Diga-me seus desejos, eu nunca cansarei

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Depois de um dia inteiro com o Sterling, o que fez com que o Michael desistisse de qualquer trabalho que pudesse aparecer hoje, por suspeitar da nossa tarde e querer segurança, ele engoliu muito bem a ideia do Sterling próximo de mim e por breve minutos eu me encontrava feliz. Talvez feliz ainda não seja uma palavra completa para o momento, mas estava carregada de sentimentos que eu não sentia há semanas! Parece longos meses, na verdade. Poder olhar para o Michael e encontrar um pouco de esperança para nós foi a única coisa que preencheu o meu coração nesse dia, os olhos dele em mim denunciavam a mesma coisa.Se tornaria um crime pior, se continuássemos sangrando.

Bom, eu ainda não tinha forças para imaginar como tudo continuaria mesmo em cima de uma ferida e Michael deve ter a mesma dúvida, Sterling foi respeitoso e discreto enquanto enxergava a nossa própria confusão. Quando ele deixou à cobertura e tentando não apenas prometer voltar, mas se mostrando total disponibilidade especialmente pra mim, eu disfarcei mais uma vez meus sentimentos. Michael se ofereceu para colocar a Amara para dormir sozinho assim que anoiteceu, ele ainda estava com uma superproteção absurda por conta do Sterling e eu acabei terminando de ajeitar a nossa bagunça na cozinha fingindo não ligar. Subi e voltei para o nosso quarto em seguida, ignorando a maneira que largamos esse quarto. Escutei a porta se abrindo novamente e logo me afastei da cama, mesmo sem precisar olhar para ter alguma certeza.

- Finalmente. - Michael praticamente resmungou, quase intrigado ao entrar no quarto, deixando a babá eletrônica na mesa de cabeceira e eu respirei fundo ao me virar, ele veio na minha direção tirando a blusa de moletom que usava, mas eu dei um passo para trás ao erguer levemente a minha mão e ele franziu o cenho no mesmo segundo. - O que foi? - Ele questionou, sem entender. - Você ainda não me quer aqui?

- Não, não é bem isso. - Murmurei em resposta, tentando me encontrar nas minhas próprias palavras e parecia impossível. - É que eu... - Engoli em seco, não sabia como dizer qualquer outra coisa.

Ele me encarou de uma maneira mais séria ao não conseguir de fato entender. É só que eu ainda não consigo dar nome para o que eu estou sentindo exatamente agora, ou depois de tudo. Respirei fundo, engolindo em seco por mim mesma. A forma como eu me senti nessa manhã, ou durante toda à tarde não é bem diferente do que eu sinto agora. Os toques, as palavras trocadas, as tentativas de rir e o carinho escondido, tentando se camuflar com o resto. Mesmo assim Michael ainda me olhava preocupado e esperando por qualquer sinal, mas eu abaixei o olhar e ele se aproximou. E por um segundo, eu me lembrei que eu nunca mais me permitiria se sentir assim, ou sequer voltaria os meus olhos para o chão.

- Normani. - Michael chamou, no mesmo segundo que ergui o meu olhar e encontrava ele bem na minha frente. - Você ainda consegue me amar?

Os seus olhos me encararam da maneira mais séria possível, além de perdidos e visivelmente preocupado. Enquanto era a minha vez de franzir o cenho e não entender exatamente bem o que ele queria dizer, ou aonde queria chegar, o que me fez voltar a sorrir e quase rir, ele não pareceu gostar nenhum pouco dessa reação como respostas. Só que ele também não poderia estar falando sério.

- Se eu não fosse mais capaz de te amar, eu nem mesmo teria continuado aqui, Michael. - Respondi baixo ao tocar nos seus braços, tentando de alguma maneira somente conter ele no lugar.

- Eu ainda assim preciso ouvir. - Ele disse baixo mesmo sério e eu suspirei pesadamente.

- Eu te amo. - Murmurei novamente, Michael rapidamente colocou as mãos nos meus braços ao me puxar para ele e eu sorri, balançando a cabeça ao negar e colocando a mão no seu peito. - Só que certas coisas não vai mais funcionar como antes e eu nem quero. - Ele franziu o cenho outra vez e eu sorri ainda mais, mordendo o meu lábio inferior. - Eu sempre me senti preparada para viver à sua vida.

Crazy In Love IIOnde histórias criam vida. Descubra agora