Você sabe que é a minha vida, está tentando me matar?

505 44 32
                                    

Eu não sei como eu consegui dirigir e voltar para casa, mas eu estava presa na garagem faz mais de vinte minutos e meu celular tocou algumas vezes, mas eu não consegui nem mesmo olhar. Eu só conseguia chorar. Voltando ao mês da perda do Donald, tentando ligar alguns fatos com tudo o que eu Brandon teve coragem de insinuar. Michael e Tessa? Eu só conseguia relembrar de todo o comportamento da Tessa, da forma que o Michael voltou para casa após matar o Jacob Scipio. O que estava acontecendo? Eu não fazia ideia do que o Brandon tentou plantar em mim, mas eu tentei encontrar um sentido.

Saí do carro só com as chaves na minha mão, nem mesmo consegui pegar a minha bolsa, ou o celular. Sequei as minhas lágrimas e engoli a minha própria confusão, fui em direção aos elevadores e subi de volta para a cobertura. Só podia ser uma mentira. Por que o Brandon faria isso comigo? Me reencontraria e jogaria tudo isso de graça no meu colo? Não fazia sentido, não podia fazer sentido. Assim que as portas do elevador se abriram, eu praticamente entrei na cobertura desorientada. Estava tudo em silêncio, sem os sons dos jogos do Michael e quando pisei na sala de estar, ele não parecia estar por aqui, mas a TV ainda estava ligada em um dos seus jogos. Não demorei para escutar a movimentação nas escadas e quando virei o rosto, jogando as minhas chaves no sofá, Michael descia os últimos degraus e me olhou, quase como quem já me procurava.

- Eu acabei de conseguir colocar a Amara no berço. - Michael disse quase animado, erguendo a babá eletrônica, deixando o aparelho na mesinha de centro e se aproximando de mim. - Eu te liguei, você não atendeu. Levou mais que uma hora. - Ele me observou, colocando o meu cabelo para trás e franzindo o cenho, tentou me beijar, mas eu virei o rosto.

- Eu não estava no salão. - Foi a única coisa que eu consegui responder ao olhar nos seus olhos, ele me encarou ainda mais confuso. - E nem com a Ashley.

- Aonde você foi?! - Ele questionou, no mesmo segundo. Visivelmente preocupado e ficando mais sério, mas só de ainda olhar nos seus olhos, eu já estava sentindo as lágrimas voltando.

- Eu encontrei o Brandon. - Respondi friamente, por essa nem ele mesmo esperava e eu vi a mudança no seu olhar, então só poderia ser a minha vez de ficar mais séria. - E nós fomos até o Spitz. - Completei. - Lembra do Spitz? Aquele velho bar que eu trabalhava.

- Como você encontrou o Bell? - Michael se alterou rapidamente. - O que você estava fazendo com ele?!

- Não sei. - Balancei a cabeça, mesmo confusa. - Eu passei metade do tempo achando que o que eu estava fazendo era mesmo errado, pensando em você. - Acabei ficando sem jeito ao olhá-lo e tentando encontrar qualquer brecha, eu respirei fundo. - Então, por alguns segundos tudo o que o Brandon falava parecia fazer sentido e eu senti pena, mais remorso e saudade do meu velho amigo. - Michael tirou a sua mão de mim no mesmo segundo e olhei nos seus olhos, bem mais séria. - Fazia sentindo, até ele levar toda a conversa para um outro lado.

- Eu não sei o que ele te disse, mas pouco importa. - Michael murmurou, quase entre dentes. Balancei a cabeça negando, outra vez.

- Você ficou com a Tessa? - Suspirei pesadamente, cruzando os braços ao encarar ele. - Michael, você ficou com a Tessa? - Questionei mais uma vez, eu não tive respostas, somente o seu olhar e assim que ele engoliu em seco, eu senti as minhas lágrimas caindo. - Eu não estou perguntando sobre o seu passado com a Tessa, eu estou perguntando se você teve a coragem de pegar a Tessa antes de viajar para Nova York? Ou melhor, para Nova Jersey com o Brandon.

- Não foi dessa forma que você está imaginando. - Ele respondeu e o choque foi maior do que eu esperava no meu corpo, eu dei passos para trás sem conseguir acreditar e ele tentou me segurar. - Normani, olha pra mim, eu não sei o que o Bell colocou na sua cabeça, mas nada aconteceu da maneira que você imagina.

Crazy In Love IIOnde histórias criam vida. Descubra agora