Crazy In Love II

E, assim como você, eu não posso ficar com medo

Em mais dois dias no apartamento do Michael, eu já estava quase subindo pelas paredes. Literalmente. Ele já me impediu de conseguir sair duas vezes, ele só acabava me enrolando e eu, idiota, caía nisso, caía justamente por não conseguirmos passar mais de 10 minutos juntos sem acabar brigando e discutindo ainda mais. Pelo menos, ele trocou os seus últimos horários, sem contar que eu aposto que ele estava treinando duas vezes mais para me evitar ao menos um pouco e saí para os seus próprios trabalhos muito mais a noite, essa parte não era nada confortável pra mim. A única coisa que mudou, é que pelo menos estávamos dormindo juntos, eu pensei que tinha conseguido tirar ele do seu próprio quarto, mas não rolou exatamente assim.

Hoje mesmo, ele levantou bem mais cedo para começar a treinar e saiu logo em seguida, assim que voltou para o apartamento. Eu preparei mais uma vez um pequeno almoço para mim e até organizei mais a cozinha para passar o tempo. Eu já estava entediada, pronta para escapar à qualquer segundo, mas eu só conseguia lembrar da Jorja Smith e me rendia a ameaça. O dia amanheceu de outra maneira, ganhei um dia completamente lindo em Los Angeles, depois de tanto tempo agora finalmente tivemos um sol e estava realmente muito calor. Eu praticamente pulei do sofá, obviamente eu aproveitaria a área externa na sacada da cobertura e principalmente à piscina, lembrei que uma das vezes que eu já estive aqui fui para piscina e tinha algumas roupas minhas no closet do Michael. Subi rapidamente para o seu quarto e tirei minhas roupas com pressa, encontrei um dos meus maiôs, era verde bem escuro, ombro a ombro e bem aberto nas costas, comecei a me divertir mais com a situação.

Soltei meu cabelo, peguei um dos meus lenços que também estava no closet dele e o arrumei, deixando bem preso com o resto do meu cabelo para trás. Desci as escadas correndo outra vez, bem mais empolgada e peguei meu celular que estava jogado no sofá na sala de estar, corri para a sacada na área externa da cobertura, passando pelas portas de vidro e quase suspirando, o ar-condicionado na parte interna enganava bem, mas esse calor aqui estava ainda melhor e isso foi o bastante para me fazer sorrir mais, me sentei em uma das espreguiçadeiras próximas da piscina e me deitei de um jeito confortável, não queria me sentir ainda mais sozinha, desbloqueio o meu celular e ligo para a Ashley.

- Lembrou da sua melhor amiga, piranha? - Ashley disse assim que me atendeu e eu sorri.

- Não liguei antes porque não tinha nada de novo para contar, não que agora eu tenha também. - Resmunguei em seguida e Ashley pareceu querer rir.

- Nada? - Ela questionou.

- Nada. - Respondi. - Tudo continua na mesma e eu ainda estou brigada com o Michael, tem sido difícil suportar os últimos dias.

- Eu imagino. - Ashley cochichou, sem jeito. - Eu não paro de pensar no Brandon, desde que você contou aonde ele está. Eu estou tão mais preocupada, Normani. Não sei se fico aliviada em saber que pelo menos ele está em algum lugar, eu queria ele mais perto da gente.

- Nem me fale. - Sussurrei, voltando a ficar agoniada. - Eu nem consigo mais tocar no nome do Brandon, ou dizer Nova York, Michael se transforma em uma fera de novo. - Acabei suspirando. - Eu não sei como colocar meu plano em ação.

- E você tem um plano? - Ashley questionou, aparentemente confusa e desacreditada.

- É claro que eu tenho, eu sei que o Michael vai precisar voltar para Nova York à qualquer momento e eu vou ir junto. - Respondi rapidamente, dando de ombros. - Eu sei bem como conseguir as coisas que eu quero.

- Mas você não acabou de dizer que estão brigando sem parar? - Ashley diz ainda mais confusa.

- Por isso mesmo. - Revirei os olhos. - Ele não vai aguentar, nem eu estou mais aguentando. Ontem quando ele chegou tarde e eu fingia já estar dormindo, ele me procurou, tentando tocar em mim ao ir direto para a cama.