Selva de concreto

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Eu não estava mais carregada de expectativas, já era uma realidade. Nova York realmente aconteceu. Depois de 5 horas de voo, eu estava aqui. Obviamente que desde que o avião pousou, meu primeiro pensamento de preocupação era o Brandon, mas eu estava um pouco mais surpreendida. Michael estava dirigindo, Daniel estava ao seu lado e os dois conversavam baixo de vez em quando, eu estava no banco de trás olhando para a noite caindo e para todos aqueles inúmeros prédios altos, para todas as luzes e principalmente para toda a grande movimentação, as pessoas nas ruas e até para o trânsito. Donald, Zazie, Lakeith e Tessa ficaram em Los Angeles, eles não só estavam procurando a Jorja Smith por lá como também precisavam trabalhar. Alguns homens, talvez seguranças e traficantes, além de conhecidos do Michael e do Daniel nos receberam na pista de voo, apenas passando algumas informações para eles antes de seguirmos.

Michael cortou o trânsito, se afastando do centro da cidade e eu não consegui tirar os olhos das ruas, do movimento e vendo cada pedacinho de Nova York passar pelos meus olhos. Era uma loucura de tão lindo, quente no modo de dizer e agitado, só consegui pensar no estrago que seria a Ashley conhecendo essa cidade junto comigo e isso me fazia sorrir. Michael começou a entrar em ruas mais isoladas, ainda cercado de prédios altos, mas com pouco movimento, muitos outros carros não só andavam como estavam estacionados e poucas pessoas circulando, foi o bastante para me trazer um pouco a realidade, não estávamos para passeio. Michael buzinou na frente de uma garagem enorme, o prédio era ainda mais alto, os portões foram abertos e ele deslizou com o carro para dentro, para um subsolo. Não estava vazio, tinha homens circulando e carros estacionados, lembrava o galpão deles. Ele estacionou o carro, tirei o cinto e o Daniel foi o primeiro a descer.

- Jordan! Kaluuya! - Alguém chamou os dois, eu desci do carro praticamente junto com o Michael, passei meus olhos pelo lugar e vi um homem se aproximando, com um pequeno sorriso no rosto, ele era alto e barbudo, não parecia velho, pelo contrário, talvez teria a mesma idade do Daniel.

- Fala aí, Jacob! - Daniel o cumprimentou de volta, eles trocaram um aperto de mão forte e bem empolgados.

- E aí, Scipio. - Michael disse o cumprimentando em seguida ao contornar o seu carro, talvez o chamando pelo seu sobrenome da mesma forma e tocou na sua mão da mesma maneira, só que tirando toda a empolgação.

- Não pensei que voltariam tão rápido para à cidade, ainda mais quando o assalto ocorreu da melhor forma. - O cara, até então Jacob Scipio, disse mais baixo ao olhar ainda para o Michael e depois para o Daniel, até que ele percebeu a minha presença, mas assim que o Michael se afastou dele, ele me puxou para perto, quebrando o contato visual dele e passou o braço pela minha cintura. - Ellis nem imagina, sem suspeitos. - Ele completou.

- Não, não viemos pelo Thomas. A carga foi realmente um tiro certeiro, mas não é por isso que estamos aqui. - Daniel respondeu e o Jacob o encarou rapidamente. - Viemos para um outro serviço.

- O Bellew também está chegando, ele teve um atraso, vamos resolver outras coisas por aqui, mas pretendo tirar um dia para checar como vocês tem colocado o meu negócio para funcionar aqui. - Michael disse em seguida e o Jacob balançou a cabeça assentindo.

- Precisam de ajuda? É algo grande?! - Jacob perguntou, parecia realmente surpreso pela presença deles aqui.

- Não. - Michael balançou a cabeça negando ao responder. - Caso eu precise, iremos nos reunir com vocês. Podem continuar os trabalhos por aqui, nós iremos conversar depois.

Jacob falou ainda mais alguma coisa para o Daniel, mas eu não escutei muito bem, já que o Michael me puxou ainda mais para ele. Nos aproximamos do porta-malas, ele abriu e tirou não só a minha mala, mas como a sua bolsa de treino, ele estava usando para guardar as suas coisas, colocou a alça no seu ombro e eu segurei minha mala, a arrastando junto comigo assim que ele segurou minha cintura com mais firmeza, nos conduzindo por toda a garagem. Alguns outros homens pararam o que estavam fazendo para cumprimentar o Michael, ele respondia somente com alguns sinais e não me tirava de perto dele, ele não me apresentava para ninguém, os outros só me olhavam de um jeito estranho, por talvez reconhecer que eu não seja nem a Zazie e nem muito a Tessa, não que eu quisesse ser apresentada também.

Crazy In Love IIOnde histórias criam vida. Descubra agora