma brincadeira.

Encolhi-me, o ambiente estava cada vez mais gelado, as feromonas dos dois a dominar por completo o espaço e o ambiente. Contudo, tão rápido como veio o frio veio o calor e o desconforto no meu baixo ventre.

Command (Vminkook)Onde histórias criam vida. Descubra agora