Command (Vminkook)

Command 2 - Capítulo XVII

Infelizmente, existe sempre algo que interrompe nos piores ou melhores momentos, depende da perspectiva. Jackson teve de bater à porta de Jungkook, tinham um cliente a exigir falar com o seu chefe naquele exacto momento. Jimin teve de se despedir do marido, consertar as roupas e ir para a reunião agendada. Para trás, ficou um Jungkook com uma grande ereção sustentada nas calças e um cliente mal educado em linha, a achar que era uma espécie de imperador. Ainda bem que falavam ao telefone, caso contrário seria visível a expressão de tédio e o revirar de olhos constante, por parte de Jungkook. Eventualmente, o homem foi posto no seu devido lugar. Mesmo que a vontade fosse mandar ir dar uma volta ao bilhar grande, como presidente da empresa tinha que mandar uma certa postura e compostura.

Jimin reuniu-se, ao fim de tanto tempo, com a sua equipa. Muitos deles tinham envelhecido, ao contrário do nosso querido personagem que continuava igual ao de sempre. Era verdade que podia trocar de equipa, porém Jimin acreditava na lealdade acima de tudo. Não havia motivo para deixar pessoas sem emprego apenas porque sim. No final, foi óptimo poder ver outras pessoas e até conviver um pouco, socializar é algo que é inerente ao ser humano, uma necessidade. Com todos os assuntos tratados, Jimin pôde ir ter com Taehyung. O atelier estava um pouco diferente, mais moderno e tecnológico, de cores vibrantes.

- Meu anjo, ainda bem que chegaste... - Taehyung levantou-se logo da cadeira, no momento em que viu Jimin entrar no seu escritório. Como que a cumprimentar, abraçou o marido pela cintura, a beijar as faces coradas. - O que achas das asas?

Jimin nem tinha palavras. Como é que tinham feito tão rápido as asas? Elas eram uma réplica perfeita do desenho feito, sem defeitos ou imperfeições. Os olhos de Jimin encheram-se de lágrimas. Não há vergonha em expressar desta forma as emoções, principalmente quando o que é belo tem um impacto destes.

- São perfeitas, Tae! - Taehyung sorriu aliviado, para si era muito importante o aprovar de Jimin, afinal seria ele a usar as asas. - Disseste que querias que viesse...

- Sim, queria que me desses a tua opinião acerca desta linha de lingerie. - Taehyung agarrou num caderno de desenhos e entregou nas mãos macias de Jimin. Ao contrário das coleções anteriores, esta não fazia uso de cores pastéis ou maioritariamente de renda. Pelo contrário, metade da coleção era dedicada a peças de couro e de pele, com fivelas e todas em preto. Jimin corou fortemente ao se aperceber qual seria a inspiração por detrás de tais peças: algumas vezes, em cenas de BDSM, Jimin vestia este tipo de roupa íntima. A outra metade da coleção era colorida, abandonando os rosa velho, azul bebé e branco, muito típicos dos designs de Taehyung. As rendas eram mais detalhadas e trabalhadas, donas de uma beleza agradável ao olho. - O que achas?

- Acho que não podiam ser mais bonitas. - Jimim estava a ser totalmente honesto e sincero. - Próxima coleção?

- Sim. Desenhei algumas especialmente para ti. - Na página seguinte estavam desenhos de lingeries brancas, vermelhas e pretas. Todas elas vinham com gargantilhas a combinar e eram em renda e cetim. Os braços de Taehyung envolviam Jimin por trás, num abraço caloroso e cheio de tensão sexual. - O que trazes dentro da pasta, meu querido?

Jimin abriu os olhos que tinha cerrado, surpreendido com a pergunta de Taehyung. Como é que ele sabia que a pasta tinha alguma coisa? Ainda assim, a pergunta nunca obteve resposta, porque Kim Taehyung era um homem impaciente e incapaz de esperar mais uns segundos. Depressa agarrou na pasta e abriu a mesma, tirando de lá de dentro o que pretendia, com um sorriso sacana nos lábios. A tarde seria longa.

Mas não era apenas para Jimin e Taehyung que a tarde seria prazerosa, temos outro casal em mira. Jackson saiu nessa tarde mais cedo, Jungkook deu a folga como uma recompensa merecida de todo o esforço e lealdade. O nosso beta foi até à pastelaria de Jin, era habitual passar por lá e beber um chá, sempre acompanhado de bolinhos ou biscoitos. Jin fazia imenso sucesso com a pastelaria e era uma pessoa atarefada, no entanto arranjava alguns minutos para poder conversar com os amigos ou estar com Namjoon. A vida é realmente um verdadeiro equilíbrio. Naquela tarde solarenga, Jackson escolheu a mesa mais recatada e junto de uma pequena fonte de água artificial.

- Jackson! Não te esperava ver aqui agora. - E aí vinha Jin com um prato de biscoitos acabados de sair do forno a lenha tradicional, entusiasmado e de sorriso gigante no rosto. - Ouvi dizer que o Jungkook, o Taehyung e o Jimin estão aqui, em Seul.

- Chegaram hoje de manhã. O Jungkook deu-me a tarde de folga. Por que é que não te sentes um pouco? - Jackson prontificou-se a convidar o amigo, apontando para a cadeira da frente. Jin não fez cerimónia e sentou-se na cadeira, a esticar o prato na direção de Jackson. Um dos seus empregados também chegou com o chá pedido. - É um alívio finalmente poderem viver com mais liberdade, a vida é mais bonita quando é vivida de forma livre.

- O Jimin disse-me que as coisas entre o JinSeok e o Ji-hoon estão a correr optimamente.

- O JinSeok nem parece o mesmo, inclusive não liga tantas vezes ao Junghyun. - Não era para fazer a inconfidência, porém as palavras saíram da boca mais rápido do que o autocontrolo foi capaz de agarrar. Jackson corou perante o olhar sugestivo de Jin. - Eu fico feliz por eles.

- Assim como eu também fico feliz que tu e o Junghyun se estejam a dar melhor.

Melhor era um eufemismo. A relação entre Jackson e Junghyun tinha asas para voar bem alto e longe, com fortes bases de respeito. Uma prova de como tudo corria bem era Junghyun muitas vezes deixar pequenas surpresas na secretária de Jackson, ficar durante a noite em casa do companheiro e envolverem-se em intensos beijos. Não tinham ido além disso, ainda que por vezes as mãos fosses marotas. Foi logo a seguir a Jin e Jackson beberem o chá e comerem os deliciosos biscoitos, que o par se encontrou. Jackson apareceu de surpresa na casa do Alfa. Este gostava de muitas vezes trabalhar através do escritório do luxuoso apartamento, no conforto do lar, evitando assim ir para a empresa e casino. A tarde estava a ser particularmente difícil, com alguns problemas no casino, problemas que pareceram desaparecer no momento em que viu o parceiro destinado à porta.

- Meu amor... - Junghyun puxou logo Jackson para dentro do apartamento, com medo que tudo não passasse de uma grande ilusão. Mas qual ilusão, tudo era mais do que real. - Nem acredito que estás aqui.

E Jackson nem acreditava que Junghyun podia ter um estilo caseiro tão casual: umas calças de fato de treino e uma camisola larga. Era tão frequente ver o Alfa de fato, que tal pareceu algo doutro mundo, não que isso importasse no momento a ser vivenciado.

- Surpresa... - Jackson tirou de trás das costas um saco com o café preferido de Junghyun. O Alfa aceitou de bom grado o café, derretendo com a pequena surpresa. Para Junghyun, saber que Jackson se lembrava de pequenos detalhes como este era uma prova do amor infindável do seu parceiro. Como forma de agradecimento, beijou as faces coradas do beta original. - Espero não estar a interromper.

- Nunca interrompes. Eu ia parar de trabalhar entretanto para tomar banho e ir-te buscar, queria levar-te a jantar. Mas acho que o meu convite vai ser diferente. - Junghyun aproximou os lábios do ouvido de Jackson, o tom meloso e sedutor. - Por que é que não te juntas ao meu banho e a seguir vimos um filme?

Inconscientemente, Jackson acenou com a cabeça, o seu lobo a delirar com a perspectiva de ver o parceiro nu. Associadas vinham todas as fantasias a serem desenhadas na mente fértil. O Alfa resolveu não hesitar e agarrou na mão de Jackson, os dedos a entrelaçarem como os corpos queriam fazer.