Command 2 - Capítulo XXIX

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Kai não sabia há quanto tempo estava acorrentado àquela parede, numa cela que se parecia com algo saído da Idade Média. O local era escuro, húmido, sujo e com um cheiro nauseabundo, capaz de colocar qualquer um a vomitar. A corrente, envolta do seu pé direito, impedia a fuga de mas era comprida o suficiente para o deixar ir até ao pequeno lavatório e sanita. Todos os dias de manhã, era deixado um tabuleiro de comida. No início, Kai recusou-se a comer fosse o que fosse, com receio da comida estar envenenada. Porém, assim que a fome apertou e a fraqueza deu conta do seu corpo, Kai devorou toda a comida e água deixadas. Os supressores que tomava, capazes de esconder o facto de ser um Alfa, estavam a perder o efeito, por isso Kai sentia-se cada vez mais forte, apenas tinha de esperar a ocasião certa para se libertar.

Para um Alfa, habitualmente mais forte e musculado do que os Betas e Omegas, o facto de ainda fazer treino diário de várias horas por dia, só ajudava e permitia que em momentos de maior aflição fosse capaz de se libertar de correntes fortes como aquela. Estava precisamente a fingir estar adormecido, quando sentiu no ar um cheiro agradável e diferente de todos os outros. Kai sorriu para dentro, percebendo que aquele era um cheiro de um omega. Ouviu passos dentro da sua cela e o barulho do tabuleiro de comida ser pousado. Aquele era o momento perfeito para atacar inesperadamente. Assim que a pessoa estava para ir embora, Kai correu para cima da pessoa, deixando-a debaixo do seu corpo e com as mãos presas acima da cabeça. Debaixo do aperto forte do Alfa estava o homem que o capturou e muito possivelmente o espião de JinSeok. Kai estava surpreendido, porque aquele era supostamente o beta que conhecera na empresa do seu melhor amigo Taemin. Não era o único que usava supressores. A questão era por que é que agora conseguia sentir o aroma de omega vindo dele. Seria aquele omega o seu parceiro destinado? O lobo de Kai não parava de dizer que sim, excitado por finalmente ter encontrado a sua outra metade.

- Onde está toda aquela segurança e confiança, Omega? - O tom de Kai era sedutor e de deboche, perante um Hyujin a mostrar uma estranha timidez

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- Onde está toda aquela segurança e confiança, Omega? - O tom de Kai era sedutor e de deboche, perante um Hyujin a mostrar uma estranha timidez. O lobo de Hyujin sabia que quem o estava a agarrar era o seu companheiro e parceiro. Todo o seu disfarce tinha sido descoberto, as feromonas de Kai tinham feito os seus supressores ficar sem efeito. - Não devias de ter entrado na toca do lobo, é perigoso meu querido.

- Eu... Deixe-me ir! Por favor... - Hyujin não era o tipo de pessoa que suplicava por quem quer que fosse, ele era um Omega forte, inteligente e perspicaz. O que é que se estava a passar com todo o seu espírito guerreiro e o seu corpo normalmente estóico? O cheiro de Kai enublava a sua mente e a proximidade provocava sensações novas no seu corpo, arrepiando-o por completo. Kai, por mais que tivesse ficado satisfeito ao ouvir a súplica timida e em voz pequenina, não largou o homem capaz de o enganar, o seu parceiro. - Largue-me!

- Não me apetece. Vamos fazer assim, tu tiras esta corrente maldita do meu pé e eu prometo ser mesericordioso. Podemos fazer isto a bem ou a mal.

- Nem pensar! Eu não o vou soltar!

Kai suspirou, a observar cada detalhe do rosto sem imperfeições. Hyujin era um homem lindo, disso não havia dúvidas. Só era pena não ter chegado a acordo consigo, afinal de contas Kai não se podia esquecer que além de seu parceiro, também era seu inimigo. Por mais que o seu instinto fosse não magoar quem tinha sido escolhido para si como sua alma gémea, ainda devia lealdade e um profundo sentimento de amizade a Taemin. Com isso em mente, arrancou a corrente que prendia o seu pé e atirou-a para longe. Hyujin ficou em choque, vendo a sua última hipótese e possibilidade de controlo voar contra uma das paredes de pedra. Quanta força tinha aquele Alfa, a rir-se como um maníaco? Com medo que Hyujin pudesse encontrar uma maneira de escapar, Kai tirou o cinto que ainda vestia e prendeu envolta dos pulsos brancos e finos do Omega.

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